O crente, o fiel, testemunham a certeza de que Deus fará justiça com aqueles que esperam no Senhor. Nele depositam toda a sua confiança. Ao longo da história da Revelação, a esperança se concretiza na fé do Povo de Deus. Isto está exemplificado na oração, onde rezava o salmista: Não me tires da boca a palavra da verdade, pois eu espero em tuas normas (Sl 119, 43).
       Essa idéia apocalíptica da espera faz com que, em Deus, tudo e todos se tornem fortalecidos ( cf. Is 40, 31). Assim, a obra inteira da Criação se renova. "O céu e a terra encontram sua forma transfigurada definitiva na irrestrita onipresença de Deus" . A humanidade passa por um renascimento na contínua espera dos juízos de Deus. Deus julgará conforme a justiça, assegurando assim, a libertação do povo que na angústia e no sofrimento, esperam ardentemente a vinda do Messias, por que Nele e com Ele a tristeza se transformará em alegria ( cf. Jo 16, 20b).
       Com isso talvez, em nosso mundo moderno e pós-moderno, cheios de dúvidas e incertezas frente aos desejos do mundo e da promessa de Deus, precisamos fazer a mesma pergunta do salmista: E eu, Senhor, que posso esperar ?(Sl 39,8). Nós como cristãos batizados, muito podemos esperar, tudo podemos esperar, por que Cristo ressuscitou. É por isso que
       "vale esperar porque não estamos condenados a sonhar utopias nem a vislumbrar miragens. Criamos utopias e entrevemos miragens porque em nós está a semente da esperança e já o céu começou a germinar dentro deste mundo. Já estamos antegozando, em pequenas prestações, as forças do mundo futuro (Hb 6,5)" .
       Certamente para muitos, neste fim de milênio, a resposta será finalística, de fim do mundo. Mas para os homens e mulheres de fé, sustentados na espera da novidade, colocarão suas vidas em Deus e na sua Promessa em vista do novo céu e da nova terra.