"O ARQUITETO E A ARQUITETURA, NA ATUALIDADE E NO FUTURO"

"7 DIRETRIZES PARA COSTRUIR UM AMANHÃ"

 

RESUMO

O presente trabalho não pretende ser um tratado acadêmico, é um simples espaço de reflexão e chamamento que busca e propõe, a partir da nossa essência, fazer um alerta num universo de produções intelectuais.

O papel do arquiteto e a ética da profissão são temas que tem sido e são de reformulação permanente, e os acontecimentos culturais, políticos e econômicos deste fim de milênio incorporaram novos ingredientes à uma problemática que, em muitos aspectos, nunca foi resolvida. Acreditamos que este é o momento de rever e propor pautas consoantes a esta nova realidade.

Pretendemos abordar o ponto de vista dos arquitetos que, atuando em países diferentes, percebem os mesmos elementos de advertência e denúncia. Neste difícil momento, convocamos à reflexão, alimentando a esperança de fazer mais ético, responsável e digno nosso desempenho profissional no futuro.

Pressionados por uma dura realidade, apartados das decisões e atendendo a mercados extremamente competitivos, abraçamos novas modalidades de exercício profissional que surgem com práticas que se transformam em regras, afastando cada vez mais os arquitetos de sua finalidade natural: a de atuar com profissionalismo visando um mundo melhor.

Discorrer em detalhe sobre todos os aspectos da profissão significaria um esforço muito grande. O presente trabalho tenta enfocar o mais relevante, com o propósito de oferecer um panorama geral, convidando à aprovação de um manifesto aberto, de consenso, proposição de uma nova postura que, adotada, possa reverter nossa situação atual, criando condições para tornar nossa ação efetiva para a sociedade

Neste fim de século, com tensões desequilibrantes, questionamentos de todos os conceitos e preconceitos, vivemos com a constante sensação de anarquia e futilidade humana, sujeitos à onipotência e impotência, angústia e fantasia, em um habitat globalizado no qual ações locais geram reações mundiais. Sem a direção autônoma e local que foi regra até um passado recente, as comunidades navegam sem bússola, neste jogo de ações e reações entre agentes longínquos e poderes insensatos. Na melhor das hipóteses este caos reverterá, no futuro, para uma gestão plural que atenda aos interesses do planeta como um todo. Como nenhuma outra hipótese nos interessa, a não ser a melhor, precisamos buscar uma maior participação no destino coletivo.

Por óbvia que possa parecer a verdade, faz-se necessário traze-la à público, e este é o espírito que motivou os autores a elaborar este trabalho, cujos conceitos podem ser aprovados ou discutidos, mas não desconsiderados, pois percebemos que são parte das inquietações de muitos colegas, e que é chegada a hora de adotarmos uma postura de consenso.

Se estas reflexões compartilhadas estimularem a imaginação dos colegas na direção de uma alternativa digna, nos sentiremos em paz.

Jorge Enrique Scattolini - Arquitecto - U.N.L.P. - La Plata - Argentina. - jescatto@hotmail.com

Oscar Müller - Arquitecto e Urbanista - São Paulo- Brasil - arquiteto@sti.com.br

 

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