(Narrativa Madeirense do Seculo XVIII)
No proximo numero principiará o Brado a publicar o novo folhetim
intitulado »Da Choça ao Solar». È a narrativa romantisada dum facto historico passado
na vila da Ponta do Sol, na segunda metade do seculo XVIII. Num solar
morganatico, vivam dois irmãos solteiros. O mais novo apaixonou-se por uma camponesa dos Canhas, pretendendo
consorciar-se com ela. O mais velho, herdeiro dos vinculos, não podendo
dissuadir o mano de realisar o matrimonio que julgava macular os seus
pergaminhos, resolve embarcal-o para as terras
de Santa Cruz. No domingo da procissão dos Passos, pairava um navio
alem-mar da Ponta do Sol, esperando o infeliz expatriado.
Partiram,
com o mar agitado, o morgado e seu irmão, em botes diferentes, na direção do
veleiro.
A certa altura, naufragou o barco do irmão mais edoso, morrendo este, e
regressa o moço condenado ao exilio, para a Ponta do Sol, sucedendo no morgadio
e casando poucos dias depois com a sua noiva dos Canhas.
Este folhetim interessará os curiosos de antiguidades da nossa Terra e,
dum modo especial, os pontasolenses porque as varias scenas passam-se nesta
freguezia.
Brado d’Oeste, n.º 820, 3 de Maio de 1917