L'Art du Strip-tease




Neste exato momento, em alguma parte do mundo ou mesmo da sua cidade, alguém deve estar dançando diante de uma platéia, tirando lentamente a roupa e as dúvidas de quem ainda não percebeu: o "strip-tease" esta de volta.

Evidentemente, esse jogo entre o/a "voyeur" e a/o exibicionista não é praticado hoje da mesma maneira que há 30 ou 40 manos atrás, a época de ouro do "Strip-tease. Para conhecer o velho estilo, é preciso conhecer o CRAZY HORSE SALOON em Paris. Lá a tradição perdura. É como um museu. Ou um templo. Mas ainda vale aquela regra básica, que Lili Sztajn resumiu assim no prefácio do livro L'Art du Strip-tease:

"A nudez entrevista é um segredo revelado, um quarto fechado que por um instante esquecemos de fechar a porta, um prazer de criança que jamais cresceu".

Mas quem quiser buscar as mais antigas referências sobre este assunto, terá que regredir até Eva e passar por Salomé, que usou a dança dos sete véus para obter a cabeça de João Batista. Assim, para encurtar o caminho, é melhor pular logo para a Segunda metade do século XIX.

Foi nesta época, não se sabe ao certo se nos USA ou na França, que o Strip-tease surgiu com todos os seus contornos de arte e começou a tomar a forma que consta hoje no imaginário coletivo das pessoas. O que talvez possa ser explicado pelo simples fato de que aquele ser um tempo em que as mulheres tinham muito o que tirar: meias, luvas, cintas-ligas, saias, soutien, corpetes, etc...

A certidão de nascimento deve ser mesmo norte americana, até pelo nome, que vem da união das palavras "strip" (desnudar, tirar a roupa) e "tease" (excitar, provocar). Seja como for, foi nos shows de can can em Montmartre e nos teatros de New York que o Strip-tease encontrou sua melhor moldura, com muitas plumas e uma ciência própria. Algumas regras são básicas: tira-se tudo, menos os sapatos;
a meia não pode ser nunca da cor da pele;
e o espetéculo deve durar ao menos 20 minutos.

Uma das mais famosas damas do assunto foi "Gypsy Lee Rose", estrela que nasceu Louise Hovick e cuja carreira atravessou meio século de showbiz (como atriz de cinema, teatro e TV e autora de novelas policiais), começou acidentalmente. Mas o mais importante é que ela levou este tipo de apresentação ao patamar de Arte.



Bibliography:
Title (titulo): Jornal do Brasil (suplemento de domingo): Strip - Tease
Text (texto): Adriana Castelo Branco e Marcos Tardin