INDICADORES SOCIAIS DO BRASIL - 1995
BRASIL É CAMPEÃO DA DESIGUALDADE SOCIAL
O Diretor do Programa Regional da Organização das Nações Unidas - ONU para a América Latina, Bernardo Kliksberg afirmou em 20/08/98 numa palestra na FGV que o Brasil continua sendo o campeão em desigualdade social. As cifras mais otimistas revelam que 40 % da população estão na faixa da pobreza.
Ele refutou a tese do cientista político Sérgio Abranches, que, em entrevista nas páginas amarelas da revista Veja, diz que praticamente todas as estatísticas a respeito da distribuição de renda e pobreza no Brasil têm pouco valor. Segundo Kliksberg, há estudos que indicam que, em 2010, caso sejam mantidas as atuais "insuficientes" políticas sociais, o Brasil poderá ter 70 % da população mergulhada numa situação de pobreza e miséria.
De acordo com Kliksberg, a desigualdade social é uma "trava" para o desenvolvimento econômico. "O crescimento econômico está fundamentalmente ligado ao capital social, à educação", afirmou. Ele acredita que, atualmente, há um novo consenso, cuja principal idéia é a necessidade de se priorizar não só os aspectos econômicos de um país, mas também os sociais.
Kliksberg disse que dois países - o Uruguai, na América do Sul, e a Costa Rica, na Central -, nos últimos anos, tiveram, proporcionalmente, um melhor desenvolvimento econômico pelo fato de terem investido no capital social. Para ele, há opiniões de economistas que apontam para a necessidade de o Estado continuar sendo um meio regulador ativo da sociedade.
Dados de 2000 (Gazeta Mercantil - ES, abr. 2001)
Gastos Sociais: Cerca de R$ 200 bilhões são gastos por ano com gastos socias (20% do PIB). O défict da previdência pública é coberto com 1/3 desse total. Vale ressaltar que apenas 10% a 20% desse valor chegam ao destino final. além disso, só 60% dos recursos liberados foram relamente repassados aos órgãos predeterminados, em função, principalmente, da elevada burocracia e da corrupção.
Cestas básicas: A distribuição de cestas básicas promovida pelo Governo Federal não atinge nem 10% dos 20% mais pobres.
Orçamento Familiar: O brasileiro gasta, em média, 25% do seu orçamento com alimentação. Habitação (aluguel, telefone e energia elétrica) consome a maior parte, 31%. É interessante destacar que estes preços subiram mais do que os dos alimentos nos últimos anos. Segue o transporte com 14%; saúde e cuidados pessoais com 12%; educação com 9% e vestuário com 5%.