Repúdio !

A dor se fora com os anos...

Assim como as lembranças...

 

Morto – como um rato !

 

Pouco a pouco, dilacerado...

Humilhado, como a uma meretriz !

 

Nu,

Caquético, em sua privações...

As unhas, todas elas arrancadas,

Uma a uma... como pétalas !

 

Tantas marcas de tal espancamento,

Em seu franzino espectro...

A dor que ninguém viu.

 

Quem mais se ocuparia em recordar ?

 

Na cova rasa,

Vala comum dos Ideais,

O saco plástico,

Ainda a lhe cobrir o rosto exangüe,

Esbugalhados olhos cegos

A delatar inútil desespero.

 

Sobre seu corpo esfacelado,

Farrapos da bandeira comunista,

Final alegoria dos carrascos !

 

Segue o Tempo...

Passa a Vida...

 

E o Augusto General

Cruza novamente o Oceano...

E à Casa torna,

Altivo... indiferente...

Sem remorsos...

Sem receios...

Sem constrangimentos...