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AFEGANISTÃO, UMA NAÇÃO ABANDONADA ÀS DROGAS
No início da guerra afegã, Blair informou ao Partido Trabalhista que "90% da heroína que circulam pelas ruas de Londres são provenientes do Afeganistão". Apesar de todas as evidências mostradas pela ONU de que o Talebã havia suprimido o comércio de drogas, Blair disse: "As armas que os talebãs compram hoje são pagas com a vida dos jovens ingleses que compram droga nas ruas da Inglaterra. Esta é uma outra parte do regime que devemos procurar destruir." No entanto, há uma evidência cada vez maior de que, apesar de algumas melhorias, o Afeganistão tornou-se um estado falido. Agora é listado pela ONU como o segundo pior país do mundo para se viver, só ultrapassado por Serra Leoa. Funcionários ingleses assinalam que a economia afegã está crescendo, que três milhões de refugiados voltaram para casa e que quatro milhões de crianças estão nas escolas. Porém, o relatório de ontem revela que o motor do crescimento econômico é a produção de ópio. No ano passado, o Afeganistão exportou 87% do fornecimento mundial. Segundo a ONU, o ópio é agora o "principal motor do crescimento econômico e o mais forte laço entre pessoas antes tão beligerantes". A maior parte do ópio é contrabandeado ao longo da fronteira paquistanesa, onde o Talebã e a al-Qaeda cobram taxas de proteção e de trânsito aos traficantes de drogas. O relatório da ONU de 2003, verificou que um em cada 10 afegãos - muitos deles refugiados desempregados - está envolvido com o comércio de droga o qual, no ano passado empregou cerca de 2.3 milhões de pessoas e contribuiu em 60% para o crescimento do PIB. Em apenas um ano, a área de plantio aumentou em 64%. A produção foi estimada em 4.200 toneladas, um aumento de 17% em relação ao ano passado. O único ano em que a produção foi maior foi em 1999, antes de o Talebã proibir inteiramente a produção. Antonio Maria Costa, diretor executivo do UNODC, insistiu para que a OTAN e os Estados Unidos se alem para combater o comércio de droga e que advirtam em termos só utilizados na guerra que "Agora no Afeganistão as drogas representam um perigo", disse ele. Os Estados Unidos, preocupados com o financiamento do terrorismo pelo narcotráfico, prometem gastar US$ 780 milhões no próximo ano na guerra contra as drogas. Uma parte desse dinheiro será gasta na introdução de meios de subsistência alternativos para os fazendeiros. No entanto, a maior parte provavelmente será aplicada em medidas que estão sendo discutidas em Washington, tais como a destruição dos campos de papoulas, e o julgamento dos barões pelos tribunais americanas Antes de declarar guerra ao Talebã, Blair prometeu
aos afegãos: "Desta vez, não nos afastaremos de vocês." Na semana passada, ele
jurou que iniciaria um novo ataque ao comércio de ópio. A Inglaterra está
liderando um esforço internacional para acabar com a produção e destacou L$ 70
milhões para os próximos três anos para o com] do comércio de drogas. Publicado em 19/11/04, no Indepedent |