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PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Alocução de S.E. Presidente da República, kA Rala Xanana Gusmão, na ocasião da celebração do dia

20 de Maio de 2003 em Dili

 
         
Excelência, Senhor Presidente do Parlamento

          Excelência, Senhor Primeiro-Ministro

          Excelência, Senhor Presidente do Tribunal de Recurso

          Excelências, Membros do Parlamento e do Governo

          Excelência, Senhor Representante Especial do S-G da ONU

          Excelências, Senhores Embaixadores e Chefes das Missões Diplomáticas

          Senhores Representantes das Agências Internacionais

          Minhas Senhoras e meus Senhores

 

          Em primeiro lugar, quero saudar o abnegado Povo de Timor-Leste, através dos seus representantes, tanto do Parlamento como do Governo que hoje estão espalhados pelos distritos, nas pessoas do Presidente do Parlamento, do Primeiro-Ministro e do Presidente do Tribunal de Recurso.

           Em segundo lugar, quero agradecer a presença dos representantes da UNMISET, dos Embaixadores e Chefes das Missões Diplomáticas e representantes das Agências Internacionais, que operam em Timor-Leste, para juntamente connosco celebrarmos esta data.

           Há precisamente um ano que tivemos a honra e imensa alegria de acolher em Timor-Leste, desde o Secretário-Geral da ONU a Chefes de Estado e de Governo e representantes de mais de 90 países,  de Organizações internacionais e de Solidariedade, naquele dia histórico, de 20 de Maio de 2002, que marcou para sempre a emancipação deste Povo.

                    Senhoras e Senhores

           Um ano passou, com as dificuldades inerentes ao início de qualquer processo social e político. Um processo que, embora sendo essencialmente, não é só dos timorenses, pois faz parte do processo global que visa levar a humanidade para condições mais dignas de vida, onde o respeito pelos valores universais seja o fundamento da paz para as nações, da democracia para as sociedades, da felicidade para os povos e da serenidade para as crianças do mundo inteiro.

           Cabe, com certeza, a nós, os timorenses, pensar, planear e trabalhar e trabalhar arduamente para responder às legítimas e profundas aspirações do nosso povo. E cabe também à comunidade internacional reflectir, com interesse, sobre as reais e prementes necessidades deste povo, que já deu sobejas provas de abnegação, de paciência e de tolerância.

           Às vezes, cometemos o erro de afirmar que o processo de reconstrução do país só iniciou há um ano, quando na verdade já foram três anos, os quais foram um período completamente virado para desanuviar as tensões, reduzir as enormes expectativas e criar a confiança no futuro, pelo estabelecimento de um sistema democrático e justo.

           A violência, nalguns lados, e a do passado mês de Dezembro não devem ser apontadas como o barómetro da situação em Timor-Leste.

            A situação em Timor-Leste é de estabilidade, revelando contudo as enormes dificuldades económicas que o povo atravessa. Deve-se dizer também que a situação real é do sentimento latente de frustração, e de desgaste de energia mental e psicológica de espera por algum acto mais concreto e melhor direccionado.

           Creio, assim, que os 3 anos são já bastantes para juntos, redefinirmos as prioridades quanto à ‘redução da pobreza’, para evitar que, passados outros três anos, cheguemos à conclusão de que, na verdade, não pudemos responder às necessidades básicas da população, o que, a ser feito, teria garantido passos orientadores para a gradual erradicação da pobreza em Timor-Leste.

           Este objectivo deve tornar-se na prioridade número um, se quisermos dar avanços seguros no campo social e político e, sobretudo, no plano de estabilidade do país.

 

          Minhas Senhoras e meus Senhores

          Estamos praticamente a um ano da saída da UNMISET. Queremos expressar a nossa confiança de que os próximos 12 meses venham a ser de uma sinergia de cooperação mais estreita ainda, na forma de avaliarmos as necessidades do país, em termos de segurança e de defesa, como ainda na atenção cuidadosa às áreas de administração, ainda em necessidade de contínua assistência.

           Temos a confiança de que, neste último ano, o cometimento da UNMISET seja reforçado, de forma a não deixar como herança algum litígio por resolver ou alguma insuficiência para lembrar.

           Temos a certeza de que iremos produzir um melhor ambiente de mútua confiança e de verdadeira cooperação, para que o nosso povo venha a ser o grande beneficiário deste espírito.

 

          Minhas Senhoras e meus Senhores

           Todos vós sois testemunhos do parto difícil desta jovem Nação. Posso assegurar-vos que este Povo, o Povo de Timor-Leste é magnífico, é um povo em quem nós depositamos a total confiança de que pode produzir outro milagre, maior ainda do que aquele que ele já projectou ao mundo, quando na sua fragilidade e pequenez soube enfrentar com determinação os desafios da sua afirmação.

           Ele sabe que o caminho é longo! Ele não exige que encurtemos o caminho! Mas os mais velhos, carcomidos pela idade e pela miséria, imploram-nos para que, antes de morrerem e não terão que esperar por muito tempo, possam também sorrir de alegria de certo conforto, levando para outro mundo a confiança pela felicidade dos mais jovens.

           Toda e qualquer política que tenhamos que produzir para o próximo ano, deverá assumir que as condições difíceis de vida do nosso povo, são o elo mais fraco deste processo empolgante de construir o país.

           Obrigado.


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