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na rede desde 18 de outubro de 2002 - última atualização em 24 de maio de 2004
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VINCULOS Classes
de Capoeira em São Paulo
Classes de Capoeira Pelo Brasil www.panix.com/~tishotto/capoeira/ Abada-Capoeira Grupo
Capoeira Brasil Capoeira
Angola Palmares Grupo
Liberdade de Capoeira (Additional
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Classes de Capoeira em
New York Capoeira
Angola Center ENTREVISTA
Como era a Capoeira Angola na época em que você começou a praticar? Era um pouco diferente. Mestre Pastinha treinava Angola corrida e Angola amarrada. A Angola corrida era perigosa. Nós trocávamos pau com o pessoal da Regional. O regional levantava a perna lá em cima e o angoleiro dava rasteira. O angoleiro não levanta a perna lá em cima, pois sabe que se levantar vai cair. Antes, para cada jogo era cantada uma ladainha, depois vinha o improviso e depois o corrido. O capoeirista jogava um certo tempo, então parava a roda e começava a cantar outra ladainha. Tomava muito tempo da gente. Hoje em dia têm mais capoeiristas e em virtude disso, tem menos tempo para jogar na roda. Muitos capoeiristas que praticam Capoeira Regional afirmam que a Capoeira Angola é fraca como arte marcial. Qual a sua opinião? Não acho não. A angola tem mais malícia. A Regional é só ataque, defesa e raiva. O angoleiro entra na roda dando risada. Capoeira são duas cobras. A Regional tem um veneno só. Já a Angola tem o veneno de várias cobras. O Regional entra na roda, fecha a mão, fecha a cara para bater. Quer dizer, é como se fosse uma cascavel, que avisa que vai te pegar. O angoleiro é o contrário. Seria como todas as cobras, que procura atrair o seu agressor e dar risada, para dar um bote só, no momento certo. O angoleiro quando vê que vai dar o bote e não vai pegar, ele não dá. Ele só dá o golpe certo. Na angola são poucos golpes, mas são todos originais. O angoleiro não desperdiça golpe. Angola é malícia, é manha, maldade, falsidade, ataque e defesa, alegria e tristeza. Depois vem a mandinga, que é o tempo que faz. O angoleiro não confia em ninguém. Ele confia e desconfia. Ele finge que não vê, que não escuta. O pessoal da Regional despreza a Angola (sem generalizar), é igual mãe e filho. A Angola é a mãe, e uma mãe nunca despreza o filho. Tem muita gente da Regional indo para a Angola para adquirir conhecimento, pois é na capoeira Angola que está o conhecimento. A Capoeira Angola nasceu na ânsia da liberdade. Ela nasceu como uma luta. [...] O pessoal pensa que Angola é fraca, não é não. Quando os angoleiros estão jogando parece que os dois são uma pessoa só, um transmite uma energia muito forte para o outro. Qual era o sistema de ensino na Academia de Mestre Pastinha? Ele começava com a ginga, era o primeiro passo. Depois, o primeiro golpe que ele ensinava era a meia lua de frente, que era para conhecer o seu adversário. Depois ele ensinava mais golpes de frente. Então, ele passava a ensinar os golpes giratórios; rabo de arraia, meia lua de costas e outros. Agora, eu e Bola Sete gostávamos de chegar cedo para ficar conversando com o Mestre Pastinha, nós perguntávamos muitas coisas para ele e ele respondia. Ele dava muitos conselhos para nós, como: «Sempre dobre uma esquina aberta. Não entre em lugar escuro. Se você desconfiar que uma pessoa está armada, jogue um cigarro aceso em cima dela que ela vai colocar a mão na arma. Sempre que estiver em um bar, sente-se olhando nos olhos do dono do bar, pois se acontecer qualquer coisa, os olhos dele vão avisar». Por que grandes mestres de capoeira Angola estão hoje, de certa forma, «esquecidos», como aconteceu com Mestre Pastinha no final de sua vida? Isso aconteceu mesmo. Eu falo que a Capoeira Angola muitas vezes castiga a gente. Se você anda um pouquinho errado ela castiga a gente. O caso do Mestre Pastinha foi inveja demais. [...] O capoeirista tem que descobrir nos olhos do seu oponente a intenção que ele vai tomar daquele momento em diante. [...] O capoeirista tem que estar de corpo e espírito limpo para transmitir uma energia positiva na roda de capoeira e em sua vida. Extraído da Revista Praticando Capoeira, páginas 14 a 16. Texto: Letícia Cardoso de Carvalho
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![]() Mestre Ananias (Foto retirada de http://somaie.vilabol.uol.com.br) ![]() Mestre Pastinha (Vicente Ferreira Pastinha), Poeta e ilustre divulgador do estilo Angola, nasceu em Salvador - BA, no dia 05/04/1889, começou a treinar aos 10 anos de idade. Morreu no dia 13/11/1981 . "Angola, capoeira mãe! Mandinga de escravo em ânsia de liberdade; Seu princípio não tem método; Seu fim é inconcebível ao mais sábio capoeirista." Mestre Pastinha "Mestre da capoeira de angola e da cordialidade baiana, ser de alta civilização, homem do povo com toda sua picardia, é um dos seus ilustres, um de seus obás, de seus chefes. É o primeiro em sua arte; senhor da agilidade e da coragem..." - Jorge Amado
![]() Mestre Bigodinho e Francisco |
INFORMES O Centro Cultural Nagô desenvolve oficinas de Capoeira Angola, Percussão e Cultura Afro-americana, mais informações sobre aulas, rodas, eventos, pelo fone 6154-1508 ou 9594-4267 com Naldo, 6135-9395 com Prof. Moreno, ou 7147-2676 com Francisco..
CORRIDO se meu amor for embora eu não fico apanha com a mão , com o pé ou com o bico sua
saia é de renda ou de bico Jogo
de dentro... jogo de fora Tabaréu
que vem do sertão Eu
sou Angoleiro Angoleiro é o que eu sou Vai
você , vai você Dona Maria como vai você Sai
sai Catarina Saia do má venha ver Idalina Dona
Maria do camboatá Oi
tu que é moleque Olha
o nome do pau Jogo
de dentro jogo de fora Tira de lá , bota cá Tira daqui, bota ali coro: Idalina
LADAINHAS Yê
! Yê
! Yê
! Yê
! Yê Yê
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Luta de dançarinos, dança de lutadores
A
capoeira, chamada hoje de "esporte brasileiro" ou "arte marcial
brasileira", é na realidade uma rica expressão artística, uma mistura
de luta e dança, que faz parte do patrimônio cultural afro-brasileiro. Não
sabemos com certeza a origem da capoeira. Alguns mestres acreditam que foi
uma criação dos africanos no Brasil. Entretanto, a maioria afirma que as raízes
vieram da África, oriundas de antigos rituais. Acredita-se que isto seja o
mais provável, pois os mais antigos mestres de capoeira são descendentes diretos
de africanos. Como sabemos todos os documentos referentes à escravidão
no Brasil foram queimados no governo de Deodoro da Fonseca, por ordem de Ruy
Barbosa, na época Ministro da Fazenda. Dessa forma, a única maneira de
conhecermos a origem da capoeira é por meio da transmissão oral e a melhor
fonte de informações, como não poderia deixar de ser, eram os negros africanos.
Conta-se que na África, em Angola, existia um ritual bastante violento chamado "jogo da zebra", onde os negros lutavam aplicando cabeçadas e pontapés e os vencedores tinham como prêmio as meninas da tribo que ficavam moças.
Os primeiros escravos africanos a chegar ao Brasil e os que mais se
distinguiram na prática da capoeira, foram os negros bantos de Angola. No
cativeiro, os negros tiveram que disfarçar a luta em dança introduzindo instrumentos
musicais e movimentos cadenciados para praticá-la sem suspeitas. Mesmo depois
da escravidão ser legalmente abolida os capoeiristas continuaram a
sofrer perseguições da polícia e ser mal vistos pela sociedade. O importante
sabermos que a capoeira nasceu em nome da liberdade, na luta contra a escravidão.
(extraído do site da ACANNE - Associação de Capoeira
Angola Navio Negreiro - http://www.pas.matrix.com.br/bioeng)
PERCUSSÃO
Atabaques.
(Rum, Rumpi e Lê). Membranas de madeira ripada, originalmente
reaproveitada de barris e afinação por cunhas.
Crianças
cariocas tocando instrumentos de seus ancestrais.
Aguê ou Xequerê. Idiófono de cabaça e
contas externas
Agogô. Idoófono de duas campanas, ligadas por uma haste
encurvada, percutido com uma haste de ferro ou baqueta de madeira. Pode
ser também de campana única, assemelhando-se então
ao Gonguê, do Recife. Na parte norte de Angola (África), é
denominado Ngong ou Ngongu.
http://www.oocities.org/projetoperiferia
railtong@g.com