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Johann Carl Friedrich Gauss - Matemático, Astrónomo e Físico alemão, é hoje considerado um dos maiores génios da história da ciência. As suas possibilidades em cálculo mental eram prodigiosas, ele próprio dizia que tinha aprendido a contar antes de aprender a falar. A primeira manifestação da sua capacidade intelectual, deu-se quando tinha 3 anos. Num Sábado de 1880 o seu pai (oleiro, jardineiro e "mestre de águas" de Brunswich) fazia contas num caderno para distribuir o "soldo" a um grupo de serventes de pedreiro que tinham trabalhado sobre a sua orientação. Enquanto o homem pronunciava em voz alta os números que ia escrevendo, Gauss observava atentamente o pai. Até que a certa altura, com um linguagem construída sem a pronuncia dos erres e dos esses, típica da sua idade, o pequeno disse "a conta está errada, é preciso pôr um 4 em vez do 5". O homem ficou estupefacto: não era possível que uma criança daquela idade fosse capaz , não só de conhecer os números, como também fazer subtracções e adições com um rigor notável para a idade. Além disso, quem o ensinara? Há quem afirme que em toda a história não existe semelhante exemplo de precocidade. Gauss aprendera a ler e a escrever sozinho por volta dessa idade. Ninguém lhe dera lições de aritmética: a divindade (ou o demónio) da matemática estava-lhe no sangue por qualquer mágica estrutura nos seus cromossomas genéticos! |
O jovem prodígio não tardou a dar de novo mostras do seu talento para a matemática. Aos nove anos, quando frequentava mais uma aula, ainda na escola elementar, o seu rígido e tradicional professor, um certo senhor Buttner, decidiu mandar executar a todos os seus alunos uma morosa tarefa, todos tinham que somar os números inteiros de 1 a 60 (também há quem diga que foi de 1 a 100). Segundos após Buttner ter mandado fazer o cálculo, o pequeno Gauss dirigiu-se à secretária do severo professor com a sua ardósia na mão. Passado cerca de uma hora os restantes alunos começaram a pousar sucessivamente os seus resultados ao professor. Buttner verificou os resultados por orem inversa de entrega, logo Gauss foi o último. Para grande surpresa do mestre, na sua ardósia constava um único número, 1830, a soma exacta! Quando interrogado acerca do método que tinha usado para chegar ao valor com tal rapidez, Gauss explicou que tinha somado "agrupado" sucessivamente o primeiro e o último, o segundo e o penúltimo, etc. Assim a soma seria sempre 61 (1+60, 2+59, ..., 30+31), através deste processo bastava multiplicar 61 por 30 (o número de parcelas), o que perfaz 1830. Tinha assim aos nove anos aprendido por si uma das leis das progressões numéricas.
As mãos do severíssimo Buttner, nessa altura, deixaram cair o chicote dos castigos. O mestre embora na sua compreensível ignorância, comportou-se como um génio. Apercebeu-se do tesouro de inteligência que tinha à sua frente, e a partir daí procurou ajudar o rapaz até ao limite das suas possibilidades. Chegou até a comprar à sua custa o melhor texto de matemática que encontrou, um tratado de álgebra superior de análise matemática e geometria analítica, que ofereceu a Gauss.
Carl Gauss concebeu a maioria das suas principais descobertas matemáticas entre os 14 e os 17 anos. Aos 19 anos descobriu que era possível inscrever numa circunferência um polígono regular de 17 lados utilizando apenas régua e compasso. Diz-se que foi esta descoberta que o decidiu dedicar toda a sua vida ao estudo da matemática.
Devido em parte à protecção do duque de Brunswich, teve a oportunidade de fazer estudos mais avançados. Em 1792 entrou para o Collegium Carolinum em Brunswich, e estudou na universidade de Gottingen de 1795 a 1798. Em 1807 foi nomeado professor de matemática e director do Observatório Astronómica dessa universidade. Assim, a partir de 1800 a actividade de Gauss passou pela astronomia, a geodesia, teoria das superfícies, representação conforme, física-matemática, magnetismo terrestre e atracção Newtoniana, geometria de posição e funções de variável complexa.
Um dos dados mais curiosos e intrigantes da sua vida, é o facto de ter escrito ao longo de anos uma espécie de diário científico que nunca se interessou por revelar. Cerca de 40 anos após a sua morte, e para grande cólera da comunidade científica, quando se teve conhecimento de tal obra, veio-se a constatar que no diário estavam escritas cerca de 150 descobertas que resolviam problemas que outros cientistas tinham tentado resolver inutilmente durante décadas.
O grande contributo para o desenvolvimento científico dado por Gauss, faz dele, como vimos, um dos mais notáveis casos de genialidade de que se tem conhecimento.
Bibliografia:
A MATEMÁTICA, O Romance dos Números, de Giancarlo Masini
Enciclopédia Luso-Brasileira de cultura, vol. 9