Na apresentação da lista da CDU do distrito de Leiria, Jerónimo de Sousa lamentou as "queixas azedas" de Jorge Coelho feitas no passado fim-de-semana contra a CDU, acusando o PS de nunca ter lutado pelo fim do executivo da coligação PSD/CDS-PP.

Reagindo aos pedidos de maioria absoluta feitos por Jorge Coelho, que rejeita a colaboração com o PCP, Jerónimo de Sousa exigiu uma clarificação de objectivos políticos por parte do PS.

"Os democratas e os trabalhadores têm o direito de exigir a quem se diz de esquerda que tenha uma política de esquerda e não uma política de direita", justificou o líder do PCP.

No seu entender, o que suportou a decisão de Jorge Sampaio de dissolver o Parlamento e convocar eleições legislativas antecipadas foi "o protesto e a luta popular" dos trabalhadores, com o apoio do PCP, no sentido de "travar a ofensiva de direita".

"Ao contrário de outros partidos da oposição que pensavam que quanto mais eles [PSD e CDS] governavam mais se afundavam", para a CDU quanto "mais tempo passava mais os problemas se agravavam", salientou.

Para Jerónimo de Sousa, o Governo também caiu devido às suas ofensivas contra "camadas muito vastas da sociedade", prejudicando a classe média e permitindo "favores de amigo" aos mais ricos.

"É pela política que praticou, mais do que a forma como governou, que a direita merece perder", afirmou.

Quanto às eleições de 20 de Fevereiro, Jerónimo de Sousa recordou que o objectivo é eleger deputados e não um primeiro-ministro, pelo que é importante um "reforço de votação da CDU", mesmo em distritos tradicionalmente adversos, como Leiria.

Desde o início dos anos 80 que o PCP não elege um deputado pelo distrito, mas Jerónimo de Sousa diz acreditar na inversão desta tendência, salientando a coerência dos eleitos da CDU face às promessas assumidas.

"Este objectivo não é só justo como possível e necessário", afirmou, elogiando o perfil do cabeça de lista escolhido, Jorge Amador, presidente da Junta de Serra D'El-Rey, em Peniche.

"Quem votou na CDU não se sente enganado", salientou, apelando ao reforço da votação.

Por seu turno, Jorge Amador prometeu lutar pela resolução dos problemas regionais, lamentando a postura dos eleitos do PSD, PS e CDS ao longo desta legislatura.