Pe. José Vergílio da Silva, CSsR
"Sinais da Revelação de Deus"
Introdução

       Deus é ao mesmo tempo sujeito e objeto da revelação; Deus que revela e Deus revelado, Deus que se dá a conhecer e se faz conhecer. Esse, sem dúvida, será o eixo temático que vamos refletir ao longo deste trabalho. Deus manifesta-se pela Palavra por inicitiva própria. Veremos também como Deus age no ritmo da história e, como seu povo O reconhece na vida. A progressividade da Revelação de Deus é constada desde o Antigo Testamento até o Novo Testamento. Em nossa temática, o ponto de partida, para falar da Revelação, é a Palavra de Deus, isto é, as Sagrada Escrituras. Dela e com ela poderemos trilhar nossa reflexão a fim de atingirmos mais compreensão e clareza daquilo que Deus quer revelar. Deus se dá a conhecer progressivamente. Do mesmo modo, o projeto de salvação na Aliança com Israel e nos últimos tempos, a Encarnação do Filho compreendem a mesma progressividade. Porém, a Revelação está dada plenamente em Jesus Cristo. Com isso, entendemos a ação da Palavra de Deus, que convida o homem à fé e à vivência comunitária, iniciando assim, aqui e agora, o Reino de Deus. Com Ele a humanidade entra na dinâmica da salvação. Veremos também que, Jesus é o testemunho da concretização de tudo que estava "proje-tado e anuncia-do" no advento de Deus, e que por sua vez, tornou-se o presente máximo para a humanidade. Neste projeto, quis Deus, que a humanidade, na condição de filhos amados habitassem o "novo céu e a nova terra" (Is 66, 22; Ap 21, 1). Desse modo, a Revelação está orientada para a realidade que há de vir. É a esperança do povo de Deus firmada na vida sob os pilares da fé que espera na renovação de todas as coisas. É por isso que vale apena esperar porque não estamos condenados a sonhar utopias nem a vislumbrar miragens. Criamos utopias e entrevemos miragens porque em nós está a semente da esperança e já o céu começou a germinar dentro deste mundo. Já estamos antegozando, em pequenas prestações, as forças do mundo futuro.
       Este será o perfil de nosso trabalho. No primeiro capítulo pretendemos refletir momentos na história da Revelação e Sinais da Revelação de Deus em nosso meio. No segundo capítulo, apresentaremos as fontes da Revelação; as Sagradas Escrituras. Desse modo, Deus, pois, inspirador e autor dos livros de ambos os Testamentos, de tal modo dispôs sabiamente, que o Novo estivesse latente no Antigo e o Antigo se tornasse claro no Novo, diz o Vat II. Já no terceiro capítulo, veremos a promessa de Deus, onde renovará todas as coisas. Tudo tornar-se-à novo desde o novo céu a nova terra. No quarto capítulo, apresentamos as fases da Revelação. Onde apresentamos momentos como o ver sinais da ação reveladora de Deus no meio de nós. Também o Ouvir com momento decisivo da escuta e observância da Palavra de Deus no curso da história humana. O quinto capítulo, trataremos do evento Jesus. Nele e com Ele, temos a plenitude da Revelação de Deus no mundo. Também Nele, Deus mostrou definitivamente à humanidade sua face. A plenitude da Revelação realiza-se em Jesus de Nazaré para sempre no tempo e na história. Em Jesus Cristo tem-se o evento em que Deus se dá a conhecer a Si mesmo. Deus é o sujeito da Revelação, enquanto Jesus Cristo é seu conteúdo. Por fim, acreditamos que, ao vislumbrarmos os horizontes da Revelação de Deus, possamos sempre mais percebermos e sentirmos a realidade revelada. Esperamos também que este trabalho levante questionamentos e interesse na pesquisa a cerca da Revelação em vistas de experenciarmos mais profundamente Deus em nossa vida.

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