ARQUIVO 

memóriasonline

AG00003_.gif (10348 bytes)

Home
História - 1
História - 2

Novidades
Reportagem
Editorial
Coluna do Ísola
Boletim Filmografia

Acervo
Bibliografia
Arquivo
Links
Créditos
Release

Contatos

mail.gif (4196 bytes)Fale com Memórias On Line

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Nova Vera Cruz em compasso  de espera

No fim de agosto do ano passado, o consórcio Triunfo-Necso-Construtécnica e a TV Cultura (Fundação Padre Anchieta) assinaram o contrato que permite a reforma e a restauração dos estúdios da Cia. Vera Cruz, em São Bernardo. Apesar do esforço no sentido de obter recursos para a Nova Vera Cruz, pouca coisa mudou nas antigas instalações da empresa cinematográfica que, de 1949 a 1954, filmou 22 títulos – 18 longas-metragens e quatro documentários. O projeto envolve a Prefeitura de São Bernardo, governo estadual e a emissora educativa paulista e está orçado em R$ 17,7 milhões. Deste total, R$ 5 milhões já estão empenhados pela Secretaria de Estado da Cultura e outros R$ 500 mil foram entregues pela Volkswagen, valor que ajudará a construir e equipar um centro cultural.

De acordo com Ivan Ísola, coordenador de audiovisual da TV Cultura e responsável pelo projeto Nova Vera Cruz, a reação dos empresários não tem sido das melhores: "O motivo não é, obviamente, um desinteresse em relação ao projeto, mas o clima de insegurança provocado pelo comportamento da economia do país. A captação não tem sido animadora, mas, passada essa fase, existem boas esperanças, pois o mercado tem se sensibilizado com a possibilidade de investir não só na produção de cinema e televisão, mas também na formação de mão-de-obra especializada e em programas de difusão cultural e preservação da memória do cinema nacional".

Enquanto aguarda, Ísola pretende viabilizar uma série de ações simples para divulgar e ajudar na captação de recursos. Entre outras, consta o levantamento e a recuperação de toda a trilha musical realizada para os 18 longas filmados pela Vera Cruz. "Depois, a idéia é gravar um CD com essa trilha", afirma. Ísola também quer realizar a reprodução dos cartazes originais dos filmes para que essas imagens possam ser compradas e difundidas pelos interessados.

No âmbito técnico, o executivo esclarece que a demora na obtenção de recursos (dinheiro que poderá ser deduzido por meio da Lei de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura – Lei Rouanet) tem permitido um aprofundamento qualitativo dos detalhes arquitetônicos do projeto.

Texto publicado no  Diário do Grande ABC em 18/Jan.99 Autor: Ricardo Ditchun


Vera Cruz continua em compasso de espera

O advogado Marcos Mendonça, a exemplo do que ocorreu na gestão passada do governador Mário Covas, volta a ocupar o cargo de secretário de Estado da Cultura. Mendonça, que iniciou sua carreira política em 1982, como vereador por São Paulo, é autor do primeiro recurso legal destinado exclusivamente a promover benefícios fiscais para pessoas jurídicas interessadas em investir em cultura: a Lei Mendonça.

Além de ser novamente convidado por Covas para a Secretaria de Cultura, cargo que ele acaba de reassumir, Mendonça também foi reeleito deputado estadual. Em entrevista ao Diário, o secretário explica porque optou pelo cargo no Executivo. Ao mesmo tempo, apesar de estar otimista, não tem boas notícias em relação ao projeto Nova Vera Cruz.

DIÁRIO - Como fica o projeto Nova Vera Cruz, em São Bernardo, diante da crise econômica enfrentada pelo país?

MARCOS MENDONÇA - A viabilidade da Nova Vera Cruz depende de incentivos fiscais. A crise financeira, obviamente, resultará na alteração da velocidade do projeto. Antes da crise, já haviam sido feitos vários contatos com empresas, sendo que a Volkswagen, por exemplo, já está participando. Os efeitos da crise começaram a ser sentidos no meio das negociações com outras montadoras e empresas da região. O quadro, hoje, é de uma certa paralisia no processo. Estou reassumindo a Secretaria agora, mas quero retomar essa tarefa com toda a intensidade.

DIÁRIO - Esperava-se para o fim deste ano a entrega da primeira fase da reforma. E os R$ 5 milhões já destinados pela Secretaria para o projeto?

MENDONÇA - Quando foi assinado o contrato, no ano passado, entre a Secretaria, a Prefeitura de São Bernardo e a TV Cultura, a previsão era de um ano para a primeira etapa, que envolve obras simultâneas no centro cultural e nos estúdios principais. Agora, pela falta de patrocínio, houve um recuo, mas muita coisa será feita este ano com os recursos já destinados.

DIÁRIO - O senhor poderia ter assumido, novamente, o cargo de deputado estadual e atuar em favor da cultura do Estado no Legislativo. No entanto, aceitou o convite do governador e voltou para o Executivo. Qual o motivo da escolha?

MENDONÇA - Em função da minha afinidade com a área da cultura, e muito por causa da repercussão da Lei Mendonça, que serviu de base para várias leis semelhantes, inclusive a Lei Rouanet, do Governo Federal, o governador Covas me convidou para participar da primeira e desta sua segunda gestão. Acho que isso revela uma grande sensibilidade em relação à área da cultura, na medida em que ele busca no parlamento uma pessoa com respaldo político e, ao mesmo tempo, com afinidade técnica para esta secretaria.

DIÁRIO - O senhor quer incentivar o processo de terceirização gerencial de instituições culturais como a Pinacoteca e a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. Por quê?

MENDONÇA - O Estado, hoje, tem um poder gerencial muito ruim. A orquestra estadual, por exemplo, se quiser gravar um CD, terá de promover uma licitação, e nem sempre a gravadora que oferecer o menor preço possuirá o perfil que mais convém. Existem muitas outras questões burocráticas relacionadas à contratação de artistas, contratações no exterior, depósitos de garantia de cachês etc. Por isso eu propus na Assembléia a transformação de alguns equipamentos em organizações sociais. A intenção é obter velocidade gerencial para oferecer qualidade de atendimento. Não se trata da exploração por parte de terceiros, mas de gerenciamento racional.

DIÁRIO - Como está o seu projeto de Loteria Cultural?

MENDONÇA - Em breve ele será encaminhado da Assembléia para o governador, para que ele sancione ou não. Estou esperançoso, pois isso significará uma boa alternativa de recursos para o setor, mas lembro que isso não significará o fim da participação financeira do Estado na cultura. A idéia, inspirada no modelo inglês, também serviria para incrementar a difusão e a realização de produtos culturais. Além dos prêmios maiores, em dinheiro, também está prevista a distribuição de vários pequenos prêmios, sob a forma de vales que poderiam ser trocados por CDs e livros, por exemplo.

DIÁRIO - Que atenção específica será dada pela Secretaria de Cultura para o Grande ABC?

MENDONÇA - Além do Mapa Cultural Paulista, que detecta, seleciona e traz para ser mostrado em São Paulo produtos e artistas de todas as regiões do Estado, a Secretaria aposta muito nas possibilidades que serão oferecidas pelo centro cultural que será montado na Nova Vera Cruz.

Outra idéia é incentivar a criação de um circuito cultural que permita a circulação de eventos, sobretudo exposições, peças de teatro e shows de música nas duas regiões. No caso de São Paulo e do Grande ABC, isso é muito fácil de ser feito por causa da proximidade.

Texto publicado no  Diário do Grande ABC em 12/Fev.99 Autor: Ricardo Ditchun

• [voltar] • [arquivo 1999] •