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Passeios

:: São Paulo/SP -> Fronteira/MG - 550 KM ::



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:: 3o. Dia - Terça-Feira 17/12/2002
:: De Matão/SP até Fronteira/MG - Distância 230 Km
:: Tempo Gasto 11:40 horas - Velocidade Média 20 Km horários.

Depois de um ótimo café da manhã retomamos nosso passeio onde no caminho de volta para a Washington Luís passamos ao lado de diversas indústrias metalúrgicas e de produtos agrícolas. Uma das maiores foi sem dúvida a empresa BALDAN.

Nossa primeira parada da manhã para beber água foi perto da entrada para a cidade de Taquaritinga, nossas caramanholas já estavam quase secas e assim resolvemos nos reabastecer. Um termômetro que havia no posto de gasolina onde paramos já marcava 29 graus, isso perto das 9:00 da manhã!! Acabamos consumindo um litro e meio de água ali parados e mais um litro dividido nas caramanholas.

Antes do almoço ainda paramos perto de uma pequena cidade chamada Agulha para bebermos mais água. Com a alta temperatura e as consecutivas subidas o consumo de água era "feroz". Fizemos nova parada para mais água perto da entrada para a cidade de Catanduva onde acabamos tomando Gatorade, em seguida veio o nosso almoço perto de Catinguá no restaurante e churrascaria 4CENTÃO. Depois do almoço ficamos cerca de 1:30 horas sentados em um gramado embaixo de uma árvore com sombra só observando as pessoas que chegavam e saíam do restaurante.

Perto da 15:00 horas partimos para nova jornada que só terminaria tarde da noite. Ainda tínhamos quase 110 quilômetros para pedalar sob muito calor. Antes de chegarmos na grande São José do Rio Preto paramos em Uchoa e em Engenheiro Schmidt, sempre para nos hidratarmos e comer algum salgado.

As 17:00 horas chegando em São José do Rio Preto ou simplesmente Rio Preto como chamam, trocamos de estrada e acessamos a BR153 Rodovia TransBrasiliana (que é a responsável por ligar o sul do Brasil até o estado do Pará). Com apenas uma faixa simples para ir e outra para voltar, a BR153 possuí intenso tráfego de ônibus e caminhões além das condições do asfalto e acostamento não serem das melhores. Muito diferente da já conhecida Washington Luís.

Como não tínhamos outra alternativa, procurávamos ver o lado bom da coisa, ou seja, chegar logo na cidade de Fronteira já em Minas Gerais e pousar na chácara dos Pais do Jean, um colega do trabalho que gentilmente ofereceu estadia já que indo para Goiás passaríamos bem na porta.

Eu considero que essa parte do passeio pedalando pela BR153 possa ser divida em duas distintas partes. A primeira e mais fácil de São José do Rio Preto até a cidade de Nova Granada, e a segunda e terrível dali até Fronteira. É fácil de entender, até Nova Granada passamos pelas entradas para Talhado, Onda Verde e Tanabi, bonitas paisagens com muito verde apesar do inconveniente de vários veículos de grande porte sempre ao nosso lado, mas quando anoiteceu chegamos em Nova Granada e ai o “bicho pegou”!!!

A partir deste ponto ligamos os faróis e as lanternas e para nossa surpresa verificamos que a rodovia simplesmente não tinha mais acostamento. Inacreditável, no lugar do mesmo havia uma verdadeira “floresta” e a sinalização era quase nula. Em cada ponto mais crítico aguardávamos o movimento diminuir um pouco para podermos em seguida, pedalar “desesperadamente” até o máximo que conseguíssemos na esperança de não sermos atropelados. E essa estratégia (se assim posso chamar) se repetiu por várias vezes até chegarmos em Fronteira (e eu que odiava a Marginal Tietê)...

Chegando na cidade de Icém perto das 20:30 horas verificamos que já estávamos bem perto de nosso destino. Paramos em um posto de gasolina e enquanto comprávamos água perguntamos para um frentista como eram as condições da estrada para os próximos quilômetros. Com poucas esperanças de haver qualquer melhora, acabamos comprovando nossos palpites. Segundo o frentista a rodovia continuaria com baixa qualidade até a cidade de Fronteira e pioraria muito mais após esse ponto. Ele disse inclusive que perto de Frutal (já no Triângulo Mineiro), além de continuar sem acostamento, a quantidade de buracos no meio da estrada aumentaria de tal forma que os motoristas eram obrigados a passar muito mais próximos da faixa branca que separa a rodovia propriamente dita do acostamento que um dia já existiu na BR153. E era sobre esta faixa que procurávamos manter nossas bicicletas. Ou seja, a idéia de chegar em Goiás utilizando esta estrada estava sendo descartada a cada instante.

Após algumas subidas e descidas passamos sobre a ponte que separa os estados de São Paulo e Minas Gerais e em seguida avistamos o Posto Fiscal do lado esquerdo da rodovia e a placa de “Bem Vindo a Fronteira”. Apesar da escuridão, haviam alguns postes de luzes nesses pontos. Depois do 3o. trevo vimos o aeroporto do nosso lado direito que segundo o colega Jean seriam pontos de referência para chegarmos na chácara de seu pai com maior facilidade. Dito e feito, eram 21:40 horas quando o Senhor Carvalho e a Dona Isaura, pai e mãe de Jean nos receberam na chácara Primavera .

Logo após uma breve conversa que veio depois do jantar, Dona Isaura nos conduziu até um dos quartos e nos mostrou que já haviam duas camas à nossa espera. Bem, agora só nos restava deitar e desmaiar até o outro dia. E assim o fizemos. Na manhã do dia seguinte enquanto tomávamos café, Senhor Carvalho nos explicou das dificuldades que ainda existiriam na estrada se quiséssemos continuar até Goiás. Diante desta situação, e por já termos sentido na própria pele momentos intensos como os vividos no dia anterior, decidimos que o melhor que poderíamos fazer era encerrarmos nosso passeio ali mesmo na cidade mineira de Fronteira e aproveitar o dia para conhecermos a maravilhosa chácara Primavera e toda a sua redondeza. O senhor Carvalho ficou contente pela nossa decisão e logo iniciamos um passeio pela sua propriedade.

Com um perfil muito empreendedor e de demasiada organização, Senhor Carvalho nos explicou tudo que tinha plantado naquelas terras e quais foram às estratégias para isso. Frutas como: Laranja, Limão, Banana, Maracujá, Manga, Abacate, Jaca, Amora e outras eram facilmente vistas. Milho, Mandioca, Cenoura, Abóbora, Pepino e diversos tipos de verduras também existiam. Em um cercado de um lado de sua casa existe uma criação de muitos frangos e coelhos. Do outro, uma bela piscina. Ou seja, em toda sua chácara de quase 2.000 Metros quadrados tudo é muito bem plantando e cuidado visando sempre o melhor aproveitamento de cada pedaço de terra. O mais interessante é que a casa fica bem no meio de todo esse plantio, protegida e refrescada por diversas árvores bem grandes!!

Depois de conhecermos sua chácara, senhor Carvalho nos convidou para um “Tour” pelas cidades de Fronteira e Icém. Sendo que primeiro fomos à cidade de Nova Granada onde ele precisava entregar alguns documentos em uma agência do Banco do Brasil. Na volta paramos para conhecer a usina de Maribondo que pertence à represa de Furnas (represa esta predominante no estado de Minas). Visitamos um belo restaurante com ambiente para jantar dançante bem ao lado da represa. Há também um hotel com várias suítes para acomodar muitos turistas. Depois de algumas fotos, tomamos algumas cervejas e provamos um delicioso Cação a Dorê com molho típico mineiro, estava uma delícia!!! Em Icém paramos para conhecer um pouco da cidade e comprar a passagem de volta para São Paulo. Aproveitamos o forte calor que fazia e chupamos sorvete.

Já em Fronteira conhecemos a Luxuosa e respeitada Clínica de Exames e Análises de Joeder, irmão de Jean. Depois de formado em Biomedicina na cidade de Ribeirão Preto, Joeder chegou a trabalhar em São Paulo por algum tempo, mas só foi obter sucesso expressivo com a abertura de sua clínica em Fronteira onde atua com um conjunto de outros médicos responsáveis pelo atendimento para as diversas empresas e indústrias da região, e a população pobre inclusive.

De volta a chácara iniciamos a arrumação de nossas coisas de modo a partimos depois do jantar, a saída do ônibus estava marcada para as 23:30 da noite e o Senhor Carvalho queria nos levar de carro até Icem. No final da tarde caiu uma forte chuva que depois de pouco tempo deixou a temperatura mais agradável. O calor naquela região é algo impressionante!

Depois de um bom banho e um delicioso jantar tiramos algumas fotos com os pais de Jean e agradecemos por tudo. Desmontamos as rodas das bicicletas de forma a caberem no carro do Senhor Carvalho e seguimos para a rodoviária. Chegando lá voltamos a agradecer por toda gentileza e prometemos voltar quando possível. O ônibus chegou no horário marcado, acomodamos nossas bicicletas e demais bagagens e subimos para o andar superior. Saindo de Icém houve apenas uma parada em São José do Rio Preto para a entrada de mais passageiros e depois somente no terminal rodoviário Tietê em nossa chegada em São Paulo às 6:00 da manhã do dia seguinte.


Concluindo o passeio...

Apesar de alguns contratempos como a elevada temperatura, o peso demasiado de minha bicicleta e as péssimas condições da BR153, o passeio foi encarado com sucesso satisfatório (mesmo com o seu percurso original até Goiás não sendo concluído).

Com o passar do tempo verificamos que o interessante de cada viagem são os acontecimentos imprevisíveis que ocorrem e que devem ser administrados de acordo com nossas capacidades. Saber apreciar cada momento de lazer e fazer com que isso se torne mais um capítulo de aventura, deixa qualquer passeio inesquecível!!

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