CARACTERÍSTICAS:
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Alimentação: 6 V
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Alcance:
100 M
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Freqüência de operação: 88 a 108 MHz
Apresentamos um projeto relativamente simples que pode ser usado para diversas
finalidades. Com a entrada de sinal a partir de um microfone, temos a emissão
da voz de forma codificada, com um efeito que tomará o locutor irreconhecível.
Também podemos usar outras fontes de sinal, como por exemplo, um violão
ou guitarra que passarão a soar de maneira completamente diferente, sem
porém, perder a harmonia. A ligação de um gravador ou toca-discos
permitirá a emissão de música com uma oitava de desvio,
resultando num efeito especial.
Uma sugestão para leitores que gostam de operar estações
experimentais é a utilização deste circuito como recurso
especial para efeitos de som.
O projeto é alimentado com 6 V e tem um consumo relativamente baixo,
mas no caso do uso de fonte ela deve ter excelente filtragem.
O setor de efeito pode ser separado do circuito e usado com transmissores mais
potentes ou na entrada de um mixer para gravações especiais ou
edição de fitas.
COMO FUNCIONA
O segredo do efeito obtido é um retificador de onda completa com 4 diodos
que dobra a freqüência e modifica a forma de onda do sinal proveniente
de um amplificador de áudio via transformador de isolamento (T).
Na figura 1, mostramos o que ocorre com a freqüência de um sinal
de áudio típico quando passa pela ponte retificadora.
Conforme podemos observar,
a deformação ocorrida no sinal original pouco altera seu timbre
(forma), de modo que no caso da voz ou música, a informação
transportada se mantém e com isso a harmonia e intelegibilidade. No entanto,
sua freqüência dobra, de modo que ele passa a soar mais agudo.
Para excitar a ponte de diodos, precisamos de
uma potência razoável e de um transformador que produza uma tensão
suficiente para vencer a barreira
ra de potencial de 0,7 V dos diodos. Sem isso, os diodos começam a conduzir
muito tarde, introduzindo deformações indesejadas nos sinais.
Assim, para
a etapa de potência, temos um amplificador com 4 transistores que nos
fornece uma potência de aproximadamente 1 W RMS. O amplificador possui
uma etapa de prá-amplificação de alto-ganho possibilitando
sua operação com fontes de baixa intensidade, além do microfone
de eletreto.
Se essas fontes forem usadas, basta retirar o resistor R1 e ligá-las
diretamente ao capacitor
C1.
Também é possível usar em lugar deste amplificador qualquer
equivalente integrado de 500 mW a 1 W, como por exemplo, o LM386, TDA7052 com
os mesmos efeitos finais, desde que a placa de circuito impresso seja devidamente
alterada.
O transformador deve ter enrolamento de baixa ímpedância para ligação
ao amplificador e um enrolamento de alta impedâncía para ligação
aos diodos.
No protótipo, usamos um transformador com primário de 110/22O
V e secundário de 6+6 V com 100 mA ou mais. O secundário de 6+6
V é ligado ao amplificador e o enrolamento de alta tensão aos
diodos.
A etapa transmissora é simples, utilizando um único transistor
BF494 ou BF495 que com alimentação de 6 V, proporciona um alcance
da ordem de 100 metros.
Para maior potência, pode ser usado um transistor 2N2218 com pequeno dissipador
de calor e alterar a alimentação para 9 ou 12 V no setor de transmissão
apenas mantendo os 6 V no modulador.
O trimpot P1 possibilita um ajuste correto do ponto
de modulação de modo a não haver distorções.
Indicamos no diagrama um ponto X (cursor do trimpot), de onde pode ser
retirado o sinal para
aplicação num amplificador de áudio, se o leitor desejar
sua monitoria ou utilização num gravador. O fio de entrada deste
ponto para o gravador ou monitoria deve ser blindado com a malha externa devidamente
ligada ao ponto de 0 V ou terra do circuito.
A antena pode ser telescópica ou então um pedaço de fio
rígido de 15 a 40 cm de comprimento.
LISTA
DE MATERIAL Semicondutores: Q1 -- BC548 ou equivalente - transistor NPN de uso geral Q2, Q3 -- BC337 - transistores NPN de média potência Q4 -- BC327 - transistor PNP de média potência Q5 -- BF494 ou BF495 - transistor NPN de RF - ver texto D1 a D6 -- 1N4148 - diodos de silício de uso geral Resistores: (1/8 W, 5%) R1 -- 10 kW R2 -- 330 kW R3, R7 -- 1 kW R4 -- 10 W R5, R11 -- 6,8 kW R6 -- 1,8 kW R8 -- 680 W R9 -- 470 W R10 -- 8,2 kW R12 -- 47 W P1 -- 10 kW - trimpot Capacitores: C1 -- 1 mF x 12 V - eletrolítico C2 -- 4,7 mF x 12 V - eletrolítico C3 -- 470 pF - cerâmico C4 -- 47 mF x 12 V - eletrolítico C5 -- 22O mF x 12 V - eletrolítico C6 -- 1 nF - cerâmico - cerâmico C7, C10, C11 -- 100 nF C8 -- 2,2 nF - cerâmico C9 - 4,7 pF- cerâmico CV - trimmer de 20 a 50 pF Diversos: S1 -- Interruptor simples MIC -- Microfone de eletreto de dois terminais B1 -- 6 V - 4 pilhas médias ou grandes ou fonte J1 -- Jaque tipo P2 L1 -- Bobina - ver texto T1 -- Transformador com primário de 110/22O V e secundário de 6 + 6 V x 10O a 500 mA - ver texto. Placa de circuito impresso, suporte de pilhas, caixa para montagem, antena, fios, solda, etc. |
MONTAGEM
Na figura 2, temos o diagrama completo do aparelho.
Na figura 3, temos a placa de circuito impresso para a montagem.
Todos os resistores são de 1/8 W ou maiores com tolerância de 5% ou mais e os capacitores devem ser cerâmicos de boa qualidade exceto C1, C2, C4 e C5 que são eletrolíticos para 12 V de tensão de trabalho ou mais.
Os transistores não são críticos e admitem diversos equivalentes. CV é um trimmer comum com capacitância máxima entre 20 a 50 pF. A bobina é formada por 4 espiras de fio rígido 22 com ou sem capa e diâmetro de 1 cm. Essa bobina tem uma tomada central onde é ligada a antena.
Para as pilhas, usamos um suporte e para a entrada do microfone um cabo blindado. O microfone de eletreto é do tipo de dois terminais devendo ser observada sua polaridade. O jaque J1 é de entrada para um microfone comum ou outra fonte de sinal, mas sem o efeito. Um mixer pode ser ligado neste ponto para obtenção de uma emissão de sinais múltiplos.
Para o ajuste
é usado um trímpot de 10 kW
que, uma vez calibrado, não deve mais ser alterado.
PROVA E USO
Sintonize nas proximidades um receptor de FM numa freqüência livre.
O receptor deve ficar a uma distância de 3 a 4 metros do transmissor.
Ajuste CV para que o sinal mais forte do transmissor seja captado.
Fale diante do microfone e ao mesmo tempo ajuste P1 para que sua voz saia no receptor, mas alterada, com uma oitava acima (mais aguda) porém sem distorções.
Feito o
ajuste, é só fechar o aparelho numa caixa para maior estabilidade
e utilizá-lo. Aplique sinais de outras fontes em
J1
para verificar o desempenho do sistema.
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