ABRIL A NOVEMBRO DE 2007
Projeto de ensino desenvolvido junto ao
Curso de História do Centro de Ciências da Educação (UDESC)
Páginas eletrônicas criadas
em abril de 2007
Concepção e manutenção:
Janice Gonçalves
Contato: janice_goncalves@hotmail.com
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- Denis
Abramovich Kaufman (1896-1954), que adotaria, na vida adulta, o nome de Dziga
Vertov, nasceu no seio de uma família de intelectuais
judeus, em Bialystok, na Polônia, que então integrava o Império
Russo.
Na infância e adolescência, estudou música.
Sua família transferiu-se para Moscou, em 1915, e em seguida
para São Petersburgo.
Entre 1916 e 1917, estudou Medicina; paralelamente, realizava experiências
sonoras com um velho fonógrafo (seu “laboratório do ouvido”).
Sob inspiração da vanguarda cubo-futurista russa, alterou o seu
nome (Dziga Vertov, unindo ucraniano e russo, indica a ação de fazer
girar).
- Aos 22 anos, aderindo
às diretrizes do governo bolchevique, passou a trabalhar junto ao Comitê
de Cinema de Moscou, começando a editar filmes de notícias e
variedades, nas séries do Kino-Nedelya (Cinema-Semana). É de 1919 o
seu filme “O aniversário da Revolução”. Realizou gravações em frentes de
batalha da Guerra Civil. Em 1922, formou, juntamente com sua
mulher, Elizaveta Svilova, e seu irmão, Mikhail Kaufman, o “Conselho
do Três”, que se pronunciará sobre o papel do cinema em uma
sociedade revolucionária, por meio de manifestos publicados em revistas
como a LEF.
- No
mesmo ano de 1922, lançou o filme “História da Guerra Civil”
e iniciou a elaboração dos filmes da série de atualidades “Kino-Pravda”
(Cinema-Verdade), buscando registrar aspectos da vida cotidiana do país
(ruas, fábricas, campos, máquinas, trabalhadores) e, em especial, dimensões
da construção de uma nova sociedade, sob o impacto das transformações
revolucionárias.
- Vertov
rejeitou, claramente, a adoção de uma narrativa fílmica assimilável ao
teatro, e o trabalho com atores profissionais; buscou captar as imagens
da vida, valorizando o improviso, o instantâneo, obtendo registros
fílmicos que a montagem depois organizaria.
- È de 1924 o filme “Câmera-Olho”, ou “Cinema
Olho”,no qual várias das suas idéias acerca do cinema foram aplicadas,
tanto no que se refere ao material filmado como na sua montagem.
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Como Vertov já deixara claro em
um manifesto, a câmara deveria ser utilizada como “cinema-olho”, dado ser “muito mais aperfeiçoada do que o
olho humano para explorar o caos dos fenômenos visuais que preenchem o espaço”.
- É de 1929 outro filme
de destaque em sua produção, “Um homem com uma câmera”.
- Vertov realizou, em 1931, o filme
“Entusiasmo”, abordando o cotidiano de trabalhadores das minas. De
1934 é “Três canções para Lênin” (também conhecido como “Réquiem
para Lênin”). ”Canção de ninar”, filme no qual a perspectiva
cinematográfica de Vertov ainda é perceptível, apesar da vigência do
realismo socialista, foi realizado em 1937.
- Nos anos subseqüentes, realizou ainda os
seguintes filmes: “Três heroínas” (1938), “Do Casaquistão para o front”
(1942), “Nas montanhas de Ala-Tau” (1944) e “Notícias do Dia” (1954).
- Morreu
de câncer em 1954.
- “[...] o cinema-olho vive e
se move no tempo e no espaço, ao mesmo tempo em que colhe e fixa
impressões de modo totalmente diverso daquele do olho humano. A posição
de nosso corpo durante a observação, a quantidade de aspectos que
percebemos neste ou naquele fenômeno visual nada têm de coercitivo para
a câmara, que percebe mais e melhor na medida em que é aperfeiçoada. Nós
não podemos melhorar nosso olho mais do que já foi feito, mas a câmara, ela
sim, pode ser indefinidamente aperfeiçoada.”
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