"O livro de Geneviève
Rodis-Lewis põe em evidência o quanto a filosofia de Descartes guarda
este ar de novidade que provocou a admiração e a inquietude de seus
contemporâneos." Magazine Littéraire
"É preciso enfatizar a
importância do livro de Geneviève Rodis-Lewis, uma das melhores
especialistas de Descartes, que nos oferece os resultados de uma
investigação levada a cabo ao longo de muitos
anos." L'Express
"A biografia de Descartes por Geneviève
Rodis-Lewis instrui e às vezes surpreende." Le Monde
"O livro de
Geneviève Rodis-Lewis não tem somente o mérito de analisar bem a obra do
pensador, mas nos faz descobrir um homem que soube conduzir sua
existência com um rigor igual ao que presidiu a elaboração de sua
filosofia." Le Figaro Littéraire
"Nenhuma biografia de um
pensador que desempenha um papel tão grande e complexo na filosofia
ocidental pode esperar ser definitiva, mas entre todos os eruditos
cartesianos da atualidade nenhum tem conhecimentos tão profundos quanto
Rodis-Lewis." The Times Literary Supplement
Descartes, mais importante
biografia do autor de Discurso sobre o método, é um trabalho da
pesquisadora Geneviève Rodis-Lewis, maior especialista na obra do filósofo
francês que criou a célebre fórmula Cogito ergo sum (penso, logo sou).
Muito mais do que uma descrição cronológica de fatos e histórias na vida
do pensador, Descartes é uma formidável e completa biografia intelectual,
dedicada a compreender a gênese e a evolução do pensamento do filósofo. No
ano do quarto centenário do nascimento de Descartes (1596-1650), este
livro de Rodis-Lewis traça um perfil extraordinariamente profundo e
fascinante da sua obra, com base em fontes tradicionais aliadas a
documentos inéditos recentemente descobertos.
O conhecimento
exaustivo e a pesquisa minuciosa de Rodis-Lewis a respeito da obra de
Descartes lhe permitiram lançar uma luz totalmente inédita sobre fatos bem
particulares, como as circunstâncias de seu nascimento, a sua formação no
célebre Collège de La Flèche, os famosos "sonhos" de 1619 e o período de
crise fecunda que eles acarretaram, a amizade com Mersenne, a "querela do
ateísmo" e a "metafísica de 1629", as polêmicas com os teólogos
calvinistas da Holanda, seu encontro com a princesa Elisabeth da Boêmia e
com a rainha Cristina da Suécia e, finalmente, sua morte em Estocolmo. Mas
é sobretudo em relação à arquitetura complexa de obras fundamentais como o
Discurso sobre o método e as Meditações metafísicas que o livro é
profundamente esclarecedor.
Geneviève Rodis-Lewis é professora
honorária da Universidade de Paris-Sorbone e ganhadora do Grande Prêmio da
Academia Francesa por seus estudos sobre a vida e a obra de René
Descartes.
SUMÁRIO
Prólogo
Os biógrafos de Descartes:
Lipstorp e Borel; Adam; Cohen. Alguns estudos subjetivos sobre o homem
Descartes.
Capítulo I. Família e Infância Nascimento na
Touraine; família poitevina (médicos; pai conselheiro no Parlamento), - O
registro de batismo. Vida no campo. Uma amor de infância.
Capítulo
II. Os Estudos (1607-16) Ingresso em La Flèche (1607). - Repouso e
saúde. Expectativas e decepções. Estudos superiores em matemáticas. Os
atrativos das viagens e experiências militares. Direito em Poitiers,
1615-16.
Capítulo III. Dois Anos Decisivos (final de 1618, início
de 1620) No exército, em Breda. - Encontro com Beeckman:
físico-matemática, primeiros trabalhos; o Compêndio de música. Partida
para a Alemanha: os rosa-cruzes - O inverno na "estufa" - Os sonhos.
Leitura de Charron: adaptação aos costumes dos países
visitados.
Capítulo IV. Nove Anos de Viagens e de Exercício no
Método A dupla promessa aliada (Loreto; um "tratado"); a descoberta de
novembro de 1620; alguns pensamentos metafísicos; alistamentos militares.
- Retorno à França; Estudo do bom senso. - Viagem à Itália; a avalancha. -
Morte de Maurício de Nassau. As Regula e (nova notação matemática). Lei da
refração. A reunião em casa da núncio e, a seguir, a conversa com Bérulle
(novembro de 1627). Um inverno na França, no campo; no outono seguinte,
partida para os Países Baixos, a fim de trabalhar
tranqüilamente.
Capítulo V. Nos Países Baixos (1629-41) Os dois
períodos. - O inverno de 1628-29. - As visitas a Beeckman. Amizade com
Reneri. Inscrição na universidade de Franeker. - A primeira metafísica:
meu pensamento indubitável; seus limites; Deus; certeza das evidências: a
extensão. - Descrição dos parélios: interrupção da metafísica. - Pesquisas
sobre os meteoros e sobre a óptica. Primeiros estudos anatômicos; Plemp e
a circulação do sangue. Em 1630, cólera contra Beeckman, reencontrado em
1631, após a viagem com Villebressieu. Secura de Descartes quando Beeckman
morre, em 1637. Dificuldades com o artesão Ferrier. Profunda amizade com
Reneri, que o filósofo acompanha a Deventer e depois a Utrecht, onde
aquele ensina a ciência dos Ensaios; morte de Reneri em 1637, após a
nomeação de Regius para Utrecht. A amizade e a correspondência com
Huygens: as cartas de condolências a Huygens e a Pollot. O criado Gillot
torna-se matemático. - Elaboração das principais obras: O mundo, leis do
movimento e a criação de verdades eternas; prolongamento em direção a O
Homem; interrupção após a condenação de Galileu. - O Discurso sobre o
método (com a metafísica abreviada), que prefacia os Ensaios.
Desenvolvimento da Geometria. Objeções e críticas; desprezo de Descartes
pelas incompreensões. Acolhida favorável de vários matemáticos e do
jesuíta Fournier em relação aos meteoros. O desafio matemático
Stampioen-Wassenaer. Ira de Descartes após uma discussão pública
organizada em Paris pelo jesuíta Bourdin. Esperança na medicina. - A
metafísica publicada com as Objeções e Respostas. - Descartes e sua
filha.
Capítulo VI. Nos Países Baixos (1642-49) Segunda edição
das Meditações e início das polêmicas. - Bourdin, sétimas Objeções e
Respostas. Os Princípios (1644): terra imóvel em seu céu. - Novas
amizades: Picot, Elisabeth. - Primeiro retorno à França: em Paris,
reconciliação com Bourdin. - Encontros com de Luynes, tradutor das
Meditações; Clerselier (que começou a traduzir as Objeções e Respostas);
amizade com Chanut. Última residência nos Países Baixos. - Estudo dos
vivos. - Correspondências com Elisabeth (união entre alma e corpo) e
Mesland (liberdade; eucaristia). - Polêmica em Utrecht: defesa de Regius
contra Voet. - Partidários e adversários em Leiden. Segunda viagem à
França (1647): carta-prefácio dos Princípios, em casa de Picot, tradutor
da obra. - Dois encontros com Pascal. Tradução das Meditações. A
Entrevista com Burman (abril de 1648). Terceira viagem à França: partida
precipitada pela Fronda. - Descartes e as pessoas de condição modesta: o
sapateiro que se torna astrônomo; intervenção por um aldeão que matou o
outro, e depois pelo oficial que o libertou. - Complemento e publicação de
Paixões.
Capítulo VII. O Fim na Suécia Reticências após o
convite. - Julgamento de Descartes sobre Cristina. - Diálogo A procura da
verdade...; Balé sobre a paz; início de uma comédia. - Enfermidade e
morte. - Túmulos sucessivos. - A religião de
Descartes.
Epílogo
Os retratos de Descartes. - As
publicações póstumas. - Renome entre escritores. - Os pós-cartesianos. -
Os Elogios de 1762. Conclusão.
Notas
Índice
Onomástico
|