Solidamente só
sinto este meu sol
caindo-me pela eternidade
de cada momento.

Apenas e somente só,
isolado de tudo,
enfiado neste beco apertado
onde cada palavra se perde
num labirinto de ideias
desamparadas.

Acima e sobre mim
cavo este fosso,
este mundo irreal
sem ar nem céu,
sem vida ou morte,
apenas eu,
dividido
em fragmentos
da minha solidão.

Desesperadamente
acompanhado
estou
Só...
 

© Manuel Neves
(reservados os direitos de autor)

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