Livre-se
das dívidas |
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Quitar
dívidas e reavaliar os hábitos de consumo são passos
essenciais |
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Se o orçamento já saiu do controle e as dívidas aumentam a cada dia, o ideal é procurar um jeito de quitá-las da forma menos pesada possível. Tente renegociar o débito, mas nunca faça isso sozinho. Lembre-se de que o funcionário com quem irá conversar é um profissional que lida com problemas iguais ao seu dezenas de vezes por dia. Peça a ajuda de um advogado ou de um economista que saiba fazer contas e esteja habituado a sentar-se numa mesa de negociações. Se a questão for o saldo devedor do cheque especial, tente trocar a dívida por outra linha de crédito, em que não haja cobrança de juros sobre juros. Se o problema for com uma prestação que ficou pesada demais, analise bem o contrato, reúna todos os recibos e tente, na pior das hipóteses, alongar o prazo de pagamento para reduzir o valor das prestações. “Nunca aceite propostas que impliquem aumento da taxa de juros inicial ou do valor a ser pago originalmente”, diz Marcos Silvestre, economista-chefe da Forex, uma empresa de São Paulo que presta consultoria financeira a famílias de classe média. “Renegociação só faz sentido se for para melhorar as condições do pagamento.” Conheça seus hábitos Com o orçamento equilibrado, ou seja, com as contas do mês cabendo no salário, faça uma avaliação de seus hábitos de consumo e de poupança. Pode parecer óbvio, mas o primeiro passo para fazer um orçamento doméstico realista ter noção dos próprios gastos. “Quem não controla as despesas sempre tem a impressão de que gasta menos do que realmente desembolsa”, observa Paulo Renato Steiner, diretor de produtos do HSBC Bamerindus. “Sem organização e sem planejamento, a pessoa se imagina
com mais dinheiro do que realmente tem e gasta além do que pode.”
Controlar as despesas e saber o destino do dinheiro uma providência
que os especialistas recomendam tanto para quem está com as contas
desorganizadas e pretende deixá-las em ordem quanto para quem está
com as finanças em dia e pretende tirar mais proveito do dinheiro.
A questão é: como fazer isso?
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Multiplique
seu dinheiro
A
primeira regra é não gastar mais do que se ganha. Não
é fácil, mas planejar as finanças pessoais, elaborar
um orçamento e segui-lo a sério, ajuda muito a fazer sobrar
algum no fim do mês. Depois, é investir nas opções
mais rendosas e seguras.
1º
passo - Estabeleça
objetivos. O dinheiro que você recebe no fim do mês costuma
ser fixo. Já as despesas podem variar muito. O primeiro passo para
poupar é estabelecer objetivos a curto, médio e longo prazos.
É um erro esperar saldar as dívidas para só então
traçar metas. Estabeleça um compromisso com a família
ou com quem vive com você: não adianta um cortar despesas
e o outro continuar esbanjando.
2º
passo - Organize o dia-a-dia. Para colocar as finanças em dia, ganhar
fôlego e, enfim, multiplicar seu dinheiro é fundamental controlar
os gastos do dia-a-dia. É imprescindível também planejar
as despesas de acordo com o dinheiro que entra e iniciar um programa de
redução de gastos.
3º
passo - Pente-fino na gastança. Separe os desejos das necessidades.
A partir de agora, você não pode mais viver sem sua planilha.
Anote absolutamente tudo o que gastar e, com base nisso, defina a despesa
prevista por mês e o que você efetivamente gastou. Faça
os ajustes necessários e cumpra as metas que você estabeleceu.
Quando começar a sobrar algo, é hora de guardar.
Administre
bem seu cartão de crédito
Apesar das facilidades que oferece, o cartão de crédito pode trazer problemas. Veja algumas dicas.
Ele pode ser uma boa alternativa para suas compras, mas também virar uma grande dor de cabeça se você não souber utilizá-lo. Com promoções atraentes e juros muito acima do mercado, o cartão de crédito oferece facilidades, como opções de escolha para a data de vencimento da fatura, pagamento parcelado e crédito rotativo, entre outras.
O princípio do cartão, inventado nos EUA da década de 50, é simples: você compra agora e paga depois, com os devidos juros se o pagamento for parcelado ou rotativo.
Com toda certeza, quem não consegue organizar muito bem suas contas não deve ter um, já que isso exige muita atenção para controlar as faturas e evitar as armadilhas dos juros. Suas taxas estão muito acima da inflação, que em agosto/2000 foi de 1,31%, medido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do IBGE. No cartão os juros chegam na casa dos 7% ao mês e 150% ao ano no crédito rotativo, em média.
Portanto, se você quiser adquirir um cartão é melhor ficar esperto no funcionamento de cada um deles, conferindo as taxas de juros que praticam e os serviços de que dispõem. Algumas regras, entretanto, são aplicáveis a todos eles. O contrato é renovado automaticamente todo ano e a multa por atraso de pagamento não pode ser maior que 2%. A idade mínima é de 18 ou 21 anos, dependendo da administradora e do banco, pois a grande maioria dos cartões são vinculados a essas instituições financeiras. No Brasil há a Credicard, que controla as bandeiras Mastercard, Visa, Diners e Redeshop, e a American Express. O limite de crédito varia de 60% a 80% da renda mínima do cliente.
Independente das características de cada cartão, certos cuidados devem ser tomados para evitar aborrecimentos como a cobrança indevida e o recebimento de cartão não solicitado.
Cartão roubado ou extraviado - Se você avisou a administradora, o que deve ser feito o mais rápido possível por telefone e depois por escrito, ela não pode cobrar as eventuais compras realizadas, ainda que tenham sido feitas entre o roubo ou extravio e o aviso por telefone.
Compras "fantasmas" - É necessário sempre pedir a cópia da fatura à administradora. Se a compra não for sua, avise por escrito, porque a administradora não poderá mais cobrá-lo por isso. Uma das causas desse tipo de cobrança é a clonagem de cartões.
Recebimento de cartão sem pedido - As empresas são proibidas de enviar cartões para quem não fez o pedido. Nunca compre nada com esses cartões, nem pague a anuidade ou qualquer outra taxa. Se você receber deve destruí-lo e devolver à administradora junto com uma carta.
Juros sobre juros - Proibida desde 1933 pela Lei da Usura, Decreto nº 22.626. A administradora só pode cobrar sobre juros vencidos anualmente, e se você pagar, poderá ter a restituição do valor em dobro, caso acione a Justiça.
Seguro de perda e roubo - Você não é obrigado a pagar, e algumas empresas incluem essa cobrança sem aviso prévio.