Nossa Senhora das Dores  
Autor ignorado (séc. XVIII), madeira   
policromada e dourada, 180 x 100 x 61 cm,  
Arquidiocese de São Salvador de Bahia (Catedral Basílica).  
 
  
 
 
 
 

 
 
 
 
 
 
 

 
Santana ensinando 
Antônio Francisco Lisboa  
(Aleijadinho) (1738-1814)  
madeira policromada e dourada,  
95 x 60 x 40 cm. 
Originária da Igreja de Nossa Senhora do Pilar, Museu do Ouro, Sabará. 
 

Obras de artistas como Alexandre Machado Pereira, Francisco Xavier de Brito, Manuel da Costa Ataíde, Mestre Valentim, Frei Domingos da Conceição, Frei Agostinho da Piedade, Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, e outros dão testemunho da excelência dos trabalhos que a comissão curadora dessa exposição remeteu para ser vista pelo povo francês. É o Barraco brasileiro na sua plenitude. 

A recuperação da importância desse estilo artístico no Brasil iniciou-se com o advento do Modernismo, sendo continuado pelos primeiros funcionários do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), criado em 1937 e dirigido por Rodrigo Melo Franco de Andrade.  Era a redescoberta da cultura e identidade brasileiras.  
 
 
 
 
 
Santa Madalena
Francisco Xavier de Brito (Atrib.), (?-1751)
madeira policromada, 61 x 44 x 34 cm (Proveniente de Minas Gerais, Museu de Arte Sacra de São Paulo)
 

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Exposição em foco

Brasil Barroco 
entre céu e terra
 

A exposição Brasil Barroco – entre céu e terra (Brésil barroque – entre ciel et terre) constitui-se num acontecimento de notável importância no cenário cultural franco-brasileiro, em que obras tão importantes para História da Arte quanto representativas do Barroco brasileiro encontram-se reunidas dentro de um mesmo circuito expositivo.   

Tendo os governos do Brasil e da França como patrocinadores, a exposição será exibida todavia apenas na França. O cidadão brasileiro, que também concorreu para pagar a mostra, só poderá vê-la se for a Paris.  

De qualquer forma, trata-se uma mostra de suma importância para ser vista num país de tradições tão escassas da arte da Contra-Reforma. Num total de 350 trabalhos, a exposição ocupará 13 salas do Petit Palais entre os dias 02 de novembro de 1999 até 6 de fevereiro de 2000. Durante esse período, haverá ainda a apresentação de concertos da música barroca brasileira produzida em três épocas distintas da fase colonial, segundo noticiou o boletim "Cultura", órgão oficial do MinC: "o tempo dos descobrimentos", "o ciclo do ouro" e à época da "corte joanina no Brasil". 

Nomes relevantes na historiografia artística como o de Ana Maria Belluzzo, Myrian Andrade Ribeiro de Oliveira, Lygia Martins Costa, além de um excelente ensaio de Maria Beatriz Mello e Souza sobre “Les images de la Vierge Marie au Brésil colonial”, assunto no qual a professora da UFRJ é especialista, ilustram um catálogo rico, mas de pouca inventividade gráfica.  

A exposição é composta de quadros, esculturas, ourivesaria, objetos de culto sacro, estatuetas em marfim, prataria, gravuras, plantas de arquitetura, relevos, obra de talha, fotografias, castiçais, tocheiros, oratórios, tapeçaria, livros  e mais objetos produzidos no Brasil ou a ele incorporados durante os séculos XVII e XVIII.  

Artistas brasileiros, portugueses e holandeses ilustram essa exposição e as obras são provenientes principalmente de Pernambuco, Bahia, Minas e Rio de Janeiro, além daquelas outras enviadas pelo Museu de Arte Sacra de São Paulo, com seu rico acervo formado por obras de vários estados. 
 
Anjo adorador 
Francisco Xavier de Brito (? – 1751) 
madeira policromada, 92,5 x 34 x 34 cm 
(originária da Igreja Patroquial de Nossa Senhora do Pilar de Ouro preto), Museu de Arte Sacra de Ouro Preto.
 
Ao contrário portanto do que consta no "Avant-propos" do catálogo, escrito pelo Sr. Fernando Henrique Cardoso, o resgate da dimensão histórica e cultural desse estilo artístico, sobretudo na perspectiva de sua função identificadora da nacionalidade brasileira, não se deve pioneiramente ao trabalho do historiador da arte francês Germain Bazin. É imperioso assinalar o esforço de intelectuais  como Lúcio Costa, Carlos Drummond de Andrade, José de Sousa Reis, Paulo Tedim Barreto e do próprio Rodrigo Melo Franco de Andrade, à frente do órgão, cujo funcionamento dependia também de seu Conselho Consultivo, formado por nomes de diversas áreas do conhecimento, como Dom Clemente da Silva Nigra, Gustavo Barroso, Afonso Arinos de Melo Franco, Oswaldo Teixeira, Paulo Santos, além de outros.  

O próprio estudo de Germain Bazin, cujo contributo é inegável para a História da Arte brasileira, não teria sido desenvolvido sem o inventário, existente no arquivo Noronha Santos (IPHAN), das principais obras que a época colonial nos havia legado. E esse reconhecimento encontra-se expresso no livro do eminente historiador da arte. 
 

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Marcus Tadeu Daniel Ribeiro
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