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A Canonização Do Antigo Testamento

INTRODUÇÃO

O Antigo Testamento é indubitavelmente uma obra extraordinária, nele se encontra a história dos patriarcas, do povo de Israel, as grandes maravilhas de Deus. Enfim toda a palavra inspirada, revelada e consequentemente toda sua autoridade. Pois Deus, escolheu grandes homens, com uma fé grandiosa e incomparável, para tal propósito de transmissão.
Pretende-se neste trabalho, descrever e analisar, de uma forma sucinta, como todas estas informações do Antigo Testamento foram sendo administradas, quais o critérios utilizados, para a formação do cânon bíblico. Como foram selecionados os livros, deixados por esses homens, que Deus escolhera.
Será feita uma análise também os escritos da época, as línguas utilizadas, e de que forma as mesmas foram sendo interpretadas, e transmitidas de geração em geração. Qual influencias elas tiveram, na formação de um povo, e na formação do Antigo Testamento. Como, a mão de Deus, esteve em presente em toda a formação do Antigo Testamento, no que se refere a Revelação, a Autoridade e a Inspiração, como também na seleção de todos os livros que viriam a compor o cânon do Antigo Testamento. Quais foram os materiais utilizados para a confecção propriamente dita, desta magnífica obra; o Antigo Testamento.

I. O PERÍODO DE TRANSMISSÃO ORAL

Houve um tempo que a Revelação de Deus era transmitida de forma oral, não escrita. No início dessa transmissão oral do Antigo Testamento Bíblia, Deus escolheu um povo particular para ser intermediário da revelação, o povo judaico. Abraão foi chamado por Deus como pai de muitas nações. Deus, fez dele e de outros homens, livros, isto é, antes da palavra escrita. Adão trouxe a história da criação através de 390 anos e contou-a a Lameque, e assim sucessivamente até o tempo de Moisés. Portanto, Deus traçou toda a história da transição oral das Escrituras, desde o dia em que falou a Adão (Gn 1: 28), até o tempo em que ordenou a Moisés que escrevesse num livro.
Há uma seqüência de transmissão oral da história, na qual inicialmente com Adão para Lameque, até chegar em Moisés. Logo a história da transmissão oral, verbal, da palavra de Deus segue um traçado. Sete homens trouxeram a revelação desde a criação, até que a bíblia começou a ser escrita. Este é o número bíblico da perfeição, assim, Deus deu a sua palavra, não pela vontade produtiva de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram através do Espírito Santo.
Pode-se assim concluir que o ensino oral, era o meio de se comunicar a Revelação divina durante o período compreendido desde a criação do homem até o dia em que o próprio Deus ordenou a Moisés que, registrasse de forma escrita suas mensagens, em tábuas, no Monte Sinai, para que ficassem desta forma registradas para a posteridade.

II. COMO FOI ESCRITO O ANTIGO TESTAMENTO

Como se viu no capítulo anterior, no início a revelação de Deus não era de forma escrita e sim oral, à partir de Moisés começa-se então a escrever o Antigo Testamento. Naquela época a escrita diferenciava-se muito desta que conhecemos hoje, desde a maneira como se escrevia até o material usado para a escrita, como veremos a seguir.

2.1 O material utilizado
O material usado na confecção do Antigo Testamento consistia basicamente de: cerâmica, pedra, argila e cera. Estes foram os materiais usados no princípio por Moisés e os profetas, sendo que eles utilizavam de cinzel de ferro para entalhar pedras e estilete para escrever na argila e cera. Pergaminho: feito de peles de animais, eram bem duráveis. Papiro: feito de planta, uma espécie de cana que crescia em lagos e rios do Egito e da Síria. As lâminas eram prensadas, secas e polidas. Para escrever no pergaminho e no papiro usava-se de uma pena (cana com ponta feita de junco). Para se registrar tanto no papiro quanto no pergaminho usava-se uma tinta que era uma mistura de água, goma e carvão.

2.2 As Línguas
O Antigo Testamento foi escrito em duas línguas: O Hebraico e o Aramaico.

2.2.1 Língua Hebraica
É uma língua semítica adotada, originalmente, pelos israelitas que tomaram posse da terra de Canaã, a oeste do rio Jordão, na Palestina. Também foi chamada de cananeu e judaica, depois da fundação do reino de Judá. O hebraico começa a desaparecer como língua comum do povo hebreu por volta do ano 722 a.C.
Tem-se três formas do hebraico: o hebraico clássico, o hebraico mísnico e o hebraico moderno. No hebraico as frases são escritas da direita para esquerda, sendo que, esta é a língua preponderante do Antigo Testamento.
2.2.2 Língua Aramaica
A língua aramaica é semítica e tem suas origens na língua dos arameus, antigo povo do Oriente Próximo, foi falada, em diferentes dialetos, tanto na Mesopotâmia como na Síria, antes do ano 1000 a.C. e, mais tarde, converteu-se no idioma do atual Oriente. Esta língua aparece apenas em alguns trechos do Antigo Testamento (Esdras 4:8 a 6:18 e 7: 12-26; Jeremias 1011”; Daniel 2:4 a 7:28).
O trabalho de composição do Antigo Testamento era bastante difícil. O material necessário para escrever não era de fácil acesso, sendo um material de preço elevado na época. O trabalho de se escrever a mão era muito vagaroso, sendo que a tarefa das pessoas que escreviam e dos copistas era árdua e devia ser feita com o máximo de atenção para evitar a ocorrência de erros. Todos estes fatores tornavam a produção dos manuscritos dispendiosa, contudo, não faltaram pessoas de boa vontade que copiaram as escrituras e a fizeram chegar até nós.

III. CANÔN: TERMO E CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO

3.1 O termo cânon
O termo cânon é proveniente do grego “kanon”, que nos primórdios significava vara, régua ou barra, e, posteriormente passou a significar lista ou padrão de medida. Com relação à Bíblia, diz respeito aos livros que satisfazem o padrão e que, portanto, foram incluídos nela.
O vocábulo cânon é usado pelos cristãos para indicar uma lista autoritária de livros que pertencem ao Antigo ou ao Novo Testamento, por conseguinte, quando se fala de cânon do Antigo Testamento refere-se à lista de escritos inalteráveis em seu conteúdo, forma e volume que são aceitos pela igreja como divinamente inspirados e autoritários para a vida, fé e a prática dos cristãos.

3.2. Critério para seleção
O cânon do Antigo Testamento não surgiu como num passe de mágica, mas, é produto de um gradual reconhecimento pelos judeus da autoridade de Deus presente em alguns livros então escritos. Pode-se dizer então que em se falando de Antigo Testamento a igreja “canonizou” de certa forma algo que já estava canonizado (GLAGLIARDI, 1995, p.20).
Segundo Glagliardi para o julgamento de quais livros seriam considerados sagrados foram usados alguns critérios:
a) Tem autoridade divina? É um “assim diz o Senhor”?
b) Foi escrito por um homem de Deus? É autentico?
c) Tem poder para transformar vidas?
d) Foi aceito pelo povo de Deus, lido e usado como regra de vida e fé?
e) Está o conteúdo deste livro em conformidade doutrinária com a Lei?
f) É fiel historicamente?
g) Foi escrito até o tempo do profeta Malaquias?
Confort afirma que o agente qualificador de um livro para ocupar lugar no cânon do Antigo ou do Novo Testamento não é o simples fato de ser antigo, informativo, ou de fazer muito tempo que é lido valorizado e aceito pelo povo de Deus, mas sim, que tenha a autoridade de Deus para aquilo que diz.
Em síntese o que realmente qualifica um escrito a fazer parte do cânon é a autoridade de Deus, e não apenas critérios humanos. Se realmente foi Deus quem inspirou as Escrituras, o próprio Deus deve ser o selecionador.


IV. A FORMAÇÃO DO CÂNON

Os livros que compõem o Antigo Testamento não foram considerados canônicos da noite para o dia, instantaneamente, Champlin afirma que “o processo de canonização de qualquer coleção de livros sagrados, é um processo histórico que necessita de vários séculos para ser completado”(CHAMPLIN, 1995, p625). O cânon do Antigo Testamento foi um processo lento e gradativo, os livros foram sendo considerados canônicos em épocas diferentes, não se sabe ao certo quanto tempo levou para que se chegasse a atual forma do cânon vetero-testamentário.
Sabe-se porém que o cânon do Antigo Testamento foi elaborado em três etapas distintas: A primeira seção – a Lei, a segunda seção – os Profetas e a terceira seção – os Hagiográficos.

4.1 A Primeira Seção – A Lei

A Lei (Torá), ou Pentateuco é de fato a primeira seção a ser escrita e considerada canônica. Ela é composta dos cinco escritos cuja autoria é atribuída a Moisés, um dos primeiros e o maior profeta de Israel, sendo eles, Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.
Não se sabe qual a época precisa em que chegou a ter a forma atual, e os estudiosos divergem a respeito. Os Samaritanos sustentam a data de 722 a.C., os críticos porém, negam esta idade, em vista da natureza dos manuscritos. Alguns estudiosos afirmam que ocorreu na época de Esdras e Neemias e que a leitura da Lei feita por Esdras (Nee 8:3) foi fator definitivo para a canonização.
Pelo menos sabe-se que deve ter sido antes da ruptura entre samaritanos e judeus, pois os samaritamos tem o mesmo Pentateuco e o consideram literatura sacra. Posto que os samaritanos não possuem os demais livros do Antigo Testamento, exceção feita de um texto variante do livro de Josué, é provável que esses outros livros não fossem ainda tidos por sagrados ao tempo da ruptura, o que não significa, porém, que não existissem naquela época.

4.2 A Segunda Seção – os Profetas

A segunda seção e formada pelos escritos chamados de Profetas Antigos, Josué, Juizes, Samuel e Reis, bem como os chamados Profetas Posteriores como Isaías, Ezequiel e Jeremias e os doze Profetas Menores, que eram considerados como sendo um só livro.
Não se sabe ao certo quando a segunda parte do Cânon judaico, chegou a ser considerado tão sagrado que nenhum outro livro lhe podia ser acrescentado. Sabe-se contudo, que já desfrutava essa qualidade no começo do século II a .C., conforme atestam algumas evidências históricas e o seu uso no cântico em louvor aos pais, em Eclesiástico 44. Nesse tempo já havia outros livros que começavam a merecer certa reverência especial e que mais tarde vieram a constituir o terceiro grupo de livros do cânon judaico.

4.3 A Terceira Seção – os Hagiográficos

Os escritos hagiográficos compreendendo, Salmos, Provérbios, Jó, Cânticos, Rute, Lamentações, Eclesiastes e Ester, Daniel, Esdras, Neemias e Crônicas foram o último grupo de livros a serem aceitos como sagrados em um todo.
No prólogo ao Eclesiastico, Jesus Ben Siraque (em torno de 132 a.C.) escreve que os judeus já tinham três divisões em sua Bíblia, a Lei, os Profetas e os outros livros. As referências feitas pelo historiador judeu Flávio Josefo (cerca de 100 d.C.) e as citações em o Novo Testamento (Lc 24:44, Mt 23:35) indicam que no tempo de Jesus e de seus Apóstolos o cânon do Antigo Testamento já continha as três seções concluídas como as conhecemos hoje, sendo que na Bíblia Hebraica o Antigo Testamento conta de 24 livros, ou de 22 caso se una Rute com Juizes e Lamentações com Jeremias, não obstante, trata-se dos mesmos 39 livros do cânon Protestante.
A data da conclusão do cânon vetero-testamentário é incerta, alguns afirmam ser ele completo na época da conclusão da versão dos setenta, a Septuaginta, outros informam que ele deu-se somente com a realização do concílio de Jamnia. Portanto, pode-se considerar o cânon hebraico terminado entre os anos de 100 a.C. e 100 d.C.

V. OUTRAS FORMAS DE CÂNONES

5.1 O Cânon Católico
A igreja Católica segue praticamente a versão dos LXX, sendo a versão Vulgata Latina tida como canônica em 1546 no concílio de Trento, nesta versão estão inclusivos os livros considerados apócrifos ou deuterocanônicos, Tobias, Judith, I Macabeus, II Macabeus, Eclesiástico, Sabedoria.

5.2 O Cânon Protestante
As igrejas Protestantes seguem basicamente o cânon judaico, e conferem pouco valor aos livros deuterocanônicos, alterando apenas a sua ordem de colocação dos livros, sendo esta ordem de acordo com a ordem da Vulgata. Lutero, no entanto, os considerou menos sob o ponto de vista formal do que do ponto de vista do conteúdo, tendo o Eclesiástico e a Sabedoria de Salomão sido altamente privilegiados por ele, ao passo que os livros canônicos foram envolvidos também em sua crítica. As igrejas Protestantes negam a canonicidade dos livros apócrifos.

5.3 O Cânon Samaritano
O cânon Samaritano contém apenas os cinco livros da Lei. Gêneses, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Além desses, os samaritanos, tem uma adaptação do livro de Josué, onde contém uma continuação da história até os tempos do Império Romano. Esse cânon mais curto é geralmente explicado supondo-se que a congregação dos samaritanos se separou dos jerusalemitanos num tempo em que os judeus ainda não tinham desenvolvido as partes proféticas e hagiográficas do cânon.

VIII. TABELA COMPARATIVA DOS CANÔNES

CANÔN JUDAICO

CANÔN CATÓLICO

CANÔN PROTESTANTE

CANÔN SAMARITANO

A Lei  (Torá)

O Pentateuco

O Pentateuco

O Pentateuco

Gênesis

Gênesis

Gênesis

Gênesis

Êxodo

Êxodo

Êxodo

Êxodo

Levítico

Levítico

Levítico

Levítico

Números

Números

Números

Números

Deuteronômio

Deuteronômio

Deuteronômio

Deuteronômio

Profetas (Neviím)

Livros Históricos

Livros Históricos

 

Profetas Antigos

Josué

Josué

 

Josué

Juizes

Juizes

 

Juizes

Rute

Rute

 

 Samuel

I Samuel

I Samuel

 

 Reis

II Samuel

II Samuel

 

 

I Reis

I Reis

 

 

II Reis

II Reis

 

Profetas Posteriores*

I Crônicas

I Crônicas

 

Isaías

II Crônicas

II Crônicas

 

Jeremias

Esdras

Esdras

 

Ezequiel

Neemias

Neemias

 

Oséias

Tobias

Ester

 

Joel

Judith

Livros Poéticos

 

Amós

Ester

 

Obadias

I Macabeus

Salmos

 

Jonas

II Macabeus

Provérbios

 

Miquéias

Livros de Sabedoria

Eclesiastes

 

Naum

Cântico dos Cânticos

 

Habacuc

Salmos

Livros Proféticos

 

Sofonias

Provérbios

Isaías

 

Ageu

Eclesiastes


* No cânon Judaico na divisão dos Profetas Posteriores, com exceção dos Livros de Isaías, Jeremias e Ezequiel, os demais eram considerados como fazendo parte de um só livro.
** Em algumas versões este livro esta junto com Juizes.
*** Em algumas versões este livro está junto com Jeremias.
****Esdras e Neemias formam um só livro.


VII. CONCÍLIO DE JAMNIA

Ao final do primeiro século de nossa era os rabis reunidos em Jamnia examinaram quais os livros que deveriam ser considerados Escritura. Discutiram, aí, se Ezequiel e Cantares deveriam sê-lo. É evidente que esses rabis não viam os limites do cânon como definitivamente fixados. Por outro lado, é significativo que eles não aventuraram a possibilidade de inclusão de algum livro novo; sua preocupação era, antes, saber se algum livro, apesar de largamente reverenciado, deveria ser rejeitado, como era o caso de Ezequiel, aceito em Eclesiástico 49.8.

A fixação do cânon, pois, é a conclusão de um processo, e não o seu início. Quando certos livros forem reverenciados durante tão longo tempo que não seja mais possível separar-se deles, ou quando não se fazem novas adições durante tanto tempo que uma nova edição se torna inconcebível, então o cânon torna-se fixo por consenso tácito, o que possibilita sua fixação por decisão. A evidência por consenso tácito antes de os rabis terem se reunido em Jamnia, é que os livros do cânon judaico do Antigo Testamento, sempre fizeram parte da Bíblia da Igreja Cristã.

Nos mais antigos manuscritos do Antigo Testamento, escritos em grego, encontram-se alguns livros adicionais que não existem no Antigo Testamento hebraico. Alguns são, livros judaicos escritos originalmente em hebraico e que os cristãos devem ter recebido de judeus que os consideravam livros sagrados. Contudo, não há evidência de que os mesmo fossem reconhecidos como tal pelo judeus, ou rabis reunidos em Jamnia, os tivessem por canônicos. Gradativamente alguns livros adicionais, não pertencentes ao cânon judaico, foram sendo considerados como fazendo parte da Bíblia. Na verdade nem todos os países da Igreja antiga os aceitavam. Mais tarde no Concílio de Trento, a Igreja Católica Romana declarou-os canônicos. Alguns reformadores, por sua vez, consideraram-nos de leitura proveitosa, sem aceitá-los como canônicos, outros simplesmente os rejeitaram.

VIII. OS LIVROS APÓCRIFOS

A expressão apócrifo vem do grego “ta apokrypha”, que à princípio significa “coisas ocultas” e que em se tratando de cânon tem o sentido de “escritos excluídos do cânon”. Cerca de treze livros são considerados apócrifos no Antigo Testamento, sendo eles: 3 e 4 Esdras (ou 1 e 2 Esdras), Tobias, Judith, O Restante de Ester, Sabedoria de Salomão, Eclesiástico (também chamado de Sabedoria de Jesus ben Siraque), Baruque, a Carta de Jeremias, os acréscimos a Daniel, a Oração de Manassés e 1 e 2 Macabeus.

Estes livros são chamados apócrifos, ou seja, foram excluídos do cânon por não serem considerados como inspirados por Deus. Lutero citado por Bentzen, define os apócrifos como: “Livros que não podem ser tidos como iguais aos livros da Sagrada Escritura, mas que não obstante são bons e úteis para se ler” ( BENTZEN, 1968, p30). Para Jerônimo (séc. V d.C.), os livros apócrifos são o excesso da Septuaginta em comparação com as Escrituras Hebraicas, e não deveriam ser usados como fonte de qualquer doutrina cristã.

Os livros apócrifos são encontrados na versão dos setenta, a Septuaginta. No concílio de Trento em 1548, a Igreja Católica reconheceu os escritos apócrifos, com exceção de 3 e 4 Esdras e da Oração de Manassés, como autoritários, ou seja canônicos. Isto deu-se em oposição a reforma de Lutero, e de acordo com Tarnner, citado por Turner, “o motivo foi que a Igreja Católica encontrou nesses livros o seu próprio espírito”. ( TURNER, 1949, p38).

8.1 Breve resumo dos apócrifos e suas heresias.

3 Esdras (ou 1 Esdras). Denota ser uma compilação de material extraído de diversas partes do Antigo Testamento e inclui o “Debate dos três soldados” (3:1-5; 6), no qual a supremacia da verdade é demostrada através de erros e inconsistências históricas. Entra em contraste com suas próprias fontes.
4 Esdras (ou 2 Esdras). Livro apocalíptico no qual Esdras através de visões lamenta a situação difícil de Israel e procura um Messias que restaure a nação a sua glória anterior.

Tobias (200 a.C.). É uma mistura de folclore e romance, sendo uma história novelística sobre a bondade de Tobiel, pai de Tobias, e alguns milagre feitos pelo anjo Rafael, entre as suas heresias apresenta a justificação pelas obras (4:7-11, 12:8), superstições (6:5), mediação dos santos (12:12), um anjo engana Tobias e o ensina a mentir (5:16 a 19). Além de conter erros históricos e geográficos.

Judith (150 a.C.). Narra a maneira de como uma mulher judia mata um líder inimigo e salva o seu povo. Sua grande heresia é a própria história onde os fins justificam os meios. Esta marcado por erros cronológicos.
O Restante de Ester compreendem o sonho de Mardoqueu, o edito de Assuero contra os judeus, as orações de Mardoqueu e Ester, o edito de Assuero a favor dos judeus e um epílogo.
Sabedoria de Salomão (há divergências quanto a datagem, uns dizem 40 d.C. e outros afirmam 100 a.C.). Sua essência doutrinária é mais próxima do pensamento grego que do hebraico e tem a finalidade de lutar contra o epicurismo. Apresenta o corpo como prisão da alma (9:15), doutrina estranha quanto a origem e o destino da alma (8:19,20) e salvação pela sabedoria, (9:19).

Eclesiástico (180 a.C.). O autor utilizou o modelo do livro de Provérbios. Suas heresias são a justificação pelas obras (3:33,34), trato cruel aos escravos (33:26 e 30), incentiva o ódio aos samaritanos (50:27,28).
Baruque (100 d. C.). Apresenta-se como sendo escrito por Baruque, o cronista do profeta Jeremias, numa exortação aos judeus quando da destruição de Jerusalém, porém a sua apresentação é inverossímil, visto que o livro é de data muito superior. Sua principal heresia é a intercessão pelos mortos (3:4).
Acréscimos a Daniel compõem-se de três seções suplementares alheias ao hebraico, sendo elas: Capítulo 3:24-90, a oração de Azarias seguida pelo cântico dos três jovens quando libertos da fornalha; Capítulo 13, a história de Suzana na qual Daniel a salva num julgamento fictício baseado em falsos testemunhos; Capítulo 14, Bel e o Dragão contém histórias sobre a idolatria.

A Oração de Manassés consiste num curto salmo, que apresenta o suposto pedido do rei pela misericórdia divina durante um período de aprisionamento na Babilônia.
1 Macabeus (100 a.C.). Narra a história de três irmãos da família dos Macabeus, que no chamado período interbíblico (400 a.C. – 3d.C.), lutam contra os inimigos visando a preservação de seu povo e de sua terra. Tem base em algumas fontes literárias genuínas, embora a autenticidade de determinados trechos seja contestada.
2 Macabeus (100 a.C.). Não é uma continuação de 1 Macabeus, mas um relato paralelo, cheio de lendas e prodígios de Judas Macabeu. Contém diversos erros cronológicos e contradições efetivas. Entre suas doutrinas errôneas estão a oração pelos mortos (12:44-46), culto e missa pelos mortos (12:43), intercessão pelos santos (7:28 e 15:14), e o próprio autor não se julga inspirado (15:38-40, 2:25-27).

CONCLUSÃO

Pode-se assim concluir que o ensino oral, era o meio de se comunicar a Revelação divina durante o período compreendido desde a criação do homem até o dia em que o próprio Deus ordenou a Moisés que, registrasse de forma escrita suas mensagens em livros.

O trabalho de composição do Antigo Testamento era bastante difícil. O material necessário para escrever não era de fácil acesso, sendo um material de preço elevado na época. Também o trabalho da escrita a mão, era muito vagaroso, sendo que a tarefa das pessoas que escreviam e dos copistas era árdua e devia ser feita com o máximo de atenção para evitar a ocorrência de erros. Todos estes fatores tornavam a produção dos manuscritos dispendiosa, contudo, não faltaram pessoas de boa vontade que copiaram as escrituras e a fizeram chegar até nós.
O agente que qualifica um livro para ocupar lugar no cânon do Antigo ou do Novo Testamento não é o simples fato de ser antigo, ou de fazer muito tempo que é lido valorizado e aceito pelo povo de Deus, mas sim, que tenha a autoridade de Deus para aquilo que diz.

Não se sabe ao certo a data da conclusão do cânon vetero-testamentário, alguns afirmam ser ele completo na época da conclusão da versão dos setenta, a Septuaginta, outros informam que ele deu-se somente com a realização do concílio de Jamnia. Portanto, pode-se considerar o cânon hebraico terminado entre os anos de 100 a.C. e 100 d.C.
Tem-se feito uma comparação entre os cânones: judaico, católico, protestante e samaritano. Já ao final do primeiro século de nossa era os rabis reunidos em Jamnia examinaram quais os livros que deveriam ser considerados Escritura.
Os livros apócrifos são livros de boa leitura, mas de modo algum inspirados, deve-se ter cuidado ao lê-los, além de bom conhecimento teológico para se examinar as suas heresias, evitando assim toma-los por fonte de qualquer doutrina.

Espera-se ter alcançado o objetivo, com seriedade e dedicação, que a própria matéria exige. Pois acima de tudo, o que vale mesmo são as oportunidades, que a vida oferece a cada dia, para o crescimento pessoal. E assim desta forma, divulgar a Palavra de Deus. Obtendo assim certeza e conhecimento sobre o assunto acima exposto, pois no futuro possivelmente, estaremos falando a outros, todas estas coisas sobre a formação do cânon.

 
 
 
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