Ídolos e Ícones



Bem vindo à nossa ilustre galeria. De tempos em tempos teremos aqui biografias, ping-pongs, curiosidades, estórias, ou simples lembranças de pessoas que, de uma forma ou de outra, contribuiram em algo, bom ou mau, para o mundo. Estas pessoas não precisam ser, necessariamente, famosas, bem conhecidades deste ou daquele grupo ou meio. Apenas precisam ter, à sua maneira, mudado o mundo ou a forma como as coisas são feitas ou pensadas. Se você tiver alguma sugestão, mande para mim, acompanhada de um endereço onde eu possa encontrar as informações. Dependendo do meu humor, eu posso colocar aqui :-)


E agora, o convidado: Como eu gostaria de ter um torpedo voador e mandar bem na casa do Linus Torvalds...

Pirata do Espaço
O Pirata do Espaço e seus personagens
(Foto obtida de um site em japonês. Como não tenho o plugin para exibição do idioma japonês, fico devendo os créditos. Mas, pensando bem, mesmo que eu tivesse o plugin, não ia dar para decifrar mesmo...)



Se você se lembrou de tudo, inclusive da apresentadora do programa, é claro que você se lembra de um dos melhores desenhos já exibidos na pobre televisão brazileira: o imbatível Pirata do Espaço. Ou você achou que eu estava falando da Xuxa? Caro leitor, você é mais nerd do que eu poderia imaginar! :-P

O trecho que se segue aqui, é uma REPRODUÇÃO emprestada de um fã-site sobre esta série, e achei muito oportuno que ele viesse figurar aqui nesta seção, pois é dotado de extrema sensibilidade por parte de seu autor. Claro que, abaixo, estão os devidos créditos e links para os respectivos sites. Com certeza vale a pena uma visita!

"Quando Joe gritava "Acionar os motores! Pirata do Espaço levantar vôo!", toda uma juventude parava em frente à TV: era o Pirata do Espaço que partia para mais uma missão em defesa do planeta Terra, contra os invasores do Império Gailar.

O Pirata do Espaço é um desenho animado japonês criado em 1976 por Go Nagai, e que fez milhares de crianças e adolescentes vibrarem em todo o Mundo. Com animação de Shizuko Katsumi, desenhos de Norio Suzuki, direção de Hiroshi Taisenji e dramatização de Go Nagai e Gosaku Ota, O Pirata do Espaço estreou no Japão, pela TV Tokyo, no dia 1º de julho de 1976, sendo transmitido só até 31 de março do ano seguinte. O título original é "Groizer X", mas foi exibido sob vários títulos, como Gloizer X, na Itália, e El Justiciero no Chile. No Brasil chegou como O Pirata do Espaço, em 1983, pela antiga Rede Manchete, no programa Clube da Criança - apresentado por Xuxa - depois de já ter sido exibido em quase todo o Mundo.

A Saga

A história começa quando Rita, uma jovem do Império Gailar, e sua tripulação, viajava numa nave de pesquisa, em uma grande expedição espacial. A nave apresenta problemas, forçando-os a pousar na Terra, onde tiveram que permanecer dormindo dentro de uma cápsula de suspensão, esperando o resgate vindo do distante planeta Gailar. Testes nucleares com explosões de bombas atômicas na Terra fazem com que eles despertem antes do tempo previsto para a chegada do resgate. Então Geldon, o imperador gailariano, se aproveita da situação e decide invadir a Terra, começando pelo Japão. Ele mata o comandante da nave, que não concordava com os seus planos, e prende o professor Yan, pai de Rita, também contrário aos seus planos, prometendo soltá-lo caso ele fosse capaz de desenvolver uma nave de guerra jamais construída, para que ele pudesse conquistar o Mundo. O professor Yan se empenha no desenvolvimento e construção do Pirata do Espaço, uma gigantesca nave de guerra super equipada, com a qual pretende fugir com Rita para evitar que Geldon execute o seu terrível plano de invasão à Terra. No entanto, ao tentar fugir, ele é atingido pelos soldados do Império Gailar, e diz para Rita fugir. Sem saída, Rita, que também fora atingida, se vê obrigada a partir sozinha no Pirata do Espaço em direção ao Japão. Ferida, ela não consegue pilotar a nave, que termina caindo próximo à base área Akane. O professor Tobishima, chefe da base, e Joe Kasaka, principal piloto de sua equipe, vão ao local da queda da nave e encontram Rita muito ferida. Eles a socorrem e a levam para a base Akane. Lá ela conta toda a história e se diz pronta para defender a Terra contra o Império Gailar, aliando-se à Equipe Akane, a bordo do Pirata do Espaço, e ao lado de Joe, que passa a pilotá-lo com ela. Assim, Rita passa a lutar contra o seu povo, o que provoca muito sofrimento nela, ao se ver obrigada a matar a sua própria gente, e muitas vezes até velhos conhecidos, nas inúmeras batalhas travadas com o Pirata do Espaço. Certa da morte de seu pai, ela passa a viver como uma terráquea e encontra no acolhimento da Equipe Akane sua nova família".

Confesso a vocês que, ao ler esse texto, chorei. Chorei muito. E, dentre as muitas coisas que passaram pela minha cabeça naquele momento, uma delas foi a certeza de que eu estava diante de um milagre: a Internet. De fato, nestes tempos de Pokemon, Digimon, sei lá o que "mon" e Dragon BallZ, eu nunca poderia imaginar que alguém ainda se lebrasse desta maravilha dos anos 80. Taí um verdadeiro ícone! E era exatamente como o autor do texto falou: TODA uma geração parou para torcer, rir, se emocionar e, claro, desenhar o Pirata nos cadernos escolares. Obviamente, Ganharia o respeito dos outros colegas quem desenhasse melhor a nave (os meus desenhos não ficavam dos piores...). E, numa época de Marketing (acho que nem chamava assim) fraquíssimo, não existia uma só miniatura de brinquedo. Sendo assim, tinhamos que nos virar como podíamos, usando caixas de remédio (Dimetapp), tubos de cola escolar, massinha, brinquedinhos de montar, etc... a fim de travar algumas batalhas. Se fosse hoje, ia estar cheio de camelôs vendendo toda sorte de parafernália com Joe, Rita e Cia.

Em minha pesquisa, me deparei com um site que tentava estabelecer um paradoxo entre os desenhos japoneses e americanos. Nele, algum Nerd imbecil (americano, é claro) questionava o que os desenhos nipônicos tinham que os americanos não tinham. E ele citou a qualidade, mas os desenhos da Disney já tinham. Citou o enredo, mas haviam ótimos exemplares de enredos (?) nos desenhos yankees. O infeliz citou também o fato de unicamente serem feitos fora dos EUA (típico ufanismo doente dos americanos, ou seja, segundo ele, os desenhos japas faziam mais sucesso do que os americanos porque as pessoas se sentiam melhor se consumissem algo que não viesse da terra santa. É mole?). Agora, que já foi dita toda a sorte de asneiras, vou dar a minha resposta: os japoneses são melhores do que os americanos, principalmente por causa de UM DETALHE: os desenhos japoneses respeitam o telespectador pois possuem ENREDO! Isso mesmo, os desenhos japoneses possuem início, meio e fim. Quer um exemplo? Um desenho muito legal que também passava mais ou menos nessa época era Caverna do Dragão. Empolgante, emocionante e tal. Mas, você que está lendo, já viu o FINAL desta série? E você mesmo que está lendo, não ficava revoltado quando os desenhos começavam a repetir e nada de final? E, ainda você, não ficava completamente ensandecido quando via que, em 1 ano, a série já tinha repetido toda umas duzentas vezes? E o final? E, quantos outros desenhos não seguiam essa filosofia tipicamente yankee, ou seja, a criança que está assistindo deve ser completamente retardada, debilóide e desatenta que não vai nem perceber. Pois é... Existe também um fator crucial que é a violência. Os desenhos japoneses não se faziam de rogados quando o assunto era fazer o vermelhinho jorrar. É bem verdade que em alguns casos como os Cavaleiros de Zodíaco, o sangue era até exagerado. Mas umas gotas vermelhas no ar sempre fizeram e vão fazer a cabeça da criançada (somos seres humanos, oras!). Nos desenhos americanos aconteciam absurdos como no desenho do Rambo, em que o dito personagem atirava com uma metralhadora nos inimigos e eles não sangravam. Na maioria das vezes, ele mirava em algo próximo e a tal coisa explodia. O desenho era até legal, mas nem as crianças conseguiam engolir essa mentirada. Mas, não que os desenhos fossem politicamente incorretos, mas havia mais realismo. E também, os desenhos japoneses merecem todo o mérito, pois os personagens tem sempre a mesma cara, o que poderia causar uma sensação de enjôo no telespectador. Claro que isso nunca ocorria, pois cada série era melhor do que a outra. Outra contemporânea do Pirata do Espaço foi a magnífica Patrulha Estrelar (conhecida no mundo civilizado como "Star Blazer"). Por isso amigos, os desenhos japoneses param gerações inteiras. Aqui, tivemos Speed Racer (década de 70), Pirata do Espaço (80's), Cavaleiros do Zodíaco (anos 90) e, finalmente, Pokémon e congêneres (2000's).

A cultura japonesa é fascinante. Toda aquela modernidade, aliada à tradição de milhares de anos. Superar a desgraça de ser o único país do mundo a ser vítima de um ataque nuclear e se transformar nesta potência dos dias de hoje, merece todo o nosso respeito. E nós pobres brazileiros, com nossas crendices, superstições, e espera de milagres, sentamos nossas bundas comodamente em nossas belas salas dotadas de TV's 20 polegadas para assistir aos Cidade Alerta, Brasil da Gente, Casa dos Artistas e o diabo a quatro, sempre esperando que este país aconteça. Pois esperemos! Como eu odeio ser brazileiro...

A infância é uma época curiosa. Nela, mostramos o esboço do que seremos quando adultos. E eu fico me lembrado das teorias mirabolantes que eu inventava para explicar à minha mãe por que Joe e Rita usavam o torpedo voador só no final da batalha. É bem verdade que, se eles usassem a arma no início, a vitória seria certa, sem muitas preocupações. Mas, que graça teria?

Segundo o site, a saga teve 36 episódios em que o Pirata do Espaço lutava contra toda sorte de robôs-bomba (nome de seus arqui-inimigos) para tentar detonar o Pirata e conquistar a Terra, em nome do império Gailar. E, em alguns deles, o Pirata do Espaço tinha que se transformar em robô, para combater os inimgos. E, essa era uma das partes mais empolgantes do desenho, pois todo mundo sempre ficava torcendo para que aquele episódio rolasse uma transformação. Outro ponto forte da série ficava por conta do Affair Joe/Rita. Eu me pergunto como, se éramos crianças, percebíamos que os dois se gostavam? Isso porque o fato NUNCA ficou explícito durante a série. Só na cena final do último episódio, quando Rita embarca com seu pai numa nave de volta a seu planeta, e Joe vai atrás com o Pirata do Espaço. E todos chorávamos diante da genialidade nipônica a serviço do entretenimento.

O tempo passou, nós crescemos, a rede Manchete acabou, mas nossas lembranças continuam intactas, nos caminhos mais obscuros e profundos de nossas mentes. Por sorte, hoje temos internet, o que torna fácil a interação entre jovens vindos desta geração, e que tem em comum a mania de ficar recordando os bons momentos da vida. O que seria de nós sem a infância? Ou sem o Pirata do Espaço? É bem provável que os Nerds malditos adoradores do Linux tenham a resposta...

  FONTES:
- Site não-oficial do Pirata do Espaço no Brasil (mais antigo)

Outro site muito legal sobre o Pirata. Músicas, descrições de episódios, etc...



Concorda? Discorda? Come corda? Mande seu comentário!

Outras Biografias

Voltar para Index

25/04/2002