Assembleia Municipal:
reunião 19 de Dezembro de 2003
Propõe-se a esta Assembleia que fixe a valor máximo da taxa previsto na Legislação recém publicada. Segundo julgo perceber, não existem ainda elementos suficientes para se pode avaliar o real impacto da incidência do imposto no orçamento das famílias e também nas receitas para o município. Na dúvida, aplica-se a taxa máxima. Justifica-se com um
parecer da Associação Nacional dos Municípios, muito a propósito, diga-se
de passágem, como se desta instituição pudesse sair outro parecer que
não fosse mais receitas para os municípios. Os técnicos que
estudem melhor, que peçam o elementos necessários a quem de direito.
Mas não nos venham com este argumento de que na dúvida cobra-se o
máximo. A CDU não pactua com estas formas de trabalhar.
Por isso voto contra. Ao ler o documento que nos foi apresentado pelo SMAS, (GOP e Orçamento para 2004), devo confessar que fiquei um pouco perplexo. Ao longo de todo o
documento, e de uma forma quase obcessiva, é-nos dito que as tarifas
em vigor ainda não chegam para pagar os custos do sistema e continuam
a limitar o investimento. Por outro lado cantam-se louvores aos
sistemas supramunicipais e às economias de escala, de preferência com
participação de privados, mas, por outro, na folha 8, é-nos dito que a
compra de água ao sistema supramunicipal (Águas do Douro e paiva)
é feita a preços muito mais elevados relativamente às nossas próprias
captações. As novas tarifas de
saneamento representam mais do dobro do que é pago na esmagadora
maioria dos outros concelhos da região e do país. Os responsáveis do
SMAS que estudem melhor a situação porque, na verdade, não é
concebível que um sistema tão reduzido, como é o nosso, comporte
encargos tão grandes. Se o SMAS não consegue equilibrar o seu
orçamento, as razões terão que ser encontradas noutro lado. É como nos
impostos. Muitas vezes um aumento de impostas reduz a colecta global. Já tenho dito que
seria desejável outra política de incentivo à ligação, porque estes
custos são de facto muito elevados. Dei o exemplo de Estarreja, onde o
custo, que já eram substancialmente mais baiso do que em Ovar, foi
reduzido para metadade até ao final deste ano. Parece que estes
apelos continuam a cair em saco roto. Não sou economista. Parece-me todavia que a principal actividade do SMAS deve ser a venda de água. Ora, face aos investimento realizados quer pelo SMAS, quer pelo SIMRIA (que temos que pagar), que representam ambos, custos fixos elevadíssimos, a única solução está em alargar ao máximo a base de utentes para que estes custos fixos possam ser diluídos por um número máximo de utilizadores. Com uma rede de saneamento bastante reduzida e com taxas de adesão muito baixas nas redes de abastecimento de água recém construídas, é óbvio que não há equilíbrio económico-financeiro que resista. E o mais fácil é dividir a totalidade dos custos pela minoria que usufruem quer da água quer do saneamento. A este rumo a CDU
diz mais uma vez não! Um documento que
ainda por cima deixa nos utentes o ónus de não ter havido mais
investimento em infra-estrutura. É preciso ter lata. Quer dizer, a
rede de saneamento não cobre sequer metade das freguesias e a culpa é
nossa por pagarmos pouco em tarifas. Mais, o que pagamos (o triplo do
que se paga no Porto, Lisboa, Aveiro, Seixal e Gaia) ainda é
pouco. Não chega para as despesas, têm o descaramento de afirmar!!! Este é iminentemente
um documento político e vale o que vale em termos de contas.
Sabemos que os diversos orçamentos, que tem sido aprovados por este
Assembleia, acabam por ser executados com taxas que ficam muito aquém
do desejável. Por isso falar de percentagens de despesas correntes,
como salários etc.. acaba por não fazer nenhum sentido. Nada temos a opôr a este documento em si. Votaremos favoravelmente porque ele contém, de facto muitas das obras de que Ovar necessita. Revela também um
conjunto de preocupações partilhadas pela CDU: Habitação social,
ambiente, infra-estruras culturais e desportivas etc… A construção do
bairro de habitação social no antigo matadouro já deveria estar a
avançar e nada. O bairro dos pescadores na Praia de Esmoriz também não
passa dos habituais e convenientes estudos socio-económicos. Na praia
de Cortegaça a mesma coisa. Não vi, infelizmente
nenhuma, referência ao mercado de Esmoriz, que, relativamente a esta
matéria, continua a ser o parente pobre do Concelho. Esta Assembleia tem por dever a fiscalização e controlo da actividade da Câmara e das várias empresas e instituições participadas pela mesma. Antes que nos sejam dadas as contas da Fundação, apelamos desde já aos responsáveis para a imprtância de nos ser dada uma informação transparente nomeadamente sobre receitas, como dados comparativos a anos anteriores e despesas, medidas de promoção, objectivos de médio prazo etc…
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