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Futebol Clube Rio Grandense, Rio Grande-RS
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O Colosso do Trevo

Foi no dia 9 de setembro de 2000, um sábado, que conheci o Colosso do Trevo. No mesmo dia em que bati as fotos de um estádio muito melhor do que o que tínhamos quando eu era guri, ouvia o presidente dizer que o clube poderia fechar as portas na segunda-feira. Queixava-se da falta de torcedores nos jogos da falta de ajuda dos conselheiros, de falta de dinheiro(problema que não é raro, hoje em dia).

Como torcedor, eu estranhei que o presidente pedisse ajuda financeira vendendo ingressos até o fim do ano, enquanto ameaçava fechar as portas do clube.
Mas a gente sabe que é difícil fazer futebol no Interior.
A ausência da torcida talvez se explique pela distância do estádio do centro da cidade. O jogo era à noite. É preciso tomar um ônibus, descer na faixa e andar no escuro uns trezentos metros, até o portão do estádio. Grande parte do público que estava lá foi de carro. Ou pulou o muro (ou seja, era gente da volta). Falta dinheiro também pro torcedor. Rio Grande é hoje uma cidade mais pobre do que quando eu era guri.

Fotografei o estádio. No momento havia um jogo das divisões inferiores. Fiquei imaginando se tivéssemos um estádio assim, numa área mais central, nos bons tempos em que disputávamos a primeira divisão.

Comparando essa "social" com a antiga, é brincadeira... Muito melhor. O Colosso do Trevo é hoje o melhor estádio da cidade. Eu não podia perder o jogo à noite. Mas, para não ter que tomar ônibus e andar no escuro, arranjei carona de um amigo, Gilson, e convidei mais o cunhado Gil para irmos juntos.

O ingresso custava R$ 3,00. Entramos e fomos para o pavilhão social, esse aí, acima. No meio do primeiro tempo, desci e consegui chegar até o local onde estava o presidente, Manoel Ribeiro, e Elmar Costa, um antigo conhecido dos torcedores do Rio Grandense. Naquele jogo em que revi o FBCRG, em Canoas, ele era o treinador.

O presidente, Manoel Rodrigues, ouviu meu pedido de informações e me recomendou Elmar Costa: "Esse sabe tudo do Rio Grandense". Conversei com ele, falei o que queria ele perguntou sobre o meu cartão e pediu:

"Pode deixar que eu providencio. Mas agora tá na hora do jogo. Este jogo é importante, a gente precisa ganhar". Elmar Costa estava torcendo. Eu estava só matando a saudade...

Conversei mais um pouco com o presidente, que comentava, sobre a "ameaça" de fechar as portas: "Sem parceria, tá difícil..." Dias depois, o clube dispensava três jogadores, por medida de economia.

O jogo daquela noite, em que caiu uma chuvinha, e fez um vendaval, foi incrível. Bola e bola na área do Guarani de Cruz Alta no segundo tempo. O goleiro deles deu um balão para o campo contrário e a bola caiu na própria área dele. Mas, no finalzinho, num contraataque, gol deles. 1 a 0. Que se manteve. O FBCRG perdeu o jogo. O segundo em casa. Ganhou 4 pontos fora e perdeu 6 em casa. Vamos torcer pra que mantenha a média fora e melhore em casa.

O fardamento do FBCRG, no jogo da noite, não era todo vermelho, nem camisa vermelha com calção amarelo, como neste jogo da tarde. Era todo amarelo. Novidade, pra mim. Pena não ter fotografado.

Valeu! Recuperei um pouco mais da memória do FBCRG. E vou continuar na luta.

Futebol Clube Rio Grandense
Campeão Gaúcho de 1939
Vice-Campeão Gaúcho
de 1937, 1938 e 1946.


Paulo Acosta, Jornalista - 92 41 26 75

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