Classes Sociais do Brasil
( Mobilidade Social 1973/1996 )
Classes |
Composição |
% (1973) |
% ( 1996) |
Evolução |
||
Elite | Profissionais pós-graduados,
empresários
e altos administradores. |
3,5% | 4,9% | cresceram 40% | ||
Classe média alta | Pequenos proprietários, técnicos
com
especialização e gerentes de grande empresa. |
6,3% | 7,4% | cresceram 17% | ||
Classe média média | Pequenos fazendeiros, auxiliares
de escritório
e profissionais com pouca especialização. |
18,4% | 13,3% | encolheram 13% | ||
Classe média baixa | Motoristas, pedreiros, pintores,
auxiliares de
serviços gerais, mecânicos, etc. |
23,7% | 26,9% | cresceram 13% | ||
Pobres | Vigias, serventes de pedreiros, ambulantes
e
outros trabalhadores sem qualificação. |
16,1% | 23,4% | cresceram 46% | ||
Muito pobres | Trabalhadores rurais, bóias-frias,
pescadores,
peões de fazendas, catadores urbanos,etc. |
32% | 24% | encolheram 25% |
Fonte: Revista Veja, 13 maio 1999.
OBS: Existem no Brasil (1996) 1.894.000 de domicílios pertencentes à familias da chamada classe A (menos de 5% da população total) que ganham acima de 20 salários mínimos. No sudeste concentram-se 970 mil desses domicílos, no sul 278 mil, no centro-oeste 333 mil e no norte/nordeste 313 mil (IBGE :1999).
As 7 classes sociais do Brasil
CLASSES | % | Renda média mensal (R$) |
A1 |
1 |
5.894,00 |
A2 |
4 |
3.473,00 |
B1 |
7 |
2.444,00 |
B2 |
12 |
1.614,00 |
C |
31 |
844,00 |
D |
33 |
435,00 |
E |
12 |
229,00 |
Fonte: Caminhos do III milênio, abr. 2000.
Podemos dividir o Brasil em três estratos sociais (Gazeta Mercantil, abr. 2001):
Classes Sociais no Brasil em 2000
Classes Sociais | Renda Familiar | Nº de domicílios | Consumo | Consumo |
A e B | Mais de 10 S.M. | 19% | 52% | R$ 428 bi./ano |
C | De 4 a 10 S.M. | 30% | 28% | R$ 226 bi./ano |
D e E | Menos de 4 S.M. | 51% | 20% | R$ 163 bi./ano |
Fonte: Gazeta Mercantil, fev. 2002.
Renda 22% menor para os ricos
Os brasileiros que têm mais anos de estudo, os melhores empregos e salários mais altos formam o grupo que teve as maiores perdas de rendimento na segunda metade do Plano Real. Entre 1998 e 2001, os trabalhadores que fazem parte dos 10% mais ricos da população amargaram redução real de renda de até 22,4% em seis das sete maiores regiões metropolitanas do país.
A exceção foi Brasília, onde houve crescimento de 9,9%, segundo levantamentos do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socio-Econômicos (Dieese) e do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets). Nesses grupos, se acomoda a classe média, que pode ser considerada a grande perdedora do período de crises econômicas, diz Sérgio Mendonça, coordenador do Departamento Econômico do Dieese.
Em São Paulo, os 10% dos trabalhadores mais ricos, com renda mensal superior a R$ 1.800, viram o salário (já descontada a inflação) encolher 22,4%. Em Belo Horizonte, o contracheque a partir de R$ 1.356 minguou 9,7% e, em Recife, caiu 18,2% acima de R$ 1.025. A queda para os mais bem posicionados de Salvador (acima de R$ 1.214) foi de 12,4% e para os de Porto Alegre (acima de R$ 1.531), de 6%.
"A imagem que se forma é a do pilão socando gente para baixo, esmagando a renda do trabalhador", afirma Mendonça. "Essa redução está relacionada às perdas mais elevadas nas categorias com carteira assinada, da indústria ou das ex-estatais", diz ele.
Segundo o IBGE, entre 98 e 2001 a renda, já descontada a inflação, caiu 10,8% no país. No Rio, foi de 5,3%. O Dieese não tem dados por faixa salarial para a região fluminense. Mas, segundo o economista André Urani, presidente do Iets, observando-se os dados do IBGE no período, chega-se à mesma conclusão. Os trabalhadores com mais escolaridade foram os mais prejudicados.
Com nove ou dez anos de estudo, a retração de renda foi de 16%; com segundo grau completo, de 12%; para quem, no mínimo, entrou na faculdade, foi de 13%. O tipo de ocupação também é revelador. O emprego formal teve a maior redução salarial, de 10%, seguido pelos trabalhadores por conta própria (-8%) e pelos empregadores (-6%). (AG)
Em compensação a faixa de bBaixa renda obteve ganhos maiores. Os recortes do comportamento do rendimento do trabalhador brasileiro nos últimos quatro anos trazem, ao menos, uma boa notícia: a baixa renda obteve ganhos em quatro das sete regiões metropolitanas cobertas pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socio-Econômicos (Dieese) e pelo Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets). Os 10% mais pobres chegaram a ganhar 31% mais entre 1998 e 2001 em Salvador. No Rio, os trabalhadores sem carteira foram a única categoria a fugir das perdas: ganho médio de 5% no período: "Os informais têm a desvantagem de um contrato de trabalho frágil, mas que permite mais negociação salarial nas crises", explica André Urani, presidente do Iets. (A GAZETA, 10 mar. 2001)