Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso
OS HAMDANIDAS
Dinastia árabe muçulmana do norte do Iraque (Al-Jazira) e Síria (905-1004), cujos integrantes ficaram famosos como guerreiros e grandes patrocinadores de poetas e intelectuais árabes.
Hamdan ibn Hamdun trouxe sua família para o cenário
político, ao tomar parte nas insurreições contra o califa abássida, no final do
século IX. Seus filhos, no entanto, tornaram-se oficiais abássidas, al Hussein servindo
como comandante militar, e Abu al-Hayja 'Abd Allah iniciando a dinastia hamdanida ao
assumir o posto de governador de Mosul, em 905. A dinastia alcançou uma feição
independente sob o governo do filho de 'Abd Allah, Nasir ad-Dawlah al-Hasan (929-969) e se
expandiu em direção à Síria. Em 979, os hamdanidas foram expulsos de Mosul pelo buaihida 'Adud ad-Dawlah, que anexou o Iraque aos seus
domínios, e Abu Taghlib (969-979) foi forçado a buscar refúgio junto aos fatimidas do Egito, embora sem sucesso. 'Adud ad-Dawlah mais
tarde manteve dois hamdanidas, Ibrahim e al-Hussein, como governantes adjuntos de Mosul
(981-991), mas o poder da dinastia já tinha se transferido para a Síria.
As batalhas de Alepo e Homs foram vencidas pelo tio de Abu Taghlib, Sayf ad-Dawlah, que
passou a maior parte de seu reinado (943-967) defendendo suas fronteiras (norte da Síria
até Armênia) contra os gregos bizantinos. Foi em honra a Sayf ad-Dawlah que o poeta
Mutanabbi, na sua passagem pela corte hamdanida, escreveu seus famosos panegíricos. Os
problemas com o império bizantino aumentaram durante o governo de Sayf ad-Dawlah. O reino
foi invadido diversas vezes e até Alepo e Homs foram temporariamente perdidas, porque os
fatimidas também começaram a violar a fronteira sul da Síria. Os fatimidas e os
hamdanidas lutaram pela posse deAlepo durante todo o reinado de Sa'id ad-Dawlah
(991-1002), atraindo o imperador bizantino Basil II para o conflito. Em 1002, o controle
de Alepo passou para as mãos do general escravo Lu'Lu', que governou como regente no
período hamdanida e depois como súdito dos fatimidas.
FONTE: