Em 1968,
o Ministério da Aeronáutica iniciou um estudo a fim de desenvolver
soluções para problemas da mais alta importância, tais
como: a utilização do sistema de proteção ao
vôo, face ao crescimento vertiginoso do tráfego aéreo,
bem como a entrada em serviço de modernas e velozes aeronaves; previsão
e mobilização dos meios exigidos pelo Comando de Defesa Aeroespacial
Brasileiro. Tendo em vista os objetivos acima e considerando-se a insuficiência
dos recursos orçamentários destinados a essas tarefas, foi
apresentado e ratificado pelo Exmo. Sr. Ministro da Aeronáutica
um planejamento que permitiria a solução desses problemas.
Esse planejamento propunha a integração dos sistemas de controle
de tráfego aéreo e de defesa aérea, aparentemente
distintos. Essa integração poderia ser desenvolvida, tendo
em vista que os meios de detecção, de telecomunicações
e
de processamento de dados seriam comuns às duas atividades; a integração
dos recursos humanos já era um fato consumado para o Ministério
da Aeronáutica; a integração das funções
seria viável, ainda que parcialmente, pois ambas as atividades utilizariam
os mesmos recursos.
Por meio
da integração dos sistemas seriam minimizados - como de fato
o foram -, os custos dos investimentos.
3.000 Planos
de Vôo repetitivos (planos de linhas aérea regulares), 350
Planos de Vôo simultâneos e visualização de até
350 pistas-radar simultâneas são o cotidiano do Centro Brasília
do CINDACTA I.
Console
de controle de tráfego aéreo.
Visão
parcial do Centro de Controle de Área - ACC-Brasília.
O Sistema
básico das atividades do CINDACTA I é constituído
por Destacamentos de Proteção ao Vôo (DPV) e por Destacamentos
de Proteção ao Vôo, Detecção e Telecomunicações
(DPV-DT). No Mato Grosso temos o Destacamento de Proteção
ao Vôo de Cuiabá (DPV-CY) e os Destacamentos de Proteção
ao Vôo, Detecção e Telecomunicações de
Chapada dos Guimarães e de Barra do Garças. Nesses
destacamentos estão localizados os equipamentos de detecção
e de telecomunicações, contando com o seguintes meios operacionais:
sensores-radar (nos DPV-DTs, nas proximidades de Cuiabá-MT, Barra
do Garças-MT, Brasília-DF, Vitória-ES, Três
Marias-MG, Rio de Janeiro-RJ, Tanabi-SP e São Roque-SP), sendo utilizados
radares tridimensionais de última geração que têm
suas imagens integradas permitindo o Controle de tráfego aéreo
e da Defesa aérea dentro da área sob responsabilidade do
CINDACTA I); sensores de radar-meteorológico, localizados em Petrópolis,
São Roque e Gama destinados à vigilância meteorológica;
sistema de telecomunicações, sendo constituído de
várias redes utilizando técnicas de microondas por tropodifusão,
visada direta e difração, transceptores de HF, VHF e UHF
para atender às necessidades de comunicações operacionais
e administrativas do CINDACTA1; sistema de auxílios à navegação
aérea e pouso - é constituído de vários equipamentos
(VOR, ILS, DME, NDB e PAPI, instalados ao longo das rotas e nos aeroportos);
e o sistema de meteorologia, que é constituído por receptores
de imagem de satélite, sensores receptores de temperatura, pressão
e umidade do ar atmosférico superior e de superfície.
Antena
de VHF utilizada no enlace de comunicações entre o Centro
de Controle de Brasília e as aeronaves.
Radar
tridimensional destinado à vigilância e ao controle da circulação
aérea geral.
Antena de
vigilância meteorológica.
Antena
do Sitema Telesat destinada a enlaces de comunicação por
satélite.
A operação
continuada dos radares gera uma infinidade de informações
que necessitam ser processadas de forma digital para a forma alfanumérica,
a fim de que possam ser apresentadas nos escopos do Centro de controle
de tráfego aéreo e de Defesa aérea. Para processá-las,
são utilizados oito computadores de porte médio, que trabalham
em tempo real. Os computadores realizam, entre outras, as seguintes tarefas:
processamento dos Planos de Vôo; tratamento radar; tratamento de
Defesa aérea e visualização radar - encarregadas de
criar a partir dos dados recebidos dos radares e com os cálculos
feitos pelo processamento, imagens sintéticas da cobertura radar
existente, as quais são distribuídas para utilização
pelo Centro de tráfego aéreo e de Defesa aérea.
Carta da
Área de Brasília - rotas, níveis de cruzeiro, auxílios
à navegação, distâncias em milhas náuticas.
O SISCEAB
conta atualmente com 3 Centros integrados, operando de maneira ininterrupta
e segura nas regiões centro-oeste (CINDACTA I), sul (CINDACTA II)
e nordeste (CINDACTA III. O CINDACTA I controla cerca de 2.100 movimentos
diários, possui aproximadamente 2.000 componentes, ilitares
e civis, dos quais 70% estão ligados às áreas operacional
e técnica e mantém a sua operacionalidade, O CINDACTA I proporciona
às empresas aéreas domésticas uma economia anual em
torno de 22 milhões de dólares. Assim, cada componente deste
Centro sente orgulho em bem operar o imenso patrimônio que a nação
lhe confia, beneficiando a aviação usuária do sistema
e colaborando de maneira significativa para a segurança e o progresso
do País.