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Cinédia volta a produzir
filmes com `Hannah'
A diretora e filha de seu fundador, Alice Gonzaga, escolheu o conto `Morfina',
de Humberto de Campos, para servir de base ao roteiro da
produção, que terá direção de Ricardo Favilla
BEATRIZ COELHO SILVA
RIO - A Cinédia, que já foi o maior estúdio brasileiro, nos anos 30, 40 e 50, voltará
a produzir, depois de 18 anos em que se tornou apenas locadora de equipamento. A
iniciativa é de Alice Gonzaga, filha de seu fundador, Ademar Gonzaga, hoje diretora da
empresa, que escolheu o conto Morfina, de Humberto de Campos, para servir de base ao
roteiro. A produção está em fase de captação de recursos e escolha de elenco e, se
tudo correr bem, começa a ser filmada em setembro, para ser lançada em 2001.
A história se passa no Rio, nos anos 40, tendo como pano de fundo a 2ª Guerra Mundial.
No entanto, o título mudou para Hannah, por motivos comerciais: a produtora executiva
Jane Guerra Peixe (sobrinha-neta do maestro e compositor) acha que o nome da protagonista
da história, uma judia de origem alemã, é mais atrativo para os patrocinadores que o
nome de uma droga. Foi por indicação de Jane que Ricardo Favilla foi chamado para a
direção. Ele foi diretor-assistente de 18 longas e, no ano passado, dirigiu o seriado
Mulher, na Rede Globo.
O projeto é ambicioso, de R$ 7,6 milhões, porque é um filme de época. Mas Jane busca
apoio para as cenas mais caras e parceria no exterior, já que serão realizadas filmagens
em Paris e Buenos Aires. Tanto Jane quanto Favilla, porém, concordam que o filme terá
poucas cenas de estúdio e muita locação, o que torna sua produção mais trabalhosa. A
paisagem carioca mudou completamente nos últimos 60 anos e só no subúrbio se encontram
casas e ruas com a mesma aparência da década de 40.
"Na medida da nossa necessidade, vamos usar recursos de computação e até mesmo
artesanais para simular o Rio dos anos 40", adianta o diretor. "Para fazer um
filme desse, é necessário muito dinheiro ou muita criatividade", continua.
"Desde o início da produção, eu defendo que nós precisamos fazer cinema com
padrão internacional, mas sem estourar orçamentos."
Favilla sabe do que está falando. Ele dirigia o filme O Caso Morel, baseado num conto de
Rubem Fonseca. Mas, por falta de dinheiro, o projeto está parado ainda nas filmagens, sem
previsão de data para continuar. "Como eu fiquei escaldado dessa experiência,
sugeri que o orçamento não fosse muito lá em cima", conta ele. "Mas também
não se pode fazer um filme mambembe, a não ser que a pessoa tenha uma idéia
completamente genial, porque o público exige a qualidade dos filmes que vêm de
fora."
A nova produção conta também, em sua equipe, com a diretora de arte Yurika Yamazaki e o
diretor de fotografia Nonato Estrela. Ela é irmã de Tizuka e atuou nessa função em
seus primeiros filmes. "Como não sabemos direito quando vamos filmar, por enquanto
só estamos sondando os atores, mandando-lhes o roteiro", avisa Favilla. "Não
queremos captar em cima do nome deles", completa Jane.
Hannah é a história de uma imigrante que, em razão de uma doença, se vicia em morfina.
Para conseguir a droga, ela e seu marido têm contato com um alemão suspeito de ser
quinta-coluna (como eram chamados no Brasil os espiões nazistas) e membro da polícia
política de Getúlio Vargas. "Será um thriller dramático, com grande ênfase no
lado psicológico dos personagens", diz Favilla, que promete fugir ao estilo do film
noir. "Sei que é difícil quando se ambienta uma história nos anos 40, mas vou
fazer um filme mais solar."
Fonte: O Estado de S.Paulo, 10 de
Janeiro de 2000 (www.estado.com.br)
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