Gruta do Mimoso

A mata oculta teus segredos...

Parece-te em escombros, à chegada,

Tuas pedras rudes a cortar a caminhada...

 

Chego-me a ti, afinal,

Como a um confessionário...

E em teu ventre deposito meu destino

À tua perene escuridão...

 

Aos poucos, a visão se descortina

Ao lago frio... cinzento... silencioso... vazio.

Espelho de nós mesmos...

Apenas sombras... paisagem submersa... como a Alma.

 

Nas profundezas,

Tua garganta negra... a nos devorar.

Por que a ti me reclamas ?

Um dia, ainda irei te possuir...

Ou serás tu a me condenar à solidão ?

A vagar por teus salões, eternamente,

Perdido em labirintos dos meus sonhos...

A procurar, em vão, uma saída...

Pois, em ti, a vida se consumará, por fim.

E encontrarei a Paz...