Aquilo que Deus falou está intimamente ligado com aquilo mesmo que Ele é. O que faz é justamente o que fala e, o que fala é o que faz. Desse modo, todos os fatos de nossa história estão ligados ao evento Jesus de Nazaré. Nele Deus mostrou definitivamente à humanidade sua face. A plenitude dos tempos se realiza em Jesus de Nazaré para sempre no tempo e na história.
       Desde os tempos do Antigo Testamento, Deus mostrou-se intimamente automanifestando-se de muitos modos. Seja pela boca dos profetas, líderes, sacerdotes e reis, Deus indicou a Revelação plena que se completaria no Filho, o Messias esperado pelo Povo de Deus.
       A plena Revelação de Deus na história não significa que nosso conhecimento das verdades de Deus reveladas tenham-se exaurido no momento de nosso esforço intelectual. Deus, pelo Espírito Santo, nos enriquece a cada instante com sua graça infinita, dando novas formas e modos de compreender os sinais do Reino, já presentes na vida, aqui e agora no tempo e na história. Desse modo, o evento Jesus, com semelhança de realidade particular, mostra-nos o carater universal de sua mensagem. Quebra-se assim o mosaico exclusivo do povo eleito. A mensagem de Deus revelada está endereçada a todos. A Revelação não mais está "presa"a um grupo, povo ou cultura. Jesus, nos é dado definitivamente. Isso implica dizer também que a salvação vem, com Jesus, à humanidade inteira (2Tm 2, 4).
       A Revelação é um encontro de Deus com o homem. O homem, tocado por Deus no Filho, é agora interpelado para uma vida de ação na história para que Deus o tenha como como sinal predileto da Criação. O homem, ser histórico, é provocado a cada instante pela automanifestação de Deus. Cristologicamente falando, a Revelação plenificada no Filho compromete a humanidade ao seguimento. Aquele que, na vida reponde, acolhe os apelos de Deus revelados por Jesus, torna-se um indicativo histórico da eternidade aqui e agora. É a dimensão escatológica iniciada na escuta e na experiência de Deus movidos pelo Espírito Santo.