Jerónimo de Sousa quer acabar com ciclo de políticas de direita 21/12 | 20:45
publico.pt

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, apelou hoje ao voto útil na CDU nas eleições legislativas de 20 de Fevereiro, como forma de "interromper um prolongado ciclo de políticas de direita".

Ao intervir em Aveiro na sessão pública de apresentação da eurodeputada comunista Ilda Figueiredo como cabeça de lista da CDU pelo distrito, Jerónimo de Sousa lamentou que há 28 anos se assista a uma "dança de alternância" entre partidos e coligações que desenvolvem "repetitivamente a mesma política".

Na sua opinião, mesmo "partindo do pressuposto que a direita está derrotada", é necessária "uma viragem à esquerda, mas com uma política de esquerda real e objectiva".

Em declarações aos jornalistas no final da sessão, Jerónimo de Sousa lamentou que mesmo o PS, "afirmando-se de esquerda", tenha desenvolvido políticas de direita em anteriores mandatos governativos.

Disse não partir de "acusações gratuitas, mas de questões concretas, como o considerar que as multinacionais e grupos económicos são os motores da economia, a privatização dos hospitais e questões relacionadas com a segurança social e o ensi no".

"Se o PCP pesasse mais [na Assembleia da República], mais dificuldade teria o PS em concretizar políticas de direita e mais possibilidade teria de fazer uma reconsideração e virar a página à política de alternância que tem dado mais do mesmo", frisou.

Segundo o dirigente partidário, "o povo quando fala em derrotar a direita também quer derrotar esta política que leva aos problemas sociais e económicos que existem". "Se o PCP pesar mais, a política nacional terá um novo rumo", considerou.

Jerónimo de Sousa mostrou-se convicto de que a CDU conseguirá eleger um deputado pelo círculo de Aveiro, o que já não acontece há 17 anos.

Por sua vez, Ilda Figueiredo garantiu que, caso seja eleita, deixará o Parlamento Europeu para assumir o cargo na Assembleia da República, onde "de imediato" apresentará um projecto de lei para despenalizar a interrupção voluntária da gravidez, para acabar com "os enxovalhos das mulheres nos tribunais".

A situação das empresas do sector têx til, metalúrgico e de calçado do distrito, que diz estarem "a sofrer as consequências de uma política desastrosa", é outro dos assuntos a que promete também dar atenção.

Ilda Figueiredo, de 56 anos, é natural do Troviscal, Oliveira do Bairro, distrito de Aveiro. A economista foi deputada à Assembleia da República entre 1979 e 1991, pelo Porto, e está desde 1999 no Parlamento Europeu, onde é vice-presidente do Grupo Confederal da Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Verde Nórdica.

 

Com a cortesia de Notícias