Evariste Galois

 

 

"Na madrugada do dia 31 de Março de 1832, Evariste Galois cai por terra. Acaba de ser morto em duelo por um adversário que o acusara de ter tido para com uma sua amiga uma conduta imprória. E assim terminava permaturamente, sem ter completado ainda 21 anos, uma prodigiosa carreira apenas esboçada.

Por duas vezes, Galois viu fecharem-se-lhe as portas da Politécnica devido ao seu espírito rebelde: recusara-se a responder a questões que considerava simples e, portanto, indignas dele. Admitido na Escola Normal Superior, acabou por ser expulso por má conduta. Finalmente, passou alguns meses na prisão pela sua participação nos motins políticos que agitaram Paris em 1830-1831.

Aos 19 anos, ele próprio baptizou de imaginários de Galois as inovações matemáticas que submeteu à apreciação da Academia e que permitiam resolver problemas muito complexos da Teoria dos números. Estes imaginários só virão a ser compreendidos meio século depois.

Tinha 20 anos quando voltou a apresentar à Academia um novo artigo: um trabalho sobre a teoria das equações que, para sua grande cólera, foi incompreendido e rejeitado.

O seu último texto, redigido na noite que precedeu o duelo, tenta resumir todas as suas descobertas. Numa exposição reveladora de um poder de abstracção ainda inigualado, ele fornece, na febre da urgência, as chavesa da teoria dos grupos que abrirão caminho a mais de um século de pesquisas matemáticas, quer no respeita à teoria das equações algébricas como dos poliedros, dos números ou das transformações geométricas. A álgebra de Galois servirá ainda para construir um modelo teórico dos contituintes últimos da matéria (quarks).

Génio menosprezado e rebelde, Galois desaparecu sem ser reconhecido."

in A GRANDE AVENTURA DAS CIÊNCIAS, de Jean-François Gautier

 

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