Encontro
Concelhio da CDU
Decorreu,
no passado dia 6 de Março, no Centro de Trabalho de Ovar do PCP, um
encontro de activistas e simpatizantes da CDU. O Encontro serviu,
fundamentalmente, para fazer um balanço dos primeiros dois anos de mandato
autárquico, mas também, sobretudo, para projectar a intervenção da CDU
para o futuro, tendo em conta o facto de estarmos a cerca de ano e meio
das próximas eleições autárquicas.
Das intervenções feitas ressalta uma ideia fundamental: os grandes
problemas estruturais que caracterizam o nosso concelho e que têm sido
objecto de múltiplas iniciativas e denúncias por parte da CDU continuam por resolver:
- A falta de equipamentos
culturais e desportivos, a habitação, os transportes e comunicações, o
saneamento básico, a tão badalada valorização do património cultural e
ambiental, são apenas alguns exemplos que caracterizam a inoperância deste
executivo municipal, que já vai no seu terceiro mandato.
Apresentando-se Ovar como o segundo concelho mais povoado da região do
Baixo Vouga, com uma população jovem e com tendências para crescer, seria
de esperar a mesma dinâmcia por parte do poder autárquico. Infelizmente
não é o caso.
Assim, de acordo com os dados
oficiais do INE, em termos de despesas de capital, Ovar encontra-se em 5º
lugar ao nível do Baixo Vouga, bem atrás de outros concelhos com bastante
menos população (Águeda, Ílhavo e Oliveira do Bairro). Se olharmos para as
mesmas despesas de capital relativas à cultura e ao desporto, o panorama é
ainda mais desolador com concelhos, como Ílhavo, a gastar cerca de 12
vezes mais do que Ovar ou a Murtosa, a gastar sete vezes mais. Não admira,
por isso, a tremenda falta de equipamentos desportivos ou ainda o total
abandono de grande parte do nosso património arquitectónico e cultural (veja-se
as fontes, os cais da Ria ,o museu da cidade ou, ainda, a falta de um
museu do carnaval).
Do ponto de vista da actividade económica, o concelho de Ovar continua
dominado pela indústra transformadora (cerca de 75% da população activa)
com destaque para o material eléctrico e para o sector téxtil, que
empregam, no total, cerca de metade da população activa do concelho. Os
salários continuam muito abaixo da média nacional ( o Índice de Poder de
Compra é de 83% da média nacional) e a taxa de desemprego é a maior do
distrito. Ou seja, há dinâmica empresarial, mas, mais uma vez, em tempo de
crise, quem sofre é o trabalhador.
O turismo, que é muitas vezes
apresentado como um sector estratégico, tendo em conta as potencialidades
do concelho, representa menos de 1 % da riqueza criada, o que não deixa de
ser um motivo de reflexão.
Quanto às linhas de trabalho para o futuro, depois de um amplo balanço da
actividade feito por cada um dos eleitos da CDU, fica a determinação de
continuar a trabalhar em coerência com o programa eleitoral apresentado
nas últimas eleições, na defesa da população, dos mais desfavorecidos e
pelo desenvolvimento sustentável do concelho. O contacto com as populações,
a prestação de contas através do boletim "Informação à Esquerda", a
participação nas pequenas e grandes lutas continuarão a nortear o trabalho
de todos os eleitos e activistas da CDU.
Finalmente, o Encontro manifestou ainda a sua
solidariedade e empenho na luta da população pela revogação do brutal aumento das tarifas de saneamento
e da recolha do lixo, que, de novo, desta vez por exigência da população,
será objecto de debate na reunião da
Assembleia Municipal Extraordinária de 10 do corrente.
Ovar, 6 de Março de 2004
A Comissão Coordenadora de Ovar da CDU
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