DOENÇAS DE PEIXES ORNAMENTAIS
Existem várias doenças conhecidas e tratáveis de peixes
ornamentais. Com o tempo, o hobbysta vai adquirindo
experiência para diagnosticá-las e tratá-las.
Mas mesmo o mais experiente criador pode ficar na dúvida sobre
os sintomas e o melhor tratamento. É fundamental
estar certo sobre o diagnóstico antes de iniciar qualquer tratamento,
pois, caso contrário, a cura pode ser mais prejudicial que a doença.
Existem doenças, como o íctio, que podem ser combatidas apenas
alterando algumas condições da água do aquário, sem o uso de
medicamentos. Existem outras que necessitam de antibióticos
e um aquário hospital para administração dos mesmos.
Muitas doenças, aliás, a grande maioria delas, se manifesta
quando as condições da água do aquário começam a ficar inaceitáveis
para os habitantes. Por isso, entre as coisas que eu aconselho para
a farmácia do aquarista estão diversos itens voltados
apenas para a manutenção e melhora das condições da água.
Itens da Farmácia:
1) sal grosso
2) um aquecedor com regulagem eletrônica (por exemplo, Visi-Therm) de 100 Watts
(ou vatagem recomendada para o tamanho do aquário principal)
3) anti-cloro (eu gosto bastante do anti-cloro da Tetra)
4) Parasiticida da Atlantis
5) Bactericida e Fungicida da Atlantis
6) Algum antibiótico (Maracyn II) no caso de aquário de
ciclídeos, especialmente discos.
É claro que a aquisição de todos estes itens vai depender das
condições do aquarista, mas por serem mais em conta, eu
aconselho a aquisição pelo menos dos itens 1, 3, 4 e 5.
Eu vou partir minha descrição de doenças, começando da mais comum,
e chegando nas mais raras.
É muito importante ter em mente que devido ao fato de que muitas
doenças estão relacionadas à má qualidade da água, a troca parcial
de água, com água tratada, é sempre recomendada como umas das primeiras coisas a serem
feitas na iminência de qualquer doença. De forma que antes do início de
qualquer tratamento, eu considero que o aquarista já fez uma troca de pelo
menos 20 % da água do aquário. No caso da administração de medicamentos,
deve-se retirar o carvão ativado do filtro, caso existente, para
que este não remova de imediato os elementos da medicação.
ÍCTIO
Sintomas: inicialmente o peixe começa a se esfregar no cascalho,
em pedras, ou nas folhas de plantas do aquário, como que se conçando.
Depois começam a aparecer pontos brancos espalhados pelo corpo
do peixe, que vão aumentando em
número e tamanho; sua aparência é de pequenos cogumelos. A
doença é bem contagiosa, mortal, mas de fácil tratamento.
Tratamento: Parasiticida na dosagem recomendada no rótulo, aplicado no
próprio aquário principal.
VERME ÂNCORA
Sintomas: normalmente o verme aparece fixado na nadadeira dorsal
do animal, como se uma flexa o tivesse atravessado. O verme
tem aproximadamente uns 6 mm de comprimento por 1 mm de diâmetro.
Tratamento: remover o verme. Para isso pode ser usada uma pinça,
ou outro instrumento equivalente. Para mim, o mais fácil é separar um pano
limpo e sem resíduos químicos para segurar o peixe, umidecer o pano na água do aquário,
e segurar o peixe deixando apenas a área infectada exposta;
remover o verme rapidamente com a pinça, pingar merthiolate no local
(para evitar infecções) e devolver o peixe no aquário.
VELUDO
Sintomas: o peixe começa a se esfregar (coçar) em objetos no
aquário, rapidamente uma fina película, parecendo veludo,
começa a recobrir o corpo do peixe. Essa doença se
alastra muito rapidamente, e é extremamente mortal.
Tratamento: aumentar a temperatura da água até 31° Celsius (não
aumentar mais de 2° por dia), colocar sal grosso na água (desde que
o aquário não tenha peixes de fundo: limpa-vidros, cascudos e corydoras)
e usar parasiticida. Como essa doença parece surgir especialmente
quando as condições da água não estão boas, suspender inicilamente a alimentação
por 1 ou 2 dias, e diminuir a quantidade de comida.
Se possível, voltar a alimentação dos peixes com artêmia viva.
FUNGO
Sintomas: o peixe aparece com alguma região coberta por um
algodão branco.
Tratamento: trocar 50% da água do aquário imediatamente, e
depois 20% por dia até resolver o problema. Usar fungicida e
bactericida na dosagem recomendada. Se não houverem peixes de fundo,
usar um pouco de sal grosso (uma colher de chá para cada 20 litros de água).
Aumentar uns 3° a temperatura do aquário, 1,5° por dia,
até um máximo de 31°.
Superabundância de Sangue
Sintomas: muito comum em kyngyos. É típico sintoma de má qualidade da água.
Aparecem riscas vermelhas, de sangue, principalmente na nadadeira caudal do peixe.
Tratamento: trocar água sifonando o fundo, diariamente, até
resolver o problema. Diminuir a alimentação. Se possível,
substituir parcialmente a alimentação por artêmias vivas.
Degeneração das Nadadeiras
Sintomas: apodrecimento dos tecidos das nadadeiras, que se
apresentam como que comidas.
Tratamento: troca de água e limpeza do aquário. Sal grosso desde
que não haja peixes de fundo. Fungicida e Bactericida na dosagem
recomendada no rótulo. Alimentar com artêmias
vivas, se possível, por alguns dias.
DACTILOGIRUS
Sintomas: aparecimento de filamentos muitos finos nas brânquias,
que acabam se apresentando irritadas (avermelhadas).
Podem aparecer fungos na região atacada.
Tratamento: o ideal seria tratar com antibiótico (por exemplo,
terramicina) em aquário hospital. No aquário principal,
aumentar a oxigenação, e tratar com Fungicida e Bactericida
e Parasiticida. Aumentar 2° a temperatura da água, até no máximo 31°.
Se possível usar sal grosso, desde que não haja peixes de fundo.
Diminuir a alimentação, e se possível alimentar com
artêmias vivas.
AEROMONAS
Sintomas: as nadeiras dos peixes vão sendo comidas das pontas
em sentido as corpo, pode existir uma borda vermelha, de sangue,
na região que está sendo atacada; o corpo do peixe aparece com
um anel branco, normalmente ao redor do dorso.
Tratamento: a doença é bastente contagiosa e causada por
bactérias do gênero Aeromonas. Como em uma epidemia de
gripe, muitos indivíduos são contaminados, mas outros ficam ilesos.
Os contaminados em geral acabam morrendo se não forem tratados.
Dependendo da variedade da bactéria, a simples aplicação de
Bactericida e Fungicida da Atlantis pode conter a doença,
mas o garantido mesmo é o emprego de antibiótico, sendo que eu
tenho tido ótimos resultados com o Bacter da Labcom em aquário hospital.
Hoje em dia (16/11/99) essa doença tem se manifestado bastante em peixes
recém adquiridos e deve ser prontamente diagnosticada e
tratada devido ao seu alto grau de mortalidade.
Doenças de Discos
Os Acarás Disco são peixes bastante sensíveis a variação da
qualidade da água, e a alimentação. Eles são originários da Bacia do Amazonas,
e nos paises aonde são criados comercialmente, chegam a trocar
diariamente 90 % da água do aquário por dia para satisfazer os discos e
manter as condições ideais. Muitas pessoas criam discos em aquários sem
cascalho no fundo, para facilitar a manutenção e aumentar a
"higiene" no aquário. As condições da água devem ser constantemente
checadas e mantidas: pH ácido (de 5,0 a 6,5) e temperatura alta
(de 27° até 32°). Os níveis de nitrato também devem ser controlados,
e mantidos o mais baixo possíveis.
Duas doenças muito comuns de discos são a Capilaria, e a
Hexamita. Em ambas os sintomas se iniciam com a falta de
apetite do peixe, até que ele para completamente de comer. A
Capilaria é um verme, e a Hexamita um parasita intestinal, se não me engano
um protozoário. Do exposto acima, a primeira coisa a ser feita é checar as
condições da água. O tratamento é feito normalmente
em aquário hospital, com medicamentos comprados em lojas
de peixes específicos para essas doenças. É recomendável alimentar
com artêmia viva para tentar despertar o apetite dos
peixes infectados, para que estes não morram por desnutrição
durante o tratamento.
.

Dúvidas? Sugestões...
EMAIL