HISTÓRICO
DA LÓGICA PARACONSISTENTE
Segundo LUKASIEIVICZ(1910 E 1971), Aristóteles
já tinha idéia da possibilidade de derro-
gação da lei da contradição. Lukasiewicz, por
seu lado, argumenta que essa lei pode ser
derrogada porque não é diretamente evidente,
não é uma lei determinada pela organização
psicológica do homem e, também, não pode ser
demonstrada com base na definição de negação.
A seguir, N. a VASILIEV, entre 1910 e 1913,
publicou uma série de artigos, nos quais mostra
a lei da contradição na forma "um objeto
não pode ter um predicado que o contradiga"
pode ser derrogado, esboçando uma lógica
não-aristotélica e, em particular, uma teoria
de silogismo onde podem aparecer premissas da
forma "A é B e não B". Apesar de
Vasiliev não ter explicado todas as leis da
lógica, o seu trabalho é particular- mente
interessante pelo fato de já delinear uma
lógica paraconsistente. Em 1948 e 1949,
JASKOWSKI propôs um sistema lógico baseado no
sistema modal S5 , Lewis ao qual de- nominou
Lógica Discussiva. Porém, Jaskowski não
axiomatizou seu sistema; isto só foi feito
posteriormente por DA COSTA 7 DUBIKAJTIS (1968 e
1977) e por KOTAS & DA COSTA (1979). Apesar
de Jaskowski já ter proposto, de forma mais ou
menos explícita, um cálculo proposicional
paraconsistente, consideramo-lo ainda como um
precursor da ló- gica paraconsistente. Isto pelo
fato de não Ter ido ele além de um cálculo
proposicional e por, aparentemente, não Ter
percebido o significado da lógica
paraconsistente em toda sua amplitude. O
aparecimento da lógica paraconsistente somente
ocorreu em 1963, com um trabalho do lógico
brasileiro Newton Carneiro Affonso da Costa. Da
Costa já havia ex- posto suas idéias sobre o
conceito da contradição anteriormente, mas só
em Da Costa (1963) é que ele formulou, não um
sistema, mas uma hierarquia enumerável de
lógicas pa- raconsistentes de primeira ordem,
dos respectivos cálculos de descrições e um
esboço de teorias paraconsistentes de conjuntos
construídos sobre sua lógica. O termo lógica
pa- raconsistente só foi cunhado em 1976 por F.
Miró Quesada, numa conferência pronun- ciada
durante o III Simpósio Latino-Americano de
Lógica Matemática, realizado na Univer- sidade
Estadual de Campinas. Até essa época usou-se o
termo "lógica para sistemas for- mais
inconsistentes", introduzido por da Costa em
1963. A partir de 1963, as pesquisas em lógica
paraconsistentes desenvolveram-se muito
rapidamente, em parte como conse- quência dos
trabalhos de da Costa e sua escola e, em parte,
independentemente. Hoje, a lógica
paraconsistente é um ramo bastante estudado no
Brasil, na Austrália, na Polônia e nos Estados
Unidos. O lógico brasileiro Newton, iniciou
estudos no sentido de desenvolver sistemas
lógicos que pudessem envolver contradições,
motivado por questões de nature- za tanto
filosófica quanto matemáticas. Ele é conhecido
internacionalmente como o real criador das
lógicas paraconsistentes. A lógica
paraconsistente ou "não clássica"
diverge da lógica clássica no sentido de que
possam alicerçar sistemas teóricos que admitam
contradições, expressões do tipo "A e
não A" sem que no entanto se tronem
triviais, ou seja, sem que todas as expressões
bem formadas de sua linguagem possam ser prova-
das como teoremas do sistema.
NOÇÕES DA LÓGICA PARACONSISTENTE
DEFINIÇÃO
Foi iniciada para desafiar o princípio da
contradição.. As lógicas clássica,
Intuicionista, e outras lógicas não tratam
deste princípio. Lógica não clássica, pode
ser usada como lógi- ca subjacente de uma teoria
inconsistente e não trivial., nela "Uma
contradição não invali- da (ou não
trivializa) o seu sistema" Vasileiv.
"As lógicas paraconsistentes romperam o
paradigma caracterizado pela lógica de
tradição aristotélica, possibilitando que se
possa aceitar a existência de teorias
inconsistentes e a coexistência de sistemas
lógicos incom- patíveis entre si".
CLASSIFICAÇÃO DA LÓGICA
PARACONSISITENTE
FRACA, é quando pode servir de base tanto
p/teorias paraconsitentes quanto para teorias
consistentes.
FORTE, geralmente, já existe uma fórmula tal
que ela e sua negação são teoremas nessa
lógica.
FUNCIONAMENTO DA LÓGICA PARACONSISTENTE
Uma teoria dedutiva T, cuja linguagem contenha um
símbolo de negação (~), é dita ins-
consistente se o conjunto se seus teoremas
contém ao menos dois deles, um dos quais é a
negação do outro. Neste caso sendo A e ~A tais
teoremas, normalmente deriva-se em T uma
contradição, isto é, uma expressão da forma A
^ ~A; caso isso aconteça, T é con- sistente. A
teoria T é trivial se o conjunto de suas
fórmulas coincide com o de seus teore- mas, ou
seja, dito informalmente se todos os enunciados
sintaticamente corretos do pon- to de vista da
linguagem de T puderem ser provados em T. Caso
aconteça o item (iii) a teoria não permite que
se distinga o "demonstrável" do
"não demonstrável", uma vez que não
poderá, por assim dizer, separar o verdadeiro do
falso. Uma lógica paraconsistente se pode ser
utilizada como lógica subjacente a teorias
inconsistentes mas não triviais. Isso implica
que o princípio da não contradição deve ser
de alguma forma restringido, a fim de que possam
parecer contradições, mas deve-se evitar que de
duas premissas contra- ditórias se possa deduzir
uma fórmula qualquer. Segundo Prof. Costa os
Sistemas For- mais Inconsistentes foram erigidos
para satisfazer as seguintes condições:
princípio da não-contradição na forma Ø (A ^
Ø A) não deve ser válido em geral, Não se
deve ter A, Ø |- B, ou seja, de duas premissas
contraditórias não deve ser possível, em
geral, deduzir-se qualquer proposição Todos os
esquemas de regras da lógica clássica que forem
compa- tíveis com estas duas condições devem
em princípio ser mantidas. A classe das proposi-
ções é decomposta em proposições de dois
tipos: na classe das bem comportadas (obe-
diência a lógica clássica, para as lógicas
bem comportadas A, tem-se que Ø (A ^ Ø A ) é
verdadeiro), toda fórmula válida do cálculo
clássico também o será nos cálculos de Siste-
mas Formais Inconsistentes, com exceção de um
deles; se A for mal comportada, pode -se ter A ^
Ø A . As lógicas paraconsistentes de certa
forma estendem-se a lógica tradi- cional,
permitindo certas investigações que não seriam
possíveis à luz da lógica clássica, elas não
visam eliminar a lógica tradicional, que
permanece válida em seu particular domí- nio de
aplicabilidade.
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