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DECISÕES


O táxi leva os dois até o apartamento de luxo de Emma Frost, no centro de Manhattan. Ela era dona dos 3 últimos andares, incluindo a cobertura. Luxuoso, brilhava iluminado naquela noite de lua cheia.

Emma: Não entrou no táxi?!?! Agora sai do táxi e me acompanha.

Foi andando decidida pelo hall de mármore, Scott a seguia calado e sem jeito. No elevador, ela apertou o botou do último andar com aquele dedo com anel gigante, unha longa, pintada e bem cuidada.

Emma: Não vai falar nada? O que você quer? Entrar no táxi daquele jeito não faz seu tipo...

Entrando no apartamento de enorme parede de vidro por onde se podiam ver as lindas e altas luzes da cidade, além do Central Park escurecido pela noite, Scott falou:

Scott: Vim saber o que aconteceu com Jubileu?

Emma riu. Jogou a chave na mesa e foi dirigindo-se a grande sala de banho de piso, paredes e louça branca.

Emma: Eu bloqueei minha mente, mas quem estava tentando invadi-la era Xavier. Por que ele mesmo não descobriu o que aconteceu com Jubileu?

Scott: Ele não quis criar um embate a toa com você. Se você bloqueou, ele recuou, em respeito.

Emma: Respeito?! Aquele velho me escorraçou como se eu fosse uma mendiga pedindo esmola!!! E você vem falar em respeito?!

Scott: Vai tomar banho?

Emma: VOU! Quero tirar as impurezas daquele pardieiro do meu corpo! Só de pensar que Fera meteu a mão em mim, nojo! E que aquele osso daquela meliante entrou no meu corpo... arhgt!

Scott segurou o braço dela antes que ela entrasse no banheiro e fechasse a porta.

Scott: Lembre-se que esse mesmo osso poderia ter te matado. Ao invés de ficar com nojo, pense nisso.

Ela bateu a porta. Scott ficou na sala à espera. Folheou revistas, livros de decoração, de paisagismo, de ferraris, de diamantes caros, e a espera foi tão longa que ele levantou, olhou a vista, os retratos em cima do piano branco – eram todos de Emma Frost – os quadros, até que finalmente ela apareceu:

Emma: Esse Dali é verdadeiro.

Estava com um penhoar esvoaçante branco, de gola e pulsos de pom-pom branco. Envolvia seu pescoço como um arminho. Os sapatos de salto também tinham o mesmo pom-pom branco.

Scott: O quê?

Emma: O quadro.

Ele voltou a olhar para a parede e sorriu. Era um belo quadro de Dalí.

Scott: Eu nunca imaginaria que na sua casa existe alguma cópia ou falsificação, Emma.

Emma: Imaginaria sim. Quando eu cheguei na sala, li sua mente, estava pensando: isso é original mesmo? – Sentou no sofá e cruzou as pernas.

Scott abaixou a cabeça, um tanto irritado com aquela confissão de leitura de mente tão deslavada.

Emma: Não sou igual a sua ex mulher. Eu tenho esse poder e faço uso mesmo!

Scott: Está lendo minha mente agora?

Emma: Estou. Você está irritado comigo e querendo logo saber de Jubileu. – Disse enquanto recebia uma taça de champagne de um criado que chegara com uma bandeja. Scott recusou a outra taça com um movimento de cabeça.

Scott: Então, você pode atender aos meus anseios?

Emma: Vou ser sincera com você. Quando Jubileu passou por Fera ensangüentado e com o osso fincado na perna, não sei se ela chegou a prestar ajuda. Acho que não. Mas o que importa é que ela subiu para o andar do juiz, assim como eu e Medula.

Scott: Medula?

Emma: A ossuda mulambenta.

Scott: E como você se feriu? Jubileu teve participação?

Emma: Olha... Quer saber? Talvez Jubileu tenha prestado socorro sim ao Fera. Aquela fraca desistiu do plano meu, de Magneto e Mística; porque ela já chegou no andar jogando uma rajada de plasma em cima de mim!!!! Insolente...

Scott fez cara de surpresa.

Emma: Eu obviamente fui para cima, mandei Medula jogar um osso nela, mas a piveta abaixou e o osso fincou no meu ombro!

Scott encostou as costas na poltrona e botou a mão na boca e no queixo, surpreso com o que acabara de ouvir na maior naturalidade.

Scott: Você pediu para essa tal Medula matar Jubileu???

Emma: Não foi matar...

Scott: É claro que foi! Você ordenou que ela jogasse um osso na menina!!!! Fora o osso na perna de Fera!!!

- Ele levantou da poltrona. Emma: Que menina? Você fala naquela ameaça que já chegou no andar me atacando sem motivos?!

Scott: Vou embora! Eu não esperava isso de uma mutante contra outra! E outra que foi sua aluna!

Emma: Ah, vai mesmo! Some da minha frente! Vai dar lição de moral no povo da tua casa que eles estão precisando. E diga para seu professor que de mim ele não recebe mais nenhuma ajuda sequer. Nem treinamento de menores, nem ajuda psiquiátrica aos alunos, nem socorro em momentos de equipe desfalcada, nem com dinheiro!

Scott: Ele não precisa do seu dinheiro e você sabe disso!

Foi a última coisa que disse antes de bater a porta.

Emma: “Loira desalmada e fria” era a senhora digníssima da sua mãe. – Disse ela da sala, tomando o último gole do champagne.

Scott: Eu não disse nada! – Gritou Scott já abrindo a porta do elevador para ir embora.

Emma: Não disse, mas pensou.

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Uma garota andava pelas ruas de Manhattan, entrava nos piores bares e lojas. Mascava um chiclete e não tirava um enorme óculos rosa do rosto. Usava uma capa amarela e por isso chamava muita atenção. Passou por uma rua de prostitutas e travestis, entrou em becos onde drogados usavam heroína, abriu latas de lixo. Chutou tampas de bueiros, entrou em casas e igrejas abandonadas. Até que encontrou quem procurava dormindo escondida dentro de um prédio em obras.

Jubileu: Achei você!

Medula acordou assustada.

Jubileu: Fugiu do grupo depois do que fez com Emma, não é?!

Medula: E você, japa?! Não foi você a traíra que já chegou atirando seus plasminhas coloridos pra cima da gente?!

Jubileu: Você tentou me matar, Medula! – Disse enquanto chutou o ar tentando acerta-la, mas Medula havia rolado para outro lado e se levantado.

Medula: Foda-se! Tentei mesmo! E ainda tô em tempo!

Jubileu pulou no cabelo dela! Medula gritou já levando as mãos em cima dos ossos que saíam pela pele, ia arrancá-los para enfiar em jubileu, embora mexer nele fosse algo doloroso.

Jubileu: Até parece que eu vou deixar você enfiar isso em mim!

Jubileu foi mais rápida e puxou o osso que saía do braço esquerdo de Medula!

Medula: AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!

O outro que estava para fora era um bem na clavícula, subindo próximo ao pescoço. Jubileu puxou esse também. Fez um barulho horrível e espirrou sangue em seu rosto. Jubileu tremeu e jogou o osso longe. Passou a mão no rosto e se borrou de sangue.

Medula: FILHA DA PUTA! – Gritou enquanto contorcia-se no chão.

Jubileu: Nós éramos para ser amigas, Medula! Temos a mesma idade e estávamos com um grupo de gente que nos desprezava!

Medula: Desprezava você que é inútil! Mas a mim, que posso ser letal, eles respeitavam! – Levantou-se do chão. – Mas você estragou tudo! Traiu o grupo e ainda provocou um incidente com Emma que não era para ter acontecido. Agora eu também não posso voltar!

Jubileu: Pensei que você achasse que a Emma era uma nojenta...

Medula: E é mesmo, mas eu queria ter continuado no grupo de Magneto! Agora eu vou fazer o quê? Voltar a viver nos esgotos!? A culpa é sua!!!

Medula arrancou um osso que Jubileu não conseguira ver que estava brotando na pele, pois saía das costas e estava escondido sob a blusa. Num grito de dor, mas com bastante agilidade, medula arrancou o osso e pulou em cima de Jubileu. Colocou a ponta afiada e ensangüentada contra a garganta dela.

Medula: Faz alguma coisa agora que eu quero ver, mimadinha dos x-men!!!

Jubileu ainda tentou jogar plasma no poste de luz à cima delas, para fazer o vidro cair na cabeça de Medula. Mas a ossuda apertou mais o osso na garganta dela, chegou a sair uma gotinha de sangue.

Jubileu: Vai para o inferno!

Medula: Vem comigo!

Medula deu um beijo em Jubileu. Puxou a cabeça dela contra a sua e deu um daqueles beijos, Jubileu levou um susto e trancou a boca na mesma hora, tentando se libertar de Medula, contorcendo o corpo.

Levantou assustada e ofegante, com lágrimas de ódio.

Jubileu: Isso você aprendeu com quem, sua louca?!?! – Chorava de raiva e limpava a boca e o sangue ainda remanescente no rosto – Com Mística?!?!

E saiu correndo pelas ruas.

Medula: Isso não se aprende com ninguém, bobinha. – Disse sozinha dentro de prédio em obras.

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Enquanto isso na mansão, Vampira estava no quarto de Jean Grey, as duas sentadas na cama do ex casal Summers. Rachel brincava de boneca enquanto, vez por outra, arrancava os brinquedos da mão de Christian.

Jean: Deixa seu irmão em paz, Rachel...

A ruiva limpou uma tímida lágrima dos olhos. Vampira segurou sua mão.

Vampira: Ouvi Tempestade dizer que Ciclope foi atrás da biscate porque Xavier pediu. Parece que ele não leu a mente dela e pediu para Scott saber de Jubileu.

Jean riu com raiva, incrédula. Esfregou os olhos e o rosto.

Jean: Ridículo... Xavier não leu a mente de Emma?! Ela pode ser poderosa, mas não é páreo para ele!

Vampira: Pelo que Tempestade disse, o professor não quis criar atrito, por isso não forçou a barra.

As duas ouviram duas batidinhas na porta, Tempestade entrou no quarto com um copo de água para Jean.

Tempestade: Calma...

Jean: Eu estou calma. ... Não tem mais jeito mesmo. Olha a hora, o que vocês acham que os dois estão fazendo agora?!?! – Disse mostrando o relógio no criado mudo ao lado da cama. Era meia noite e meia.

Tempestade: Não tire conclusões precipitadas. Ele saiu daqui às 10 da noite. E Manhattan é longe para se ir de táxi.

Vampira: Sinceramente? Não consigo imaginar Scott transando com outra mulher!

Jean: Nem eu... – Disse quase muda, numa voz embargada de choro. Escondeu o rosto nos joelhos.

Vampira e Tempestade se entreolharam. As duas abraçaram Jean, cada uma de um lado.

Jean: Olha a besteira que eu fiz! Acabei com meu casamento...

Tempestade limpou as lágrimas dela.

Tempestade: Levanta essa cabeça, você é a Fênix! Amor não te falta, existe alguém que te quer e muito.

Jean: Mas eu não quero.

Christian bateu em Rachel, ela começou a chorar. Jean se assustou e levou a menina até a cama.

Vampira: Viu? Tava tirando o brinquedo dele, ele se vingou...

Tempestade reparou no hematoma forte que se criou na pele de Rachel e fez uma cara de espanto, Jean percebeu e disse:

Jean: É.... Ele é um pouco... violento.

Vampira: Agressividade, é?

Jean: É... Bem precoce.

Fez-se o silêncio entre elas até que tempestade retomasse o assunto anterior:

Tempestade: Você ainda achava, lá no Japão, que havia alguma chance de voltar com Scott? Mesmo com um filho de Wolverine nos braços e depois de tê-lo feito acreditar que o filho era dele?

Jean: Não muito... mas desejava e sonhava que sim. Como ele ficou nesse tempo que eu fiquei fora?

Tempestade: Sombrio.

Jean: Ele falava de mim?

Tempestade: Não...

Vampira: Quando ele chegar, você vai perguntar alguma coisa? Cobrar alguma coisa?

Jean: E eu lá tenho condições ou moral de perguntar alguma coisa?!

Tempestade: Scott considera-se definitivamente separado.

Vampira: Mas ficar na dúvida? Sem saber o que aconteceu??? Já sei! Leia a mente dele!

Tempestade: Vampira!!!!!

Vampira: Ih, qual é?! Eu lia na hora! Ele nem ia ficar sabendo...

Jean: Tenho medo do que vou ver.

Levantou da cama e pegou os dois filhos no colo.

Jean: Eu já li historinha para vocês dois, coloquei os dois para dormir, mas depois que as duas tias entraram no quarto os dois ficaram acesos de novo... Dormir!

Rachel: Não...

Colocou cada um em um berço.

Tempestade: Pela Deusa, é incrível... eles têm quase a mesma altura e desenvolvimento!

Jean: Christian tem o desenvolvimento acelerado.

Jean Grey fez uso de sua telepatia e em menos de dois segundos, os filhos estavam dormindo.

Naquele instante, Wolverine entrou no quarto, sem nem bater ou pedir licença. Olhou para as crianças dormindo, para Jean sentada na cama, viu seu rosto molhado de lágrimas.

Wolverine: Tava chorando por causa do babaca?

Tempestade: Seu líder, Logan.

Wolverine: Teu líder, gata. Meu líder são meus instintos.

Deu um beijo em Jean Grey, ela revidou com um tapa, seguido de outros vários no ombro dele. Vampira e Tempestade ficaram sem jeito, levantaram da cama.

Jean: Aonde vocês vão? Quem vai sair do quarto é ele!

Vampira: Vocês se entendam...

Ele puxou Jean da cama, levantando-a em outro beijo. Levou mais e mais tapas, Vampira e Tempestade saíram do quarto.

Jean: Você quer parar com isso?! – Estava quase chorando de novo, mas não desistia de bater.

Wolverine: Acorda! Ele não te quer mais! Vai ficar se rastejando?! – Disse segurando o rosto dela.

Jean: Olha quem fala! Quem aqui passou anos se rastejando?

Wolverine: E parece que continuo.

Jean: Continua mesmo!

Wolverine ia dar outro beijo nela, mas Jean fez uso da telecinésia e paralisou seu corpo. Logan ficou como múmia.

Jean: Olha pela janela! Quem é aquela garota sentada nos degraus da entrada da casa? Bruna! Me esquece e olha pra ela! Essa menina já sofreu demais por sua causa. O que você fez com ela foi um absurdo!

Jean afastou-se e sentou na cama. Desfez a paralisação dele. Wolverine voltou a mexer o corpo e dirigiu-se para a porta. Antes de sair, ainda disse:

Wolverine: Tudo bem, ruiva. Só te digo uma coisa: quem sofre de véspera é peru de natal. Ao invés de ficar chorando pelos cantos sem nem mesmo saber o que o sujeito ta fazendo, ativa logo aquele elo psíquico que você tinha com ele e descobre. Ou então, relaxa e lê a mente do idiota quando ele voltar.

Saiu do quarto. Jean voltou para a janela, queria olhar a lua. Em menos de 5 minutos viu Wolverine sentar-se no degrau da entrada ao lado de Bruna. Jean sorriu.

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No andar de baixo, Gambit e Vampira dirigiam-se ao Lab Med. Já era quase 1 hora e 15 minutos da noite, mas Fera ainda estava limpando e organizando o laboratório médico.

Gambit: Ainda na ativa, mon ami?

Fera: O funcionamento hoje foi intenso. Tinha sangue meu e da Rainha Branca em vários lugares. Mas... o que meu adorável casal de pombinhos faz acordado a essa hora?

Vampira: Eu tô grávida.

Fera: Minha santa Aquerupita!!!! – Fera se engasgou e sentou em uma das macas. – Isso é sério?

Vampira: Não... Tô aqui de sacanagem com sua cara... É claro que é sério!

Fera: E quem já sabe disso?

Gambit: Jean, Xavier e você.

Vampira: Emma Frost também!

Fera: Todos os telepatas, então?

Vampira: È...

Fera: Vocês vieram aqui para fazer um exame com a tecnologia Shiar. É elementar,meu caro Watson... Elementar. Pode despir-se e colocar esse avental, Vampira. Vou ligar a aparelhagem.

Enquanto Vampira trocava de roupa, gambit esperava e Fera liga os aparelhos, o cientista peludo lembrou de um passado não muito distante no tempo. Lembrou de vampira grávida e sozinha pela casa, lembrou da morte do bebê e suspirou. Um filho sugado pela própria mãe. Como ela cuidaria desse novo filho, sem poder tocá-lo? Com risco de matá-lo, Fera pensava... O parto seria feito com todo o cuidado, uma cesariana meticulosa. Se o parto desse certo, o que agora certamente daria, como seria depois?

Vampira saiu de trás de um trocador já vestindo o avental. Fera não queria destruir a felicidade dela fazendo aquelas perguntas, ela própria já deveria pensar nisso noite e dia. Sorriu ao vê-la chegar e parabenizou-a.

Fera: Parabéns aos dois. Desculpem-me, o choque da notícia me fez ser pouco educado. Mas agora me corrijo. Felicidade aos dois com esse fruto lindo de um amor muito sofrido e batalhador. Um fruto do impossível, mas vocês conseguiram!

Gambit e Vampira se abraçaram sorridentes. Ela deitou na maca.

Gambit: Merci, mon ami. Você vai ser o padrinho quando nós batizarmos!

Fera balançou a cabeça tentando parar de pensar em coisas ruins. Focou-se no exame.

Fera: Vocês sabem que a ultrassonografia Shiar é muito potente. Mesmo sendo um feto de poucas semanas...

Vampira: Uma semana, segundo Jean! Foi ela que me contou, eu nem suspeitava.

Fera: ... Menos que fosse apenas poucas horas de fecundação, esse aparelho consegue mostrar o sexo da criança e sua saúde... Possíveis erros genéticos... Presença do gene X... Posso começar?

Gambit: Oui! – Disse Gambit ansioso.

Fera passou o aparelho na barriga de Vampira, tão lisa e magra que chegava a ser difícil imagina-la daqui a alguns meses. Fera sorriu.

Vampira: Já sabe o sexo??? Conta, conta, conta!

Fera: Vocês queriam um menino ou uma menina?

Gambit: Tanto faz, conta logo, Mon Dieu!

Fera: É um menino e uma menina. São gêmeos bivitelinos! Vampira ovulou duas vezes nesse mês.

Os olhos verdes de Vampira se arregalaram, ela imediatamente pôs as mãos sobre a barriga.

Gambit: MON DIEU! – Começou a gargalhar.

Fera: Presença do gene X nas duas crianças. As duas são perfeitas. Nenhuma anomalia física de nascença como asas, chifres, rabos, ossos, nada disso! Perfeitos!

Vampira nem ouvia mais o que Fera falava, ela só pensava nos dois filhos que carregava. Uma lágrima rolou de seus olhos. Grávida de gêmeos, justo ela que pensou que nunca mais fosse ter filhos. Justo ela que passou anos pensando que nunca teria ninguém, nunca tocaria em ninguém, seria sempre uma solitária de sua mutação.

Ela sorria enquanto lágrimas ainda lhe desciam pelo rosto. Gambit a pegou no colo, beijando sua boca, sua testa, sua bochecha, seu pescoço, seus braços...

Fera: Olha esse sexo aqui dentro do Lab Med! – Disse risonho.

Gambit: Essa mulher é perfeita!

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Emma Frost havia bebido algumas taças de champagne depois de ter discutido com Scott Summers. Já era perto de duas horas da manhã, o que ela passou tanto tempo esperando acordada? Que ele voltasse? Diante da enorme janela de vidro de seu apartamento, as inúmeras luzes de Nova York iam se apagando. Ela tirou o penhoar branco esvoaçante, de pompom branco ao redor do pescoço, revelando um colar de diamantes antes escondido. Ouviu a campainha. Mal acreditou. Novamente botou o penhoar e correu para a sala. Sua governanta havia acabado de receber novamente Scott Summers ao apartamento.

Emma: Voltou por que?

Scott: Não consegui voltar para casa.

Emma: É mesmo? Ta achando que isso aqui é uma pensão? – Ela riu – Se eu fosse desclassificada igual ao seu professor, te botava para correr e dormir de baixo da ponte! ... Não conseguiu voltar por que?

Scott: Minha esposa voltou para casa. ... E eu lembrei que você disse que fazia ajuda terapêutica nos alunos, com sua telepatia.

Emma: Ex esposa.

Scott: Eu sei... ex esposa. Ela voltou na companhia de Wolverine e do filho deles, o Christian. Não consigo voltar essa noite para lá. Ter de pensar em que quarto ela vai dormir, com quem ficarão as crianças, olhar para ela, olhar para Logan... Está na beira do insuportável.

Scott sentou num sofá e botou a mão no rosto. Deitou. Ficou em silêncio um bom tempo. Foi então que Emma percebeu que Scott estava tirando os óculos de qurtzo rubi - de olhos bem fechados - para limpar lágrimas. Emma teve úlceras, Scott não viu a reação dela, pois estava recolocando os óculos no rosto.

De repente, ele riu.

Emma: Ta rindo do quê? Da sua própria desgraça? – Disse sentando ao lado dele, preservando certa distância.

Scott: Não... estou rindo porque se fosse há um tempo atrás, você já teria me agarrado ou tirado a roupa. – Ele voltou a sentar e pegou na mão dela. – E no entanto, olha só para você... fugindo de mim. – Emma Frost levantou do sofá enquanto ele dizia “fugindo de mim”.

Emma: Já que você está tão aberto ao diálogo, algo raro em se tratando de você... Vou aproveitar a situação e minhas taças de champagne já bebidas, para dizer que aquela prisão de mutantes me mudou muito.

Scott lembrou do fato de que Emma Frost fora estuprada diversas vezes e por diversos soldados na prisão de mutantes.

Emma: Você e o seu povinho me acham má, dane-se! Agora eu serei muito mais. Se vocês me achavam má por razão nenhuma, agora me acharão muito pior e por razões bem conhecidas: quero vingança. Você não sabe o que eu passei...

Scott: Você vai ter que superar isso, Emma. Ao menos está viva, Sam não teve mesma sorte.

Emma: Dane-se o Sam! Eu estou falando de mim que fui violentada como uma prostituta de cais do porto! – Ela falava alto e chorava. Scott nunca tinha visto Emma chorar! - Dane-se o Sam! Dane-se o filho que a Jean perdeu! Dane-se que Xavier tenha sido arrastado como um cachorro paraplégico e nu pelo chão! Dane-se tudo isso! Eu estou falando de mim!!! De mim! Estou falando do nojo que eu senti, da dor que eu senti com a violência com que me trataram, de ter sido usada como um pedaço de carne com dois buracos nos quais eles entravam sem pena!

Scott a abraçou e tentou limpar suas lágrimas, mas a própria Emma fez isso, com um movimento de ódio.

Emma: Quero vingança. E tudo isso por que? Por que? Porque somos mutantes, mais nada...

Os dois se beijaram, a Rainha Branca foi finalmente se acalmando, amansando, adocicando. Nova lágrima rolou, dessa vez ela deixou Scott aparar.

Scott: Nós dois estamos traumatizados, sofrendo. Você não é de mostrar sentimentos, eu também não sou. Acho que hoje nós nos fizemos um bem.

Emma: A diferença é que você é todo certinho e eu não tenho medo de dizer o que penso.

Scott: Engano seu. Eu sempre digo o que penso. A verdade, é que nos somos diferentes mesmo. E muito. Mas mesmo assim, eu acho que nós podemos nos fazer ainda outro bem.

Emma: Qual? – Ela já sabia o que era.

Scott: Eu te trato como uma rainha, lavo seu trauma e você lava o meu.

Scott demorava tanto para chegar na mansão, que Jean resolveu fazer o que lhe disseram os amigos: usar o antigo elo psíquico que havia entre os dois. Jean fechou os olhos e tentou encontrar Scott por meio de sua mente, quando o viu, teve que tampar a boca para não dar um grito.

Cobriu-se toda em ficou em posição fetal, com lágrimas que caíam sem o menor esforço, ela repetia a frase: “eu sabia” , intercalada com: “mas não dá para acreditar”.

Ficou assim por horas, até que adormeceu de cansaço nos olhos inchados.

Enquanto isso, Gambit e Vampira também não tinham ido dormir. O cajun fora até a cozinha buscar morangos para Vampira, que dissera estar com fome, mas quando voltou para o quarto não a encontrou lá. Andou a casa inteira procurando-a. Até que saiu pelo jardim e começou a olhar.

Gambit: Chere? Chere? – Ele não podia gritar, todos estavam dormindo.

Mesmo assim, ela ouviu e respondeu:

Vampira: Estou aqui?

Gambit: Onde?

Vampira: No telhado. Vim voando.

Para Vampira era fácil subir no telhado, mas para Gambit foi complicado. Teve que usar o cajado e toda sua habilidade de ladrão acostumado a invadir propriedades escalando muros e telhados. Chegou lá sem os morangos, também não podia fazer milagres.

Gambit: Chere, o quê vocês três estão fazendo aqui, em cima do telhado?

Vampira riu do “vocês três”, mas uma vez passou a mão na barriga.

Vampira: Estou olhando as estrelas.

Gambit: Pensando em nomes para os bebês? – Perguntou ele já sentando ao lado dela.

Vampira: Não... Estou preocupada com eles, Remy... Não é justo que eles morram. Não é. Isso não pode acontecer.

Gambit: Ainda está pensando nisso? Pensa nisso em pesadelos e acordada...

Vampira: Não vou poder tocar meus filhos, Remy...

Gambit a abraçou.

Gambit: É claro que vai. Agora existe tanto Rachel, que nós não sabemos como, mas age em nosso favor; quanto colares e pulseiras inibidores de poderes.

Vampira: Quero tocar meus filhos, dar beijos nos pézinhos, fazer cosquinhas, carinhos, dar banho...

Abraçados, Gambit dava beijos meigos na cabeça dela, sentindo o cheiro perfumado dos cabelos castanhos e brancos.

Gambit: Você vai fazer tudo isso. Vai dar tudo certo, mon amour. Pense nos nomes agora. ... Eu pensei em Pierre e Amelie.

Vampira riu.

Vampira: De jeito nenhum!

Os dois ficaram abraçados até o sol raiar, falando de nomes e de tudo mais.

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O sol já raiava iluminando o quarto branco de Emma Frost. Ela abriu os olhos e se viu dormindo nos braços de Scott Summers. Parecia um sonho. Encontrou-o ainda mais lindo daquele jeito nu e adormecido, segurando-a com carinho. Deu um daqueles sorrisos de vitória, conquista e felicidade. Voltou a fechar os olhos, iria dormir mais um pouco colada nele. Realmente, foi tratada como uma rainha. Os dois não sabiam, mas Jean Grey Summers viu esse tratamento.

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Continua Aqui !

Continua Aqui!

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