Ídolos e Ícones


bio nº04


Burt Bacharach
Burt Bacharach e Dionne Warwick
(Foto emprestada de seu site não-oficial)



Esse eu nem me incomodo se vocês não conhecerem. O maestro Burt Bacharach é, sem dúvida, um dos ícones da música Pop do século XX, visto que emplacou (e ainda emplaca) singles e mais singles durante nada mais nada menos que 4 DÉCADAS! Isso mesmo! Então, você deve estar se perguntando: por que esse Impostor não se incomoda se eu não o conhecer? A resposta é simples: você Nerd Retardado acha que Pagode e Sertanejo são os "estilos" mais lindos, urgentes e melódicos do mundo, sem ter a mínima noção do que rola no mundo civilizado. Cobrir a péssima produção musical brazileira dos últimos (ou quem sabe de todos) tempos com o rótulo de 100% brazileiro ou música vinda do povo, só mostra o quão arcaico, idiota, primitivo e ignorante é o nosso querido povinho. Preciso dizer mais?

Sem dúvida, um músico fantástico. É como eu costumo definir o maestro Burt no alto de seus 72 anos. Sabe por quê? É que suas músicas tem um apelo tão grande junto ao coração que até hoje podemos ouvir regravações de seus maiores hits. Todo mundo grava Burt Bacharach! Dos mais consagrados músicos eruditos, até os mais descartáveis artistas de Dance Music, a música do maestro Burt embalou várias gerações, apenas com roupagens diferentes, mais de acordo com cada época. E sua competência produção impecável também merece destaque, passeando por estilos como o Soul, Jazz e Clássico fizeram de Burt um nome marcante na história da música, principalmente nos psicodélicos anos 60.

Nascido em Kansas City (EUA), o pequeno Burt estudou piano e bateria, ainda criança! Mais tarde, sua família mudou-se para New York, onde o já adolescente Burt pode frequentar os clubes onde seus ídolos fizeram apresentações históricas como Dizzy Gillespie e Charlie Parker. Nessa época (anos 40, vejam só), ele já era um bom músico, tendo tocado em várias bandas de Jazz ao longo de seu aprendizado. Com o passar do tempo e o aumento de seu interesse pela música, ele começou a pensar ainda mais alto. Tratou de estudar teoria musical e composição na Mannes School in New York. Logo depois, ele também frequentou outras escolas como Berkshire Music Center, New School for Social Research (onde Darius Milhaud, um grande compositor americano, lecionava música), Montreal's McGill University e, finalmente, na Music Academy of the West in Santa Barbara.

Nesse ponto, um período no exército americano fez com que Burt fizesse uma pausa em seus estudos musicais. Mesmo assim, ele ainda tocava piano numa banda formada por soldados. Ao voltar, em 1952, ele se casou com Paula Stewart, uma cantora que ele costumava acompanhar.

Aqui começa o sucesso: de volta aos EUA, ele começa a escrever canções para artistas famosos da época como Ames Brothers e Patti Page, mas seu primeiro sucesso veio em 57, quando sua canção "The Story of my Life" (cantada por Marty Robbins) alcançou o Top 20 EUA e o número 1 da BBC de Londres. Isso fez com que todos prestassem atenção ao maestro Burt e seu parceiro nas composições Hal David. São deles os maiores hits creditados somente a Burt. Em 58, eles retornam com a parceria Bacharach/David para os Top Hits: o single de Perry Como "Magic Moments", sucesso em ambos os lados do Atlântico. Nesse ponto, seu casamento com Paula Stewart acaba, fazendo com que Burt vá para a Europa, para participar da turnê da cantora Marlene Dietrich. Em 61, ele volta aos EUA, e escreve muitas canções para os Drifters, antes de se unir novamente ao seu parceiro David. Agora, vejam que coisa: durante uma seção de arranjo num estúdio, Burt encontrou o veículo perfeito para suas canções: a cantora Dionne Warwick, que fazia parte de uma banda chamada Gospelaires, que fazia backin' vocal para os Drifters.

Já pelos idos de 1962, Burt e David empenharam-se ao máximo em explorar as capacidades vocais de Dionne, presenteando o mundo com pérolas Pop de primeira grandeza e 15 Top 40's entre 62 e 98 (incluindo "Anyone Who Had a Heart", "Walk on By", "Message to Michael" e a mais linda de todas: "I Say a Little Prayer". Na Inglaterra só dava a dupla Bacharach/David: artistas como Frankie Vaughan, Cilla Black, Sandie Shaw, the Walker Brothers e Herb Alpert viviam alcançando os primeiros lugares da BBC com suas composições. Como se não bastasse, a dupla ainda arranjava tempo para escrever trilhas sonoras de filmes de estrondoso sucesso como "What's new Pussycat", "Cassino Royale" e "Alfie". O mais bem sucedido "Butch Cassidy and the Sundance Kid" ganhou o Oscar de melhor tema musical com "Raindrops Keep Fallin' on My Head" da dupla. Podemos destacar também o trabalho dos dois no musical "Promises, Promises", que ganhou um Grammy e permaneceu durante 3 anos na Broadway. E ainda por cima até sozinho Burt era um estrondo: ele lançava constantemente álbuns e singles solo, incluíndo a linda "I'll Never Fall in Love Again". E fechamos a década de 60 com a consagração do grande maestro!

O início dos "progressivos" anos 70 parecia promissor com os Carpenters atingindo o número 1 das paradas americanas com "(They Long to Be) Close to You". Entretanto, as previsões foram prematuras pois, neste mesmo ano, seus principais colaboradores o abandonaram, por seus projetos solo: Hall David e Dionne Warwick foram trabalhar em outras plagas e sua segunda mulher Angie Dickinson também deu no pé. Ficou então a espectativa de ótimos álbuns, que não aconteceram. Os anos 70 foram muito ingratos com o maestro, não lhe dando a devida atenção. Essa situação só viria a se transformar em 1981, quando ele colaborou com Christopher Cross, Carol Bayer Sager e Peter Allen no tema vencedor do Oscar naquele ano: "Arthur's Theme". Em 82, Burt se casa com Bayer Sager e ambos escrevem a canção que se tornaria um grande hit nos belos vocais de Roberta Flack (que interpretava originalmente a música "Killing me Softly", que você deve conhecer melhor nos vocais dos Fugees): "Making Love".

1986 foi o melhor ano de Burt em mais de uma década. Os singles "That's What Friends Are For" interpretada por um time de estrelas composto por Dionne Warwick (olha ela aí de novo...), Elton John, Gladys Knight e Stevie Wonder, e um dueto de Patti LaBelle e Michael McDonald "On My Own".

Em 91, como de costume, ele se divorciou de Sager, vindo a trabalhar com sua querida Warwick dois anos depois, em seu álbum "Friends Can Be Lovers". Ainda em 93, ele contribuiu com artistas de peso como James Ingram, Earth, Wind & Fire (a maior banda Black de todos os tempos) e Tevin Campbell. Durante os anos 90, a popularidade de Burt só cresceu, também devido ao fato de ídolos Pop assumirem publicamente que tiveram o maestro Burt como principal fonte de inspiração. Tanto que até o aborrecidíssimo Noel Gallagher (Oasis) teve a curiosa ídeia de colocar uma foto de Burt na capa de seu álbum "Definitely Maybe". Em 96, a BBC-TV exibiu um documentário tendo Bacharach como foco e, aproveitando a oportunidade, lançou um set com 3 CD's contendo os melhores momentos de Burt e de suas composições, isso já em 98!

Burt Bacharach é, sem dúvida, parte da cultura Pop do século XX. Tendo impressionantes 50 anos de carreira, e 40 de sucesso, ele deveria servir de inspiração para a quantidade crescente de picaretas que disputam um lugar nos Top 40 da vida. Mas afinal: é tão fácil "fabricar" um gênio assim?

  FONTES:
- Site não-oficial de Burt Bacharach



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21/05/2001