Quem
me conduz ? o Destino ? Seria apenas o acaso ?
Serei eu mesmo o condutor de minha vida ?
Entrego-me
à sorte, como um barco à deriva...
Certa vez me perguntava se, mesmo fazendo escolhas, optando por caminhos nas
muitas encruzilhadas, meu papel não seria, simplesmente, trilhar labirintos já
formados, e se nos restaria, apenas, fazer as escolhas acertadas, para não nos
defrontarmos com o Minotauro ao final desta jornada...
Assim, apenas por me sentir um pouco dono desse arbítrio, tomo certas decisões,
procurando burlar a minha própria sina. Salto do caminho, sem um propósito
definido, apenas para retomá-lo mais além, procurando não deixar pistas nas
picadas, iludindo-me do poder divino que, decerto, não o tenho, enganando-me
das decisões que, na verdade, não tomei.
O que me conserva, então, a Vida, além de Baudelaire ? Você, minha querida !
Pois, se a paixão existe – e isto posso assegurar-te – então, vale a pena
viver, mesmo que somente em pensamento ! Poderia, assim, para concluir, dizer
que te amo, e que, por isso, Existo !