Brujah

História "Caminhando, pela rua, muitos cruzam meu caminho. Eles passarão, eu passarinho." -Mario Quintana O Passado Os Brujah estão em gerra. Assim acredita a maioria deles. Eles odeiam os Ventrues, que destruíram Catargo, o sonho de seus fundadores. Eles desprezam os Toreadores, a quem eles vêem como os aliados dos Ventrues. Eles desconfiam dos Tremeres, Malkavianos e Nosferatu, que têm seus próprios planos secretos. Os Gangrel são muito estranhos, muito alienígenas. Além do mais, os Brujah criaram mais Caitiff que qualquer outro clã.

Não há nada que os sem- clã gostassem mais de fazer, do que vingar- se daqueles que os criaram e os desprezaram. Os inimigos estão em toda parte. A única solução é atacar violentamente aqueles que se opõem a eles. Quando os outros clãs tramam, apenas a ação direta dos Brujah pode arruinar seus planos. Embora tentar classificar os Brujah seja um exercício de futilidade, o clã tem três facçotilde;es principais. A primeira e maior são os Inconoclastas, os verdadeiros anarquistas. Eles atacam tudo e a todos, sem respeito a nenhuma organizaço ou sistema. A História não lhe tem serventia: tudo oque conta é o aqui eo agora. Apenas a Máscara limita suas ações, e a única razão para eles a respeitarem ã a autopreservação. O segundo grupo é o dos Idealistas, que consiste principalmente dos Brujah mais velhos. A maioria dos anciãos Brujah &eaculte; Idealista, buscando o passado para guiá-los e aconselhá-los. Alguns ainda se lembram de Catargo, e os sonhos de seus fundadores de uma sociedade perfeita de vampiros. Os Idealistas acreditam que os Brujah deviam unir-se para realizar seus sonhos. Os Iconoclastas os consideram uns vendidos. Eles acham que os anciãos Brujah trocaram sua herança por um assento confortável no conselho da cidade. O terceiro grupo, os Individualistas, é o menor e mais bem- sucedido dos três. Eles combinam as características dos Iconoclastas e dos Idealistas. Tenham trabalhado em conjunto para o bem do clã. Porém, não insistem que outros obedeção suas ordens, como os Idealistas. Devido ás atitudes destes três grupos, a história dos Brujah é difícil de ser seguida. Os Idealistas são os mais bem informados, mas vêem o passado através de lentes cor- de rosa. Os Iconoclastas, francamente, não se importam. Os Individualistas estão muito ocupados tentando negociar um caminho entre os outros dois grupos. Oque se sabe sobre o fundador do clã vem do conhecimento dos outros clãs. Estes acreditam que o vampiro conhecido como Brujah era, como os outros fundadores de clãs, da terceira geração. Ele estava presente na grande batalha da Segunda Cidade, quando a Terceira Geraçã se voltou contra a Segunda. A maioria dos eruditos dos clãs alegam que foi Brujah quem provocou a grande batalha entre Gerações. Porém, alguns pesquisadores da Família dizem à boca pequena que Brujah foi uma voz conservadora entre os 13 Antediluvianos, e os outros da Terceira Geração usaram-no como bode expiatório. Ironicamente, os Brujah modernos acreditam que foi um de seus próprio progênitos, Troile, que se voltou contra o seu senhor e o assacinou através da diablerie. Muitos clãs apontam este ato como a causa da luta interna que se alastrou pela Segunda Cidade. Eles alegam que é esta a razão pela qual nunca se deve confiar nos Brujah. Aqueles que buscam a verdade dizem que diversos integrantes de Quarta Geração incitavam uns aos outros a desafiarem seus senhores. De fato, os poucos registros que indicam que a natureza feroz dos Brujah manifestou- se apenas séculos após a queda da cidade. Porém, a crença estabelecida na ferocidade dos Brujah é tão grande que a maioria dos outros clãs apontam o dedo da culpa para Troile. Mesmo os Brujah de hoje em dia acreditam nessa história. De fato, eles sentem orgulho em serem rebeldes desde o princípio. Apenas uns poucos anciões Brujah questionam esta versão dos fatos, mas acabam vítimas do desprezo dos Menbros mais jovens do Clã. Estes anciões afirmam que trile fugiu da Segunda Cidade e viajou pela maior parte da Europa e da Ásia. Alguns alegam que ele se rovoltou contra as regras estritas que a Terceira Geração impôs à Quarta. Outros acreditam que ele temia por sua existêcia. Através da diablerie, Troile possuía os poderes da terceira Geração. Por causa disso, ou devido talvez a outros rumores mal- intencionados, Troiles evitou seus iguais. Apaixonado por viagens e temendo por sua existência imortal, Troile raramente permanecia por muito tempo em um só local. Mantinha- se na periferia da civilização, preferindo a Etiópia ao Egito, Canaã à Babilônia, e geralmente evitando grande concentrações de Cainitas. Por muito tempo ele fez da Ásia Menor seu domínio, mas retirou- se com a cheganda da dos persas. Novamente ele voltou a viajar, sem fixar residência até chegar à África do Norte. Apesar de Troile nunca ter tomado parte ativo na fundação de Catargo, ele tinha orgulho de seu sucesso. Em Catargo ele via o sonho da segunda Cidade como deveria ter sido. Frequentemente emprestava sua imfluência à sua progênie de lá, apesar de raramente permanecer por muito tempo e nunca assumir diretamente seu governo. Apesar de nenhum Brujah poder afirmar com certeza, os Vetrue dizem que Troiles entrou de cabeça na guerra quando os inimigos de Cartago lançaram seu ataque final. Porém, muitos dos mais poderosos de sua progênie já haviam caído ou escolhendo retirar- se da cidade prevendo conflito que se aproximava. Sem seu apoio, Troile foi subjugado por ataques místicos e aparentemente destruído. Um ponto de controvérsia entre os anciães Brujah é a dúvida se Troile foi desprovido de sua existência ou refugiou- se no solo. O lado do vencedor salgou o solo e realizou poderosos rituais para evitar qualquer escavação. Portanto ninguém pode dizer ao certo quem sobreviveu em torpor e quem realmente morreu. Os Brujah que acreditam na lenda de Troile desprezam esta história, dizendo que nenhuma força de mortos- vivos poderia derrotar um Antediluviano em seu próprio território. Os menbros sobreviventes do clã Brujah logo perceberam que eles tendiam ao frenesi muito mais facilmente. Alguns anciões Brujah apontam este fato como evidência de que Troile ainda existe. Eles acreditam que os ataques místicos fizeram dele um "transmissor" do ódio e da raiva que ele sentiu no momento em que entrou em torpor. Outros anciãos alegam que Troile morreu, mas as suas emoções moribundas tomaram vida própria e passaram para todos de sua linhagem de sangue. E alguns ainda alegam que Brujah sobreviventes tinham boas razões para entrar em Frenesi, e passaram esta características à sua Progênie. Desde a queda de Cartago, outros clãs consideram os Brujah uns bárbaros. Eles logo ganharam o estigma de disseminadores da anarquia e do caos, reputaçãoessa que os tornou temido e desprezados pelos outros clãs. Mas os Brujah acreditavam que, uma vez que seus enimigos foram capazes de destruir tudo oque eles contruíram, eles deveriam tornar- se os destruidores de todas as estruturas. Ironicamente, alguns Brujah conseguiram controlar seus frenesis de forma consistenteo bastante para se estabelecerem como intelectuais e filósofos. A maioria dos Brujah modernos, particularmente os Inconoclastas, zombam dessas história. Porém, muitos países europeus estiveram sob a influência, ou mesma o governo direto, de integrantes do clã em uma época ou outra, sendo que todos sentiram os efeitos de suas rebeliões em algum momento da história. A Suíça, a Itália e a Grécia ainda estão sob controle parcial ou total de príncipes Brujah. Os Brujah que controlam a Europa são quase sempre Idealista. De fato, parecia impossível a um Iconoclasta devotado ao caos, governar qualquer coisa. Comforme já comentamos, os Brujah americanos, particularmente os Iconoclastas, tolos. Os governantes europeus vêem com suspeita qualquer Brujah americano em viajem à Europa Com suas tendências anarquias, os Brujah estiveram à frente de quase todas as revoluções históricas. Em algumas ocasiões eles tiveram participação direta em diversas revoltas plebéias contra a nobreza da Inglaterra. Robin Leeland, um Brujah de Sétima Geração era um defensor da causa particularmente forte, frequentemente lutando na frente de conbate durante escaramuças militares. Após a criação da Camarilla, a influência Brujah tornou-se menos sutil. Durante a Revolução Francesa, diversos líderes proeminentes, incluindo Robenspierre, foram influenciados de alguma forma pelos Brujah. O dom da Presença dos Brujah provou-se valioso em guiar as populações a um frenesi contra os "aristocratas". Retirado do livro do clã:Brujah. Direitos à Devir e White Wolf. Arquétipo Foda-se, eu não farei o que você diz! -- Rage Against the Machine, "Killing in the Name Of" Parei em frente clube noturno onde havia combinado de me encontrar com o Barão. Mais uma vez conferi a máscara que usava para esconder minha face, que poderia assustar os mortais do local, e ajustei o chapéu e o óculos escuro. Não poderia causar problemas para o meu anfitrião.Um nosferatu andando por aí sem o devido disfarce seria um desastre. O clube noturno estava cheio, várias pessoas conversavam, dançavam, bebiam e riam, fazendo o ambiente ficar confuso para quem não se estava acostumado à algazarra noturna de qualquer cidade moderna. Entrei discretamente, e logo caminhei em direção aos fundos, para o lugar combinado do encontro. Caminhando por entre os mortais finalmente cheguei a um canto escurecido, onde estava aquele que deveria encontrar. Lá estava, sentado em uma mesa com dois outros homens, que não consegui destinguir se eram mortais ou não, o Barão. Sua aparência de um jovem de uns vinte anos não refletia a sua real idade. Alguns diziam que ele tinha uns duzentos anos, tendo sido Abraçado durante as revoltas que conturbaram o sul da América no início do século XIX. Outros diziam que ele já tinha vindo da Europa muito antes, já transformado em um vampiro; a única coisa que se sabe ao certo é que ele é um Brujah oito vezes afastado de Caim, e um dos líderes Anarquistas do Brasil. por isso eu estava ali. Quando me viu ele dispensou os dois que estavam com ele, fazendo um sinal que eles entenderam bem. Quando os dois haviam saído eu me sentei, tirando o meu chapéu e colocando-o sobre a mesa. O Brujah me observou por um tempo, como que admirando o trabalho que fiz para esconder a minha real natureza dos mortais. Começamos a discutir algumas coisas, ações a tomar. Não me recordo bem o que eu disse sobre a passividade dos Brujah ultimamente, e ele se irritou muito. Achei que ia entrar em um frenesi imediato, mas ele se controlou, e começou a me falar sobre os Brujah. "Você não sabe nada sobre os Brujah. Quer saber algo sobre o Clã Brujah? Quer saber mais sobre aqueles que se opõem a opressão dos Cainitas poderosos, dos porcos da Camarilla e daqueles Ventrue que acham que os outros vampiros são somente fantoches para eles brincarem? Então hoje você vai saber tudo isso, vai saber coisas muito importantes não só para o nosso clã, mas para todos os Anarquistas e para todos os filhos de Caim... Quem são os Brujah - História de Cartago Irmão, você esqueceu o seu nome? Você o perdeu no muro, jogando o jogo da velha? Hei, olhe ao seu lado, três milhões morreram Você sabe que eles estão contando de volta ao zero -- Rage Against the Machine, Freedom "Você sabe quem são os Brujah? Nós somos aqueles que lutam contra a opressão, a dominação e a exploração, tanto na sociedade dos vampiros como na sociedade dos mortais. Nós lutamos pela justiça e pela igualdade de todos os Cainitas. Parece uma coisa meio ideológica; e até meio estranha vinda de um Clã de "arruaceiros" como o meu. Mas nem sempre nós fomos assim. "O fundador do meu clã, Troile, foi um revolucionário desde o princípio, um vampiro que lutou contra a opressão de seu Senhor e dos outros vampiros mais velhos. Ele planejava uma sociedade onde todos os vampiros fossem iguais, e onde os Cainitas vivessem em paz com os mortais. Mas os outros Antediluvuanos, fundadores dos outros clãs, inclusive do seu, não gostavam desta idéia. Eles viviam suas pós-vidas manipulando e explorando os vampiros mais novos, como se o mundo fosse um tabuleiro de xadrez e eles estivessem jogando uma partida. Troile se recusou a participar disso. Por isso ele teve que fugir da Segunda Cidade. "Ele e os seus filhos vagaram pelo mundo conhecido, em busca de um lugar onde suas idéias pudessem ser implantadas. Foi então que alguns dos Brujah se estabeleceram em Cartago.

 

Logo eles começaram a criar a sociedade que Troile havia planejado, e o próprio Antediluviano parece ter participado, pelo menos por algum tempo, do desenvolvimento da cidade. Nela todos os vampiros eram considerados iguais, e podiam viver entre os mortais sem medo, pois estes reconheciam os vampiros como líderes justos e competentes. Até mesmo vampiros de outros clãs vieram para Cartago, e foram aceitos como iguais; os Toreador, que haviam visto sua própria idéia de sociedade perfeita ruir na mão de outros vampiros dominadores, vieram em grande número da Grécia, onde sua própria idéia de sociedade perfeita havia sido destruída na mão de vampiros dominadores. "Mas você acha que os malditos Ventrue, que naquela época estavam brincando de "chefe-manda" em Roma, permitiriam que existisse um lugar como Cartago, onde não existiam vampiros que mandavam e vampiros que não eram mandados? Um lugar onde eles não fossem os maiorais? E, principalmente, um lugar planejado, desenvolvido e liderado pelo Clã Brujah? Não, eles não suportariam muito tempo. logo eles começaram a direcionar os esforços conquistadores de Roma em direção a Cartago, com a ajuda dos Lasombra e Malkavianos. Nós lutamos bravamente, e parecia até que iríamos vencer aquela guerra, até que descobrimos pela primeira vez o que acontece quando confiamos em outros clãs. "Havíamos aceitado os Toreador entre nós como irmãos, e eles haviam contribuído muito para o sucesso de Cartago. Mas um deles, provavelmente em troca de uma esmola de prestígio e status dada pelos Ventrue, nos traiu, entregando segredos que eram a razão de nossas vitórias sobre as legiões romanas. Não demorou muito para que os malditos sangue-azuis de Roma conseguissem invadir Cartago. O resto dos Toreador, quando viu que a cidade estava por ser invadida, fugiram de medo ao invés de lutar. Com tantos exércitos contra nós e sem aliados, nós acabamos derrotados. "Mas Cartago foi somente uma batalha. A guerra não terminou, se é que você me entende. Desde a queda de Cartago nós nos espalhamos pelo mundo, atrapalhando tudo o que os Ventrue fazem. Já que eles acabaram com o nosso sonho, nós agora vivemos nossas pós-vidas para acabar com os sonhos deles, de governarem todos os vampiros sem oposição. Nós aceitamos entrar na Camarilla, não para aceitar as suas leis e padrões criados por Ventrue e Tremere, mas para opor-se aos vampiros dominadores dentro de suas próprias estruturas. E digo mais: enquanto nós estivermos dentro da Camarilla, nem os Ventrue nem os outros poderão usá-la para os seus planos de dominação, e por isso continuaremos a participar dela." Os Brujah de Hoje A revolução não é uma cama de rosas... a revolução é uma batalha de morte entre o futuro e o passado. --Fidel Castro, num discurso em 1961 "Mas o nosso negócio não é somente atrapalhar os Ventrue. Nós temos os nossos próprio planos de estruturação da sociedade. E estamos constantemente tentando realizá-los. Mas não da maneira dos Ventrue, Tremere e dos Anciões dos outros clãs, através da força e da dominação. Nós implantamos a nossa sociedade justa através da revolução, quando a massa oprimida de Cainitas dominados se levanta e derruba estas estruturas. Para isso nós temos que incitá-los, com discursos esntusiasmadores e ações que sirvam de exemplo. E assim somente devemos agir. "Nós já conseguimos derrubar os Príncipes da Camarilla no Oeste dos Estados Unidos, que agora são conhecidos como Estados Livres Anárquicos. Na Rússia de 1917 tomamos o poder da mesma maneira (apesar dos nossos Anciões que tomaram o poder lá terem ficado iguais aos Ventrue, ou até piores). Na Espanha, no México, em todos estes lugares nós incitamos o povo e os outros Cainitas a lutarem contra as estruturas, contra a "Máquina". No Sul do Brasil nós estávamos entre os líderes rebeldes, mas a Camarilla lá ainda tem algum poder, que nós logo trataremos de destruir. "Os Brujah são assim. Temos nossas fraquezas. Somos meio divididos, meio confusos. Mas temos o nosso poder, e ele é muito mais forte do que o dos dominadores; isso porque nós não temos lacaios, temos aliados; nós não temos Justicars, mas temos a justiça de todos; e nós não dominamos os mortais, nós os guiamos. Você sabe, mandar é fácil, liderar é difícil." Os Iconoclastas O que é um rebelde? Um homem que diz não. --Albert Camus, O Rebelde Alguns de nós Brujah não acreditam no sistema. Nosso clã já tentou, por muitas vezes nestes séculos todos, mudar as coisas de modo pacífico, organizado e ordenado. Alguns se cansaram, e agora acreditam que somente se pode derrubar o sistema através da violência, da anarquia total e a desobediência das leis. geralmente são os mais jovens, e muitas vezes lutam contra os próprios Anciões Brujah. Não respeitam nada nem ninguém. São os reais anarquistas. Os Idealistas É bem sabido que o revolucionário mais radical se tornará um conservador no dia depois da revolução. --Hannah Arendt, no New Yorker Muitos dos Anciões Brujah, segundo os membros mais jovens, se venderam ao sistema, e agora fazem parte da máquina de opressão. A revolução deles é apenas ideológica, pois eles não tomam nenhuma ação concreta para mudar a situação. Eles se baseiam no passado, alguns ainda lembrando de Cartago e de sua glória. Muitos deles são europeus. Os Individualistas Os homens nascem iguais, mas também nascem diferentes. --Erich Fromm, Fuga da Liberdade Existem ainda os Brujah que unem elementos dos dois outros grupos, como eu. Estes não acreditam que somente a violência resolve todos os problemas, mas também não são apáticos como os Anciões. O problema é que este grupo geralmente é o menor, e o que está no meio das brigas entre os outros dois. Muitas vezes servimos como conciliadores, mas também muitas vezes servimos como um amortecedor, levando golpes dos dois lados. Mas talvez essa seja a nossa função, e sem ela os Brujah talvez estivessem mais divididos do que já são. Os Forasteiros Porque ajudariam Se nos julgam delinqüentes? --Racionais, Pânico na Zona Sul Comecei a perceber que meu interlocutor estava se entusiasmando. Perguntei a ele o que achava do Sabbat, da Camarilla e dos outros clãs. Ele se acalmou, pensou um pouco, mas respondeu como se estivesse tratando de um assunto muito delicado. "A Camarilla nada mais é do que um instrumento de dominação. A Camarilla são as cordinhas que os manipuladores usam para movimentar os bonecos que estão presos a ela. Os Ventrue e Tremere a criaram para facilitar as coisas para os Anciões. O problema é que ela junta muitos vampiros, é uma estrutura poderosa. Não podemos nos opor diretamente a ela sozinhos. Ao invés disso nós nos infiltramos nela para combater os Anciões dentro de suas estruturas. "Você sabe o que eu penso do Sabbat? Eles tem um motivo justo. Lutam contra a opressão e a dominação dos Ventrue e Tremere. Mas não se engane. Eles somente trocaram estes dois clãs pelos Lasombra e Tzimisce, que na minha opinião são um espelho dos Ventrue e Tzimisce no Sabbat. Dá no mesmo. Você sabe, onde há governo eu sou contra. Nós temos que lutar contra as estruturas onde quer que elas estejam. "Além disso, estes caras não tem limites. Existem algumas regras que até mesmo nós Brujah aceitamos seguir por questões de necessidade, como a Máscara por exemplo. Os Sabbat não estão nem aí para estas coisas. "Quer saber o que eu penso sobre os outros clãs? Vamos ver... vocês Nosferatu até que não estão mal. Afinal, vocês também são oprimidos, e ninguém dá oportunidades a vocês. Geralmente são nossos companheiros; mas eu não gosto de confiar muito em vocês. Nada pessoal, mas além do seu Senhor, todos os Nosferatu que eu conheço são una fofoqueiros, e muitas vezes delatores. Gostaria de estar mais certo sobre de que lado vocês estão. "Sobre os Gangrel eu penso quase a mesma coisa. Em muitas coisas são iguais a nós. Eles não gostam de estruturas, não aceitam ordens. E muitas vezes são perseguidos por isso. Se você consegue a confiança de um deles, pode contar com ele para tudo. Mas esses caras as vezes são meio confusos. Alguns deles são Alastores e Arcontes, servindo aos Justicars. Outros são isolados demais, animalescos. E existe ainda um grupo que eu não agüento, que são os Gangrel metidos a "eu sou mal", do tipo que acha que é o bom do pedaço e que todos devem fazer o que ele quer. Esses caras parecem que leram gibis demais e agora acham que são invencíveis ou algo assim. É engraçado, mas estes costumam ser os primeiros a morrer quando algo dá errado. "Os Malkavianos podem parecer legais, e muitas vezes até são. Mas não confie muito neles. Eles seguem um calendário lunar; mudou a lua eles mudam de ânimo, de amigos e de lado. Não se esqueça que eles estavam do lado dos Ventrue em Roma na guerra de Cartago. Os Malks não tem lado, não seguem nenhuma idéia aparentemente. Isso os torna ao mesmo tempo aliados potenciais ou possíveis inimigos. Cuide-se com eles. "Quando se fala dos Toreador temos que considerar como se fossem dois clãs diferentes. Um sujeito mais antipático que um Toreador esnobe ainda tá para surgir. Muitos deles são Príncipes ou membros da Primígene, alguns até piores que os Ventrue e Tremere. Mas muitos são camaradas, e podem ser bons companheiros. O problema é que estes geralmente são alienados, não se interessam por lutas ideológicas e políticas. "Mas não se engane; no geral eles te trocam por um punhado de Status que os Anciões dêem para eles. Eles podem até lutar do seu lado se não estiverem numa boa situação na sociedade da Camarilla, mas se essa situação deles melhorar eles te esquecem, e até podem te trair. Não esqueça de Cartago... "Deixe-me ver... ah, os Tremere. Mantenha distância. Primeiro porque são os caras mais superficiais, mentirosos e suspeitos que existem. Se a Gehenna acontecer mesmo como alguns dizem, estes caras são o carro abre-alas dela. Eles são manipuladores e manipulados ao mesmo tempo. Tudo isso com objetivos às vezes não tão claros: vigiar, controlar, mandar em todos os Cainitas. Segundo porque eles são poderosos. Eu já vi membros Tremere fazerem coisas incríveis... e perigosas. Não subestime o que você não conhece bem. "Os Ventrue são nossos inimigos de ontem, de hoje e de sempre. É uma coisa natural ódio que nós sentimos por eles e que eles sentem por nós. E essa é uma guerra que só vai terminar com o fim de um dos dois clãs, ou com o fim dos dois. Tudo o que eles fazem tem o objetivo único da dominação de todos os vampiros do mundo. Eles são o símbolo de tudo o que combatemos. "O Problema é que eles têm a Camarilla ao seu lado, e muitos dos clãs que participam dela. E eles direcionam todos os esforços da seita para combater os Anarquistas, ou seja, combater os Brujah. Eles são poderosos, mas nunca se esqueça que o poder deles está construído sobre areia movediça. Muitos dos aliados dos Ventrue odeiam eles, por um motivo ou outro. Até mesmo eles se odeiam uns aos outros. Use isso quando quiser combater um sangue-azul. "Sobre os Assamitas eu só posso dizer que eles não tem um lado certo. Eles sempre estão a serviço de alguém, de um Príncipe ou Anarquista. E se ele tem um serviço para matar você, muito provavelmente você só saberá quando estiver com a faca em seu pescoço, se você me entende... "Os Setitas são um perigo constante, tanto para nós como para qualquer outro vampiro. Principalmente porque você nunca consegue identificá-los quando eles estão por perto. Eles se fazem passar por vampiros de outros clãs, fazendo-se de amigos, somente para melhor manipular você. Eles querem fazer você depender deles. Somente faça negócio com eles se não tiver outra opção, e mesmo assim vá preparado, pois é quase certo que você vai se ferrar de um modo ou de outro. "Como dizia um amigo meu, junte em um só clã os Ventrue e os Tremere e você tem os Giovanni. Estes caras são nojentos, mas se você precisa de um dinheiro, pode fazer uns trabalhos para eles que eles pagam bem. Ou, se a barra com o Príncipe pesar para seu lado e você tiver que sumir da cidade por algum tempo, vá para uma das cidades comandadas pelos Giovanni e passe um tempo trabalhando para eles, gozando da proteção que eles oferecem para os seus "guarda-costas". Mas cuidado, a hora que eles decidirem que você não tem mais utilidade para eles, acaba a vida boa. Não confie muito neles. "Eu gosto dos Ravnos. Eles são contra tudo o que é imposto a eles, e gostam mais de liberdade do que qualquer outro clã. Eles costumam roubar todo mundo, mas isso não é problema para nós, já que nós não temos muito para ser roubado. Além do mais, eles gostam de enganar os Anciões, pois é mais divertido para eles, mais desafiador. Quando quiser, ajude eles, mas não espere retribuição. Muitas vezes eles poderão ajudar você, principalmente se eles estiverem na mesma encrenca que você." "Os Lasombra e os Tzimisce do Sabbat são um espelho distorcido dos Ventrue e Tremere. Eles se dizem os maiores anarquistas, mas na verdade são os maiores vigaristas. Eles se aproveitam do ódio que alguns têm dos Anciões e de suas estruturas para meter-los em uma outra estrutura, esta no entanto dominada por eles." Métodos Brujah Deixem as classes dominantes tremerem com a revolução comunista. Os Proletários não têm nada a perder, a não ser as suas correntes; mas eles têm um mundo a ganhar. Operários de todo o mundo, uni-vos! -- Karl Marx e Friedrich Engels, O Manifesto Comunista Perguntei ao meu interlocutor como ele achava que os Brujah seriam capazes de vencer o poder dos vampiros que ele chamava de "dominadores". Ele parece ter se irritado com a minha pergunta, como se eu estivesse dizendo uma coisa ao mesmo tempo absurda e incômoda. "Eu acho que você está fazendo a pergunta de maneira errada. Você deveria perguntar se eu acho que os dominadores têm capacidade de deter o poder dos Brujah. Os Ventrue não em poder real. Eles não tem amigos, não podem confiar em ninguém. Não se baseiam na liderança, mas na dominação. E a qualquer momento os dominados podem se revoltar contra eles. E é aí que nós Brujah entramos. Nós somos os guias, os que incitam os dominados a romperem as correntes. "A maioria dos vampiros têm ódio daqueles que mandam. Nossos discursos carismáticos e até mesmo demagogos, e os nossos atos que servem como exemplo e motivação, libertam este ódio. Nós geralmente canalizamos esta raiva em violência contra os poderosos, pois esse é o único modo de tirar eles do poder. Se os Anarquistas tomarem o poder e deixarem os dominadores viverem, eles passarão o tempo todo maquinando um modo de retomar esse poder, até conseguirem ou serem eliminados. Nós temos que derrubá-los de forma que não possam voltar mais. "Sempre busque a amizade dos vampiros renegados. Os Caitiff, Nosferatu, Ravnos, muitos Gangrel e, em alguns casos, Malkavianos. Na hora que as coisas esquentarem mesmo eles terão que tomar um lado, e com as palavras certas este lado pode ser o seu. "Os Anarquistas têm o seu poder na união de forças. Os Anciões possuem um poder individual. Um Ancião certamente tem mais poder que um vampiro mais novo, mas não tem mais poder do que vários trabalhando juntos. Mas existem dois problemas principais. O primeiro é criar esta união, pois os vampiros são por natureza individualistas e desconfiados uns dos outros. O segundo é tornar compatíveis os desejos de cada vampiro. Cada um tem o seu conceito próprio de liberdade, do que é certo e do que é errado. E se você não acertar isso no início, você pode se ver sem seus aliados no momento que mais precisar deles. "Os Anciões da Camarilla sabem disso, e trabalham constantemente para manter-nos divididos. Abra o olho com seus aliados, pois muitas vezes os Anciões podem oferecer a eles tentações difíceis de resistir para alguns, como status, dinheiro, perdão por crimes cometidos; e muitas vezes até a chantagem eles usam. "E nunca deixe acontecer com você o que aconteceu com muitos Anciões Brujah. Não comece a querer mandar. Se for necessário, lidere e guie os outros. Mas se você começar a querer impor as coisas, o ódio contra os Anciões pode voltar-se contra você. "Outra coisa: você já percebeu que os Príncipes nunca sabem ao certo o número de Anarquistas que existem em seus domínios? Use isso. Eles sempre evitarão tomar uma atitude direta contra nós se não sabem realmente contra quantos vampiros irão lutar. E sempre mantenha em segredo os neófitos abraçados recentemente, pois eles podem ser um elemento surpresa bastante útil contra eventuais ações inesperadas dos Príncipes. "Nós muitas vezes usamos os Lupinos contra os lacaios dos Anciões. Faça de algum modo os Lobisomens saberem onde fica a casa do Príncipe, uma Capela Tremere que você descobriu, ou onde se encontram aqueles Toreador que são membros da Primígene. Eles farão as coisas esquentarem realmente. Mas cuidado; os Lupinos têm tanta vontade de matar os outros vampiros quanto têm de matar você. E quando descobrem que foram usados de algum modo a fúria deles não conhece limites. "E por último, saiba a hora de lutar, mas também saiba a hora de correr. É melhor fugir por um tempo e voltar para lutar quando as coisas estiverem mais calmas do que morrer estupidamente. Já vi muitos Brujah morrerem quando um bando de Arcontes chegam para limpar a cidade. Entenda que não se trata de fugir e deixar outros lutarem, como fizeram alguns em Cartago, mas de fazer uma retirada estratégica quando a derrota é iminente. Um Brujah morto é um Anarquista a menos numa luta onde cada membro é importante para a derrubada dos dominadores." O tempo havia passado, e já era hora de ir. Logo o Sol estaria surgindo. Havia aprendido muito naquela noite, e não queria abusar da vontade de meu interlocutor. Outro dia ele poderia me falar mais. Me despedi dele, agradecendo a conversa que havíamos tido, e ele ainda me disse algo mais sobreas ações dos Anarquistas. Saindo do bar, ajeitei meu chapéu na cabeça e sai caminhando pela rua, pensando no que havia ouvido. Realmente é admirável o ódio e o rancor que os Brujah guardam dentro de si, e talvez isso os tenha mantido vivos até hoje, depois de tantas perseguições. Mas talvez eles lutassem numa guerra onde não poderiam vencer. Acho que eles sabem disso, mas ou não se importam ou ignoram este fato. Entro em um beco e abro o bueiro, me enfiando nele para buscar os esgotos que são meu território. Lá é o meu lugar, e agora me dou conta de como as vezes minha realidade é diferente da dos outros vampiros. Tenho que começar a pensar nisso mais . Mas agora preciso descansar.

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