GET THERE NOW!
Cultura contemporânea, imediatismo e desamparo

 

Marisa Schargel Maia e
 Andréa Albuquerque

 

RESUMO

 

Considera-se, nesse artigo, que a sociedade contemporânea é marcada por uma cultura da imagem, em que o instantâneo e a busca de satisfação imediata e contínua são valores predominantes. Tece-se uma reflexão sobre a imbricação existente entre os meios de comunicação de massa e a formação da subjetividade. São destacados três aspectos:

 

a)    a participação dos mecanismos imagéticos midiáticos como modeladores de subjetividade;

b)     a diferença existente entre os processos de constituição da subjetividade e os mecanismos de modelagem subjetiva de massa;

c)     a partir dos aspectos acima, tentamos apontar algumas questões relativas ao incremento das patologias narcísicas na clínica contemporânea, cotejando o mecanismo de introjeção, próprio do processo de constituição do sujeito, e o mecanismo de incorporação, marca fundamental da estruturação das patologias narcísicas.

Palavras-chave: Mídia, produção de subjetividade, imediatismo, patologias narcísicas.

 

*

 De acordo com o  dicionário Aurélio, imediato quer dizer rápido, instantâneo; o termo é ainda utilizado, em Filosofia, para designar  toda relação em que dois termos se relacionam sem que haja um terceiro que se interponha como intermediário. No senso comum, o termo imediato se aproxima mais do instantâneo do que do rápido. Mas por que associar a cultura contemporânea à idéia de imediato? Aspectos aparentemente isolados da vida cotidiana têm, como traço comum, essa idéia . De uma forma subliminar, os meios de comunicação de massa difundem-na em termos de consumo: adquira determinado produto e realize seus sonhos de imediato. De acordo com o relato de uma adolescente: "os pais de hoje não deviam esquentar a cabeça com o uso de maconha, mas sim com o uso de  'bombas' " ;  'bomba' é a gíria usada para designar o coquetel de anabolizantes, fórmula mágica de aquisição de músculos a curto prazo e sem esforço. Outra adolescente projeta uma banda de rock: o primeiro item a ser pensado não é o aprendizado da música, do instrumento, mas a confecção do símbolo da banda, das camisetas e  propaganda– enfim, aspectos de marketing de um produto já pronto, antes mesmo de se iniciar a construção efetiva do grupo; curiosamente, nenhum dos integrantes dessa banda conhece seu ofício, ou dispõe-se, inicialmente,  ao aprendizado da música. No âmbito da clínica, cresce a pressão pela obtenção de resultados rápidos; com frequência, ao procurarem tratamento psicoterápico, os (im)pacientes relatam tentativas anteriores de alívio de seus sofrimentos através de recursos que prometem solução imediata, como livros de auto-ajuda, automedicação, recursos esotéricos.

Os exemplos acima nos mostram o Imediato como valor que permeia vários aspectos da cultura, constituindo uma qualidade essencial a qualquer bem a ser consumido. Mais precisamente falando, o que se veicula é a satisfação imediata: esse é o bem maior.

No que se refere ao uso do corpo, os efeitos de tal exigência de imediatismo são particularmente marcantes: na busca da sensação de prazer e auto-estima, recorrem-se a soluções milagrosas cujas conseqüências, a médio e longo prazo, são desconsideradas. Nesse sentido, o uso de anabolizantes acelera o lento processo de preparação física em academias;  cremes, massagens e pílulas garantem a modelagem do corpo de modo rápido, eficiente e sem sacrifícios; excessos alimentares são neutralizados com medicamentos – pílula para eliminação de gordura, pílula para azia, etc.; o Viagra garante a boa performance com o mínimo de interferência do “contingente”. A indústria farmacêutica gradativamente substitui o delicado autocontrole do corpo. Os sinais corporais, indicadores de sua saciedade e de seus limites, são silenciados por substâncias químicas. De modo análogo, estados de ansiedade, angústia, tristeza – experiências de dor que sinalizam o modo como o homem se coloca em certas situações, preparando-o para elas -, também são aplacados por medicações. Busca-se permanecer no estado de prazer e alegria, ao preço de se eliminar parte da experiência humana. É como se, socialmente,  não se reconhecessem mais a dor e a frustração como constitutivos do percurso rumo aos ideais de prazer e alegria. Dor e frustração passam a ser indicadores, não de limites inerentes à experiência humana, mas da insuficiência daquele sujeito singular. Ou seja, veicula-se a idéia de que essa imagem ideal de pleno prazer está disponível para todos a mínimo esforço e que a não concretização desse modelo decorre de problemas particulares daquele sujeito. Afinal, como síntese teríamos: GET THERE NOW! 

 É principalmente através dos meios de comunicação de massa, com privilégio da televisão, que o Imediato se difunde e se consolida  como valor. Numa primeira visada, este é difundido explicitamente através da propaganda: a melhor qualidade de um produto traduz-se por sua rápida eficácia. Numa segunda observação, mais atenta, percebemos uma  aplicação mais sutil e estrutural desta categoria. Este é divulgado, na mídia, não apenas no conteúdo de notícias e peças publicitárias, mas principalmente pela forma como é estruturada a programação televisiva. No noticiário, por exemplo, notícias ruins são intercaladas com notícias boas e amenidades; a linguagem é a mais simples possível; conteúdos mais complexos são depurados e apresentados de modo panorâmico. Com esses recursos, o espectador é poupado do trabalho de pensar, de processar as informações recebidas; o mundo em flashes é facilmente deglutível, minimizando-se, assim, a possibilidade de apropriação crítica e seletiva do conteúdo veiculado. Gradativamente, o jornalismo noturno, que tradicionalmente contava com um formato mais informativo-descritivo e comentado, assume feições de jornalismo “light”, mesclando noticiário e variedades. Em linhas gerais, jornais e revistas  acompanham essa tendência da TV, recorrendo cada vez mais ao uso de imagens e à simplificação da linguagem de modo a facilitar, aparentemente, a apreensão das mensagens. Poderíamos dizer que, na contemporaneidade, prevalece a lógica de um jornalismo de impacto com apreensão rápida, panorâmica e globalizante do conteúdo transmitido sobretudo  através de imagens - única forma de transmissão de conhecimento que pode se adequar  à demanda de rapidez e “imediatez”[1]. Enfatizemos, porém, que nesse processo, o que se perde é a possibilidade reflexiva do pensamento, ficando-se aprisionado ao fascínio das imagens.

Duas questões, intimamente entrelaçadas, se destacam nesse olhar panorâmico sobre a cultura contemporânea. A primeira refere-se aos valores veiculados nessa cultura – ideais de prazer e bem-estar imediatos e contínuos. A segunda, ao modo como esses valores são difundidos e apreendidos prioritariamente através de imagens. No horizonte dessas questões, situa-se a problemática da produção de novas formas de subjetivação.

A nosso ver, a consolidação do Imediato como valor é um dos desdobramentos da lógica da sociedade de consumo. Nesta, o ser é definido pelo ter: para se ser alguém, há que se ter …um corpo bem modelado, posição, dinheiro, bens. Os bens adquiridos garantem a inserção social  do sujeito e são as insígnias de poder que se tornam definidoras de seu ser e de seu valor. Numa sociedade altamente competitiva, as estratégias de marketing assumem importância central. Na propaganda, cada produto é associado a um estilo de vida, a um status social, a um ideal subjetivo, a uma "tribo"; em contrapartida, a expectativa do consumidor é que com a aquisição daquele produto, ele adquira também aquele padrão corporal, a filiação àquela tribo, aquele status. Gradativamente, a lógica de propaganda e marketing que rege a circulação de produtos e serviços ampliou seu campo de atuação ao incluir o sujeito como "produto-a-ser-divulgado". Face à crescente competitividade de mercado, não basta ao sujeito ser competente ou interessante, há que se mostrar em sua aparência a imagem de competência e interesse. Num primeiro momento, o esforço pessoal afigurava-se o caminho possível para a aquisição dessa imagem: estudo, trabalho, academia eram meios disponíveis para se adequar ao modelo de sucesso – belas formas e bons bens de consumo;  havia, portanto, um reconhecimento e uma validação do processo, de um tempo necessário para alcançar-se esse modelo, tempo esse durante o qual havia que se lidar com a frustração do sentir-se insuficiente.

No entanto, observamos hoje  uma mudança sutil, mas significativa, referida ao  tempo do processo: predomina, agora, a ordem do Imediato, com a exigência de se alcançar, ontem, o modelo ideal. Com essa urgência, o processo, antes de se constituir uma trajetória para se atingir uma meta, é vivido como obstáculo a ser superado. Experimenta-se como sendo quase da ordem do insuportável o adiamento da satisfação, que seria alcançada ao se atingir a meta idealizada.  Todos os meios para se alcançar resultados favoráveis imediatos parecem válidos. Nesta medida, entendemos que a cultura do consumo teve como um de seus desdobramentos a cultura da imagem, sendo a passagem de uma para outra marcada pela tendência à supressão do tempo de processo. Nessa mesma  perspectiva, faz-se preciso estabelecer uma distinção entre ter uma imagem ( no qual está presente a idéia de tempo de processo) e ser uma imagem (no qual a instantaneidade é marca fundamental).

Destacamos até aqui, dois  pontos fundamentais:

1) A dimensão de mudança na experiência temporal, na medida em que a imagem se associa à apreensão instantânea de conteúdos, como exemplificamos acima com relação às notícias jornalísticas.

2) Com a utilização dos meios de comunicação de massa como principal veículo de reprodução da sociedade de consumo, os ideais de subjetividade passaram a ser o maior produto a ser consumido. Quando se vende uma griffe de biquínis ou um biquíni de griffe, não está em jogo somente a aquisição do produto, mas o que se vende subliminarmente é o padrão corporal.

Resta-nos ainda um terceiro ponto fundamental, a saber,  o papel desempenhado pelos meios de comunicação de massa, em especial, a televisão,  na configuração da subjetividade contemporânea. Numa primeira aproximação, os programas televisivos parecem constituir importante fonte de modelos identificatórios, na medida em que crianças, adolescentes e adultos buscam imitar, em seu modo de vestir e em seus trejeitos, os personagens mais difundidos da mídia.  No entanto, é preciso considerarmos como esses modelos são apropriados pelo sujeito; a nosso ver, essa apropriação é, com frequência, mediada pela fascinação[2], o que nos permite estabelecer, nesse caso, uma distinção com o processo de identificação propriamente dito.  A diferenciação que queremos delinear aqui é entre o processo de estruturação  do sujeito e mecanismos de modelagem subjetiva de massa. Vejamos.

A configuração da subjetividade é resultante dos jogos identificatórios vividos pelo sujeito ao longo de sua existência. Face à vivência do desamparo, o primeiro movimento do bebê é tentar dar um destino a esta angústia pela via alucinatória, uma descarga imagética e imediata. A falência desta tentativa o leva a buscar outras saídas psíquicas, mais elaboradas, para lidar com a angústia, sendo estas articuladas a partir da mediação de um outro. Ou seja, o movimento do sujeito para fora de sua redoma narcísica auto-suficiente rumo aos objetos do mundo é provocado pela experiência de insuficiência de seus recursos mágicos imediatistas. Constitutivamente prematuro, o sujeito humano depende, para sua sobrevivência e estruturação, de um outro que lhe propicie o que lhe falta. Pela relação com esses outros significativos, apropriando-se do que lhe é oferecido e transformando-o em algo próprio, o sujeito gradativamente se singulariza e ganha autonomia, ao mesmo tempo em que permanece vinculado por laços de dependência.

No processo de socialização da psique haverá um progressivo adiamento de satisfação, resultante da “negociação” do sujeito com a cultura e um incremento da complexidade na busca do prazer. Gradativamente haverá a passagem do prazer imediato voltado para o auto-erotismo, lugar narcísico ou do eu ideal, para formas postergadas de prazer – ou formas de prazer mediado. Ou seja o processo de socialização implica no reconhecimento, pelo sujeito, de que algo lhe falta, pelo qual deverá fazer-se trabalhar.

Uma dimensão importante deste processo é a dinâmica que se estabelece entre eu ideal, eu e ideal de eu. Num primeiro momento, respaldado pelo desejo do par parental, o eu assume uma posição de seu próprio ideal ( eu ideal ). A vivência de limites e frustrações gradativamente impõe o deslocamento desse lugar de onipotência e perfeição, devendo o sujeito então se submeter a uma outra ordem, a ordem cultural. É a angústia frente à castração que levará o eu a uma reorganização da sua economia libidinal: o eu deixará de ser seu próprio ideal e procurará ter um ideal, sendo o eu ideal o manancial de referência ao qual  o eu recorrerá na sua “negociação”  com o ideal de eu. Como resultante desse processo, temos a constituição  de uma subjetividade singular, marcada por representações e valores da cultura na qual se insere o sujeito.

 No processo de modelagem subjetiva de massa, pela via da fascinação, tende-se a suprimir a dimensão de singularidade do sujeito. O objeto eleito como ideal é incluído no eu por inteiro, e é como se ocupasse o lugar do eu, havendo um enfraquecimento da vontade e iniciativa próprias e tendendo-se à sujeição humilde aos ditames desse ideal. Em “Psicologia de grupo e análise das massas”, Freud traça uma distinção interessante entre o processo de identificação e o de fascinação: No primeiro caso o ego enriqueceu-se com as propriedades do objeto, “introjetou” o objeto em si próprio, como Ferenczi(1909) o expressa. No segundo caso, empobreceu-se, entregou-se ao objeto, substitui seu componente mais importante pelo objeto.[3] É no âmbito do fascínio, da hipnose, que se encontra o eu quando capturado na trama imagética da mídia–cultura-contemporânea. Nesse contexto podemos associar a forma de apropriação dos modelos veiculados pela mídia com o conceito de incorporação em contraponto ao de introjeção.

Para Ferenczi[4], a introjeção constitui o instrumento psíquico fundamental para que os mecanismos identificatórios possam se estabelecer. É através da introjeção que se dá a relação inaugural do eu com o meio, em um processo pelo qual o eu traz para si parte significativa do meio exterior.  Esta inclusão no interior do eu dos objetos do mundo exterior resulta de uma extensão de seus interesses, de origem auto erótico, ao mundo exterior, movimento esse desencadeado  pela angústia de desamparo vivida frente à perda originária do objeto. Pode-se pensar em processo de incorporação quando por algum motivo houve uma falência das possibilidades introjetivas.

 O conceito de incorporação é introduzido por Freud em 1915, no que diz respeito à noção de oralidade, daí porque alguns comentadores apontam para a possibilidade de entendermos o mecanismo de incorporação como o modelo corporal da introjeção. Rigorosamente, o processo de introjeção abre caminho para a possibilidade de um aparato psíquico centrado na representação, na medida em que ao introjetar o objeto, o eu também introjeta a dimensão de sentido que comporta o objeto. Já no processo de incorporação existe um “faz de conta”, pois o objeto é apropriado mas sem essa dimensão de sentido. De acordo com Torok, um dos elementos fundamentais na distinção entre introjeção e incorporação é a dimensão de processo inerente à introjeção, enquanto a incorporação teria um caráter mágico, instantâneo, próximo à alucinação[5]. Parece-nos que essa dimensão de processo é o que garante  a possibilidade de introjeção efetiva do objeto, enquanto na incorporação o objeto é apropriado por inteiro, sem que seja ‘processado’ ou  “digerido”. Aqui o objeto não atingiu a dimensão de mediação entre o eu e o mundo. Enquanto a introjeção possibilita o enriquecimento do eu, na incorporação o eu é como que diminuído frente à grandeza do objeto incorporado, que de alguma forma assume o lugar do próprio eu.[6]

É preciso enfatizar que o mecanismo de incorporação é marca  inegável das patologias narcísicas, e certamente não pretendemos transportá-lo diretamente ao campo da  modelagem subjetiva imposta pelos meios de comunicação. Porém, entendemos que, no campo do fascínio hipnótico, um fenômeno  semelhante, embora parcial, possa ocorrer; estamos supondo que na apropriação fascinada de modelos televisivos entram em jogo mecanismos muito próximos ao da incorporação, principalmente no que se refere ao efeito de um rebaixamento da possibilidade reflexiva de pensamento; ademais, há que se considerar que o modelo televisivo, por sua dimensão de simulacro[7], não se mostra adequado à mediação inerente ao processo de introjeção, enquanto simultaneamente se pretende constituir objeto de identificação.

A mídia-cultura é parte significativa da cultura contemporânea e sua importância nos processos de subjetivação não podem ser minimizados. Se levarmos às últimas consequências nossa linha de reflexão, corremos o risco de  declararmos um adoecimento da cultura. Certamente não é disto que se trata. Mas parece-nos que a cultura contemporânea tem favorecido tanto a emergência de novas configurações psíquicas quanto o incremento de patologias narcísicas.[8]

O que se nos apresenta como paradoxal na cultura contemporânea é a promessa/exigência  de conquista de satisfação de maneira imediata. A mídia-cultura  parece estar sempre afirmando através de simulacros que você pode - e pode imediatamente. Definitivamente, o processo de constituição do sujeito não é marcado nem pelo instantâneo, nem pelo imediato. É preciso um longo “aprendizado” para que se instaure o sujeito social. Presos a rede de fascínio da mídia-cultura vivemos um logro, já que mecanismos psíquicos complexos estão imbricados na possibilidade de alcançar o estado de prazer-satisfação, e esses mecanismos, os quais estão atrelados aos processos de socialização,  nos atestam que para se ascender ao social, há que se parcializar a onipotência infantil, própria ao narcisismo primário, onde temos a certeza que podemos : um bebê-criança tem a certeza que, estendendo as mãos, alcançará a lua e parece que, no âmbito da mídia-fascinação, mães e pais crêem que suas filhas  tornar-se-ão a Xuxa (ou qualquer outra que ocupe este lugar) vestindo-se e imitando seus trejeitos. 

 

 

Marisa Schargel Maia

Psicanalista, doutoranda no Programa de Pós-graduação

em Saúde Coletiva – Instituto de Medicina Social – UERJEndereço: Travessa Euricles de Matos,  24

Laranjeiras – Rio de JaneiroTel. (021) 265 5353

 

Andréa Albuquerque

Psicanalista, doutoranda no programa de Pós-graduação

em Teoria Psicanalítica – UFRJEndereço: Rua Domingos Ferreira, 221/303

Copacabana - Rio de Janeiro Tel (021) 255 7860

 

NOTAS


[1] Não podemos perder de vista que a única forma do conhecimento  ser apreendido de modo instantâneo é  através da imagem, que, por sua vez se associa ao sentido da visão. Somente o olhar pode captar algo de maneira instantânea e este algo precisa necessariamente envolver imagens. Se, por exemplo, estivermos lidando com a leitura, a apreensão de conteúdo forçosamente incluirá a noção de duração e tempo, perdendo assim a possibilidade de instantaneidade.

[2]  Segundo o Novo Dicionário Aurélio: fascinar= subjugar com o olhar; atrair irresistivelmente; encantar, seduzir

[3] Freud,S.(1921) “Psicologia de grupo e análise do ego”. Edição Standard Brasileira. Vol.XVIII, Rio de Janeiro, Imago, 1976, p.144.  A fascinação é abordada, neste artigo,  referida ao estado de apaixonamento. Após discutir as diferenças entre a identificação  e a fascinação,  Freud acaba por concluir que tal distinção cria uma “ilusão de contradições” que ofusca a possibilidade de compreensão dos fenômenos identificatórios. Porém, julgamos pertinente essa distinção no que concerne à nossa reflexão sobre as particularidades da produção de subjetividade contemporânea.

[4] Ferenczi,S.( 1909) “ Transferência e introjeção”, in  Escritos psicanalíticos, Rio de Janeiro,  Livraria Taurus Ed..

[5] Cf. Ciccone, A . e Lhopital,M. Naissance à la vie psychique. Paris, Dunod, 1997

[6] ibidem

[7] cf. Baudrillard,J. Simulacros e simulações.  Lisboa, Relógio d’Água, 1991

[8] Para um aprofundamento dessa problemática ver: Armony,N. Bordeline – uma outra normalidade. Rio de Janeiro, Revinter, 1998

 

 


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