Tubarões: a Verdade |
Texto gentilmente cedido por Discovery Channel
O tubarão, mais que qualquer
outra criatura viva, representa tudo o que tememos em um animal
selvagem e perigoso, fazendo disparar um pavor humano básico, o
de comido vivo.
Mas será que existe algo mais na vida secreta dessas misteriosas
criaturas? Os tubarões merecem a lamentável reputação de
assassinos de sangue frio?
Os tubarões, como o grande TUBARÃO BRANCO, já irracionais programadas para percorrer os
oceanos sozinhos, caçando á foram retratados como máquinas de
matar e presas onde quer que elas estejam. Jque a única coisa
previsível sobre o tubarão branco é a sua á foi dito
imprevisibilidade. Sabemos que isso está errado.
Os grandes tubarões brancos, à vezes, viajam e caçam aos pares
e chegam no mesmo lugar, na mesma hora e com o mesmo parceiro,
todos os anos. Sabe-se que eles comunicam-se através de uma
linguagem de posturas e de movimentos corporais. A mensagem
"Mantenha Distância" é muito clara; os tubarões
arpoam suas grandes nadadeiras peitorais para baixo e exibem uma
pequena área de pele branca na base das nadadeiras. A linguagem
corporal e não o som, é o meio que os tubarões usam para
manter alguma harmonia social.
A parte da costa californiana conhecida como "Triângulo
Vermelho" (linha costeira que se estende por 190Km do norte
ao sul de São Francisco, CA, EUA) é o lar de inverno desses
tubarões, que vão para lá em busca dos elefantes marinhos que
usam essa área para se reproduzir. Com sincronismo perfeito os
tubarões chegam para montar guarda nas áreas de entrada e
saída de elefantes marinhos. O grande branco faz uso da
camuflagem para se aproximar de seu alvo. Evitando áreas
arenosas e nadando rente ao leito do mar, o tubarão se mescla
com o fundo das plantas marinhas e rochas. Ele se aproxima de sua
vitima por baixo e por trás. O tubarão dá uma primeira mordida
para incapacitar a presa e depois se afasta esperando que ela
sangre até morrer. Essa primeira bocada pode ser uma maneira de
saborear a presa e testar seu valor nutritivo. Na hora de comer,
o grande branco é muito seletivo, ele "prefere"
alimentos com alto teor de gordura, que fornecerão mais energia
por refeição.
Uma bocada de uma tubarão branco equivale a comer uma cão de
tamanho médio, e um tubarão pode engolir o equivalente a 2000
hambúrgueres de 110g de uma só vez!
Os TUBARÕES AZUIS são criaturas muito sociais, viajam pelo mar
aberto em bandos. Como muitas espécies de tubarões, eles
possuem regras sociais, que nem sempre são respeitadas,
principalmente na hora de comer.
Os tubarões raramente sucumbem a doenças, eles possuem o
sistema imunológico notavelmente eficaz, provavelmente o
primeiro a evoluir entre os primeiros tubarões, mais de 400
milhões de anos atrás.
O recife de corais tropical é o lar do TUBARÃO CINZENTO dos
recifes, onde várias outras espécies também vivem, cada uma
ocupando uma parte diferente do recife.
Cardumes de tubarões cinzentos dos recifes patrulham os limites
do recife onde eles mergulham em águas mais profundas, onde
interceptarão peixes que sobem das profundezas ao anoitecer.
Eles deslizam pela água com pouco esforço. Sua pele é
recoberta de minúsculos dentículos que quebram a resistência
entre o corpo do tubarão e a água, diminuindo o arrasto e
permitindo que os tubarões nadem com maior eficiência.
Acreditava-se que quanto mais lisa a pele, mais facilmente ele se
deslocava pela água mas as pesquisas demonstraram que o oposto
é verdadeiro.
Comparado com um submarino, o tubarão precisa de seis vezes
menos força de empuxo para se deslocar pela água.
O GÁLIA BRANCA dos recifes, freqüenta a área central e costuma
"descançar" no leito arenoso do mar. Abrindo e
fechando a boca ele pode bombear água do mar vindo então,
oxigênio para suas guelras.
O LOMBO PRETO, um tubarão oceânico, assim como várias
espécies de tubarões, não pode parar de nadar ou se afogará.
Ele precisa nadar para frente para manter a água fluindo
através de suas guelras. O Lombo Preto possui o característico
formato hidrodinâmico dos tubarões e impulsiona-se para frente
fazendo com que uma onda em forma de "S" passe por todo
o comprimento de seu corpo indo em direção a principal
superfície de propulsão de seu corpo: sua cauda achatada.
O CABEÇA DE MARTELO trocou a velocidade pela maneabilidade. Sua
curiosa cabeça em forma de martelo funciona com um hidroplano
adicional as superfícies das nadadeiras e, as pequenas
nadadeiras peitorais permitem que ele se aproxime do fundo para
se alimentar.
O ANEQUIM foi projetado para velocidade no mar aberto. Ele possui
um sistema sangüíneo especial que retém o calr gerado pelos
músculos que usa para nadar, mantendo-o mais aquecido que a
água que o cerca e tornando-o mais eficiente. Seu cérebro
também é mantido aquecido para que possa responder rapidamente
a uma oportunidade de se alimentar.
Sua cauda tem lobos, superior e inferior, de mesmo tamanho -
Homocerca - o que permite a ele nadar rapidamente em pequenas
explosões de velocidade. Na verdade, o anequim é o tubarão
mais veloz do mundo.
O CAÇÃO LEOPARDO por outro lado, é um lento tubarão que
habita o fundo.
O lobo superior de sua cauda é muito maior que o lobo inferior e
suas nadadeiras peitorais são flexíveis, desse modo ele tem a
maneabilidade que precisa para se deslocar pelos recifes de
corais.
Quando filhote, esse tubarão costuma ser chamado de
"Zebra" devido a padronagem listrada do seu corpo.
Conforme cresce e amadurece, suas listras transformam-se em
manchas como a de um leopardo.
A abundância de alimento no leito dos recifes influenciou o
formato de muitos peixes que habitam o fundo.
A ARRAIA BANJO, que come caranguejos, não é um tubarão
verdadeiro, mas um membro da família das arraias.
Existem também grandes tubarões filtradores entre as espécies
mais conhecidas de tubarões.
O TUBARÃO ELEFANTE (filtrador ou peregrino) é o segundo maior peixe
do oceano. A água entra em sua enorme boca e sai atravguelras
onde fileiras de rastios retém partículas de alimento. Às
vezes, ele engole abrindo és de suas caminho para a bocada
seguinte.
Para sustentar o seu corpo enorme, o tubarão filtra água o
bastante para encher uma piscina olímpica por hora.
O TUBARÃO BALEIA é o maior peixe do mundo. Um adulto totalmente
crescido pode ter o comprimento de um ônibus, sua pele é tão
dura quanto um pneu de trator e um único golpe de sua enorme
cauda pode fazer um mergulhador desmaiar.
Mas, apesar de ser o maior peixe do oceano, como todos os
gigantes do mar, ele se alimenta das menores criaturas. Com uma
enorme boca que se abre na mesma largura de sua enorme cabeça, o
tubarão baleia filtra o microscópico plâncton, krill e peixes
pequenos.
O TUBARÃO GÁLIA BRANCA dos recifes caça a noite e possui uma gama de
sentidos.
Este tubarão possui uma rival: a moréia. Esta caça as mesmas
presas que o gália branca. Eles são rivais a altura e ameaças
freqüentes mantém os concorrentes longe um do outro. Não
importa onde o tubarão dos recifes vá, a moréia nunca está
longe.
Os gálias brancas dos recifes puxam para fora os peixes que se
escondem até nas fendas mais profundas. Sua pele dura recoberta
por dentículos os protege do afiado coral.
Eles só podem nadar para frente mas, usando suas nadadeiras e
uma grande quantidade de energia, eles podem se esgueirar
através de fendas surpreendentemente estreitas.
Como muitos tubarões, os gálias brancas reúnem-se em grupos na
época do acasalamento. Os machos são atraídos por substências
químicas sexuais liberadas pelas fêmeas receptivas.
Pouco se sabe a respeito da corte e acasalamento desses animais.
9 a 12 meses após a cópula, dependendo da espécie, os filhotes
estarão prontos para nascer, formados e totalmente
desenvolvidos.
O CAÇÃO LIXA é um grande tubarão que habita o fundo de
recifes. Possui sua própria e singular maneira de extrair peixes
que se escondem em fendas: primeiro ele precisa colocar o focinho
e seus lábios carnudos nas fendas, depois, com força, ele tenta
sugar sua presa.
Caramistras listradas e rêmoras o acompanham para todo o lado.
Na hora de comer, elas vêm e vão, pegando restos deixados por
seu hospedeiro.
Com apenas alguns minutos de vida, o filhote de CAÇÃO LIMÃO
já é autosuficiente. Libertando-se do cordão umbilical, ele
instintivamente busca as águas rasas dos mangues onde as águas
rasas e raízes preênseis fornecem proteção contra os cações
limão maiores e outros predadores. Ele se alimentará dos
filhotes de peixes que também se escondem entre as raízes.
No confinamento dos mangues, o jovem tubarão descança no fundo,
bombeando água através de suas guelras. O cação limão pode
sobreviver na água pobre em oxigênio, mas ele precisa ter
cuidado, a pouca distância, nos limites dos mangues, tubarões
maiores estão patrulhando.
Nem todos os tubarões dão a luz a filhotes formados. Alguns
põem seus embriões em bolsas córneas, no leito do mar.
A fêmea do CAÇÃO PINTO deposita seus ovos nas profundezas do
Oceano Atlântico, amarrando-os a uma âncora conveniente, com
cordões longos e enrolados. Ela põe um par de ovos a cada duas
semanas. A cápsula e os cordões endurecem enquanto os embriões
se desenvolvem lá dentro. O grande saco vitelino será sua
única fonte de nutrição nos próximos 10 meses. O embrião
possui guelras externas e seus movimentos agitam a água dentro
da cápsula para que ele possa absorver o oxigênio da água
externa.
Aos 8 meses ele começa a adquirir a aparência de um cação
pinto e aos 10 meses está pronto para sair.
A bolsa córnea em forma de parafuso do CAÇÃO GATO fica
firmemente encrustada entre as rochas na água rasa.
O jovem abre seu caminho através da bolsa com escamas especiais
em seu focinho e nadadeiras. Uma vez livre, sua única proteção
é um par de espinhos nas costas.
O corpo do CAÇÃO ANJO é achatado adaptado para a vida no leito do mar.
Para captar suas presas, ele usa mais sua visão do que seus
outros sentidos. Um cação anjo pode digerir sua refeição em
24h e precisa fazê-lo. Ele precisa comer cerca de 3% de seu peso
corporal todos os dias para ficar vivo.
Uma habilidade para prever quando as presas serão abundandtes
é, claro, uma grande vantagem. Numa das ilhas havaianas mais
remotas, uma grande quantidade de comida aparece durante apenas
algumas semanas por ano: filhotes de albatroz. E, sombras escuras
no mar, são TUBARÕES TIGRE.
Os tubarões vão para lá durantes duas semanas por ano e
sincronizam sua chegada para coincidir com as primeiras
tentativas de vôo dos filhotes de albatroz. As jovens aves
fortalecem suas asas nos ventos alíseos e algumas tentam seus
primeiros vôos sobre o mar mas, se caírem, é improvável que
façam um segundo.
No final da temporada, os tubarões e as aves seguem caminhos
diferentes. Sabe-se que o albatroz é um grande viajante, mas
agora sabemos que os tubraões também são.
Diversas espécies embarcam em viagens extraordinárias e o
campeão supremo no Atlântico Norte é o Tubarão
Azul. Ambos os sexos,
dos dois lados do Atlântico, dirigem-se para para o Norte no
verão, e para o Sul no inverno.
Mas as fêmeas no lado americano também fazem algo bastante
notável. Elas acasalam enquanto ainda não estão maduras e
armazenam esperma. Depois elas se dirigem para o leste, pelo
Oceano Atlântico, seguindo a Corrente do Golfo, em direção a
Europa. no caminho, elas alcançam a maturidade sexual e são
fertilizadas pelo esperma armazenado. Enquanto viajam, até 100
embriões desenvolvem-se dentro de cada fêmea e, quando chegam
as costas da Espanha e Portugal, liberam seus filhotes. Depois,
atravessam o Oceano até onde sua viagem começou.
Mas há mais nessa história. Os tubarões demoram para
amadurecer e algumas espécies levam até 30 anos para chegar a
idade reprodutiva. Isso tem muito significado para os pesqueiros
comerciais. Com a descoberta de que os tubarões realizam longas
migrações, percebe-se que uma única população pode ser
atingida não só por um pesqueiro mas por dois ou mais ao longo
da rota migratória.
A pesca de tubarões está aumentando. A demanda por nadadeiras
para fazer uma sopa oriental, a nova tendência dos filés de
tubarão, baixos em gordura saturada, e a crença de que pílulas
contendo cartilagem de tubarão podem combater o câncer,
significa que os pesqueiros comerciais estão capturando milhares
de toneladas de tubarões a cada ano.
Perto da costa sul-africana, a proteção da caça do Tubarão Branco o salvou da extinção nessas águas. Lá, o
comportamento "morda e espere" não existe. Diferente
de seus "colegas" californianos, esses grandes brancos
atacam e, sem hesitação, alimentam-se até a carcaça da presa,
as focas, desaparecer. As focas são muito menores que os
elefantes-marinhos, assim, é menos provável que os tubarões
sejam feridos por suas garras.
Mas os tubarões não possuem todas as vantagens. Com grande
agilidade e boa velocidade, as focas não só ficam de olho nos
tubarões como também o atacam em bando. Então, os tubarões,
até mesmo o grande branco, podem falhar. Contudo, quanto mais os
estudamos, mais os achamos notáveis. Eles possuem uma pele
especial que permite deslizar suavemente pela água; um sistema
de navegação que os ajuda a viajar pelos oceanos do mundo; um
mecanismo de tempo, que permite à eles estar no lugar e na hora
certa. Eles possuem toda uma bateria de sentidos e algumas
espécies possuem uma consciência que permite à eles mudar de
tática conforme as circunstâncias.
Conforme os tubarões revelam seus segredos, descobrimos que sua
imagem como máquinas de matar e irracionais não poderia estar
mais longe da verdade.
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