Arbusto ou árvore de 3-10m (19 m com 64cm de diâmetro, segundo o Prof. Record), geralmente epífita, pseudo-parasita, germinando (como figueiras) sobre árvores as mais diversas, para onde os pássaros transportaram as sementes; enquanto jovem o cipó cujas raízes adventícias crescem para o solo e nele se entranham ao mesmo tempo que emitem outras laterais, todas se entre cruzando, envolvendo e apertando a planta hóspede, até causar-lhe a morte pela interrupção da circulação da seiva.
Folhas opostas, curto-peciolatas, arredondadobovatas, largo-arredondadas no ápice e arredondadas ou cuneadas na base, de 7-15 cm de comprimento e quase igual a largura, inteiras, muito grossas, coriáceas, rígidas, peninervadas e com numerosas nervuras laterais paralelas; flores polígamas, curto-pedunculadas, solitárias ou geminadas, de 6 pétalas de 3-4 cm, brancas ou róseas com numerosos folíolos imbricados, os mais centrais (8-10) maiores, mebranosos e coloridos; flores femininas com ovário globuloso, dispostas em cimeiras axilares; fruto capsula esférica, quase branca, de 5-8 cm de diâmetro, deiscente na maturação, contendo muitas sementes com arilo.
Fornece madeira castanho-avermelhada ou vermelha com raios bem visíveis e listras mais escuras ou mais claras, dura, compacta, forte, apenas aproveitada para moirões de cerca e lenha; peso específico 0,876.
A casca, lisa e fina, é adstringente e útil contra reumatismo, as folhas, que se diz haverem servido aos conquistadores e colonos Espanhoes para escreverem sua correspondência, como se fosse papel, servem para infusão peitoral bastante reputada; e resina do fruto é resolutiva no tratamento de fraturas e entorses; finalmente, o látex amarelo e espesso, que se obtém pela perfuração do caule, é amargo, balsâmico, purgativo e drástico, proveitoso na cura das chagas do gado e, sobretudo, valioso para a calafetagem de barcos e canoas. Nativa das Guianas.