O Clube “O Corre-Caminho” visitou pela primeira vez, no passado dia 29 de Outubro, a Lagoa do Lugar de Baixo, um pequeno ecossistema onde podemos encontrar alguns exemplares de aves limícolas e marinhas, não observáveis noutra parte da ilha. Algumas dessas aves apenas estão de passagem, outras permanecem, enquanto o Homem deixar.
Ao chegar conseguíamos observar algumas aves um pouco tímidas, mas já um pouco habituadas ao barulho das máquinas. Sim, máquinas que durante o dia trabalham incessantemente para construir um grande muro de protecção da Lagoa à “fúria" do Mar, obra integrada na construção da Marina. Será que o sossego das aves chegará com o final das obras? Mesmo ali ao lado temos a estrada regional e a futura Marina a poucos metros.
Dividimo-nos em dois grupos, ficando um no lado oeste e outro no lado leste. Passado algum tempo começaram a surgir galeirões do meio do canavial. Contámos uma dúzia. Sempre que nos mexíamos um pouco mais, eles escondiam-se. Entre os galeirões (ave descrita em “ A Ave do Trimestre” desta edição) encontrava-se um pato trombeteiro (Anas clypeata) fêmea a mergulhar o seu bico até ao fundo da lagoa para se alimentar de pequenos organismos.
Sempre um pouco mais distante dos dois grupos de membros do clube, encontravam-se cerca de uma dezena de pequenas aves, não identificáveis a olho nu. Com o auxílio dos binóculos conseguimos ver que eram corriões (Charadrius dubius), aves de pequeno porte caracterizadas por um comportamento corre-pára-corre, com uma coleira preta no pescoço.
Sabemos da existência de galinhas d'água (Galinulla chloropus) neste ambiente, segundo consulta de fotografias do local, na sede da SPEA (Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves) - Madeira, mas na presença do Homem mantém-se escondida.
Esta Lagoa será objecto de mais visitas por parte do Clube, ao longo do presente ano lectivo.