De novembro à abril a
região é agraciada com chuvas fortes, por vezes diárias, cujo pico se
encontra nos meses de dezembro e janeiro. O céu fica mais constantemente
nublado, com nuvens carregadas. Há uma grande incidência de raios em
temporais, atraídos para o solo pela grande quantidade de ferro encontrado
na região. Nessa época são as massas Equatorial Continental
e Tropical Atlântica que exercem maior influência na região, mantendo
o dia quente, a umidade alta e, ao chocarem-se com alguma frente fria
trazida pela massa Polar Atlântica (provenientes do sul do
Brasil e da Argentina) causam temporais fortes (borrascas) e
até saraivas (chuva de granizo).
A estação das águas inicia-se
em setembro, mas é mais significativa no banda
oriental (Poços de Caldas, Itanhandu, entre outras), ou
seja, mais próxima do interior de Minas Gerais pois está na contra-mão
da estação de seca de inverno, que só
acontece nessa área. Na banda ocidental (Campos
do Jordão, Visconde de Mauá, etc.) há o aumento de chuvas no
verão, característico do clima tropical de grande parte do Brasil, mas
não há estação seca, pois a região fica
mais próxima do litoral onde há maior propagação de umidade. Mas são nos meses de outubro e novembro que a chuva se torna
mais constante, época em que os produtores rurais da região costumam
iniciar o trabalho na terra (aragem, gradeagem e semeadura),
aproveitando os meses fartos em água que se seguirão para verem florir
campos verdes de milho, feijão, soja e formar
pastos com diferentes gramíneas (especialmente de
braquiaria).
 Clique aqui para uma foto de um milharal na época das
águas
.:: VIDA NO VERÃO ::.
Por causa da altitude e da localização geográfica (situada em uma área
totalmente tropical) os dias são bem cálidos no verão. Em algumas
cidades acima 1.000 metros do nível do mar é possível registrar
temperaturas de até 40ºC em campo aberto, o que difere um pouco da
temperatura na sombra.
É nessa estação que se vê e
ouve mais vida. Os animais voltam de seu período de reclusão e a vida ao
redor é mais evidente. Não só o clima constitui fator determinante a isso.
A chuva dá vida às plantas e aumenta o volume dos córregos e rios. As
gramíneas e arbustos ficam muito verdes, as árvores fortificam-se
(muitas repõem suas folhas, perdidas no inverno/seca), e campos se
enchem de flores silvestres as mais diversas.
Borboletas, Eláteros, Lampirídeos (vaga-lumes) e muitos outros
insetos se fazem presente como nunca nesta estação. É um verdadeiro barato
observar, em completo escuro, apenas iluminado pelas estrelas e lua, os
milhares de vaga-lumes que aparecem nas noites de verão entre o ocaso e às
20h00. É um espetáculo à parte. Principalmente porque, mesmo no verão, as
noites são gostosas e agradáveis, com temperaturas de 18ºC/15ºC e
às vezes até inferiores. Ou seja, ar-condicionado aqui é tão supérfluo
quanto um aquecedor no Rio.
.::
VERANICO:
SECA NO VERÃO ::.
No mês de janeiro pode
ocorrer o chamado veranico.
O veranico caracteriza-se por um período de alguns dias de seca,
totalmente sem chuva e com uma baixa umidade relativa do ar. Esse é um
período muito sensível para os agricultores pois, se esse período se
prolonga demasiado, suas plantações podem comprometer-se ao ponto de
perderem tudo o que plantaram, tudo pela falta de
chuvas.
.::
TURISMO NO VERÃO ::.
Para
turismo essa época não é a mais procurada. As chuvas, que por vezes
cai dias a fio, podem atrapalhar o passeio, a caminhada e, dependendo do
lugar onde se esteja, deixá-lo ilhado. Na região a estrutura viária é
muito deficiente. Uma hora ininterrupta de chuva trás fortes conseqüências
às estradas, pois a maioria ainda não é calçada e, por vezes, nem
terraplanada. Por isso fique atento nessa época. Evite escaladas e
caminhadas a pontos muito alto ou íngremes (como o maciço das Agulhas
Negras em Itatiaia-RJ por exemplo) e tenha sempre um agasalho à mão
pois é comum uma queda brusca de temperatura, mesmo em um quente dia de
sol. Se você não é muito chegado a uma aventura, um aperto, prefira
cidades com mais estrutura como: São Lourenço, Caxambu, Monte Verde,
Campos do Jordão, Camanducaia e outras.
Em
compensação, se gostas de aventura e não te preocupas com um pouco
de desconforto, um banhozinho de chuva inesperado, essa época pode ser
muito proveitosa. A grande quantidade de água proveniente das chuvas
reflete no volume de rios e cachoeiras. Cachoeiras que na época da seca
reduzem-se a pequenos filetes de água experimentam nessa época sua total
plenitude e abundância. Se transformam em quedas esplêndidas, como as de
Visconde de Mauá por exemplo,
constituindo a parte mais oriental (leste) da Mantiqueira, meio a
uma vegetação de mata atlântica que difere da área de
que inicia o bioma de cerrado que segue a parte ocidental (oeste) da serra.
Em Mauá é possível contemplar várias quedas como as da Maromba,
Alcantilado, Antas, o rio Preto (que faz a divisa
entre o Rio e Minas) além de uma boa estrutura hoteleira, restaurantes
com pratos típicos (pinhão e trutas), artesanatos hippies,
caminhadas acompanhadas por vôos de tucanos (raros mais ainda
existentes na região) e muitos outros pássaros, como a maitaca
(da família das araras e papagaios) que se destaca pela cor verde-amarela, voar em bandos e soar como papagaios.
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