PLANO DE PAZ SAUDITA
A proposta de paz saudita apresentada para aprovação no encontro da Liga Árabe em Beirute, nesta semana, é composta pelos seguintes pontos, de acordo com cópia recebida pela Autoridade Nacional Palestina:
1. Líderes árabes devem fazer uma declaração afirmando que a paz é uma opção estratégica para o mundo árabe. O governo israelense deve fazer uma afirmação no mesmo sentido.
2. Israel deve se retirar de todos os territórios palestinos, sírios e libaneses ocupados na guerra árabe-israelense de 1967. As áreas palestinas são a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental. As sírias são as colinas do Golã. Em relação ao Líbano, há divergências, pois os árabes consideram as Fazendas de Cheeba território libanês, mas a ONU e Israel dizem que o local é parte integrante das colinas do Golã. Para Israel e ONU, o território libanês foi desocupado em maio de 2000.
3. O tema mais sensível do plano é o chamado "direito de retorno" dos refugiados palestinos. Os árabes exigem na proposta uma solução que esteja em conformidade com a Resolução 194 da ONU sobre os palestnos que deixaram Israel durante a guerra que se sucedeu à criação do país, em 1948, e seus descendentes.
A resolução prevê o direito de retorno dos palestinos para as suas casas em Israel ou compensação financeira para os que não estiverem dispostos a voltar. Para autoridades palestinas, a base para resolver o problema dos refugiados deve ser o direito internacional, porém soluções práticas podem ser negociadas com o governo israelense.
Israel não aceita o retorno dos refugiados palestinos, pois causaria um problema demográfico, minando a maioria judaica do país, o que eliminaria o sentido do Estado judeu. A ONU estima que existam cerca de 4 milhões de refugiados palestinos.
Folha de São Paulo - 26/03/02