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Passeios

:: São Paulo/SP -> Fronteira/MG - 550 KM ::


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Por Marcelo dos Santos

Inicialmente nosso destino para esse passeio era a cidade de Itumbiara no estado de Goiás a 750 Km de São Paulo. Mas por uma forte razão que será detalhada no decorrer da leitura, tivemos que finalizar nosso roteiro na pequena cidade Mineira de Fronteira, encurtando assim o passeio para 550 Km de pedal.


:: 1o. dia - Domingo 15/12/2002
:: De São Paulo/SP até Sumaré/SP - Distância 130 Km
:: Tempo Gasto 5:30 horas - Velocidade Média 23,6 Km horários.

Todo passeio de bike começa muito cedo e antes de muitas pessoas estarem acordando. Marcamos um horário e um ponto de encontro e procuramos não nos atrasarmos. Nesse passeio foi um pouco diferente, Ranílson que estava trabalhando muito naquele final de ano não poderia partir antes de finalizar as tarefas e entregar tudo que havia prometido aos seus clientes. Então, perto do meio-dia daquele Domingo, somente após ter concluído todo seu serviço decidimos partir e iniciar as pedaladas rumo ao estado de Goiás.

Para este passeio decidi adquirir um bagageiro traseiro onde acomodaria toda a minha bagagem. Parecia ser uma boa idéia não utilizar a sacola de ciclista e assim manter as costas e o ombro aliviados do peso que normalmente carregamos em passeios mais longos. O modelo de bagageiro Beto Cycling Necessity foi o que mais me interessou, ele é sustentado por uma barra de alumínio que encaixa no canote do selim e sua base é de material plástico com um cordão de borracha para prender toda a bagagem. O único inconveniente é seu peso de quase 1 kg (970 gramas).

Com minha bicicleta e acessórios que já estavam prontos desde o dia anterior, e Ranílson com a sua magrela de pintura novinha em folha, iniciamos as pedaladas por volta das 14:00 horas pela sofrida e arriscadíssima Marginal Tietê. Desde o bairro da Penha até o acesso à rodovia dos Bandeirantes, as condições para um ciclista são das piores. Muitos buracos e ondulações no asfalto são freqüentemente encontradas no canto da pista, além dos carros, ônibus e caminhões que nos caçam o tempo todo passando muito próximos de nós. E às vezes até desnecessariamente, pois, todas as faixas são bem largas e assim adequadas para qualquer veículo. Alguns destes “animais” chegam ao delírio quando por maldade, acionam por uma longa duração suas estúpidas buzinas ao nos ultrapassarem. Resumindo, é um grande desafio de vida pedalar pela Marginal Tietê. Só a fazemos quando a inspiração é total...

A Nossa primeira parada para lanche foi em um restaurante e lanchonete perto do parque Hopi Hari. Comemos um Cheese-Salada e bebemos suco de Laranja. Ranílson que havia saído com sua caramanhola vazia, aproveitou e a encheu com água. Rapidamente voltamos para as bikes e para a estrada. Como neste dia queríamos chegar até a cidade de Americana não poderíamos perder muito tempo.

A Rodovia dos Bandeirantes possui uma ótima pavimentação, seu acostamento é de primeira e conta com excelentes sinalizações. Ótima para todo tipo de motorista e de quebra para nós ciclistas. De vez em quando nos deparávamos com leves subidas que eram facilmente vencidas. Mesmo porque na maior parte do seu percurso a topografia é plana.

Com o passar dos quilômetros as paisagens vão se modificando lentamente e o verde passa a ser absoluto. Nesse momento sentimos que estamos deixando de fato a cidade de São Paulo. É a partir daí que o espírito de liberdade prevalece sobre nossos corpos e almas. Mais uma vez o pôr-do-sol traz lindas imagens no horizonte. Com o horário de verão, olhamos no relógio e não conseguimos acreditar que já são quase oito horas da noite...

Chegando próximo da cidade de Sumaré já estava escuro quando paramos para um novo lanche no Posto e restaurante Sucão na beira da rodovia. Comemos e bebemos em pouco mais de 20 minutos. Fizemos duas ligações telefônicas para nossas famílias e quando pensamos em retomar as pedaladas começou a chover forte.

Tinha feito um dia de sol muito quente naquele Domingo e mesmo anoitecendo a temperatura permanecia alta. Sabíamos que mais cedo ou mais tarde a chuva seria inevitável. Ficamos estacionados naquele estabelecimento por quase uma hora sem São Pedro dar trégua. Às vezes chovia um pouco menos, às vezes um pouco mais. Porém o fato é que a chuva não cessava. É verdade que estávamos preparados para essa adversidade, pois tínhamos capas de chuva e toda a nossa bagagem estava cuidadosamente protegida por várias camadas de plásticos do tipo "Zip". Entretanto, pedalar no escuro tem um certo risco e chovendo aumenta muito mais.

Por unanimidade decidimos encerrar o passeio do dia nesta região, já estava ficando tarde e a chuva tinha vindo pra ficar. Fizemos mais uma refeição neste mesmo restaurante, e, orientados por um morador da redondeza dormimos em um simples hotel que fica atrás do restaurante. Como neste hotel não oferecia café da manhã, programamos nossa saída um pouco mais cedo onde faríamos nosso desjejum em alguma padaria ou lanchonete no início das pedaladas.

Quando alojados no quarto lavamos as roupas usadas durante o dia, tomamos um rápido banho e combinamos qual seria nossa meta para o dia seguinte, já que além de termos saído tarde naquele Domingo, sequer cumprimos o mínimo planejado de chegar até Americana. De qualquer forma, estávamos contentes de termos iniciado uma nova aventura ciclística. Nós reagíamos com bom humor e entusiasmo diante dos acontecimentos, características fundamentais para quem quer se aventurar por aí!!

Até ali pedalamos 130 Km com facilidade, o passeio apenas se iniciava e com uma estrada muito boa. Quase não havia cansaço, mesmo assim o sono veio logo.



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