De indecisos traços fluem sentimentos...
Em
brancas folhas expressam-se metáforas...
Leituras
várias recriam pensamentos...
A
ninguém concede, ele, seu viver, compartilhar !...
Por quem
derrama seus versos o Poeta ?
À Musa
efêmera, deixada nas lembranças ?...
Ao Mote
antigo, no acaso despertado ?...
Ao vago
Sonho, desfeito nas ausências ?...
Apenas
chora... sem causas... nada mais...
Em que
consiste, enfim, a Inspiração
Que move
a pena insana desse bardo,
Se nada
resta, ao fim da Criação,
Senão
entulhos de versos descuidados ?
Pois nada
importa à Lira desse tolo,
Que
verte lágrimas silentes, em palavras,
Pois
nada espera, senão este consolo:
A si
somente compõe... a ninguém mais !