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Decisões


Um sinal na sala de comandos da mansão foi alertado, uma voz robótica informava aos x-men para se dirigirem para lá. Charles Xavier foi na frente com sua cadeira flutuante, seguido pelas mutantes femininas que estavam na mansão. Era Scott que enviava uma mensagem.

Xavier acionou um comando de voz e Scott apareceu no telão de plasma da sala de comandos.

Scott: X-Men, nós vamos encontrar problemas. Magneto já iniciou sua matança como retaliação ao que os mutantes passaram nas prisões. O Coronel Russel está morto, arrancaram seu coração. Ao que tudo indica, nós vamos ser um dos suspeitos. Encontraram grande concentração de enxofre ao lado do corpo.

Vampira: Não! Noturno!?!?!?

Scott: Exatamente.

Fera: É o mais plausível em se tratando de enxofre e de suas novas companhias. - Disse Fera entrando na transmissão.

Scott: Estamos voltando para casa.

A transmissão foi encerrada. Todos tinham um ar de horror, menos Jubileu, que achou a morte desse coronel uma coisa muito boa. O professor Xavier nem precisou usar muito de seus poderes telepáticos para ler isso na mente dela.

Jubileu: Fiquem sabendo que eu achei o máximo esse cara ter morrido! - Disse enfática enquanto chupava milkshake de ovomaltine por um canudinho vermelho.

Professor: Ter morrido, não... Ter sido assassinado!

Jubileu: Morreu, não morreu? Então dane-se como foi!

Tempestade: Mocinha! Isso são modos ou coisa que se diga?!?! Pela Deusa!

Nem deu tempo para qualquer um deles continuar com o sermão. Jubileu saiu da sala de comandos toda contente com a iniciativa do grupo de Magneto.

Professor: Ela vai nos deixar...

Tempestade: Mesmo depois de tudo que eu já conversei com ela, professor?! Jubileu é...

Professor: Eu tenho certeza. Ela vai nos deixar. Jubileu vê nas ações de Magneto uma reação legítima ao que eles fizeram. Vejo na mente dela que esses anti-mutantes devem morrer.

Vampira: Ela ficou indignada e revoltada com tudo. ... E não é para menos! Foi a primeira vez que a garota tirou a roupa na frente de um homem... ou melhor: na frente de todos! Foi tratada como um animal, viu estupros e mortes na frente dela. Viu Fera ser baleado, me ouviu gritar na sala do Edward Northon e deve ter imaginado coisas horríveis, viu Jean perder um filho, foi verbalmente humilhada, soube que Noturno e Forge passaram por uma lobotomia, e por fim... perdeu o melhor amigo e antigo namorado numa câmara de gás. Eu entendo essa garota. No fundo, também estou contente com a morte desse sujeito! ... Só não queria que tivesse sido assim, em um atentado que pode nos complicar.

Todos ficaram em silêncio, pensativos... Até que Tempestade perguntou por Gambit.

Tempestade: Onde está Gambit? Ele foi o único homem que não foi à Polícia Federal.

Vampira fez uma cara de zangada.

Vampira: Saiu... de novo.

Professor: De novo???

Até Xavier se assustou com a grande atividade, ligações e saídas de Gambit nos últimos dias. Vampira teve vergonha da pergunta feita até mesmo pelo professor.

Vampira: Pois é... De novo. E ele não abre aquela boca pra contar onde foi! Você não quer ler a mente dele, professor??? Eu tenho certeza de que ele não está fazendo boa coisa!

Professor: Vampira... Eu não posso invadir a privacidade dele dessa forma... Em hipótese alguma!

Vampira: Mas pode ser algo muito importante...

Professor: Não podemos ter certeza. O que seria muito importante? Ele não entra e sai com armas, drogas nem mulheres ou crianças. Nem traz nenhum objeto roubado! Não parece estar cometendo nenhum crime. Não posso ler a mente dele.

Ficou um clima de constrangimento no ar, uma áurea de indiscrição... Ao que tudo indicava, aquelas saídas de Gambit só queriam dizer uma coisa: Vampira estava sendo traída. ... Todos abaixaram a cabeça e tentaram não demonstrar pena. Vampira percebeu o clima pesado.

Vampira: Eu sei o que vocês estão pensando... Eu também pensei nisso! Aquele cachorro!

Silêncio na sala. Ângela não sabia onde colocar a cara.

Vampira: Mas e se for algo muito importante? - Eles tiveram pena dela quando ouviram essa frase.

Tempestade: ... Desculpa, Vampira... Mas o professor tem razão... Não deve ser nada demais. Deve... deve ser o de sempre.

O de sempre... Eles não sabiam, mas Vampira tinha completa razão!


Os mutantes foram se dispersando, voltariam aos seus afazeres e treinos regulares. Foi quando Gambit retornou com sua moto barulhenta para a mansão. Estacionou no jardim. Entrou na casa pulando a janela da sala.

Gambit: Voilá, c' est moi! Je suis retourné!

Vampira: Você demorou...

Gambit: Mas eu trouxe isso aqui, ma chere... - Era um lindo bouquet de rosas vermelhas. - Pour toi !!

Vampira: Rosas?! Isso tem cara de que você fez mais uma das suas besteiras!

Gambit: Esse seu sorriso tem jeito de que você gostou da surpresa!

Ela pegou o bouquet, deu aquela cheirada de revirar os olhos com o perfume e com o romantismo charmoso daquele gato. Depois, tentou engolir o sorriso e continuar com o inquérito:

Vampira: Remy... O que você tem feito de errado? Fala pra mim...

Gambit: Nada. Eu saí para comprar isso pour toi, ma chere!

Vampira: Sem essa! É porque nós não podemos mais nos tocar? Não é isso?

Gambit: É isso sim. Eu já te disse isso antes.

Vampira: Eu sabia... Você está se encontrando com alguma mulher. - Dessa vez Vampira não ficou irritada, nem esbravejou a frase. Disse com um ar de profunda tristeza, de quem não agüentava mais aquela rotina de traições, ao mesmo tempo que tentava entender a ânsia daquele garanhão em tocar uma mulher, já que ela própria não podia ser tocada.

Gambit: Engano seu. Mulher nenhuma! Eu estou tentando fazer com que nós dois voltemos a nos tocar, só isso.

Vampira: E por que tudo tem que ser tão misterioso?

Gambit: Dessa vez vai ter que ser assim. No mistério mesmo. Mas saiba que já está quase tudo no fim. Hoje ou amanhã estará tudo certo para nós dois!


Enquanto isso, em alguma ilha do Japão, Jean Grey tentava se refazer do susto que Wolverine lhe pregou. Ela estava profundamente decepcionada com ele, achou sua última atitude uma falta completa de consideração, boas maneiras e de uma grosseria e violência extrema!

Logan retornou para a casa flutuante do lago. Não foi bem recebido pela ruiva.

Jean: Odiei o que você fez hoje comigo!

Wolverine: É raro ouvir a palavra ódio da sua boca.

Jean: Não posso descrever de outra forma o que você fez comigo e com nossos filhos!

Wolverine: Nossos filhos?

Jean: Nosso filho e minha filha com Scott! É isso o que eu quis dizer! ... Mas eles são nossos agora! Você é o pai da Rachel nesse momento! E eu não sei mais por quanto tempo vai ser, mas vai precisar agir como um verdadeiro pai! Para os dois: Rachel e Christian!

Wolverine: Foi mal... Eu só deixei os guris sozinhos por dois segundos.

Jean: Eles poderiam ter caído na água!

Wolverine: Pois é... Foi mal! Da próxima vez fico mais de olho. Ser pai não é o meu melhor papel.

Jean: Eu já percebi!

Logan aproximou-se de Jean Grey. Ele passou os dedos numa mecha daquele cabelo ruivo.

Wolverine: Tu não tá legal, Jeannie. ... Você não é assim.

Ela recuou ao toque dele, dando dois passos para trás.

Jean: Não estou mesmo e você ainda me aparece com esse tipo pesado de assédio?! ... O que você ia fazer? Me agarrar?

Wolverine: Pô! Claro né, guria?! O que mais você acha? ... ... Eu gosto de você, mulher. Não percebeu ainda?

Jean: ...

Wolverine: Se você não quisesse, teria paralisado meus movimentos. Era impossível eu te fazer qualquer mal.

Jean: ... Tudo bem... mas que isso não se repita. E mais atenção com nossas crianças.

Wolverine: Você não queria estar aqui, eu sei... Isso aqui deve ser um tédio pra você: não tem seus amigos, não tem seu babaquinha do Scott, não é uma mansão, não tem tecnologias, tem muito treino pesado em que te é proibido usar poderes...

Jean: ... Pois é... Se eu não precisasse mais esconder a Rachel do Sinistro, eu não estaria mais aqui.

Wolverine: Mas para a mansão você não pode voltar.

Jean: Por que não posso? Não fui expulsa de lá... Saí porque quis.

Wolverine: Você teria coragem de voltar? Com o idiotinha caolho por lá?

Jean: ... Não chama ele assim... ... Não sei se eu teria coragem de voltar. Mas eu poderia ir para um lugar próximo. O problema é que Sinistro quer minha filha a todo custo. Que destino, meu Deus! Que destino!

Ela saiu da casa balançando a cabeça com pena de si mesma. Sinistro era o seu pior carma, sua pior provação na vida. Ter passado anos sem ter filhos com medo dele, foi difícil e angustiante;  ter que esconder a filha desse monstro, era pior ainda. Viver fugindo, viver pensando no pior, não ter paz em nenhum momento.

Antes dela sair, Wolverine ainda perguntou onde ela ia. Jean nem teve tempo de ouvir para responder, mas estava levando Rachel para a cachoeira, a menina adora ficar em baixo da água brincando.


Chegando lá, colocou a menina bem próxima a queda d'água, Rachel balançava as perninhas e bracinhos. Dizia "chão", querendo ficar em pé sozinha no rasinho do lago. Christian tinha ficado na casa flutuante com Wolverine. A gravidez desse filho durou apenas 3 meses! Christian tinha poucos meses e já estava quase do tamanho de Rachel! Com mais um mês, dois no máximo, já estaria andando e falando algumas frases. Mesmo sendo mutante, Jean se impressionava com essa precocidade do menino. No fundo, vinha-lhe um medo do filho envelhecer e morrer antes dela. Mas ela pensou na idade de Logan e se acalmou, Christian era filho de alguém com talvez 100 anos de idade ou mais; com uma aparência de enxutos 35! Talvez, por mais que tivesse um crescimento precoce, não significava que iria viver o tempo de um ser humano normal.

Depois começou a pensar em Scott, em como não agüentava mais aquela separação, saudade era o que sentia. Por vezes deixava rolar uma lágrima de remorso pelo que fez. Ter se deixado levar pelo desejo contido de anos e anos por Wolverine foi muito interessante. Ela deixou sua curiosidade vencer a razão. Ela deixou sua curiosidade ser saciada por aquela insistência eterna do canadense. Ela quis ver como seria, sabia que só poderia ser maravilhoso. Alguém que nunca desistiu de tentar levá-la para cama por anos e anos, só poderia lhe dar uma noite ótima. Afinal, foi muita insistência! E foi realmente ótimo!

Mas as conseqüências não lhe foram boas. Mesmo que não tivesse engravidado, sua traição nunca seria perdoada pelo marido. Grávida de outro, então, era muito pior.

Dona Jean Grey, a certinha perfeita, a conselheira das amigas, a calma, a racional, aquela que sempre colhia bons frutos do seu sempre correto semear de relações; agora via o que era uma má colheita. Não queria estar ali, não queria sentir esse remorso, não queria fazer Scott sofrer, não queria estar sem ele, não queria ter manchado a própria reputação de perfeita. Sentia-se muito deprimida.

Ela teria que tomar uma séria decisão. Ou tentava voltar para o marido, ou deixava de chorar pelos cantos e aceitava essa nova vida.

Tomou uma decisão.

Era noite em Manhattan e todos dormiam na mansão. O único que demorou mais tempo a dormir foi Gambit, parecia muito nervoso e estava sempre próximo ao telefone. Scott dormia em seu quarto com a brisa da noite a balançar suave sua cortina leve para dentro do quarto. Naquele ondular sinuoso, uma figura se revelava entre as curvas do tecido: Jean Grey! Scott arregalou os olhos dentro do seu óculos de quartzo rubi ao acordar e ver aquilo! Ou será que ainda não estava dormindo?!

Era uma visita mental que a telepata lhe fazia. Mas para ele, era tudo muito real. Era como se estivesse andando pelo quarto junto com ela, mas na verdade eram apenas as suas mentes que se encontravam. Jean foi até a cama dele e sentou na beirada.

Jean: Oi.

Scott: Oi.

Jean: Vim te dizer que sua filha está bem. E sente sua falta.

Scott: ...

Jean: Eu também sinto.

Scott: Jean... vai embora, por favor.

Jean: Eu estou me sentindo muito mal com tudo de errado que fiz com você: ter te traído e ter mentido para você. Eu queria muito que você ... conseguisse perdoar essa minha falta grave.

Scott: Sai da minha mente! Não tente me controlar com seus poderes! Me dê liberdade de pensamento!

Jean: Eu juro que não estou fazendo nada... Só estou aqui dentro de você para conversar contigo. Mas é só!

Scott: Use um telefone, como todo mundo!

Jean: Mas desse jeito você pode me ver e eu posso te ver. É como se estivéssemos um diante do outro.

Scott: Talvez seja isso o que eu não quero. Não quero você diante de mim.   

Jean: Se você disser que existe alguma chance de me perdoar e voltar para mim, eu retorno para mansão.

Scott: O que você fez comigo ainda dói muito, Jean. Às vezes parece que o tempo faz doer mais, porque a falta que você me faz é duplamente dilacerante quando combinada com a lembrança da sua traição. Uma traição muito baixa, muito vil. Nunca pensei que esse golpe pudesse vir de você, nunca! Não fazia o seu tipo... Não consigo pensar no que é pior: sua traição carnal ou o fato de me ter feito pensar que o filho de outro era meu. Me ter feito amar um filho que um dia me seria tirado, porque meu não era!

Jean foi ao chão e abraçou as pernas de Scott, que estava sentado na cama.

Scott: Levanta que isso não me comove!

Jean: Eu errei. ... Eu queria mais uma chance.

Scott: Uma traição dessas não é esperada nem mesmo de pessoas como Mística ou Emma Frost! E no entanto, você conseguiu fazer! Justo você...

Jean: Eu estava tentando cobrir um erro com outro pior ainda... Fiz tudo no desespero de não te perder... Minha vida está um lixo, Scott. Eu quero voltar para o seu lado, quero voltar para os x-men, para meus amigos, para o professor. Quero minha vida de volta.

Scott: E como seria, Jean? Como seria eu ter de criar o filho de Wolverine?! ... Como você acha que um homem se sente numa situação dessas??? Ter de olhar para o menino todos os dias e ver nele a dor que você me causou...

Jean se encolheu no chão em posição fetal, parecia uma borboleta que quer voltar a ser larva e entrar no casulo, sumir, desaparecer, morrer... Entre um choro surdo, ouvia-se uma súplica baixa de "perdão". Se arrependimento e tristeza matassem, essa telepata estaria morta.

Scott: Eu preciso que você vá chorar fora da minha mente, Jean. Saia, por favor.

Jean: .... Não... Não há volta?

Scott: Eu não consigo, Jean.

Jean: Você... ... me ... despreza? ... Me odeia?

Scott: Eu tenho muita raiva de você... Eu queria que você sofresse o que eu estou passando. Queria me vingar. 

A ruiva se levantou um pouco do chão, um tanto surpresa com aquela resposta. Ficou sentada olhando para ele com o rosto todo molhado de lágrimas.

Jean: ... Nós dois não somos tão perfeitos e certinhos como parecemos ser, se formos vistos muito de perto. ... Mas se te consola, eu estou sofrendo... e muito.

Scott: Mas eu não condigo fazer nada de mal a alguém que amo... Por isso, some da minha mente, da minha vida, das minhas memórias, dos meus sentimentos. Quero ser indiferente a você.

Jean: Então... Não há volta?

Scott: Não...

Jean: Não... agora?

Scott: Não... simplesmente.

Jean: Não diz isso.

Scott: É o que eu consigo dizer.

Jean foi se levantando do chão como alguém que têm dificuldades para andar, uma velha talvez. Parecia mesmo ter apanhado, não com tapas; mas com palavras. Estava arrasada, como alguém que leva uma surra na alma. Voltou para a cortina e voltou a sumir no ondular do tecido.

Queria que a conversa tivesse surtido outro efeito, no entanto, foi bom ver que Scott conseguiu expressar sua raiva... Isso era muito raro, vê-lo expressar raiva provocada por sofrimentos profundos. Ele não gritou e explodiu como fazem muitos, como faria Gambit, Wolverine ou Bobby... Mas ele conseguiu expressar uma idéia concreta de raiva, e não apenas tristeza. Talvez isso fizesse com que ele colocasse essa dor para fora mais facilmente e se livrasse dela, ao menos de parte dela.

Tanto tempo com a mente fora de seu corpo, Jean incorreu no mesmo ato que Wolverine: negligenciou o cuidado com a filha! Ela não percebeu uma estranha figura que apareceu entre as águas da cachoeira, e só se deu conta  de que sua filha estava nos braços dessa coisa, quando era tarde demais!

A figura era escura de pele, muito morena e parecia se esconder estranhamente entre as águas: Bruna!

Mais uma vez Jean teria que lutar contra aquelas duas vingativas: Mulher -Polvo e Bruna! No entanto, dessa vez nenhuma das duas tentava afogar sua filha! Nem mesmo matá-la de outra forma. Elas pareciam fugir pelo lago!

Jean: Rachel!!!!

Jean mergulhou no lago e viu que sua filha estava lá no fundo dentro de uma bolha de oxigênio! Aquilo tudo era muito estranho! Jean usou sua telepatia para imobilizar os tentáculos da Mulher-Polvo! Conseguiu! E percebeu o quanto fazia falta nela aqueles dois tentáculos que Wolverine arrancou com suas garras.

O problema maior era com Bruna! Jean nem sabia se ela tinha poderes e quais seriam! Mas ao que parecia, ela respirava debaixo d'água! E num piscar de olhos, Bruna atacou Jean! Sua pele morena começou a ficar acinzentada e depois foi se diluindo na água. Bruna virou água para total espanto de Jean! Não era como os novos poderes de Tempestade! Porque Bruna não ficava com uma forma de mulher de água! Não era isso! Bruna simplesmente se diluiu na água, sumiu!

Ela se transformou em correntes de água que tentavam invadir Jean. Jatos de água que entravam em seu nariz, boca! Que a puxavam para baixo, sem ela ter a chance de se defender! Jean não via quem a atacava!

Volta e meia conseguia subir à superfície e respirar ofegante, quando novamente era puxada para baixo. Não havia como tentar paralisar uma corrente de água com telepatia! E sua telecinésia estava difícil de ser empregada contra uma corrente móvel de água!

Já que a Mulher-Polvo continuava imóvel, Bruna tentava aniquilar Jean Grey para levar Rachel dentro da bolha de oxigênio para bem longe dali! Jean teve que pedir ajuda.

Quando sua cabeça saía um pouco da água, ela não só respirava como gritava! Eram gritos baixos, quase emudecidos por uma iminência de afogamento! Mas Wolverine tinha uma audição canina e ouviu tudo muito bem.

O canadense deixou Christian dentro de casa e saiu correndo em direção a cachoeira! Puxou Jean para fora da água com toda força, mas havia algo muito forte que a puxava para baixo!

Wolverine: Que merda é essa?!

Jean: Não sei! - E foi mergulhada de novo. Logan a puxou para fora mais uma vez. - Bruna!

Wolverine teve certeza que ouviu Jean dizer o nome Bruna. Mas como aquilo era possível?

Wolverine: Onde está Rachel???

Jean: Em baixo da água!

Wolverine: O quê!!?? *Snikt*

Jean: Mas ela está bem!

Logan começou a enfiar suas garras de adamantium na água, aleatoriamente, já que não via o quê exatamente atacava a ruiva. Ficava como um louco gritando e enfiando as garras na água!

Jean: Isso não está dando certo! Você não pode ferir a água! Bruna é água! E não tem forma nenhuma!

Wolverine: Como podemos vencer isso?!?

Jean: Me deixa aqui e vá pegar Rachel no fundo do lago! Ela está dentro de uma bolha!

Wolverine mergulhou para procurar Rachel. Ou Bruna afogava Jean Grey de verdade, ou Logan recuperaria a menina mutante. Então, Bruna voltou a invadir todos os orifícios de Jean. Ouvido, boca, nariz: um desespero!

Wolverine: Nããão! - Olhou para o lado e viu Jean nessa situação, desistiu de recuperar Rachel e voltou a puxar a ruiva para fora!

Jean: Não há como pará-la!

Wolverine: Se eu for pegar Rachel, você morre Jean!

Jean: Eu paralisei os movimentos da Mulher-Polvo, mas não consigo paralisar água!

Wolverine: Mulher-Polvo???? - Logan teve uma idéia brilhante.

Olhou para os lados e viu aquela Mulher-Polvo imóvel na margem do lago. Não pensou duas vezes e usou sua violência natural contra ela. Enfiou sua garras com toda força.

Wolverine: Tá na hora de acabar com essa palhaçada! *Snikt*

Jean fechou os olhos ao ver aquela brutalidade. Wolverine dilacerou aquela Mulher-Polvo! Voou sangue roxo para todos os lados e ela nem teve chance de se defender, estava paralisada. Mas para Logan, isso não queria dizer nada. Ele diria: "Foda-se! Bem feito!"

Lá estava ela, morta, toda ensangüentada, manchando a água de roxo.

Os estranhos movimentos de água também pararam. Logo Bruna voltou a se materializar. Seu corpo ficou boiando na água como se também estivesse morta. Finalmente parecia que a dominação da Mulher-Polvo sobre a morena havia passado. Bruna abriu os olhos e a cor original azul foi voltando aos poucos. Sua pele foi voltando ao normal. Ela parecia zonza, sem entender nada. Na verdade, parecia muito mal de saúde.

Wolverine: Bem vinda à vida de novo, guria!

Jean saía da água com Rachel nos braços.

Jean: Como isso tudo se explica?

Wolverine: Ela parece uma mulher normal agora.

Jean: Mas está muito mal.

Wolverine: Bom... Foram meses vivendo de baixo d'água, possivelmente envenenada pela Mulher-Polvo.

Jean: Que poder será esse de dominar as ações de seres humanos e ainda transformá-los em mutantes enquanto envenenados?!

Wolverine: Acho que eu matei um troço muito poderoso, Jean. Aquela porcaria tinha o poder de manter seres humanos vivendo debaixo d'água e de transformá-los nas coisas mais estranhas!

Jean: É... você matou alguém muito poderosa.

Wolverine: Que se dane, não tô nem aí! Ela só usava esses poderes pra fazer merda! E se eu não matasse, Bruna continuaria sob os mesmos efeitos, ameaçando nossas vidas.

Logan e Jean levaram Rachel e Bruna às pressas para a casa flutuante.


Nesse instante, no meio da madrugada de Manhattan, um bip soa dentro do bolso do sobretudo de Gambit! Ele checa a mensagem e cai sentado na cama. Põe a mão na cabeça e pensa no que fazer: seu plano não deu certo! Um dispositivo do bip indicava morte de um componente.

Passou semanas lutando por contatos e endereços, convencendo pessoas, arquitetando planos, para nada! Deu tudo errado.

No fundo, o cajun sente-se tão mal com essa missão, que ele não sabe se fica preocupado com o insucesso ou feliz com o fato do destino não estar lhe dando chance de voltar a ser um calhorda!

O problema era: Se não fizesse o que Sinistro quer, sua participação nos túneis Murlocks seria bradada a todos os ventos. Na certa, quando todos soubessem de seu terrível passado de assassino, Gambit perderia todos os amigos. E claro, perderia Vampira também.

Ele estava numa sinuca de bico, num mato sem cachorro, num canto sem saída, completamente perdido. Confuso, nervoso, preocupado. Fumava o tempo inteiro.

Resolveu ir até a cozinha beber um copo de água para se acalmar. Chegando lá, encontrou o pai da criança que tanto queria seqüestrar: Scott!

Gambit: Scott???

Scott estava sentado numa cadeira, com o rosto dentro dos braços que estavam deitados na mesa da cozinha. Quando o Ciclope levantou o rosto ao ouvir seu nome, fechou os olhos bem apertados e tirou o óculos de quartzo rubi para tirar as lágrimas presas dentro do óculos. Limpou o rosto com os dedos e voltou a colocar o quartzo rubi.

Gambit sentiu-se o pior crápula do mundo ao ver o pai de Rachel, quando ele justamente tentava ajudar Sinistro no seqüestro dela.

Gambit: Noite ruim, mon ami?

Scott: Pois é... Pesadelos... Saudade da minha filha.

Gambit: Entendo...

Gambit tinha pena dele, mas pensava no seria ser taxado de assassino por todos, perder os amigos, a equipe, a mulher que amava. Além disso, como pagamento pela ação, Sinistro lhe concederia a possibilidade de tocar Vampira para sempre. ... Mas o que seria pior: ser um assassino conhecido por todos e indesejado, ou um seqüestrador de bebês??? Não era só Jean que tentava encobrir um erro com outro erro: Gambit era mestre nisso!

Scott: Vou voltar para o quarto. ... Está com a chave da moto? Onde vai essa hora?

Gambit: Vou dar uma volta.

Sentia-se um monstro. Mas tentou limpar sua barra mentalmente. Sinistro tinha dito que só queria fazer um clone de Rachel. Ele não ficaria com a menina para sempre, ela seria devolvida para Jean. Ninguém perderia nada! Muito menos ele, que tinha muito a perder!

Mas o problema era o quê Sinistro quer fazer com um clone de Rachel. Isso pode fazer com que muitos tenham muito e muito a perder. Mas Gambit não queria pensar nisso.

Scott saiu da sala e o cajun pulou a janela da cozinha para o jardim. Vampira ouviu um barulho de moto enquanto dormia, abriu os olhos assustadas.

Vampira: Até essa hora!?!? ... Dessa vez eu vou atrás dele, não importa onde ele vá!

A sulista trocou a camisola por uma calça jeans e uma camisa vermelha. Saiu voando pela janela de seu quarto, seguia a moto de Gambit lá do alto das nuvens, sem que ele visse. Viu que Gambit se dirigia ao aeroporto, foi para um hangar especial de vôos não comerciais.

Vampira: Nossa! Jatinho particular!?!? da onde vem esse dinheiro?

Ela sabia que não precisava entrar no avião com ele, poderia seguí-lo com sua maravilhosa habilidade de vôo. E sua velocidade ultrapassava a do avião, se ela quisesse. Deixou que ele levantasse vôo e, antes de seguí-lo, resolveu fazer algumas inspeções. Desceu ao hangar e perguntou a um funcionário da limpeza:

Vampira: E aí, gatinho?! Noite fria, né?

Homem: Ôôôhh...

Vampira: Avião legal aquele, né?

Homem: É. Particular.

Vampira: Tava indo pra onde?

Homem: Disseram que ia pro Japão!

Os olhos de Vampira se arregalaram. Então Gambit queria mesmo Rachel de volta só para poder voltar a tocar nela?

Vampira: Coitado! ... E eu pensando coisas horríveis a respeito dele. - Lembrou do bouquet de rosas.

Vampira sorriu e suspirou só de pensar naquele charmoso movendo mundos e fundos só para isso, para tocar nela. Vampira não estava de todo errada, mas não era bem isso o que Gambit iria fazer.

Vampira: Eu vou atrás dele.

Foi para trás do hangar e levantou vôo, tinha que seguir o avião, pois não sabia o caminho nem o exato destino final. Passou todo vôo tentando descobrir como Gambit soube do lugar secreto em que Jean e Wolverine estava escondidos.

Foram horas de vôo, mas ela teve que sempre seguir o avião em sua velocidade. Viu que o jato pousava numa área próxima a de um grande e calmo lago. Lá no meio havia uma casinha em estilo japonês. Existiam árvores que saíam de dentro das águas do lago, era tudo simplesmente lindo. Ela pousou na margem do lago e suspirou com aquele cenário romântico, ideal para quem estava há algum tempo privada dos toques do marido. Ficou encostada em uma árvore e teve a certeza de que Rachel estava dentro daquela casinha no meio do lago.

Quando viu Gambit surgir de dentro da mata, Vampira correu para ele!

Gambit: Chere?!?! - Ele estava muito assustado com a presença dela ali. Pensou que ela sabia de tudo, que ele estava perdido. Que iria ser humilhado e surrado.

Mas não! Vampira correu para dar uma daqueles beijos cinematográficos em Gambit.

Vampira: Você é o melhor homem do mundo!

Gambit adorou o beijo, e seu ego sempre inflado ficou ainda mais feliz com o elogio.

Gambit: Eu sei, ma chere... Gambit é fabuloso!

Os dois sorriem. Vampira o abraça de novo. Infelizmente, dentro do abraço o sorriso de Gambit vai se transformando num rosto preocupado, mas Vampira não vê. Ele sabia que encontraria problemas com aquela sulista enfezada ali junto dele. Sua missão teria sérios problemas.


Continua Aqui

Decisões - Atualização


Jubileu acordou cedo naquela manhã. Muito cedo. Eram 5:20 da manhã, o céu ainda negro só deixava transparecer alguns tons de rosa alaranjado no longínquo leste. Ela arrumava sua mochila amarela, deixou o uniforme dos x-men em cima da cama, ela não precisaria mais dele. Enquanto arrumava o cabelo e colocava um brinco de argola, resolveu ligar a TV bem baixinho para não correr o risco de acordar alguém na mansão.

TV: Eu sou Hanna Márquez para o Jornal da Madrugada. São agora 5:21 da manhã e nós recebemos a notícia de que mais um atentado terrorista aconteceu em Manhattan às 4:30 da madrugada. A cidade ainda dorme, e ao que parece, o atentado tinha um alvo claro: a casa do senador Ramisfield. Suspeita-se da ação de grupos mutantes. ... Ramisfield foi um dos senadores que apoiou a transformação do antigo Harlem em um gueto de mutantes murado, e suspeita-se que também tenha participado da prisão clandestina de mutantes onde teriam morrido 400 mutantes numa câmara de gás. O mutante conhecido como Charles Xavier e seus alunos moviam uma ação na Justiça contra Ramisfield e tinham o desejo de vê-lo pegar prisão perpétua. Mas Ramisfield foi encontrado morto entre os destroços de sua casa agora há pouco. A polícia acabou de informar que sua esposa Charlize e seu mordomo Brian também morreram no atentado. Outras duas casas também foram parcialmente atingidas, mas a Defesa Civil já evacuou a área. Eu sou Hanna Márquez direto de Manhattan para O Jornal da Madrugada.


Jubileu desligou a TV e teve certeza de que deveria abandonar dos X-Men. Antes de sair do quarto, ainda olhou pela janela e viu ao longe colina com as cruzes. Lá estava uma das cruzes para Sammuel Guthry, o Míssil. Não houve corpo a ser enterrado, apenas seus objetos pessoais. Ela botou a mochila nas costas e desceu as escadas. Para sua surpresa, havia sim alguém acordado naquela casa e vendo televisão!

Jubileu: Ciclope!

Ele não tinha conseguido dormir aquela noite. Jean apareceu em seus sonhos e ele não teve mais paz. Resolveu virar a noite. Viu Gambit e Vampira saírem de casa e até agora não tinham voltado. Agora era Jubileu.

Scott: Você vai se arrepender, Jubileu.

Jubileu: Nem tenta me impedir!

Scott: Não vou mesmo... Tempestade já tentou, mas você não lhe deu ouvidos.

Jubileu: Magneto está fazendo a coisa certa. Cansei de esperar!

Scott: Magneto acabou de matar dois inocentes, uma mulher chamada Charlize e um homem chamado Brian; além de ter destruído a casa de outras pessoas.

Jubileu: Só lamento.

Scott: Você vai lamentar mesmo... muito.

Ela saiu porta afora, toda decidida. Teria que ir para Manhattan e tentar descobrir, nos bares e submundos mutantes, onde ficava exatamente a base de Magneto. Scott balançou a cabeça, tinha a esperança de que Magneto não a aceitasse no grupo e que ela voltasse derrotada para os x-men.

Enquanto isso, no Japão...

Gambit ainda estava assustado com o fato de que Vampira o seguiu. Como ele levaria seu plano adiante agora?

Vampira: Assustado, gatinho?

Gambit: Oui. Beaucoup!

Ela estava sorridente, tinha certeza de que o cajun havia feito essa longa viagem só para conseguir alguma coisa de Rachel, ou a própria Rachel, só para que os dois voltassem a se tocar. Vampira pegou Gambit pelo sobretudo e voou com ele por cima do lago, os dois aterrissaram no pátio da pequena casa japonesa no centro do lago. Sabiam que Wolverine e Jean estariam ali dentro.

Lá dentro, Wolverine e Jean tentavam entender o que havia acabado de acontecer...

Wolverine: Bruna? Você está me ouvindo?

Jean: Ela está dormindo, Logan... espere.

Wolverine: Talvez não tenha sido boa idéia matar a Mulher-Polvo... Queria arrancar dela essa história de querer levar Rachel de você, Jean! Mas agora já era... aquela dali já foi tarde!

Jean: Ela já havia dito o motivo disso tudo: vingança. Queria vingar o que Bruna sofreu nas suas mãos.

Wolverine: Sei não... mal explicada essa lorota!

Nesse instante, Wolverine levanta assustado! Funga o ambiente, olha para a porta e dá um chute nela. Encontra Gambit e Vampira com os punhos levantados de quem iriam bater na porta. Vampira teve que dar um soco na porta, quando esta já estava prestes a lhe atingir o rosto.

Vampira: Credo! Que recepção animalesca!

Wolverine: Que diabos vocês estão fazendo aqui?! Como encontraram o esconderijo?

Jean e Vampira correm e se abraçam!

Vampira: Remy me fez uma grande surpresa... Desde que Jean e Rachel foram embora da mansão, eu não posso mais tocar ninguém. Voltei a sugar a todos indiscriminadamente. ... Mas Remy passou dias e dias de segredinho, fazendo várias ligações, procurando pessoas estranhas, fazendo reuniões secretas, até que eu descobri o motivo! Ele queria encontrar Rachel só para voltar a me tocar! Não é, fofo?

Gambit: Oui... Claro. – Estava um pouco sem graça. Não era exatamente por isso que ele tanto procurava Rachel. Era por Sinistro.

Jean: Essa foi uma atitude mais perigosa do que romântica, Gambit. Não sabemos se Sinistro seguiu seus passos nessa busca por Rachel. E se ele descobriu tudo?

Gambit: Ah, non! Gambit é discreto, cherre.

Wolverine: Sei... Discreto como um elefante!

Gambit olha para Bruna adormecida sobre um tatame, ele não está surpreso, já esperava encontra-la ali. Mas Vampira fica bastante admirada.

Vampira: Nossa! É a Bruna! Eu não a vejo desde a prisão mutante... ela sumiu.

Wolverine: Sumiu pra vocês, não pra mim. Ela esteve sob o veneno da Mulher-Polvo, alguém lembra?

Vampira: Lembro.

Wolverine: Matei a desgraçada e agora não posso saber como ela mantinha Bruna viva e como comandava suas ações. Além de descobrir porque queria seqüestrar Rachel.

Jean: Da primeira vez as duas quiseram matá-la...

Wolverine: Pois é... Perguntar por que mudaram de idéia.

Gambit pigarreia um pouco. Ele era mulherengo, era safado, foi ladrão por anos e anos, mas... mas sentia-se mal nesse papel de cretino que estava tendo que representar. Traidor. Ele sabia muito bem porque a Mulher-Polvo desistiu de vingar-se de Logan matando Rachel ou a própria Jean. A Mulher-Polvo iria seqüestrar Rachel viva à mando de Gambit, que por sua vez estava à mando de Sinistro. Assim, Sinistro não teria que aparecer, o seqüestro seria feito por alguém que já estava próximo do casal e alguém insuspeito. Ele acreditava que Logan e Jean não suspeitariam da ligação entre Sinistro e a Mulher-Polvo. E muito menos que foi Gambit quem rastreou o paradeiro do casal e fez o acordo com o ser aquático.

E tudo por que, Gambit? Para que Sinistro não revele seu passado de assassinatos de mutantes... E de quebra, ainda ganhe o dom de tocar Vampira. Será que essa promessa de Sinistro iria realmente ser cumprida, Gambit? Ele esperava que sim...

De que adiantava cobrir um crime do passado com outro no presente, Gambit? ... Ele não queria pensar nisso, só queria que sua história pessoal permanecesse nas sombras do desconhecido.

Bruna foi acordando lentamente. Gambit ficou um pouco apreensivo, mas logo lembrou que ela não sabia de nada. Não haveria lembranças do tempo em que esteve sob o veneno da Mulher-Polvo. Também não se recordaria que ela e Mulher-Polvo tiveram um caso, mas Gambit sabia disso tudo.

Wolverine: Ei, guria?! Tudo bem?

Bruna: Logan? ... Onde estou?

Wolverine: Você está em uma ilha do arquipélago japonês.

Bruna: Aqui não é mais a prisão?

Wolverine: Não.

Bruna: Ah... Eu lembro que consegui fugir ... fugir por conta própria.

Logan fecha a cara. Fica sem jeito.

Bruna: Você preferiu salvar outra pessoa. – Ela olha para Jean, que resolve levantar-se e preparar a comida dos filhos.

Wolverine: Eu disse que ia voltar para te buscar. E voltei... mas você já não estava mais lá.

Bruna: Sei... ... São seus filhos com ela?

Wolverine: O menino é meu. A menina não.

Bruna: Eu lembro da menina... Rachel. Filha do Scott.

Jean pára de cortar o peixe e fazer flutuar os temperos com sua telecinésia ao ouvir o nome do marido. Ela olha um pouco para trás. Ajeita o cabelo e volta aos seus afazeres.

Bruna: Onde eu estive por 9 meses que não lembro de nada? ... 9 não... Mais... Esse menino parece crescido.

Wolverine: Mas não foram 9 meses, foi menos tempo. Christian tem um desenvolvimento acelerado. Jean teve uma gravidez de só 3 meses.

Bruna: Sei... Mutantes...

Wolverine: Pois é.

Bruna: Vocês estão juntos?

Na mesma hora Wolverine diz “sim” e Jean diz “não”. Bruna não estranha nada.

Bruna: Entendi... Você continua se rastejando!

Wolverine levanta e resolve sair da casa japonesa. Jean controla um fogo que grelha o peixe das crianças enquanto o restante cru flutua sozinho, e se enrola numa alga e em um montinho de arroz para formar um sushi. Ela escuta um grosso dizer lá de fora todo irritado:

Wolverine: Eu quero sashimi!

Jean: Então vem fazer! – Jean também não estava com voz de muitos amigos.

Vampira e Gambit perceberam o clima pesado da casa. Os dois não faziam a menor idéia de como Logan e Jean estavam vivendo juntos. Se eram um casal, se eram amigos, se estavam brigando, se estavam se odiando, se estavam indiferentes.

Logan volta a entrar na casa, agarra uma faca que flutuava no ar e a finca numa tábua de madeira com força.

Jean: Estúpido! - E sai de perto dele.

Mas Wolverine a pega pela cintura e a puxa para perto de si. Na nuca dela, entre os fios ruivos, ele diz:

Wolverine: Foi mal, ruiva. Não era em você que eu tinha que descontar.

Gambit e Vampira reparam naquela intimidade: boca perto da orelha, mão na cintura... Mas aquilo ainda não queria dizer nada ao certo.

Jean tentou sair dos braços de Wolverine, mas foi puxada de novo. Logan deu um beijo no pescoço dela, Jean fechou os olhos e pensou em bater nele. Mas desistiu, porque Gambit, Vampira e Bruna estavam ali. Simplesmente se desvencilhou dele e foi ajudar Bruna enquanto Wolverine cuidava da comida japonesa (especialidade dele).

Jean tentava explicar para Bruna que ela esteve sob o domínio de uma mutante chamada Mulher-Polvo e por isso não lembrava de nada dos últimos meses. Mas tenta tranqüiliza-la, dizendo que agora estava tudo bem e que ela em breve poderia voltar aos Estados Unidos e refazer sua vida. Bruna voltou a repetir que não tinha mais vida, que Logan havia destruído tudo. Jean disse que, então, ela poderia viver na mansão dos X-Men, já que um dos membros havia destruído sua vida em Washington: amizades, reputação, família, emprego, conhecidos, tudo.

Bruna: Não quero mais morar numa casa de mutantes. Foi porque eu estava naquela casa, que fui presa como uma mutante na prisão! Eu poderia ter morrido! E nem mutante eu sou! Não sou!

Jean: É um direito seu, Bruna. Muitas coisas ruins têm lhe acontecido desde que você começou a conviver com mutantes... Mas ao menos, aceite a ajuda de Xavier para remontar sua vida em outro lugar. Longe de Washington e longe da mansão de mutantes.

Bruna: Muitas coisas ruins têm me acontecido desde que eu conheci Wolverine e Mística, isso sim!

Gambit e Vampira resolvem nadar no lago enquanto Jean tenta acalmar Bruna. Foram para fora e deixaram as roupas ali mesmo no pátio da casa. Bruna chegou a ver Gambit pelado caindo na água, só Vampira que tentou se esconder ao tirar a roupa e entrar rápido na água! Wolverine, ainda com a faca na mão, foi lá fora e gritou para Gambit:

Wolverine: Aparece aqui pelado de novo que eu te capo!

Gambit: Está com inveja, mon ami?

Wolverine: Fica de brincadeira pra você ver... Bruna está aqui conosco! Além das crianças!

Gambit: A culpa é da falta de porta que você derrubou! Por isso nos viu aqui fora! ... Sem contar que eu sou um colírio tanto para Bruna como para Jean!

Logan viu as roupas dos dois largadas ali no pátio. Ele chutou as roupas de Gambit para a água.

Gambit: NON!

Wolverine: Bem feito! Só não chuto as da Vampira porque ela é mulher!

Eles nadam até uma pequena cachoeira. A simples presença de Rachel ali por perto, fazia com Vampira voltasse a sugar apenas os poderes de Gambit e não sua energia vital. Ela voltou a ficar com os olhos vermelho e negro, e ele com olhos normais.

Vampira: Voltei a ser uma Vampira apenas de poderes! Ninguém é mais poderosa do que eu! – Estava toda alegre.

Os dois se beijavam de baixo d’água, na superfície, corriam um atrás do outro na margem do lago e eram observados muito ao longe por Yuki, a ninja ajudante de Wolverine. Yuki, muito recatada, como a maioria dos orientais, achou aquela cena uma grande depravação. Lá estavam um homem e uma mulher correndo nus pela beira do lago, indo para baixo da cachoeira, mergulhando, voltando, se abraçando, se beijando por horas, rindo, gemendo. Ela achou estranho o quanto os dois gemiam. Ela resolveu que não veria mais aquilo, entrou na floresta e desistiu de ir ver quem era a morena que estava na casa japonesa no centro do lago.

Vampira adormeceu na margem do lago, com a água acariciando seus pés em leves movimentações ondulares. Gambit ficou ali, olhando para ela. Deu um daqueles cheiros longos no cabelo dela, todo encharcado. Ficou mexendo nas gotinhas de água que repousavam no corpo dela, levava as gotinhas de um lado para o outro. Gambit: Deveria ser sempre assim, cherre. Sempre.

Ele vai um pouco para o lado e fica pensativo. Era maravilhoso tê-la de novo, queria que fosse assim para sempre, tinha esperança que a promessa de Sinistro fosse cumprida. Abraça os joelhos e fica olhando o lago. E se Vampira descobrisse que ele participou do assassinato dos Murlockes? Na certa, não iria mais olha-lo na cara, seria odiado. Xavier o desprezaria, Scott nunca mais lhe dirigiria a palavra, Tempestade lhe viraria o rosto. Perderia o respeito e todos os amigos, além da mulher amada. Não seria mais um x-men, teria que voltar para o submundo dos roubos e dos rabos de saia em profusão. Roubos e rabos de saia em profusão: nada disso fazia mais sentido em sua vida... Seria uma vida infeliz. A vida que ele aprendeu a adorar era essa: fazer parte desse grupo, conviver com essas pessoas, tentar fazer o bem e lutar contra o preconceito... e de quebra: viver ao lado daquela mulher deslumbrante adormecida à beira do lago.

Nesse instante, surge das sombras da floresta uma figura sinistra. Gambit olhou rápido para os lados, tinha medo que Vampira acordasse ou que Jean e Logan vissem aquilo, apesar de estar distante da casa.

Sinistro: Não demore.

Gambit: Eu estou pensando em um plano, Vampira veio comigo! Agora eu tenho que pensar em como agir com ela do meu lado.

Sinistro: Afaste-se dela, então! Afaste-se e aja como tem que agir!

Gambit: Me dê mais um tempo. A Mulher-Polvo morreu... Bruna não pode mais agir.

Sinistro: O meu plano era usar você e te dar algo em troca. Mas se você demorar, eu ajo por contra própria e em troca lhe dou tudo de ruim que prometi!

Gambit: Espera!

Sinistro: Tente usar a ninja curiosa, então.

Gambit: Que ninja?

Sinistro: Aquela que observa cenas de sexo ruborizada entre as árvores. Talvez seu charme encante-a.

Gambit ia dizer mais alguma coisa, mas a figura sumiu nas sombras novamente. Ele ainda mexeu nos galhos de árvore, mas nada estava ali. Olhando na direção oposta viu lá longe, quase em outra margem do lago, passando entre as sombras das árvores, uma japonesa de quimono vermelho. Era bonito ver o vermelho do quimono entre as árvores amareladas do outono. Ver o vermelho refletindo nas águas do lago.

Gambit: Sei... Então aquela é a ninja curiosa? – Ele aperta os olhos para vê-la melhor, mas estava muito longe. – Na certa ficou boquiaberta com o desempenho de Remy Lebeau.

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Na mansão dos x-men já passava da hora do almoço. Todos sentiam falta de Vampira, Gambit e Jubileu. Xavier, na cabeceira da mesa, já sabia para onde Jubileu havia ido.

Professor: É fácil imaginar para onde ela foi. E Scott a viu partir hoje pela manhã.

Scott: Eu tenho a esperança que ela volte, professor. Tenho esperança de que Magneto não vai aceita-la no grupo.

Tempestade: Se isso acontecer, ela vai se sentir muito derrotada. ... Mas seria a melhor coisa que poderia acontecer.

Bobby: Talvez nem queira mais voltar para cá, de vergonha.

Tempestade: E vai ficar aonde? Na rua?

Professor: Eu estarei de olho. Vou procurar usar o Cérebro para localizá-la.

Todos comiam em silêncio, eram muitos os x-men que faltavam naquela mesa: Jean, Wolverine, Gambit, Vampira, Jubileu, Psilocke e Sam. Muitas faltas. Havia um certo ar de melancolia. Os presentes Scott, Tempestade, Bobby, Bishop, Anjo, Ângela, Fera e Xavier sentiam falta de tantos mutantes.

Bobby: Ta certo... Jubileu se escafedeu para o lado do grupo de Magneto... Mas cadê Gambit e Vampira?

Scott: Ontem de madrugada Gambit apareceu na cozinha, ao que parece os dois saíram na madrugada.

Professor: Eu já usei o Cérebro para localizá-los. Foi muito difícil, o local é muito longe. E parece que há uma grande força psíquica que encobre a localização. Foi então que eu descobri tudo facilmente: Gambit encontrou a localização exata de Jean Grey e Logan.

Scott parou de comer. Ele já sabia que dois haviam migrado para uma ilha no pacífico, próxima do Japão, junto com as duas crianças. Mas Ciclope não sabia a localização exata, nem Xavier sabia. E isso era importante para que Sinistro também não viesse a saber, por isso a força psíquica de Jean para tentar encobrir o local. Porém, se Xavier encontrou o lugar pelo Cérebro ao seguir as ondas mentais de Gambit e Vampira, na certa Sinistro já sabia de tudo! De tudo!

Tempestade: Na certa fez isso para estar próximo de Rachel. A criança tinha o poder de controlar a sucção de Vampira.

Professor: Imagino que esses dois inconseqüentes logo voltem para a mansão, só estão tirando um final de semana romântico.

Tempestade: Coitados... Eu entendo os dois, não podemos recriminá-los. Faz tempo que Vampira não pode mais tocar ninguém. Eles logo voltam.

Professor: Magneto fez um contato por projeção holográfica hoje. Assumiu a autoria do atentado contra Ramisfield.

Fera: Como se nós já não soubéssemos que foi o grupo dele... Lamentável!

Professor: Disse que usou Emma Frost para controlar as mentes do guardas do condomínio e dos seguranças particulares de Ramisfield. Com a entrada facilitada na casa, o próprio Magneto destruiu as estruturas de ferro e aço da casa, tudo ruiu em cima da cabeça de Ramisfield, da mulher e do mordomo. A tubulação de gás também se rompeu e os destroços pegaram fogo, atingindo parcialmente outras casas do condomínio.

Scott: Assassinos! Eles revidam na mesma moeda torpe! Eles se igualam aos assassinos de mutantes, se rebaixam ao nível deles e se igualam! Dessa forma, o ódio nunca vai terminar!

Fera: Sem contar no trabalho que nós tivemos na Justiça, juntando provas, brigando, freqüentando audiências, tudo para vê-lo atrás das grades por toda a vida! Mas não! Magneto destruiu nosso trabalho!

Tempestade: Ele tinha medo que Ramisfield fosse preso e logo solto, como aconteceu com Edward Northon.

Scott: Já tenho um nome para o grupo de extermino de Magneto: Esquadrão da Morte.

Professor: Dois alvos já foram exterminados. E duas outras vítimas morreram por ricochete. Se a população se virar contra nós... teremos que travar uma luta contra Magneto.

Bobby: Ou seja... Contra Jubileu, Emma Frost, Mística e o próprio Erick.

Professor: Exatamente... Nada é mais desgastante do que ter que lutar contra os seus iguais.

Eles voltaram a comer. Todos só pensavam em Magneto. Mas Bobby começou a pensar em Jubileu, brigava muito com ela, chamava-a de inútil, mas sentiria falta dela. Era alguém com idade próxima a sua, era uma companhia de toda hora. Os pensamentos de Scott também migraram da casa incendiada de Ramisfield para Jean Grey. Queria saber como os dois viviam na tal ilha, ficou pensando se teria coragem de perguntar a Gambit e Vampira quando eles voltassem... Não... Não teria coragem. Queria saber como estava a filha Rachel, tinha medo que Sinistro também soubesse a localização da menina. Mas depois... o ódio por Jean e Wolverine voltou a correr em suas veias.

Professor: Eu tenho uma missão para os dois líderes do grupo. – Scott e Tempestade se entreolharam.

Tempestade: Pode dizer.

Professor: Na minha busca com o Cérebro por Gambit e Vampira, acabei localizando um mutante muito perturbado. Não entendi direito os seus poderes, mas parece ser algo muito interessante. Talvez nos seja um mutante de grande valia. Gostaria que os dois fizessem a proposta para que ele se juntasse ao grupo. Ao menos aos treinos e a escola.

Scott: Um mutante perturbado? – Scott arfa um pouco cansado de tantos mutantes perturbados a sua volta: Sinistro, Magneto, Wolverine, Mística, etc.

Tempestade: Perturbado como?

Professor: Não sei... Ele está em Roma. Usem o pássaro negro.

Os dois ficaram um tanto preocupados, mas logo se dirigiram ao pássaro negro. Como eram muito introspectivos, passaram toda a viagem quase que em silêncio absoluto. Às raras vezes que abriram a boca foi para falarem de rotas de vôo e da mecânica da aeronave. Quando o assunto migrava para outras esferas, eles eram econômicos.

Scott: Forge ainda não se lembra de nada?

Tempestade: Não...

Scott: Terminaram os exames com Fera e ele voltou para casa?

Tempestade: É... Ele não tem mais vínculos conosco, não queria ficar.

Scott: Mas ele vai voltar semana que vem?

Tempestade: Parece que sim. Os exames continuam. Xavier e Fera ainda não sabem como a lobotomia foi feita e se a perda dessa área de memória do cérebro é permanente.

Scott: Ele tem alguma lembrança do conhecimento científico que tinha?

Tempestade: Não...

Scott: Uma pena...

... Longo silêncio.

Tempestade: E você? Está se sentindo melhor?

Scott entende a pergunta, tinha relação com sua separação de Jean.

Scott: Não é fácil. Mas um dia isso acaba.

Tempestade: Você quer que acabe?

Scott: Quero muito. ... Mas vamos nos focar na missão agora. - Cortou o assunto.

Tempestade: ...

Scott: ...

Tempestade: Mas... Se Sinistro encontrar os dois, você irá ajuda-los?

Scott: É minha filha. Se precisar de ajuda, eu irei.

Tempestade: Sei que isso parece mau agouro, mas... Infelizmente acho que você em breve terá que prestar essa ajuda.

Scott: Não quero pensar nisso agora. Quero focar na missão.

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E em poucas horas, lá estava o pássaro negro pousando em Roma. As coordenadas de Xavier levaram Scott e Tempestade a um cemitério.

Tempestade: Pela Deusa! Será que é aí dentro mesmo que ele está?

Scott: Não tenho medo, Ororo. Os mortos não podem nos fazer nada, tenha medo dos vivos. Esses sim podem nos levar para junto dos mortos.

Scott se dirigiu ao segurança do cemitério, já estava quase anoitecendo, era hora de fechar o local.

Scott: Boa tarde, sou Scott Summers. Estou procurando um funcionário chamado … - olha as anotações digitais que Xavier lhe deu em uma folha de plasma - ... Fabrizio. Acho que se chama Fabrizio.

Homem: Ah! Fabrizio!? Já íamos ligar para o manicômio de novo... Às vezes ele dá essas recaídas, sabe? ... mas é um bom rapaz. – O segurança tinha um inglês horroroso, Scott e tempestade tinham que fazer força para tentar entendê-lo. Às vezes algumas palavras eram em italiano mesmo. – Mas ele não é funcionário daqui não. Mas ele praticamente mora nos cemitérios da cidade! Vai de um para outro, sempre causa problemas. Abre túmulos, vai preso, é solto, volta, causa confusões nos IMLs, é levado pelos psiquiatras, toma remédio, é internado, depois volta... Vocês são da polícia ou do hospital?

Os três iam andando pelo interior do cemitério enquanto conversavam. Passavam por túmulos e belas árvores. O escurecer da noite chegava, assustando Tempestade.

Scott: Somos de um grupo que talvez possa ensiná-lo a entender o que está acontecendo...

Homem: O que está acontecendo? Ora, ele é maluco é só isso! Desde criança que é maluco!

Tempestade: Por que ele vive em cemitérios?

Homem: Ele não é normal. Acho que ele fala com os mortos. Já pegamos ele falando sozinho com os túmulos milhares de vezes, ele inferniza os velórios daqui, tem que ser sempre escorraçado. Ele toca nos mortos sem o consentimento das famílias, às vezes levanta os braços dos defuntos, mexe no cabelo deles, na cabeça, chega até a abrir e tirar as roupas de alguns!

Tempestade: Pela Deusa, que horror! – Ela agarra o braço de Scott. Ele pára de andar e olha para aqueles olhos azuis assustados. Tempestade fica sem graça e solta o braço musculoso de Ciclope.

Quando finalmente chegaram aonde esta Fabrizio, encontraram um monte de terra negra revirada.

Homem: Bom... Essa zona que ele fez aí era para ser a extensão do cemitério. Os donos da área vão usar esse terreno para colocar novos túmulos. Mas olha o que o anormal está fazendo! Revirando a terra como um tatu! Êhêh, Fabrizio! Larga isso aí! Olha, você tem visita! – O homem puxava Fabrizio pelos braços, mas ele se debatia, parecia violento. Não queria sair daquele monte de terra. Tinha cavado vários buracos e feito muitos montes altos de terra.

Quando ele percebeu a presença de Ororo e Scott, levantou seu grande corpo. Era completamente negro, muito negro. E nos olhos podia-se ver uma linda cor azul. Tempestade suspirou com a beleza do rapaz, mas percebeu o quanto ele era perturbado. Estava completamente nu, e parecia estar ali naquela terra há dias

Homem: Ele tá preto assim de terra. Esse garoto é branco que nem vela, para vocês verem há quantos dias ele está aí revirando terra! ... E tá pelado porque é maluco.

Scott: Por que você está cavando?

Homem: Ele raramente fala... Não vai te responder... Quando ele fala, é com os mortos.

Tempestade fez com que uma chuva caísse sobre o cemitério. O segurança ficou irritado de ter que perder seu tempo com Fabrizio principalmente quando chovia em cima dele. A terra negra foi descolando um pouco do corpo dele, ele foi clareando. Podia-se perceber no rosto dele, que ele sabia que havia sido Tempestade a responsável pela chuva.

Tempestade: Alguém está precisando de ajuda aí em baixo, Fabrizio?

Os olhos dele se focaram nos de Tempestade. Ele ia dizer alguma coisa. Até o segurança se admirou!

Homem: Ele nunca fala conosco! Não fala com os vivos, é muito raro!

Scott: Talvez nós sejamos vivos um pouco diferentes, senhor. Somos tão estranhos quanto o vivo Fabrizio que vive entre os mortos.

Homem: Ah... Então vocês também vivem entre os mortos?!

Scott: Não... mas somos diferentes.

Tempestade: Quem precisa de ajuda, Fabrizio?

Fabrizio: Uma moça chamada Giovanna. Ela estava enterrada clandestinamente aqui há muitos anos. Foi assassinada e desovada aqui. Agora que começaram as obras para incorporar essa área no cemitério, eu ouvi ela me chamar. Eu preciso mostrar a todos que Giovanna está aqui... Antes que a área fique proibida para escavações, eu preciso mostrar...

Não foi difícil para Scott e Tempestade convencerem Fabrizio a migrar para um lugar com pessoas tão estranhas quanto ele.

CONTINUA AQUI

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Decisões


Gambit estava sentado em um galho de árvore. Observava as pequenas folhas amarelas caírem na água calma do lago. Pensava na grande enrascada que sempre fora sua vida. Crimes atrás de crimes, um para encobrir o outro, talvez. Erros atrás de erros. Fechou os olhos e lembrou dos túneis Murlockes. Lembrou do arrependimento e da garotinha estranha que salvou. Ossos pelo rosto, era isso o que lembrava dela.

Gambit: Talvez eu seja o que Bishop sempre disse que eu seria: o traidor.

Vocação para isso ele tinha. Levantou os olhos do lago e viu a casa japonesa lá longe. Jean e Vampira faziam demonstrações de poderes para Rachel e Christian. E então... ser lembrado como assassino do massacre de mutantes, ou como comparsa de Sinistro no seqüestro de Rachel? O que era pior? Ele não sabia...

Pulou do galho para o chão. Tirou o sobretudo e forrou o chão de folhas, deitou por cima. Fechou os olhos, tentou dormir.

Nesse instante, ele sente o frio de uma lâmina encostando em seu pescoço. Abriu os olhos e viu uma espada samurai ameaçadoramente empunhada pela ninja do kimono vermelho.

Gambit: Bonjour. – Fez aquela cara de safado...

Yuki: * Eu vi a sombra da floresta falar com você! * - Ela falava em japonês, Remy não entendia nada.

Gambit: Por que da violência, cherre? – Ele falava em inglês, Yuki não entendia nada...

Yuki: * Estou aqui para ajudar na proteção das duas crianças. Aquela sombra sinistra é um sinal de perigo. Estou de olho em você! * - Ela guardou a espada com cara de ódio.

Gambit: Ah! Melhor assim, sem violência. Você gosta de mim...

Ele mal terminou de falar e fez uso de seu cajado rapidamente. Derrubou-a sobre as folhas amarelas. Se ela era ninja samurai, o treinamento corporal de Gambit não estava muito longe disso. Ele adorava fazer uso do cajado. Sentou em cima dela e jogou a espada no lago. Yuki gritou de raiva.

Gambit: Belle, estou precisando de ajuda.

Yuki: * Monstro! Sabia que você não prestava! *

Gambit: Se você gosta de mim, talvez possamos entrar num entendimento... – Piscou lindo como sempre.

Yuki: * Me solta! * - Ela começou a tentar lutar. Remy estava com problemas para conte-la.

Gambit: Vous pouvez me aidez? Aidez moi!

Yuki: * Eu vou contar sobre a sombra da floresta! *

Gambit deu um beijo em Yuki de acalmar toda a cena. Ela parou de lutar e espernear. Ficou calma, fechou os olhos, só voltou a abri-los quando percebeu que não estava mais sendo beijada.

Gambit: Preciso da sua ajuda.

Yuki: * Você não vai conseguir me seduzir, tarado! * - Não era bem isso que estava nos olhos dela...

Gambit: Então... Você entende o significado de “ajuda”? Aidez moi!

Yuki levantou das folhas um tanto zonza daquele beijo, acabou por soltar um leve sorrisinho que estava tentando conter. Entrou na água e ficou procurando a espada, encontrou-a. Sumiu de novo pela mata.

Gambit: É... acho que meus poderes de sedução não são mais os mesmos...

Uma das pedras do lago se transformou em algo sinistro diante de Gambit.

Sinistro: Não é isso... Você conseguiu seduzi-la sim, mas isso de nada vai adiantar... Ela não entende uma palavra do que você diz, não há como induzi-la a fazer o que queremos apenas com a sedução... é preciso o diálogo do convencimento.

Gambit: Para resolver isso, só poderes telepáticos como os de Jean. Poderes que comandam a mente sem precisar de línguas ou piscadas de olho.

Sinistro: Esqueça Yuki. Eu mesmo vou ter que agir junto com você, infelizmente.

Gambit fechou os olhos ao imaginar seus amigos vendo Sinistro em ação ao lado de Remy Lebeau. Imaginou as caras de espanto. Imaginou a luta que teria que travar contra os próprios amigos. Imaginou suas cartas voando contra Vampira.

Gambit: NON!

Sinistro: Não o quê?

Gambit: Não vou fazer isso...

Sinistro: A escolha é sua. Nada de toques em Vampira e toda a história dos túneis Murlockes espalhada aos sete ventos.

Gambit: Não vou fazer isso... Não ao seu lado. ... Não quero que eles saibam que eu te ajudei. Tenho que agir escondido.

Sinistro: Ridículo! Eles logo saberão. Yuki já sabe, ou suspeita... ... Será amanhã à noite, Gambit. Me aguarde. Amanhã...

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Jubileu estava há três dias sem comer nada. Três dias só de frio. A água que bebia era a neve que derretia em sua própria boca. Por vezes, usava suas rajadas de plasma e fogos para derreter mais neve, mas já estava ficando fraca demais até mesmo para isso. Estava com os lábios roxos, com cristais de gelo no cabelo. Fez muito esforço para chegar aonde chegou. Andou pelo submundo de Manhattan, pelas ruas mutantes, becos de mendigos mutados e renegados. Perguntou, perguntou, perdeu muito dinheiro em informações. Dormiu ao relento, fez amizades, conheceu gente estranha, fez inimizades. Mas conseguiu! Lá estava ela na Antártica ao lado de uma garota que também resolveu acompanha-la na jornada: Medula. Cambaleavam pelo gelo, quando uma caía, a outra ajudava a levantar.

Tiveram que voar em aviões de carga pedindo favor, entraram em cargueiros escondidas entre os contêineres. E lá estavam. Avistaram ao longe a base de Magneto, era toda metálica. Medula tentava cobrir ao máximo o corpo e o rosto, não só pelo frio, mas pelos ossos que lhe brotavam da pele que tanto a envergonhava.

Jubileu: Ainda bem que chegamos! Meu cabelo já estava congelando e meu nariz também.

Medula: Seria interessante que isso realmente acontecesse! Ia estragar um pouco essa sua cara de bonequinha chinesa!

Jubileu: Pensei que você fosse minha amiga, Medula. Estamos nesse barco juntas.

Medula: Eu sou sua “amiga”. Mas isso não quer dizer que eu tenha que te tratar bem.

Jubileu: Você é muito revoltada.

Medula: Seja quem eu sou e venha me dizer os motivos da minha revolta, princesinha! – Disse isso arrancando um osso do braço. Sangue voou na neve. Jubileu revirou os olhos, ainda não estava acostumada com isso. Foi assim a viagem inteira, muitos ossos arrancados.

Quando chegaram ao portão da base, fizeram identificação da íris. Dentro do conforto morno dos cômodos da base de Magneto, Emma Frost ouviu o alerta de chegada dos mutantes Jubilation Lee e outro não identificado. Ela olhou para Magneto com olhos de quem não acreditava.

Emma: Impossível! Aquela pirralha aqui???

Mística: Como ela conseguiu fugir da mansão X?

Magneto: Xavier deixa seus alunos livres. Eles fazem o que querem, estão com ele por idealismo e não por obrigação. Jubileu desistiu do sonho.

Emma: Ela não é necessária aqui. Jubileu e nada é a mesma coisa!

Mística: Vamos ver quem está com ela. É alguém que não conhecemos...

Os três saíram para a neve em direção ao enorme portão. Emma Frost foi na frente com seu exuberante casaco de pele branco. Magneto e Mística foram atrás, conversando.

Frost viu as duas garotas quase congeladas no portão e soltou sua gracinha.

Emma: Não tem pão duro não... Volta outra hora.

Medula: Quem é essa piranha?

Os olhos azuis de Emma se fecharam de ódio ao ouvir aquilo. Medula ainda não conhecia Frost e por isso ainda não tinha noção do perigo.

Magneto: Calma, Emma! A moça não te conhece...

Jubileu: Nós viemos para fazer parte do seu grupo, Magneto. Queremos vingança contra todos os responsáveis pela prisão e extermínio de mutantes.

Magneto: E quem te disse que nós a queremos aqui?

Jubileu ficou sem fala, era como se o mundo se abrisse aos seus pés. Seu cansaço era tanto, que quase pediu para ficar nem que fossem só uns dias, para comer e se aquecer.

Medula: E não quer por quê? Teu grupo é tão maravilhoso que vocês estão recusando ajuda?!

Mística: Deixa as duas entrarem, Eric. Elas ao menos precisam de ajuda, depois você resolve se elas ficam ou não.

Jubileu: Você só não me quer no grupo porque Vampira te pediu isso, Magneto! Eu vi pela janela ela conversando com você!

Medula: O velho é pau mandado de alguma mulher? Ih... Que bizarro!

O portão se deformou, derretendo-se no ar! Era Magneto que abria passagem para as duas perguntando “Quem aqui é velho???”. Medula levou um susto.

Medula: Desculpa aí, tio. Você não é velho não. Não muito.

Quando as duas entraram, os poderes de Magneto fizeram o portão voltar ao normal. Medula soltou um “ual”! Magneto sentia que conhecia Medula de algum lugar. Aquele rosto ossudo não lhe era muito estranho.

Medula e Jubileu tomaram soro na veia antes de comer. A primeira alimentação foi sopa e só depois a comida sólida foi liberada, lá pela noite. Se tivessem comido qualquer coisa, poderiam ter morrido! Mas quando comeram, comeram até passar mal!

Emma: Esfomeadas! Pobre é uma desgraça!

Medula: Cara, por que essa vaca é tão nojenta assim?! É o normal dela?

Jubileu: É.

Medula: Se não gosta da gente, vai jantar em outro lugar, perua!

Emma: Eu já estou começando a ficar com pena de você, caveira ambulante!

Magneto: Calma, Emma...

Medula arrancou um osso do pescoço e jogou no prato de comida de Emma Frost. Voou sangue por toda a mesa, inclusive no rosto branquinho da Rainha Branca.

Medula: Caveira ambulante é a puta que te pa...

Magneto: CHEGA! – Interrompeu Eric antes que Medula terminasse!

Emma: Que NOJO! Que nojoooooo!

Emma Frost fez uso de seus poderes telepáticos na mente de Medula. A ossuda caiu no chão se contorcendo. Emma fez com que ela se lembrasse das piores coisas de sua vida. Fogo em túneis, fogo em túneis, morte nos túneis, mutante mortos.

Magneto se levantou e usou seu magnetismo para barrar a passagem de ferro da corrente sanguínea de Emma Frost!!!

Magneto: Aqui não, Emma! Eu não sou Xavier! Meu grupo não perde tempo nem energia com desavenças ridículas!

Emma também caiu no chão, com a mão no pescoço, mas logo se recuperou. Medula também foi se acalmando e enxugando as lágrimas do rosto. Saiu correndo do refeitório para o quarto em que dormiria com Jubileu.

Emma: Eu vi os...

Magneto: Agora não, Emma. Vou para o meu quarto.

Emma: Mas eu vi os túneis... Eu vi... As mortes nos túneis... Mas não consegui reconhecer ningu...

Magneto: Chega, Emma! ... Estejam todos preparados para amanhã. Teremos uma nova missão!

Jubileu viu que Magneto e Mística entraram no mesmo quarto. Ela ficou envergonhada e abaixou a cabeça. Emma, um pouco mais composta, percebeu a reação da ex- x-men e resolveu tripudiar.

Emma: Que foi? Homens e mulheres dormem juntos nesse planeta Terra, ou ainda não te contaram?

Jubileu: Deixa de ser chata, Emma! ... Eu... eu só não sabia dos dois.

Emma: Eles sempre estiveram juntos.

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Na mansão X, o recém chegado Fabrizio olhava o jardim um tanto assustado. Xavier veio receber Scott, Tempestade e o novato no próprio gramado. O pássaro negro foi pousado na quadra de basquete.

Professor: Seja bem vindo, Fabrizio. Depois da apresentação do grupo, de nossas propostas e de nossa ideologia, sinta-se livre para dizer se quer ficar ou voltar para casa. Achamos que você tem um grande potencial.

Fabrizio: ... – Ele não falava. Só consentiu com a cabeça.

Todos foram se dirigindo para dentro da mansão, mas o italiano grandão olhou para a colina no fundo distante do jardim. Correu naquela direção!

Tempestade: Scott, olha! Pela Deusa!

Summers correu atrás de Fabrizio, que já estava quase chegando na colina.

Scott: Deixa os nossos mortos em paz, Fabrizio. Vamos te apresentar a casa e a equipe agora.

Fabrizio ainda lutava e caía no chão tentando se livrar de Scott e alcançar os túmulos.

Scott: Deixa os mortos, Fabrizio. Viva entre os vivos.

Tempestade chegou, arfando um pouco. Ajudou Scott a acalmar o mutante novato. Ele se jogava no chão e tentava cavar a terra com as próprias mãos.

Tempestade: Calma, Fabrizio... Calma... – Ela passava a mão no rosto dele. – O que foi? Quer ver nossos mortos?

Xavier também conseguiu chegar depois de muito sacrifício com a cadeira de rodas. Seguido de Warren que viu aquela confusão na colina pela janela e foi voando ver o que era. Aterrissou sem nem fechar as asas, enraivecido ao ver um sujeito cavando o túmulo de Psilocke.

Anjo: O que isso?!?!?!?! – Empurrou Fabrizio longe! – Quem é esse maluco? O que ele quer com Psilocke?!

Tempestade: Calma, Warren. Ele é um novo mutante. Chama-se Fabrizio.

Xavier chegou e pôs-se diante do italiano. Os dois fecharam os olhos, um diante do outro. O professor estava adentrando aquela mente perturbada. Pedia para que Fabrizio se acalmasse e que se empenhasse em controlar seus poderes. Se ele falava com os mortos e ouvia suas súplicas, era preciso controlar isso e não permitir que isso atrapalhasse sua vida entre os vivos. Era preciso aprender a controlar esses impulsos e esses poderes. Assim como Jean aprendeu a controlar a invasão de mentes que lhe era recorrente quando nova.

Todos foram levando Fabrizio para dentro da mansão, ele continuava calado. Mas olhou para Tempestade e disse:

Fabrizio: Todos eles gostavam de você. – Disse com um pesado sotaque e apontando para o chão. Ororo entendeu quem eram “todos eles”.

O professor Xavier tinha planos de usar os poderes de Fabrizio para arrancar confissões e relatos daqueles que não falam mais: os mortos. Se Wolverine soubesse que Fabrizio existia, na certa o chamaria para arrancar da Mulher-Polvo explicações de como ela mantinha Bruna viva sob seu veneno e porque queria tanto Rachel!

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No lago japonês, Vampira brincava com Rachel. Jean voltava a treinar artes marciais com Yuki, mas sempre olhava para as duas brincando com um sorriso nos lábios. Depois que o treino terminou, ela aproveitou que tanto Wolverine como Gambit estavam distantes na mata inspecionando o local, para começar a tirar o uniforme e se jogar no lago. Estava muito suada e queria tomar um banho antes de pegar nos filhos.

Jean não contava com o fato de que mesmo distante, Logan estava sempre com os olhos nela. Suspirou e passou a mão no rosto ao ver entre a folhagem da mata aquela linda ruiva surgir de dentro de um uniforme suado. Ela pulou na água. Quando Wolverine olhou para trás, deu de cara com Gambit babando pela mesma cena.

Gambit: Pardon... Foi mal.

Wolverine rugiu o jogou Gambit contra as árvores.

Wolverine: É minha!

Gambit: Nossa! Que violência, mon ami! Gambit não olhou por mal, virei a cabeça e de relance vi aquilo sem querer ver! – Aquela história não colava com Wolverine.

Quando Logan partiu para cima de Remy de novo, o cajun reagiu empunhando uma carta numa mão e um cajado na outra.

Gambit: Já disse que não fiz por mal! Dessa vez acredite em mim! Chega dessa brutalidade, não vou aceitar isso passivelmente!

Wolverine respirou fundo... Pensou se valia a pena cair numa briga de foice com Gambit naquela hora... Não, não valia a pena. Desistiu de brigar.

Gambit: Trés bien, mon ami!

Vampira: E então? Estava rindo do que?

Jean: Ah... nada... ... – Continuou olhando e sorrindo – Você e o Gambit tiveram uma tarde quente aqui no lago ontem, não é?

Vampira: É... – Ela sorriu – E já fazia tempo que eu não tinha nem manhã, nem tarde, nem noite, nem madrugada quente...

Jean: Yuki veio reclamar com Logan da “pouca vergonha” que ela viu no lago... – Jean riu.

Vampira: Sério?! Ai, que chata! Que samurai mal amada!

Jean: Tadinha, Vampira...

Vampira: Mal amada mesmo!

Jean: ... Eu acho... que ela gosta do Logan.

Vampira: Você acha? To aqui só há um dia e já tenho certeza! Essa mulher te odeia!

Bruna se levantou cambaleante de dentro da casa e se juntou às outras duas figuras na beira do lago. Viu Jean nua na água, nem ligou.

Bruna: Quem que gosta de Logan?

Jean: ...

Vampira: É uma suposição, Bruna... Nós estamos só fofocando.

Bruna: Também quero saber... Além de mim, quem mais gosta dele?

Jean: ...

Vampira: A Yuki, a manda-chuva daqui.

Bruna: A japonesa da espada?

Vampira: É.

Bruna: Está vendo, Jean? ... Mulheres que gostam do Logan até que não faltam... o problema é que ele gosta de quem não lhe corresponde.

Jean: ... – A ruiva começou a sair da água e a se enrolar numa toalha. Pegou Rachel de Vampira e Christian que brincava no chão.

Vampira: Não diz isso não, Bruna... Não é culpa da Jean. Ela nem queria estar aqui.

Bruna: Sei... E o Christian?

Jean: Eu não vou te dar satisfações, Bruna!

Bruna: Vocês estão ou não estão juntos, afinal?

Jean: Não sei...

Bruna: Não sabe?

Jean: Não foi uma escolha minha, Bruna. ... mas já que estou aqui, talvez seja melhor eu aceitar as coisas do jeito que estão. Afinal, assim como você, eu também amo alguém que agora não me quer mais... – Disse isso com olhos verdes aquosos, mas com dignidade.

Jean levou os filhos para dentro da casa, colocou uma roupa e pediu para que Vampira desse uma olhada nas crianças. Disse que iria encontrar Wolverine na mata, precisava conversar com ele. Desde que Gambit e Vampira haviam chegado seu pressentimento de que algo horrível aconteceria só havia aumentado.

Jean: Vampira, olha os dois para mim? Preciso falar com Logan. Estou com um pressentimento horrível e ele só aumenta.

Vampira: Gambit e ele já estão dando uma geral na região.

> Jean: Não sei se isso é suficiente... – Disse enquanto entrava na canoa que a levaria até a margem do rio. Mais uma vez olhou para a Vampira e sorriu. A sulista já estava achando aquilo engraçado.

No caminho até a margem, ali bem no meio do rio, Jean fez contato mental com Scott mais uma vez. Dessa vez não imploraria para ser perdoada e para ser aceita de volta, mesmo que quisesse muito, pediria apenas uma ajuda a ele.

Jean: *Scott!*

Na mansão, enquanto o líder da equipe falava ao telefone com o promotor público responsável pela acusação dos chefes do presídio de mutantes, sentiu dores de cabeça e a voz de Jean invadindo seu corpo. Ele largou o telefone na mesa.

Scott: *Jean?*

Jean: *Eu sei que você não queria que eu fizesse mais isso, mas ...*

Scott: ...

Jean: *Estou com um péssimo pressentimento. Estranhamente ele aumenta quando chego perto de Gambit. Vampira e ele estão aqui*

Scott: *Nós sabemos.*

Jean: *Não sei se eu, Logan e a samurai daríamos conta de um possível ataque de Sinistro, caso ele já tivesse descoberto a localização da ilha*

Scott: *Na certa ele já descobriu. ... Ao menos Vampira e Gambit também estão aí. Eles seriam de grande ajuda.*

Jean: *Sei que vai parecer horrível, mas... eu não estou muito confiante no Gambit dessa vez.*

Scott: *Por que?*

Jean: *É besteira minha.*

Scott: * ... ... Tudo bem com minha filha?*

Jean: *Tudo... ... Seria demais eu te pedir para que viesse aqui?*

Scott: ...

Jean: *Talvez eu precise de mais ajuda e...*

Scott: *Seria demais sim*.

Jean desfez o contato mental naquele mesmo instante. Ficou pensativa, olhando o lago. Scott deu um soco na mesa de trabalho de Xavier. Não queria ter dito aquilo, não queria. Era sua filha... E no entanto, ir lá lhe parecia o fim do mundo, o fim da dignidade, da hombridade... Tempestade entrou no escritório e viu Scott com a mão no rosto e o telefone largado fora do gancho.

Tempestade: Você ainda a ama tanto.

Ele rapidamente tirou a mão do rosto e ajeitou o cabelo. Se fez de desentendido.

Tempestade: Não precisa esconder, como você sempre faz, Scott. Eu sei que era Jean.

Scott: Acho que fui um pouco frio com ela.

Tempestade: Você normalmente é frio com todos.

Scott: ... Não com ela.

Tempestade: ... Bom... ... sua frieza tem explicação. Ela vai entender.

Scott: Não foi só frieza. Eu lhe neguei ajuda. Ela quer que eu vá lá...

Tempestade: Você havia dito que se fosse necessário, iria.

Scott: Eu sei... – Voltou a colocar a mão na cabeça. – Não quero vê-la junto com ele.

Tempestade: Será mesmo que ela está com ele?

Scott: ... Não importa. Não quero ver os dois, nunca mais. ... Não quero vê-la. Não quero ajudá-la em nada. Não quero perdoá-la. Não posso fazer isso comigo.

Tempestade: É uma decisão sua. ... Em tão pouco tempo eu estou vendo os membros dessa equipe tomando muitas decisões importantes... Jubileu decidiu partir, você desistiu de um casamento de anos, Warren decidiu ficar com Ângela, Xavier decidiu trazer mais mutantes para a mansão. ... Perdoá-la ou não é uma decisão sua.

Scott: Já tomei minha decisão... Não posso querer viver com ela de novo.

Tempestade: Mas você vai lá, afinal?

Scott: ... Vou...Infelizmente vou.

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Jean encontrou Wolverine na mata. Ou melhor, ele sentiu o cheiro da ruiva e voltou até encontrá-la no meio do caminho.

Wolverine: Que foi?

Jean: Nada... – Disse nada porque Gambit estava do lado dele.

Gambit percebeu que estava sobrando naquela cena e resolveu voltar sozinho para a casa do lago.

Wolverine: Que foi que o Gambit não pode ouvir?

Jean: Estou desconfiada dele.

Wolverine: Como?

Jean: Sei que parece loucura, Gambit é nosso amigo... mas não sei... É um aperto no peito, umas dores de cabeça... tenho certeza que são meus poderes agindo em minha defesa.

Wolverine: Acho que não... Não são poderes... Você só está ansiosa e nervosa. Um pouco estressada com tudo.

Jean: Nervosa? Será?

Wolverine: Você precisa relaxar... Estamos seguros aqui. Yuki vive nessas florestas pela gente. ... faz tempo que eu também não relaxo.

Wolverine segurou a cabeça de Jean e a puxou para um beijo. Jean tentou se libertar.

Wolverine: Relaxa, Jeannie. Relaxa... A gente já fez isso uma vez.

> Jean: Me solta. Vou usar meus poderes contra você!

Wolverine: Sem essa, gata. Relaxa... Você não relaxa e reage porque acha que isso é errado. ... Calma, ruiva. Ce não é mais casada. Ce ta aqui comigo. Nós temos um moleque. Relaxa e goza, gata.

Jean: Ai, olha como você fala, Logan. Que horror!

Wolverine: Goza, gata. – Wolverine rasgou a roupa dela com as garras.

Jean: Você vai acabar com as minhas roupas todas...

Wolverine: É? – Ele puxou Jean de novo e jogou-a no chão de folhas da mata! – Relaxa e deixa acontecer como da outra vez. Eu prometo que você vai ficar menos ansiosa com os guris.

Yuki ouviu gritos na mata. Ela achou que Jean estava passando mal ou sendo atacada por algum bicho. Foi seguindo os ruídos e entreviu nas folhagens seu amigo Logan completamente nu com Jean Grey em igual condição. Por um instante pensou em atacar o amigo, julgava que ele estivesse maltratando a ruiva. Mas isso durou só um instante, ela mexeu nas folhas e viu às vezes Jean ria. Wolverine também ria. Estranho... por vezes os dois pareciam chorar. Percebeu que se tratava de mais uma indecência igual àquela que aconteceu no lago no dia anterior.

Logan sentiu o cheiro de Yuki na mata e com a mão ele mandou que ela se afastasse. Jean nem chegou a perceber isso. Yuki voltou para o meio da mata um tanto triste. Ainda ouviu algumas gargalhadas, alguns gemidos que pareciam de dor... Será que eram? Yuki já não queria mais trabalhar naquele lago.

Gambit, Vampira e Bruna perceberam que Logan e Jean dormiram na mata naquela noite. Já passava da meia noite e os dois não voltavam.

Vampira: Será que aconteceu alguma coisa, Remy?

Gambit: Com certeza, cherre.

Vampira: Ai! Então vamos lá, eles podem estar precisando de ajuda!

Gambit: Para o que deve ter acontecido, eles não precisam de ajuda não...

Ninguém imaginava o que estava para acontecer no dia seguinte, só Gambit... Ele não dormiu a noite inteira. Aquele seria um dia de um sinistro ataque ao lago. Além de ser o dia de mais um ataque do grupo de Magneto.

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Continua Aqui

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DECISÕES ----- Continuação:

Era noite na mansão X. Todos os x-men dormiam quando escutaram uma enorme explosão. Tempestade levantou e foi olhar pela janela, estava de madrugada e ela ainda não havia acordado bem. Estava meio grogue de sono, mesmo assim conseguiu distinguir uma nuvem de fumaça bem ao fundo, com uma intensa cor vermelha dominando o espaço. Quantos quarteirões de distância da casa? Ela não sabia dizer ao certo... Ouviu passos de alguém que corria pelo corredor dos quartos, era Scott, que vira a mesma cena da janela de seu quarto. Tempestade saiu mesmo de camisola para ver a correria. Encontrou todo mundo com roupas de dormir, Bobby com um camisão velho e rasgado, Fera com um short largado, Warren com um rico pijama de seda negro e Ângela com uma camisola de renda fantástica comprada pelo Warren. O único que estava com roupas normais era o líder Scott Summers, que ajudava um Charles Xavier de pijamas a sentar-se na cadeira de rodas. Estavam todos os x-men na porta do quarto de Xavier.

Professor: Foi mais uma ação de vingança do grupo de Magneto, meus filhos. Eu tenho certeza.

Scott: Eu posso imaginar, professor. – Dizia enquanto colocava-o sentado na cadeira.

Bobby: Ei, você dorme de roupa, Scott?

Scott: Não é hora para brincadeiras, Bobby. Estou vestido porque ia sair agora mesmo.

Tempestade: Para onde?

Scott: Vou encontrar ... ... Jean na ilha japonesa.

Bobby: Não estava brincando... Só estou comentando que enquanto você “dorme” todo arrumado, tem gente que dorme pelado. Olha lá o maluco!

Bobby apontava para Fabrizio que chegava no quarto de Xavier completamente nu, como se fosse uma coisa normal.

Ângela: Ah, meu Deus do céu! – Disse enquanto escondia o rosto.

Tempestade: Fabrizio? – Ela também abaixou o rosto em outra direção.

Scott: Deixa que eu cuido disso... – Disse enquanto soltava o ar dos pulmões, um pouco cansado de tentar resolver tudo. Foi reacompanhando Fabrizio até o seu quarto. – Fabrizio, aqui nessa casa você não pode andar sem roupas. Por favor, vista-se.

Fabrizio não falava. Ele quase nunca falava. Tinha um olhar perdido no nada. Como alguém que não morava naquele mundo. Acabou soltando uma frase baixa.

Fabrizio: Pessoas morreram. ... Aqui perto.

Scott: Nós sabemos, vamos descobrir agora quem são os mortos. E já supomos quem os matou.

Fabrizio: Dois homens. Myke Woods e Daniel Lionel.

Scott: Quem são essas pessoas? Como você sabe isso?

Fabrizio: Preciso falar com eles.

Scott: Você não vai lá, muito menos nesse estado!

Fabrizio: Eles querem falar. – Colocou a mão na cabeça, muito perturbado.

Nesse instante, Tempestade retornava para o seu quarto. Fabrizio olhou para ela, desvencilhou-se de Scott e agarrou Ororo pelos ombros. Ela assustou-se com aquele grandalhão nu e com cara de maluco em cima dela. Scott colocou a mão nos óculos de quartzo rubi, estava pronto para atirar no italiano caso ele fosse violento.

Fabrizio: Io ti vollo bene.

Tempestade: ... ? – Estava ainda atordoada. – Vollo bene???

Scott: ... Gosta de você, Tempestade. ... Tudo bem, Fabrizio... Solta ela agora.

Fabrizio: Ti vollo bene assai. Ma tanto, tanto bene assai!

Scott: ... Muito mesmo. Muito, muito... Italianos e suas intensidades desmedidas!

Fera ajudou Fabrizio a retornar para o quarto e vestir uma roupa. Tempestade também ficou com aquele olhar perdido para o nada ali no corredor por um bom tempo.

Os x-men chegaram até o local do atentado. Não era muito longe da mansão. A polícia já havia chegado. Na casa atingida, dividiam o aluguel dois soldados da antiga prisão mutante. Os x-men ainda não sabiam, mas Magneto conseguira descobrir que um deles era o controlador da câmara de gás, o outro, um simples guarda dos portões de entrada e saída da prisão.

A pequena multidão de curiosos que se aglomerava em volta da casa dizia que um mutante de roupa vermelha, e longa capa, começou a retorcer a tubulação de gás da casa. Os canos começaram a saltar das paredes e soltar um forte cheiro. Uma mutante de cabelo curtinho esticou os braços e soltou fogos de artifício. O contato dos fogos com o gás produziu uma forte explosão! Uma loira e uma mulher azul davam cobertura na ação, pareciam guardas que protegiam os executores da obra. E então...

Fabrizio: ... E então... um deles conseguiu fugir da casa em chamas ainda vivo! Mas uma estranha mutante, com ossos saltando da pele, arrancou um enorme osso das costas e enfiou no peito do sujeito... Uma cena dantesca, de uma violência indescritível...

Fera: Ele inventou isso? – Estava usando indutor de imagem.

Fabrizio: Não... O morto me disse.

E lá estava Fabrizio mexendo no corpo, mesmo com os policiais tentando impedi-lo de mexer na cena do crime. Fabrizio arrancou o osso do peito do morto. O policial louco de ódio bateu com a arma no peito dele fazendo-o cair no chão, tentou dar voz de prisão, mas Xavier interferiu.

Professor: Não, por favor! Esse rapaz tem alguns problemas psiquiátricos, senhor. Perdão.

Policial: Fora daqui, todos vocês! Vocês invadiram a cena do crime e mexeram em tudo!

Scott: Vamos embora antes que a população perceba que nós somos mutantes, professor.

Charles Xavier fechou os olhos e colocou a mão no peito enquanto Tempestade empurrava sua cadeira de rodas pela calçada. Ele abriu os olhos cheios d’água. Não conseguia imaginar que a menina Jubileu tenha soltado fogos de artifício sabendo do vazamento de gás. Não conseguia suportar que ela tenha feito parte de uma ação coordenada de um assassinato. Ou melhor: duplo assassinato. Xavier não conseguia suportar a idéia de um homem correr de uma casa em chamas louco para conseguir viver, e uma pessoa ir matá-lo de forma grotesca, como quem diz “não importa que você tenha sobrevivido, vai morrer de qualquer forma”.

Fera: O que foi, professor?

Professor: Jubileu não pode ter feito isso...

Tempestade: Na cabecinha dela, ela está matando aqueles que mataram, estupraram, humilharam e bateram em seus conhecidos. Ela não consegue entender que matar os criminosos, não traz as vítimas de volta à vida.

Professores: Algumas pessoas gostariam de ver os criminosos mortos. Já eu gostaria de vê-los numa prisão pelo resto da vida.

Fera: É que esses já não acreditam mais em prisões, professor. Não lembra do Northon que foi logo solto?

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Na ilha japonesa, Jean tirava as folhas das árvores caídas no lago com sua telecinésia. Wolverine sai da água e sobe no platô da casa. Olha para dentro da casa e vê Rachel e Christian dormindo. Senta do lado de Jean com o maior sorriso e brinca com uma mecha ruiva do cabelo dela. Jean se esquiva.

Wolverine: Quê é?

Jean: Pára, Logan... Me deixa... – Ela estava com um olhar deprimido novamente.

Wolverine dá um soco no platô ficando suas garras. Ele sabia que aquilo significava uma coisa: Scott Summers.

Wolverine: Ontem lá na floresta você gostou de mim.

Jean: ...

Wolverine: Porra! Permita-se a gostar de mim! Desfaz essa cara!

Jean: ... Você sabe que eu gosto de você...

Wolverine: Então, ruiva! Relaxa!

Jean: Eu gosto de você, você me trata bem, quer o meu bem, quer a minha felicidade. Eu gostei de ontem, como gostei da nossa primeira vez. Acho que gostaria das futuras vezes também.

Wolverine: Vão ser muitas, Jeannie.

Jean: Não vão existir futuras vezes, Logan. Eu gosto de você, mas não me sinto bem comigo mesma do seu lado. Simplesmente porque sei que gosto ainda mais de outra pessoa. Se houvesse escolha, é com ele que eu estaria. ... É por isso que não dá. Não quero ficar com você simplesmente porque não há escolha.

Wolverine abaixa a cabeça.

Wolverine: Scott Summers... ainda Scott Summers. O babaca do Summers.

Jean levanta-se e vai para dentro da casa. Wolverine enfia a cabeça entre os joelhos. Bruna surge detrás do platô e sai da água bem diante de Wolverine. Levanta a cabeça dele de dentro dos joelhos puxando o seu cabelo. Dá um tapa bem estalado na cara do canadense. Ele não reage.

Bruna: Isso é por você ter transado com ela! – Bruna estava chorando, mas continuava violenta.

Deu outro tapa!

Bruna: Isso é por eu ter sido obrigada a escutar que ela gostou!

Outro tapa, ainda mais forte.

Bruna: Isso é pelo quanto você deve ter ADORADO estar com ela!

Deu outros dois tapas nele, agora no ombro e na cabeça.

Bruna: E isso é por você continuar se rastejando!

Wolverine esperou calmamente o ataque passar e deu apenas um empurrão em Bruna, ela voltou a cair na água.

Wolverine: E isso é pra você aprender a não me bater, guria.

Vampira e Gambit voltaram na canoa justamente quando Bruna caiu na água. Wolverine pulou na água em outra direção e nadou para uma das margens do rio. Gambit ajudou Bruna a sair da água e deu uma piscada de olho para ela.

O casal entrou na casa e encontrou Jean conversando mentalmente com as crianças, que tinham acabado de acordar. Não dava para ouvir a conversa, mas eles percebiam pelo rosto dela e pela reação das crianças que ela não estava gostando da bagunça de brinquedos. Ser telepata permite uma educação de filhos de uma forma mais silenciosa. Jean fez os brinquedos voarem para dentro da caixa enquanto olhava para os dois sorrindo.

Vampira: Gente! A Jean anda com esses sorrisinhos desde ontem!

Gambit: Deve ser conseqüência da noite que ela passou fora.

Jean Grey pára logo de sorrir, fica séria e abaixa a cabeça.

Jean: Gambit, eu não te dou essas intimidades. Eu não quero que você comente esse tipo de coisa.

Gambit: Ora, cherre! As crianças não entendem ainda! E Scott não está aqui.

Jean: Mas eu estou aqui! Minha vida só diz respeito a mim...

Vampira: É, Gambit! Fica quieto e pára de dar mancada!

Gambit: Pardon, madmoseilles.

Vampira: Mas se os risinhos não são de amor, são de quê, então?

Jean: Nada... Depois eu conto...

Gambit, que no passeio pelo lago com Vampira estava todo a vontade, explodindo cartas e folhas de árvore, fazendo malabarismos com frutas, pegando uvas na boca da sulista, contando piadas e fazendo gracinhas, jogando charme, piscando o olho, beijando, agarrando, se auto elogiando, enfim... sendo um verdadeiro Gambit; agora estava sério e pensativo. Com uma cara horrorosa.

Vampira: Que foi, gato?

Gambit: Nada. Rien de chose, cherre.

Aquele era o dia marcado por Sinistro para o seqüestro definitivo de Rachel. E Gambit teria de ajudá-lo.

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Enquanto isso, num rico e espaçoso apartamento da milionária Emma Frost, estava hospedado todo o grupo de Magneto. Já que a próxima ofensiva do grupo ocorreria em poucos dias, seria burrice voltar para Antártida naquele momento. Mesmo assim, Jubileu ainda trazia as marcas do frio pela marcha do gelo que enfrentou para encontrar Magneto, pontas de seu cabelo racharam com o frio e caíram. Ela precisava de um corte para ajeitar aquilo. Além da pele que estava toda rachada de frio. Mas muito pior do que isso, era o peso que ela carregava dentro do peito. Ficou em silêncio todo o tempo. Resolveu se trancar em um quarto. Ficou ali mastigando seu chiclete, profundamente triste. Lembrava da destruição que tinha ajudado a fazer, lembrou do sujeito correndo em chamas para fora da casa, clamando pela vida. Tudo em vão, Medula cravou um osso no coração dele.

Jubileu estremeceu de horror e chorou copiosamente. Queria abraçar alguém, mas não tinha ninguém ali para ela. Eram todos distantes. Nem mesmo Noturno era alguém próximo, ele havia perdido a memória.

Enquanto isso, na sala do apartamento, Emma Frost olhava de soslaio para Medula. Quando a ossuda resolveu dormir e Magneto chamou Mística para ir com ele, Emma Frost pediu a palavra.

Emma: Espera, Eric...

Magneto: O que foi?

Emma: Essa caveira ambulante tem um passado de arrepiar.

Magneto: Descobriu tudo enquanto invadia a mente dela para fazê-la sofrer?

Emma: Exatamente. Saiba que ela é sobrevivente do massacre de mutantes dos túneis Morlockes! Não deu para ver quem provocou o massacre, mas advinha quem eu vi salvando-a ainda criança?!

Mística: Fala logo, Emma...

Emma: Seu amiguinho Remy Lebeau, Eric... Aquilo que nós chamamos de Gambit. ... É ou não é suspeito?

Magneto: Realmente... Muito suspeito. O que estaria ele fazendo lá, se ninguém sabia que o massacre ocorreria? Ou será que ele sabia? ... Essa informação me será útil, Frost.

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Ainda era madrugada. Os x-men voltavam para a mansão, Xavier esperava por mais um ataque dos humanos contra eles, pois logo todos culpariam os x-men por esses estranhos ataques. Ele não queria lutar com Magneto, mas já estava a ponto de declarar uma guerra contra o seu antigo amigo. Sabia que a localização de magneto era impossível de ser encontrada com o uso do Cérebro por causa do capacete especial que ele usava. Mas Charles Xavier usaria o Cérebro para localizar as ondas mentais de Jubileu, assim saberia onde estava todo o grupo de rei do magnetismo.

Os x-men entraram do portão da rua para o jardim, todos se dirigiam à casa, mas Scott dirigia-se para o subterrâneo. Pegaria o pássaro negro em direção às coordenadas que Xavier lhe deu. Antes de entrar na aeronave, Tempestade veio correndo lhe dizer algo toda esbaforida.

Tempestade: Scott!

Scott: Sim. – Já estava acionando os mecanismos de abertura de portas.

Tempestade: Xavier não vai precisar usar o Cérebro!

Scott: Por que?

Tempestade: Fabrizio disse onde Magneto vai atacar novamente. Disse onde e disse quando.

Scott: Como?

Tempestade: Segundo ele, o morto ouviu seus assassinos dizerem isso quando deixavam o local do crime.

Scott: O morto ouviu... ? Ouviu depois de morto ou ainda em vida?

Tempestade: É tudo tão estranho que... tanto faz... Mas acho que ouviu depois de morto.

Scott: Mortos escutam?

Tempestade: Isso não importa agora. O que importa é que eles vão atacar amanhã! O professor disse que nós vamos interceptá-los dessa vez. E que haverá combate se for necessário. Ele quer que você fique.

Scott: Você vai liderar a equipe sozinha, Ororo. Eu vou ver o que tanto ameaça minha filha para Jean continuar a me infernizar.

Tempestade abaixa a cabeça um tanto preocupada. Como lideraria uma equipe com um sujeito louco como Fabrizio? Tinha receio de enfrentar Magneto com uma equipe em que faltavam os mutantes mais poderosos e experientes: Scott, Vampira, Jean e Wolverine.

Tempestade: Me faltam os 4 melhores combatentes... e Fabrizio é uma pessoa difícil...

Scott: Eu sei... Mas a Deusa Tempestade está no comando. Você sozinha já é uma equipe inteira. ... E você tem Bobby e Fera. Eles sabem o que fazer. Sucesso!

Tempestade: Sucesso para você também. – Ela agora estava maior, como alguém que voltara a acreditar que era de fato uma Deusa.

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Gambit andava de um lado para o outro na mata. Estava chegando a hora em que Sinistro apareceria. Quanto mais tempo ele teria que esperar naquela angústia? Apertava o crânio e pensava se aquela fora a decisão certa a se tomar. Estava quase quebrando o cajado de tanto que o apertava. Depois de algum tempo, Sinistro apareceu.

Sinistro: Pronto, assassino?

Gambit: Você devia ter pensar antes de me chamar assim.

Sinistro: Poupe-me! Quero saber se está pronto para me ajudar, porque eu estou pronto para fazer sua caveira para seus amigos!

Gambit: Estou pronto, monsieur. – Os olhos dele brilhavam de ódio.

Sinistro: Então, obedeça minhas ordens. Você vai ter que imobilizar e silenciar a ninja da floresta. Ela parece um cão de guarda e nós não podemos agir sem que ela esteja neutralizada.

Gambit suspirou e entrou na mata à procura da japonesa. Encontrou-a dormindo em cima de um esteira de palha com ornamentação oriental, bem embaixo de uma cerejeira repleta de flores rosas. Estava dormindo plácidamente, ele pensou que não poderia ser mais fácil! No entanto, quando se aproximou, levou uma rasteira!

Yuki: * O que você quer comigo, pervertido? * - Dizia em japonês.

Gambit: Calma, Yuki... Eu só cheguei perto para ver se você estava bem, não estou acostumado a ver as pessoas dormindo no chão...

Yuki: * Não se aproxime ou eu te mato! *

Gambit: Eu estava pensando se você não gostaria de ser mais próxima de mim. – Ele chega mais perto dela.

Yuki: * Eu falei para ficar longe! *

Gambit agarra a japonesa e consegue beija-la, só assim ela se acalmava. Gambit pensava em como iria neutralizá-la, não queria usar violência.

Foi então que ele percebeu que a recatada japonesa já estava abrindo sua camisa, Gambit deu um passo atrás estranhando aquilo. E lá foi Yuki para cima dele de novo. Então, Gambit soube que precisaria fazer uso do cajado. Imobilizou-a e usou o cinto do seu sobretudo para amarrar os pulsos dela. Yuki berrou o quanto pôde, então, o cajun tirou o sobretudo e jogou por cima dela. Os gritos ficaram abafados, ao longe ninguém escutaria... mas Gambit não contou com uma informação simplória... Wolverine escutaria...

Voltou e Sinistro continuou a lhe dar informações. O plano consistia em Gambit pegar Rachel para “dar um passeio”, Jean, zelosa como só ela, desconfiaria e iria atrás. Quando Gambit passasse Rachel para Sinistro a tarefa de Gambit deveria ser simplesmente uma: atacar os x-men.

Gambit:O quê?????

Sinistro: Se Jean tentar tirar Rachel de mim, ataque-a! Se Wolverine tentar tirar Rachel de mim, ataque-o! Não estou mais me protegendo dozinho, agora você está comigo. Exijo cobertura.

Gambit: Isso é pior do que ter meu passado revelado!

Sinistro: A vida é feita de decisões. Você decide.

Gambit apareceu na casa do lago, estava suando.

Vampira: Tudo bem, gato?

Gambit: Tudo...

Ele pegou Rachel no colo, ela estava brincando com um pauzinho de árvore junto com o irmão. Disse “papai bum” e Gambit quase chorou. Acabou suando mais.

Jean: Onde você vai? – Era como se ela já pressentisse isso há alguns dias.

Gambit: Lugar nenhum... Vou levar Rachel para passear.

Jean não teve escrúpulos naquele momento, invadiu a mente do cajun e leu as suas intenções!

Jean: Nããão!

Ao perceber que foi invadido e descoberto, Gambit respirou fundo e jogou uma carta energizada em cima de Jean! Por essa ela não esperava, uma traição desse tamanho! Pega de surpresa, acabou voando longe, caindo no lago!

Vampira: REMY !!! – Estava atordoada.

Gambit: Pardon, chere. Gambit nunca foi lá grandes coisas ...

Jean já estava saindo da água, quando Wolverine apareceu do mato carregando Yuki no colo. Ele queria matar Remy Lebeau. Foi nesse instante que Sinistro emergiu das águas e pegou Rachel no colo.

Sinistro: Perfeito, Gambit. Dê-me cobertura agora. Detenha Vampira e Wolverine, eu deterei a sanha da mãe roubada.

Scott: DETENHA A MIM, SINISTRO!

Sinistro: Não!

Uma violenta rajada invadiu o lago. As águas se abriram como o mar vermelho, o fundo do rio foi rasgado, árvores tombaram, as pessoas ficaram cegas por alguns segundos. Aquela enorme força era Scott Summers, que aparecia entre as folhagens da mata.

Wolverine: Nossa!!! Às vezes eu esqueço porque esse cara é o líder... Agora lembrei.

Com a rajada violenta bem direcionada no peito de Sinistro, Rachel voou a metros e metros de altura. Sinistro caiu estremecendo no chão e Vampira voou para agarrar Rachel no ar!

Vampira: Peguei, Jean!

Foram longos segundos para que Sinistro, cambaleante, reunisse forças para voltar a ficar de pé. Quando se levantou, já encontrou os x-men reunidos diante de si prontos para atacar. Jean, Scott, Wolverine e Vampira. Atrás de si, para sua cobertura, ele só tinha Gambit. Daqueles diante de si, ele esperava tudo, tamanho era o ódio.

Sinistro: Não adianta, Summers... A menina é minha!

Gambit: Non. Não é não.

Sinistro só não contava com o ódio de quem estava atrás dele. Desprevenido daquele ataque, sucumbiu ao chão. Gambit havia varado seu cajado nas costas de Sinistro. O cajado fincou de um lado ao outro do corpo, transformando aquele monstro numa espécie de espeto de churrasco. Por essa, os x-men não esperavam...

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Continua Aqui

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CONTINUAÇÃO DE DECISÕES:

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Vampira: Gambit! Você matou o Sinistro? – Ela ainda estava com Rachel ainda no colo.

O cajun se afasta do corpo estendido diante de si, que estava varado de um lado a outro por um cajado. Scott Summers corre para perto do corpo, desvira-o de barriga para cima.

Bruna: Meu Deus! Que nojo!

O corpo de Sinistro estava com um enorme buraco de queimadura na altura do peito, culpa da intensa rajada do líder Ciclope. Além disso, o cajado cravado no corpo, os olhos morbidamente entreabertos e o sangue que escorria pelo canto da boca.

Vampira: Sinistro não tem o poder de regeneração? Algo como o do Wolverine?

Gambit: Tem sim... Na verdade, se não fosse pela rajada de Scott, eu não teria conseguido fazer o que fiz. Antes que o corpo dele pudesse se recuperar inteiramente da rajada, eu cravei o cajado na altura do coração dele. ... ... Querem saber? Ele merecia!

Wolverine coloca Yuki no chão e agarra Gambit pela gola do uniforme.

Wolverine: Mas por que diabos você jogou uma carta energizada na Jean??? Por que Yuki foi amarrada? *SNIKT*

Scott: Fala, Gambit!

Wolverine: Fala, cajun!

Gambit: Eu estava tentando enganá-lo... Era um plano há muito tempo concebido, já tinha em mente me fazer passar por ajudante só para poder matá-lo de vez... Ele não esperaria isso de um ajudante.

Vampira: Como amigo, Bishop disse que você seria traidor dos x-men. Como marido, você me traiu inúmeras vezes... E até como ajudante de monstros, você é traidor, Remy? Trai a todos sem distinção?

Gambit: Chere... Foi para livrar Rachel dessa perseguição... Agora ela pode viver uma vida normal... sem mais esconderijos.

Enquanto todos tentavam entender aquela situação que acabara de acontecer, só Jean parecia chorar em silêncio de pura alegria e nervosismo. Era maravilhoso demais que Sinistro estivesse morto... Anos e anos lutando contra ele. Anos e anos vendo Scott sofrer. Ter sido enganada por Escariotes à mando de Sinistro. Ter fugido dele por todo o mundo... Ter ficado anos sem engravidar por receio dele... E agora ali estava ele morto. Por mais que fosse horrível ver um corpo, uma cena dantesca, a violência suprema: Jean tremia também de felicidade. Ainda com lágrimas nos olhos, ela acorda do transe e olha para Gambit.

Jean: Não... Não minta...

Gambit: Jean?!?!

Jean: Eu li sua mente quando pegou Rachel no colo! Você estava realmente ajudando Sinistro!

Gambit: Só para traí-lo!

Jean: Mentira! Se Scott não tivesse chegado e feito o que fez, você NÃO teria chance de traí-lo... Aquilo foi uma decisão que você tomou na hora!

Gambit: Se tomei na hora ou meses antes, o que importa?! O que importa é que Remy Lebeau traiu Sinistro. Remy Lebeau matou Sinistro e tirou-o definitivamente de suas vidas! E da minha vida também!

Vampira: Da sua vida por que?

Gambit: Eu sou um traidor nato... Mas dessa vez eu traí quem não merecia a mínima consideração... e é assim que vocês me retribuem?

Scott: A questão é que sua mudança de decisão só ocorreu no último instante por uma ajuda minha!

Gambit: Era o meu mais profundo desejo! Mesmo assim, confesso: se não foi por sua rajada eu não teria conseguido!

Vampira: E então... o que estaria acontecendo agora se não fosse por Scott no último segundo? Rachel estaria com Sinistro!

Gambit: O que importa não é o “seria” ou “aconteceria”. O que importa é o agora. O agora e a minha jura de que a idéia de matar Sinistro era antiga.

Até aquele momento, Gambit ao menos respirava aliviado que seu passado nos túneis Morlockes não tinham sido revelados. Sua traição aos x-men, ele tentava reverter dizendo que era tudo um plano calculado para matar Sinistro desde o princípio.

O líder teve que dar fim à situação.

Scott: Vamos enterrar Sinistro aqui mesmo às margens desse lago e depois... Gambit passará por uma varredura psíquica de Jean antes de voltar para a mansão X. É a única maneira de garantirmos que estamos agindo certo em relação à nossa segurança.

Gambit: NON! Que absurdo! Que invasão! Não permito essa desconfiança a meu respeito!

Scott: Se você estiver mentindo, Gambit... Muito provavelmente Xavier não irá mais lhe querer nem na equipe, nem na casa...

Vampira: E mesmo que o velho queira, eu é que não vou mais te querer!

Gambit: CHERE?!?!

Vampira: É isso mesmo que você ouviu! Cansei dos seus inúmeros erros!

Gambit: Se vocês já desconfiam de mim, é sinal de que eu não devo ficar. Se não há confiança, não há nada... Como vocês acham que eu me sinto? Prefiro ir embora do que ter que me sujeitar a isso.

Scott: Se você for, estará assinando seu atestado de culpa!

Gambit: Se eu ficar, estarei assinando meu atestado de idiota...

Gambit arrancou seu cajado do corpo de Sinistro e com seus incríveis malabarismos, pulou no teto da casa e depois caiu no lago. Nadou até a margem e sumiu no mato.

Vampira: Remy!

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A noite na casa do lago não foi nada agradável... Os x-men resolveram partir de volta para a mansão na manhã seguinte, o corpo de Sinistro levou toda a tarde para ser enterrado bem fundo. A casa ficou pequena para tantos membros: Jean e duas crianças, Wolverine, Scott Summers, Vampira e Bruna. Gambit sumiu no mato, Yuki foi atrás.

Vampira estava encolhida num canto da casa, pensativa, com os olhos verdes perdidos no nada. Jean estava preocupada com ela. Rachel reconheceu Scott e chamou-o de pai. Foi o primeiro sorriso que ele deu desde que chegou ao Japão. E então, foi a primeira vez que chegou perto de Jean também. Ela estava com Christian no colo e Ciclope pediu para segurar a criança. Wolverine levantou-se do chão desconfiado.

Wolverine: Jean...

Ela entregou o menino ao líder sem medo de nada. Mas Wolverine estava prestes a colocar suas garras para fora.

Scott olhou bem para o bebê de tão poucos meses que já aparentava mais de um ano. Era ou não era um pouco seu filho? Quantas vezes beijou a barriga de Jean enquanto ela esperava-o? Quem lhe escolheu o nome? Não foi ele mesmo? Quem imaginou seu rosto e pensou que poderia ser parecido consigo? Quem o viu nascer e filmou o parto? Quem foi ao fundo do poço quando soube que ele não era seu? ... Aquele era um dia para se pensar em uma das piores ações humanas: a traição. Ela mata de diferentes formas.

Mas o bebê sorriu, e Scott acabou por sorrir junto. O bebê segurou o rosto de Scott e ele realmente se enterneceu.

Scott: Lembra de mim, Christian?

Wolverine: É claro que não! Larga o meu guri, Summers!

Ciclope entregou o bebê para Jean e saiu da casa em direção ao lago e à mata.

Jean: Scott!!!! – Ela gritou alto, mas ele nem lhe deu ouvidos.

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Enquanto isso, na mansão X, a nova líder era Tempestade. Ela reuniu o pequeno grupo que tinha: Bobby Drake, Bishop, Warren e ela própria. Fabrizio ouvia tudo calado. Ororo liderava o grupo a partir das informações que Fabrizio havia repassado para Charles Xavier. Magneto e seu grupo atacariam novamente na noite do dia seguinte... Atacariam o prédio da Justiça, que eles consideravam manipulada à favor dos anti-mutantes. Fabrizio achava que algum juiz poderia vir a morrer.

Tempestade: Nós estaremos esperando por eles... Será uma grande surpresa.

Bobby: Vou esfriar as intenções sanguinárias da nova membro do grupo: Jubileu!

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Scott estava sentado no chão entre as sombras das árvores. Jean chega sem que ele perceba.

Jean: Oi.

Scott: ... Oi. – Mal olha para ela.

Jean: Eu não vou voltar para a mansão.

Scott: ...

Jean: Não... não é porque eu vou continuar aqui com Logan.

Scott: Não leia minha mente! Pode parar, e isso não é um pedido!

Jean: Não vou voltar porque não existe mais clima para nós dois dentro de uma mesma casa.

Scott: Existe: a indiferença.

Jean: Não é o que eu sinto dentro de você.

Scott: Já mandei parar de ler minha mente! Se não é o que sinto, é meu objetivo! É o que vou sentir muito em breve.

Jean: Ainda não sei para onde vou. Acho que vou morar em Manhattam.

Scott: Você vai sair da equipe?

Jean: Você se importa?

Scott: Como líder, me importo muito.

Jean se aproxima de Scott Summers e coloca sua mão sobre o ombro dele. Ele se levanta e fica diante dela. Jean tenta pousar suas mãos sobre o corpo dele, mas Scott as segura.

Jean: A morte de Sinistro é algo que me traz muita felicidade.

Scott: Você não está sorrindo.

Jean: Nem você, mas sei o quanto isso significa para nós dois e para nossa filha. Viveremos em paz, Scott!

Scott: ...

Jean: Conseguimos a paz, nossa tão sonhada paz... E, no entanto, estamos separados.

Scott: Por culpa inteiramente sua. – Ele vira o rosto em outra direção.

Jean: Seria o nosso momento de maior alegria.

Scott: ... Não saia da equipe. Precisamos de você.

Jean: Eu cometi uma injustiça com você e tentei resolve-la com outro erro. Erro em cima de erro. Me sentia cada vez mais perdida em um labirinto de mentiras e medos. Estou me sentindo perdida. Quero me encontrar. Não quero ir para a mansão e ser ignorada por você. Não quero mais viver com Wolverine. Quero ficar sozinha e pensar nas coisas que realmente quero para minha vida.

Nesse momento, Wolverine aparece entre as folhagens. Jean se assusta. O canadense parecia irritado.

Wolverine: Eu não sei sobre o que vocês conversam, mas se casalzinho estiver reatando, graças à emoção de ver Sinistro morto, eu informo que o guri é meu.

Jean: O quê é isso, Logan?! – Ela não estava acreditando naquela cena ridícula.

Scott: Estou muito longe de reatar alguma coisa com Jean, Wolverine. ... E muito pouco interessado na sua vida.

Wolverine: Ótimo. Porque se ela estiver tentando te enganar de novo, só para te conseguir de volta, saiba que nós vivíamos como um casal.

Scott fecha os olhos, mas ninguém consegue perceber por seus óculos de quartzo rubi.

Jean: Logan! Que mentira! Isso não pode ser você!

Wolverine: Pode sim, ruiva! Já que vocês estão brigados e separados, vou jogar todas as cartas na mesa. Se passei anos tentando te ganhar na clandestinidade, agora é ás claras! Aquela marca ali no pescoço dela, caolho, fui eu que fiz ontem. Ela é minha agora. Te manda do meu pedaço, babaca.

Scott dá um suspiro longo e resolve sair dali com a mão na cabeça.

Jean: Você não é um lobo nem eu sou uma cadela para você demarcar território ou “pedaços”, Logan! Você está me fazendo sentir o que eu nunca senti por você: raiva! Nunca senti! Mas estou sentindo agora!

Wolverine: Claro! Estou deixando as coisas bem claras aqui para o seu ex “príncipe encantado”! Isso deve te dar raiva! Você vai negar, ruiva?

Jean: ...

Wolverine: Vai negar o que fizemos ontem aqui nesse mato?

Scott voa para cima de Wolverine, imprensando-o contra uma árvore.

Scott: Se você continuar, eu te mato.

Wolverine: Pensei que tu fosse indiferente a ela agora...

Scott: As coisas que eu não sei, eu quero continuar sem saber.

Wolverine: Agora tu já sabe...

Scott: ... - Ele solta Wolverine na árvore.

Jean: Será que você não percebe, Wolverine?! Eu não te quero! Não quero ficar com você!

Wolverine: Ontem você quis!

Scott dá um murro bem no meio da cara do canadense. Wolverine cai no chão e leva um tempo para se cicatrizar.

Wolverine: Filha da pu...

Jean: Já disse que não quero mais! Nunca mais! Eu prefiro ficar sozinha, já me decidi. Depois disso tudo aqui, então, não te quero mesmo.

Scott: Eu vou embora para que vocês dois se entendam melhor.

Jean: Não! Scott... eu...

Scott: Repito. As coisas que eu não sei, eu quero continuar sem saber. – Disse com o dedo na cara dela e sumiu na mata.

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Vampira saiu da casa do lago e voou bem alto. Já era noite e estava difícil de ver as coisas lá em baixo. Resolveu voar baixo e procurar Gambit... Ele não poderia ter ido muito longe à pé. Encontrou-o quase fora da reserva florestal do lago. Estava de fato andando até encontrar uma cidade e sumir dali. Ela desceu.

Vampira: Ia embora sem falar comigo, gracinha?!

Gambit: Você disse que não me queria mais. Eu ia me despedir para quê?

Vampira: Não... Eu disse que se você estava realmente ajudando Sinistro, aí sim, eu não quero mais você. ... Você não acha isso justo?

Gambit: ...

Vampira: Não? Depois de tudo que eu já agüentei de você, mais essa ! E mesmo assim você acha que ainda não seria suficiente para eu desistir de você?!

Gambit: O que eu não acho justo é você suspeitar de mim...

Vampira já havia beijado Gambit várias vezes antes de ter inibidores de poderes. Já o tinha visto parar em coma, passar mal, vomitar, ter ataque de epilepsia... Ela sabia que seus beijos não sugavam apenas a energia vital e os poderes, mas também as memórias das pessoas sugadas.

Vampira: Gato, parte de você vive em mim... Mesmo que partes quebradas e desconexas.

Gambit: O quê quer dizer, chere? – Os olhos dele talvez o tenham denunciado.

Vampira: Quero dizer que eu sei de algo muito perturbador em relação a você e Sinistro, que o inferno o tenha.

Gambit: O quê?

Vampira: Algo ruim, Gambit. Algo que te envergonha, que te faz sofrer.

Remy Lebeau abaixa a cabeça.

Gambit: Você deve ter sonhado com isso, chere.

Vampira: Não... Isso veio de dentro de você. Eu não consigo ver o que é, mas sei que houve algo sério. Nunca te perguntei, porque isso também me perturbava... Mas eu sempre soube, Remy... Eu sempre soube que você carregava um passado sombrio e mesmo assim continuei com você. Pra mim passado era passado.

Gambit abraçou Vampira e deu um beijo nela. Depois segurou seu rosto com delicadeza. Eles encostaram testa com testa.

Gambit: Você confiou em mim, merci.

Vampira: Confiei porque acreditava na sua mudança em relação ao presente e ao futuro. ... Por isso, acho que não suportaria saber que você ajudou Sinistro agora!

Gambit: Não posso te contar... Nem a você, nem a ninguém.

Vampira: Conta pra mim, Remy... De certa forma, eu sempre soube...

Gambit: Non... – Os dois descolaram as testas. Gambit se afastou.

Vampira: Se você não contar e for embora para sempre, o que será da sua vida dedicada aos x-men? O que será do nosso relacionamento?

Gambit: Não ia embora por muito tempo... Iria voltar quando a poeira abaixasse...

Vampira: Eu acho que mereço sua confiança, Remy. Acho que mereço saber o que são esses flashs que eu vejo na minha mente.

Gambit: Não quero te perder... não posso contar.

Vampira: Se você não contar, vai perder a mim e aos seus amigos. Vai perder seu lugar na equipe e o sentido que você havia dado à sua vida.

Gambit: Non... Não faz isso comigo.

Vampira chegou perto dele e segurou seu rosto. Voltou a colar as testas. Gambit fechou os olhos.

Gambit: É vergonha demais para uma pessoa, belle.

Vampira: Conta, gato...

Gambit: Eu vou te perder... Eu vou perder tudo na vida. – Ele continuava com os olhos fechados, dentro das mãos dela.

Vampira: Não vai. Você não conseguiu isso até hoje! E olha que já deu muitos motivos!

Gambit: Os túneis Morlocks...

Vampira tirou as mãos do rosto de Gambit. Ele passou a mão no rosto, amedrontado com o recuo dela.

Gambit: Os túneis Morlockes, o massacre de mutantes... Sinistro foi responsável. Foi o mandante. Eu era novo... ladrão... Tinha convivido com assassinos. Fui contratado para trabalhar.

Vampira: ...

Gambit: Essa é a minha vergonha pessoal. Meu maior martírio. Meu maior segredo, dentre tantos outros que tenho.

Vampira correu a abraçou Gambit. Os dois caíram no chão, Remy Lebeau chorava de uma forma que Vampira nunca tinha visto.

Gambit: Eu sou um assassino de inocentes... Um genocida... – Ele tremia.

Vampira: Calma, Gambit... – Tentava acalma-lo passando a mão em seu rosto e cabelo.

Gambit: Matei mulheres e crianças... Nunca consegui me perdoar, nunca vou me perdoar... É horrível, belle.

Vampira: Eu te perdôo, Gambit.

Ele escondeu a cabeça no ventre dela quando ouviu isso.

Gambit: Merci.

Vampira: Sinistro sempre te perseguiu por isso?

Gambit: Sempre.

Vampira: E hoje? Conte a verdade sobre hoje.

Gambit: Sinistro ameaçou contar toda a história dos Túneis Morlockes para os x-men caso eu não o ajudasse no seqüestro de Rachel.

Vampira pôs a mão na boca e levantou-se do chão.

Vampira: Remy!

Gambit: Ele ainda me prometeu poderes que me permitissem te tocar para sempre. Aliando esse meu desejo ao medo de ter meu passado revelado, eu o ajudei de certa forma.

Vampira: ...

Gambit: Mas é claro que eu não queria ajudá-lo! Quando tive a oportunidade, matei aquele desgraçado! Dessa morte eu não me envergonho...

Vampira: Eu não gosto de assassinatos... Nenhum assassinato. Mas nesse, eu não posso te repreender.

Gambit: Eu sei que é difícil... Quase impossível... Mas... você me perdoa, belle? Está com nojo de Remy Lebeau? Tem horror a minha pessoa?

Vampira: Não... Não tenho nojo. ... E eu te perdôo sim.

Gambit pega Vampira no colo, ela ri surpresa com aquilo!

Gambit: Je t’ aime.

Vampira: Te adoro, gato.

Gambit: Não conta nada para x-men... Por favor. Eles não me perdoariam, tenho certeza. Me ajuda a impedir que Jean leia minha mente.

Vampira: Certo... vamos tentar.

Gambit: Linda! – Deu aquele sorriso encantador que fazia qualquer mulher revirar os olhos. E colocou ela no chão.

Vampira: Remy... Preciso te contar uma coisa...

Gambit: Fala, ma vie!

Vampira: Jean acabou de me dizer... que eu estou grávida.

Gambit paralisa-se no ar. Olha para Vampira com um sorriso nervoso no rosto. Depois a agarra no ar o mais alto que pode! Levanta-a bem alto e fica gargalhando. Vampira lhe dá pequenos tapas e exige voltar para o chão, ou então sairia voando. Gambit coloca a sulista no chão e ajoelha-se diante de seus pés, abraçando suas pernas.

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Continua Aqui!

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Os x-men já adentravam o pássaro negro que trouxe Scott de Nova York para o Japão, eles faziam a viagem de volta para casa agora que Sinistro estava morto e não era mais uma ameaça para Rachel. Mas onde estava Vampira? Ela havia sumido.

Wolverine: Ta na cara que ela foi atrás do cajun...

Scott: Não podemos deixá-la aqui, Logan.

Wolverine: E por que não? Aquela guria voa mais rápido do que essa lata velha!

Scott: Tecnologia Shiar virou lata velha agora...

De repente, surge Vampira e Gambit de dentro da mata. Jean sentiu-se desconfortável, lembrou da traição dele e da carta energizada que recebeu como uma bomba.

Scott: Veio para que Jean fizesse a leitura de sua mente, Gambit?

Gambit: Claro que non, mon ami. Vim para voltar para casa com vocês.

Wolverine: Não... Você não vai.

Vampira: Eu garanto que ele não precisa passar por isso. Conversei com ele, ele não era aliado de Sinistro.

Wolverine: Era sim! A mim ele não engana! Jean tem mais é que ler a mente dele!

Vampira: Não vou permitir! – Disse com a mão na cintura, toda decidida.

Gambit: Pode deixar, chere... Eu me viro sozinho. Sou eu que não vou permitir!

Jean: Por que não posso ler? O que você esconde? Realmente era aliado de Sinistro?

Gambit: Fui eu quem matou o desgraçado!

Jean: Se não é isso, o que é? Coisa pior?

Gambit não podia permitir que seus amigos soubessem que fora responsável pelo massacre de mutantes. Vampira o perdoou, mas ela perdoava-o fácil demais. Sempre foi assim... O que diria Scott? O que diria Wolverine? Quantas lágrimas de decepção rolariam dos olhos de Tempestade? Já bastava ter visto o olhar de Vampira quando contou seu maior segredo, não queria mais ver aquelas caras e sentir-se lixo.

Gambit: Não escondo nada, mas quero manter minha privacidade. ... Então, vão me deixar entrar ou não?

Scott abaixou a cabeça, ficou mirando o chão. Olhou para trás e viu Rachel no colo de Jean. A pequena disse “bum! Papai bum!”. Ele olhou para Gambit e disse:

Scott: Entra.

O pássaro negro levantou vôo em direção a Nova York. Gambit sorriu para a Vampira e deu uma longa olhada para a barriga dela. Ela também sorriu. Foi então que Jean percebeu que Gambit sabia da gravidez da sulista. Se fosse numa situação normal, teria dado um sorriso, mas estava irritada com Gambit, continuou séria e pegou Christian do colo de Logan.

Scott ligou o piloto automático logo após a decolagem para poder tomar uma água. Ficou de longe observando Jean pegando Christian do colo de Wolverine. Foi como ver uma cena em câmera lenta, o rosto dela aproximando-se do dele, o cabelo dela precipitando-se para frente e encostando no queixo dele, a pegada do bebê e Logan segurando o braço dela com olhos que pediam misericórdia. Scott nunca tinha visto aqueles olhos em Wolverine. Viu o rosto de Jean zangar-se e a boca dizer um inaudível: me larga. Viu Logan recuar o corpo para trás no assento da aeronave soltando o ar de dentro do corpo e lançando um olhar de sofrimento para o teto da nave. Deu para perceber que realmente alguma coisa aconteceu entre os dois nessa temporada japonesa. O próprio Wolverine já tinha lhe contado. Mas ali estava claro o medo que Logan tinha de perder o que ganhou nessa temporada. Na verdade, Wolverine nunca ganhou. Foi então que os olhos dois se cruzaram na aeronave, Logan e Scott. O canadense fez aquele olhar de “o quê é, porra?” O líder voltou abatido para o comando do pássaro negro e olhou lá para baixo, vendo diminuir ao longe o local onde fora enterrado quem sempre lhe perseguiu. Estava livre, queria voltar a ser alegre e sentir essa liberdade.

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Enquanto isso, em Manhattan, o prédio da Justiça Federal estava para sofrer um atentado. Mas dessa vez os x-men já sabiam como o grupo de Magneto iria atacar. Fabrizio foi de grande ajuda ouvindo o que os mortos tinham a dizer. Tempestade era a líder. Estavam todos no teto do prédio, observando a rua lá em baixo.

Tempestade: Muito bem, Magneto deve estar para chegar. Mais alguma informação de plano de ataque deles, Fabrizio?

Ele permaneceu mudo olhando a lua. Warren balançou a cabeça e disse com os olhos que Fabrizio era louco. Tempestade ficou apreensiva.

Bobby: Da última vez que ele falou, disse só que alguém iria manipular a mente dos guardas, Emma Frost. E que depois o líder seguiria para dentro do prédio acompanhado de Emma, Jubileu, Mística e uma outra pessoa que ele descreveu mas eu não conheço.

Tempestade: Quem?

Bobby: Já disse... não conheço. Parece que é alguém ossuda. Deve ser uma magrela!

Tempestade: Emma Frost continuará manipulando os guardas andares e andares acima no prédio, Jubileu provocará curto circuito na fiação elétrica, provocando um incêndio. É só o que ele disse saber... Agora já não diz mais nada. ... ... Bom, eu cuido de Magneto, Bobby Drake de Mística e Fera de Emma Frost.

Bobby: E quem cuida de Jubileu?

Fera: Deixa Jubileu em paz, Robbert.

Bobby: Essa garota sempre foi mimada por vocês! E continua sendo! Assim, ela não vai aprender nunca!

O grupo de Magneto chegou. Eles andavam todos encapuzados, negros como a noite. Mas dava para perceber pela silhueta do corpo quem era quem.

Tempestade: Vai, Bobby!

Ela deu a ordem e Bobby Drake criou uma enorme rampa de gelo, deslizando por ela como uma flecha, caindo bem em cima de Mística! Tempestade ascendeu aos céus invocando raios e ventos contra Magneto. O rei do magnetismo fez com que o grade de ferro da Justiça Federal voasse em cima de Tempestade, ela teve que desviar-se fazendo manobras no ar para fugir da grade.

Magneto: Emma, leve Medula consigo para dentro do prédio! Agora!

Fera escalou prédio abaixo e correu atrás de Emma Frost.

O plano de Magneto era manipular todos os guardas com a ajuda de Emma Frost e levar Medula até o juiz responsável pelo processo movido por Charles Xavier, para matá-lo com um osso fincado no coração. E na retaguarda, Jubileu incendiaria todo o prédio e os documentos.

Fera alcançou Emma e puxou-a pelo braço antes que ela entrasse no elevador em direção ao último andar. Ele não esperava por um estranho ataque! Uma menina arrancou um osso de si mesma e fincou-o bem no meio da coxa do cientista da mansão X.

Fera: Minha santa Aquerupita! - Ele caiu no chão de dor!

Emma: Até que você não é tão inútil, garota!

Medula: Continua de gracinha que a tua hora pode chegar, vaca!

As duas entraram no elevador em direção ao último andar. Fera abaixou a cabeça de dor e decepcionado consigo mesmo. Não podia dar seus pulos com aquele osso na perna! Pediu ajuda a um dos guardas de plantão, mas este só repetia:

Guarda: Loteria, ganhei na loteria...

Emma Frost com toda a certeza! Todos os guardas daquele andar térreo diziam a mesma frase de forma quase catatônica.

Naquele momento Jubileu passou pelo corredor também em direção ao elevador.

Fera: Jubileu!

Jubileu: Fera! - Gritou espantada olhando para ele estendido no chão.

Ficou ali longos segundos sem saber se ajudava o amigo de longa data, quase um pai ou um tio; ou se prosseguia com a missão de Magneto que era incendiar o prédio o mais rápido possível e fugir antes dos bombeiros chegarem.

Mas o que ela podia fazer para ajudá-lo? ... Ela não era médica, não podia fazer nada com sua perna...

Não executar o plano de Magneto já seria uma ajuda. Tentar impedir Medula de matar o juiz seria a melhor ajuda que ele poderia receber.

Jubileu agachou-se ao lado de Fera estirado no chão e passou a mão no rosto peludo dele.

Jubileu: Eu preciso fazer justiça, Fera.

Fera: Não dessa forma.

Jubileu: Então, de que forma?

Os dois ouviam os trovões e ventos sinistros do lado de fora do prédio, além de barulho de metal retorcido. Às vezes ouviam o barulho de gelo se quebrando.

Fera: Preste-me ajuda, Jubileu.

Jubileu: Como? Se eu arrancar esse osso posso acabar te matando...

Fera: Não... Eu só quero que você impeça Emma Frost e a estranha menina osso de fazerem o que elas pretendem.

Jubileu entrou no elevador. Fera ainda não sabia se para incendiar o prédio, ou deter Medula e Frost.

Jubileu encontrou as duas no corredor do último andar. Viu Emma Frost manipulando a mente do último guarda, ele repetia a frase “eu sou idiota” incessantemente. Agora era só abrir a porta da sala do juiz e lançar um osso certeiro em seu peito.

Emma: Ah! Já era hora de você aparecer, sua lerda! – Disse Emma olhando para a recém chegada Jubileu.

Jubileu não pensou duas vezes, lançou seu raio de plasma e fogos bem em cima de Emma Frost! A loira caiu no chão com o cabelo de quem tomou um tremendo choque! Morta de raiva, nem pensou em usar seus poderes psíquicos contra Jubileu. Levantou-se do chão e correu atrás dela decidida a dar-lhe tapas mesmo!

Emma: Eu vou acabar com você, sua imbecil!

Jubileu se desvencilhou da ira de Emma Frost, dando-lhe um drible com o corpo naquele corredor apertado. O problema é que bem diante de si estava Medula. A chinesinha viu Medula com um osso na mão e estava certa que seria vítima daquela violência. Quando o osso veio em sua direção, Jubileu sabiamente abaixou, jogou-se no chão! O osso atingiu o ombro de Emma Frost!!!!!

Com medo do que acabara de fazer com um membro importante de seu novo grupo, Medula fugiu escada abaixo. Jubileu ouviu a voz de Bobby Drake numa janela. Ele havia feito uma rampa de gelo e subiu por ela até o andar onde tudo ocorrera. Ele viu Jubileu diante do corpo estirado da Rainha Branca.

Bobby: Jubileu, sua piveta! Traidora!

Jubileu: Cadê Mística?

Bobby: Congelada!

Jubileu: E Magneto?

Bobby: Retirada estratégica! ... Fugiu!

Jubileu: Tempestade?

Bobby: Está com Fera lá em baixo, aquele que você deixou largado para sangrar até morrer!

Bobby pegou Emma Frost desacordada no colo, levaria para baixo por sua rampa de gelo. Quando levantou o olhar, Jubileu já havia sumido como fizera Medula.

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Quando a equipe voltou para a mansão, encontraram Jean, Scott, Vampira, Gambit e Wolverine de volta! Vôos supersônicos duravam poucas horas. Foi uma grande surpresa! Todos se abraçaram, mas pararam espantados ao verem Bobby Drake entrar carregando Emma Frost desacordada e sangrando muito e Warren ajudando Fera a entrar em casa. Ele também fez uma linha de sangue na sala. Xavier estava preocupado com a situação. Normalmente quem sabia lidar com a aparelhagem Shiar do LabMed era Fera, mas ele também estava machucado.

Fera: Jean pode fazer, professor. Ela já me ajudou algumas vezes. Quando arrancar isso de mim e imobilizar minha perna, posso cuidar de Emma Frost.

Emma Frost, deitada no sofá, abriu os olhos lentamente e viu o rosto de Scott bem diante dela.

Emma: Morri e estou no céu?

Ela olhou para o lado e viu Jean Grey com duas crianças no colo.

Emma: Não... Eu estou no inferno.

Vampira: Não, sua mocréia! Você ta é em cima do sofá e sujando tudo com seu sangue podre!

Gambit aproximou-se de Vampira e abraçou-a por trás dando um beijo na sua nuca.

Gambit: Menos estresse agora, chere... E você sabe porquê.

Emma frost semi-cerrou os olhos e entendeu aquela cena enquanto era levada para o LabMed. Não gostou de ter visto Vampira naquela felicidade.

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Continua Aqui!