Taxas reais de juros (médias anuais)

REGIÃO / PAÍS 1994 1995 1996 1997 1998 (*)
AMÉRICA LATINA
Brasil 20% 26% 16% 20% 38%
Argentina 4% 5% 5% 6% 7%
México 7% -2% 4% 3% 12%
Chile -2% -2% 1% 0% 5%
ÁSIA EMERGENTE
Coréia 6% 8% 7% 8% 0%
Filipinas 3% 3% 4% 8% 4%
Tailândia 2% 5% 3% 12% -2%
China -11% -5% 3% 8% 8%
EUROPA ORIENTAL
Polônia -7% -2% 1% 6% 6%
Hungria 5% 0% -1% 1% 5%
Rússia nd nd 31% 15% 5%

(*) Outubro

A prática de taxas reais de juros elevadas adotada pelo BC do Brasil não é algo novo. Na verdade, desde 1994 o Brasil quase sempre ocupou o primeiro lugar no triste ranking das maiores taxas reais de juros.

A Rússia, país que também praticou juros reais elevadíssimos ( em 1996 superou até o Brasil) já quebrou. E o colapso russo residiu justamente na desconfiança dos agentes econômicos internacionais sobre a capacidade do tesouro russo honrar os compromissos da dívida pública interna e externa, tendo em vista as altíssimas taxas de juros.

No Brasil o mal que estas taxas elevadas provocam é sabido há mais de 5 anos: mais despesas de juros na dívida pública significa mais impostos adiante !

O juro real negativo em 1995 no México é uma evidência empírica que demonstra que, mesmo com um processo de desvalorização cambial, é possível praticar juros reais baixos, estimulando a reativação econômica, com um custo inflacionário pequeno. O mesmo se pode afirmar para os países asiáticos atingidos pela crise de out/97 e que um ano depois estão em trajetória de recuperação (Coréia, Tailândia e Filipinas). (fonte: Momento BICBANCO - 11/98)