Não
me perguntem porque fico:
não saberia responder.
Vozes ocultas segredam-me palavras
que me obrigam a permanecer.
Nem
queiram descobrir por que razão
me agarro tanto às coisas aparentes
e olho tudo com o mesmo amor
aureolado de auroras quentes.
Eu
próprio ignoro
a causa desta minha sujeição
Trago a seiva dos troncos no meu corpo
e, com eles, estou preso ao chão.
Albano Martins